Anos atrás, recebi um artigo que trazia perspectivas impactantes sobre a vida em um email vindo de meu pai. Ele mexeu muito comigo na época. Salvei ele em meus favoritos e de tempos em tempos retorno nele como uma forma de me lembrar do que é essencial em nossa existência. Por isso, quis compartilhar meu olhar sobre ele com você em minha fala de hoje.

Sabemos que a desordem pode nos sobrecarregar. Sabemos que a desordem pode nos distrair. Mas você já pensou que a desordem pode estar deixando você doente ou estressada? Não importa as razões e meios pelos quais o acúmulo de coisas exceda nossa capacidade de gerenciá-lo mental e fisicamente - tudo isso equivale a estresse. Ouça e entenda! A desordem pode desencadear a liberação do hormônio do estresse cortisol, aumentando a tensão e a ansiedade e favorecendo a implementação de hábitos pouco saudáveis.

Os benefícios da adoção de um vestir através do conceito essencialista de core closet são inúmeros e nesse episódio falo para você sobre os impactos de cada um deles em sua vida! Ouça e compartilhe!

Sou o tipo pessoa que reflete constantemente sobre a necessidade, vontade e utilidade de tudo o que possuo, mas ultimamente essas reflexões vem se tornando cada vez mais intensas. Mesmo tendo pouco em termos de quantidade, ainda me pego no movimento de eliminar o excesso. Busco sempre direcionar meu olhar para os acertos de compra, tanto pessoalmente quanto profissionalmente. Enquanto a maioria dos profissionais faz uma limpeza no guarda-roupas eu proponho o exercício de compras no guarda-roupas. Ao limpar o guarda-roupas a sensação despertada é de fracasso, escassez... Uma pilha de roupas em cima da cama revelando decisões erradas, desperdício e frustração. A urgência de se livrar desses sentimentos faz com que o destino dos itens seja avaliado de maneira prematura, quase que irracional. Em contrapartida, o exercício de (re)comprar com consciência o que reflete essência e desperta sensações de satisfação ao vestir proporciona a vivência oposta: abundância, contentamento e alegria. Isso sem contar que permite tempo de refletir sobre o destino do que não foi (re)comprado - esse pode ser um item a ser incorporado em um próximo core closet, numa estação futura? Ou é uma peça que posso reformar ou reutilizar para outro fim? Ou ficaria incrível naquela amiga?

Você já reparou como a sociedade moderna estimula muito o consumo e acaba associando nossa capacidade de ser feliz com base no que possuímos? Vivemos em um mundo que constantemente nos encoraja a comprar mais e mais em nome da felicidade. Acabamos nos sentindo “menos” felizes, realizados ou bem sucedidos se não estivermos na moda, ou não obtermos determinados itens. Mas será mesmo que a plenitude pode ser encontrada na próxima aquisição?

Se você não se sente feliz com o que você possui hoje, não há nada que você queira adquirir que possa mudar isso. Há alguns anos atrás levei esse tema para minha terapeuta, falando sobre a necessidade que criamos e do como elaboramos em cima dela para nos convencer que precisamos comprar determinado item. No universo feminino acredito que isso seja ainda mais potente. Sabe aquela blusa que quase nunca uso?! Então... Ia ficar incrível com uma saia nova! E se eu tivesse um sapato que arrematasse o look, então... Com isso nossas mentes se mantem inquietas, cheias de listas contendo itens que precisamos para deixar nosso visual - e quiçá nossas vidas, melhores. Elaboramos em cima de motivos pelos quais ainda não somos plenamente felizes, justificando que isso só irá acontecer quando aquele vestido maravilhoso estiver em nosso closet. E com isso a roda do hamster permanece em movimento. Saltar dessa roda em uma sociedade que valoriza muito o consumo e o coloca como uma afirmação de status social não é uma tarefa fácil. É necessário um esforço consciente para silenciar a vozes externas que impõe a necessidade de mais um produto e também nossa voz interna, que segue a narrativa de que não estamos completos ou felizes até ter “aquele” item que falta.

Quando falo sobre a leveza do essencial não me refiro apenas ao aspecto material. Ainda que ele seja talvez o primeiro estímulo para uma vida mais equilibrada em todos os aspectos. Alguns benefícios são facilmente percebidos à medida que nos libertamos do excesso, outros acabam sendo mais sutis, mas mesmo assim não menos impactantes.

Enquanto as festas de final de ano trazem sensações de alegria para muitos, algumas pessoas se sentem ansiosas e sufocadas emocionalmente nessa época do ano. Mas por quê isso acontece? Aquele sentimento mágico experienciado durante a infância se dissipa com as responsabilidades da vida adulta, fazendo com que sensações de ansiedade e tristeza se intensifiquem. Isso se deve também a como lidamos com nossas expectativas. Projetamos que experiências e sentimentos sejam vividos no mesmo contexto de quando éramos crianças e acabamos tendo que lidar com prazos apertados no trabalho, contas para pagar e aquela loucura de compras que antecede o Natal. Além disso, nessa época do ano tendemos a avaliar nossa vida por completo e elaborar resoluções para o ano que está por vir, o que acaba desperando sensações de insegurança, frustração e incerteza.

Enquanto crises financeiras nunca foram novidade, nossa geração é uma das que mais sente o peso delas. Você com certeza já se pegou passando o cartão para comprar um ítem que sabia que não precisava, gastando um dinheiro que você podia ou não ter de forma impulsiva pelo prazer sentido no ato da compra. O que causa essa sensação? Essa experiência é similar a sentida no uso de drogas. A dopamina liberada em nosso cérebro em antecipação ao que iremos viver com aquele item e também no ato da compra causa uma imensa sensação de bem-estar.

Você já se encontrou em uma situação onde tudo corria bem e, do nada, algo praticamente irrelevante mudou completamente seu humor? O café que respinga na sua camiseta, uma fechada no trânsito, a fila no caixa do supermercado... Confissão: meses atrás problema com o ar condicionado do carro... Rafa me sinalizou sobre o stress desnecessário. Acredite em mim, eu sei que é mais fácil falar do que fazer, mas a maneira mais rápida de fazer com que algo pare de te perturbar é parar de reclamar sobre ela. Quando reclamamos de algo, potencializamos a situação. Direcionamos a atenção para aquilo, fazendo com que se torne maior do que deveria.

Você já se pegou pensando: “eu só preciso de... e minha vida será infinitamente melhor”? Saiba que você não está sozinho! Todos passamos por isso. Mas a verdade, por mais dolorida que seja é: se não conseguimos ser felizes com o que temos, dificilmente a aquisição de qualquer outra coisa nos tornará mais plenos e satisfeitos. Imagino que você saiba disso. O problema é superar essa crença no momento que estamos ansiosos e na urgência de comprar algo. A pergunta que sempre nos vem a cabeça é: como parar esse ciclo de querer sempre mais e nos sentir genuinamente felizes com o que temos?

Minha experiência como consultora de estilo pessoal já me fez presenciar inúmeras razões pelas quais as pessoas tem dificuldade em desapegar de itens que não usam, impedindo-as de ter um guarda-roupas enxuto contendo apenas peças que despertem bem-estar ao serem vestidas. Entender o motivo que te mantém apegada àquele determinado item pode ser um facilitador na hora da tomada de decisão, tornando mais fácil a liberação de determinados bloqueios.

O Efeito Diderot foi descrito pela primeira vez no século 18 pelo filósofo Denis Diderot e consiste em um efeito espiral de consumismo, isto é quando compramos determinado item que, por sua vez, nos leva a fazer outras compras por impulso. Preocupado com gastos que ele considerava desnecessários Diderot começou a estudar esse comportamento; mais tarde, seu trabalho foi ampliado pelo antropólogo Grant McCracken no final do século 20. Entre as descobertas mais importantes de ambos estava o fato de que os objetos que possuímos têm uma relação direta com a nossa identidade. Assim, nossas posses e o que pensamos delas influenciam diretamente em nossa autoestima. Tanto Diderot quanto McCracken chegaram à conclusão que quando compramos e aumentamos nossas posses, a dissonância que pode ocorrer se ela for muito diferente do restante do que já temos em termos de linguagem e qualidade pode nos fazer sentir muito desconfortáveis. Por isso, em muitas ocasiões, tenderemos a adquirir coisas novas que estejam mais de acordo com a primeira coisa que compramos. Ouça e entenda!

Num primeiro momento é natural as pessoas se sentirem angustiadas quando pensam nas mudanças que terão que fazer para viver uma vida focada na leveza do essencial. Fazer aquela limpa nos armários, rever hábitos, colocar as finanças em ordem para ai então começar a viver a vida que tanto desejamos. Essas mudanças externas são apenas uma parte do quebra-cabeças. O segredo para simplificar a vida é, antes de mais nada, aprender a pensar diferente. Quando desenvolvemos nossa mentalidade para viver com mais leveza, as mudanças passam a acontecer de dentro para fora. E isso é fundamental, pois se não mudamos nossos pensamentos e crenças todas as mudanças acabam sendo muito superficiais e não se perpetuarão à longo prazo. Quero dividir através desse episódio alguns pontos de vista que te ajudarão nessa jornada.

Estar sempre ocupado não é sinônimo de produtividade, sucesso ou riqueza! Foque em seus objetivos e faça bem o que te faz bem! Isso é viver com leveza! Isso é viver a leveza do essencial!

As pessoas que acreditam que a grama do vizinho é sempre mais verde nunca estão satisfeitas com o que têm. E pior, acham que só serão felizes quando tiverem o que não possuem atualmente. Essa "outra coisa" que eles desejam pode ser um emprego diferente, um parceiro diferente, um carro diferente e até mesmo uma roupa nova, etc. Muitas vezes, quando conseguem o que desejam há tanto tempo, percebem que a felicidade recém-descoberta não dura muito e automaticamente começam a aspirar por outra coisa. Como acontece com outros comportamentos humanos, é importante olhar para essa tendência sob uma perspectiva científica e evolucionária. Saiba mais escutando esse episódio!

Nesse episódio falo sobre o essencialismo e nossa relação com os objetos materiais. A longo prazo, ter apenas o que lhe é essencial significa mudar a maneira que você pensa sobre seus pertences. Todos nós vinculamos nossas coisas a sentimentos, e por muitas vezes eles ganham significados especiais para nós. Há inúmeras vantagens em se possuir o essencial, seja no seu guarda-roupas ou em seus armários e estantes, contanto que você mude sua percepção sobre o que possui, sobre como você gasta seu dinheiro e o tempo e energia necessários para mantê-los. Estudos científicos mostram que o excesso aumenta nosso nível de ansiedade, ou seja, menos acúmulo significa menos stress. Além disso, nos libertar dos excessos nos permite usufruir de mais espaço (físico e mental). Se você tiver apenas o que precisa, adora ou tem alguma utilidade a chance de uma bagunça generalizada é incrivelmente minimizada. O resultado? Mais paz! Isso mesmo! A desordem visual causa desordem mental! Quer ver? Ouça esse episódio!

Nesse episódio falo sobre como nosso cérebro reage na hora das compras. Quem nunca se viu inserindo um cartão de crédito na maquininha ou clicando em "confirmar compra" em um website de ecommerce, mesmo sabendo racionalmente que não é necessário adicionar nenhuma roupa nova ao armário já lotado, que atire a primeira pedra. Muitas vezes, a vontade de comprar algo torna-se maior que nós. Temos pressa em gastar um dinheiro que podemos ou não ter em algo que podemos ou não precisar ou mesmo querer. Esse nível de euforia que experimentamos ao gastar dinheiro é causado por fatores fisiológicos. Acredite ou não o ato de comprar causa em nosso cérebro reações químicas semelhantes à das drogas e do sexo. Escute e entenda!

Um assunto bastante recorrente em meus posts no Instagram é a importância que os pequenos rituais tem em nossas vidas. A palavra ritual vem do latim e pode ser compreendida como sinônimo de cerimônia. Também significa o conjunto de determinadas práticas que devem ser precisamente seguidas em ocasiões específicas. Ainda que tenha uma conotação sagrada, os rituais não estão apenas ligados à religião ou formas de expressão religiosa. Os rituais são atos significativos que fazemos com intenção. Os rituais evidenciam o que é importante para nós. Eles nos dão ritmo e nos fazem lembrar do que nos é essencial. O que torna uma tarefa um ritual é justamente seu olhar para ela. Uma simples mudança de perspectiva pode transformar diversas atividades cotidianas em rituais. Rituais práticos. Rituais modernos. Rituais essenciais. Escute e se permita criar pequenos rituais para o bem viver!

Muitas pessoas se sentem estressadas ou inquietas em um ambiente bagunçado, mas estudos comprovam que pessoas altamente sensíveis experienciam esses efeitos de maneira potencializada. Antes de mais nada: o que exatamente significa ser uma pessoa altamente sensível? Descubra através desse episódio e entenda porquê viver a leveza do essencial pode mudar sua vida!