Nesse programa, o nosso foco não estará nas causas da ansiedade - sejam elas questões de trabalho, de relacionamento, de saúde, ou quem sabe até mesmo algum trauma... - mas sim, em como a gente encara os nossos sentimentos em si, buscando uma nova forma de se relacionar com o nosso corpo e com a nossa mente, e com as aflições que surgem nesse espaço do corpo e da mente, como a ansiedade.

À partir desses conflitos internos, nós acabamos criando várias tensões em diferentes níveis. Por exemplo, quando sentimos mal porque esquecemos de fazer uma coisa importante, é possível que a gente comece a remoer aquele sentimento de mal estar compulsivamente.

À partir desses conflitos internos, nós acabamos criando várias tensões em diferentes níveis. Por exemplo, quando sentimos mal porque esquecemos de fazer uma coisa importante, é possível que a gente comece a remoer aquele sentimento de mal estar compulsivamente.

Hoje nós começamos a entender como o relaxamento do corpo é a porta de entrada pra nossa prática, pois, sem isso, ficamos presos a uma estabilidade baseada em força e controle, o que rapidamente nos cansa e tira todo nosso poder de atenção.

Quando estamos muito ansiosos, é normal que o nosso corpo responda de maneira tensa e aflita, contraindo os músculos, encurtando a respiração, se sentindo cansado, ao invés de relaxar. Porém, essa tensão não se restringe apenas ao corpo e tampouco se trata de um mero sintoma sem grande importância. Por isso, é importantíssimo nos familiarizarmos com o corpo menos tenso, que aprenda a reagir a eventos e a pessoas de forma relaxada e acolhedora, ao invés da forma rígida e fechada na qual caímos de maneira quase automática.

Quando estamos muito ansiosos, é normal que o nosso corpo responda de maneira tensa e aflita, contraindo os músculos, encurtando a respiração, se sentindo cansado, ao invés de relaxar. Porém, essa tensão não se restringe apenas ao corpo e tampouco se trata de um mero sintoma sem grande importância. Por isso, é importantíssimo nos familiarizarmos com o corpo menos tenso, que aprenda a reagir a eventos e a pessoas de forma relaxada e acolhedora, ao invés da forma rígida e fechada na qual caímos de maneira quase automática.

O objetivo aqui não é apenas aprender a relaxar, pois de nada adianta conseguir relaxar profundamente se a gente não aproveitar isso pra nos mantermos estáveis e atentos.

Em geral, o relaxamento é a base fundamental para qualquer tipo de meditação, pois sem isso fica muito mais difícil de se manter dentro da prática. Quando a gente começa a meditar, fica claro como um corpo tenso e uma mente rígida rapidamente nos leva ao cansaço e a irritação, dispersando completamente nossa atenção e impossibilitando a própria prática.

Quando nós paramos de competir com a estabilidade do corpo, tentado mantê-lo alinhado à força, nós aprendemos como é possível manter a estabilidade e a atenção á partir de uma base relaxada. Dessa forma nós paramos de competir e passamos a acolher nosso corpo e suas tensões.

Quando nós paramos de competir com a estabilidade do corpo, tentando mantê-lo alinhado à forma, nós aprendemos como é possível manter a estabilidade e a atenção à partir de uma base relaxada.

Nós precisamos criar um novo hábito de nos sentirmos minimamente à vontade com nós mesmos no momento em que a ansiedade surge, pois sem isso, é quase certo que nos perderemos toda vez que determinada aflição vier a tona.

Nessa prática, nós vamos começar a incorporar este significado de "espaço de dignidade" á nossa prática de relaxamento e estabilidade, o que nos ajudará muito conforme seguimos analisando aspectos cada vez mais sutis ligados a nossa ansiedade.

Nessa etapa, nós aprendemos mais um recurso que ajudará a pacificar algumas tensões mais sutis, como a impaciência e a irritação que sentimos ao confrontar nossas próprias dificuldades durante a prática

Não precisamos negar nosso sentimento de ansiedade, como quem repete pra si mesmo "Eu não posso ficar ansioso!" E nem precisamos seguí-lo. Ao invés disso nós aprendemos a acolher nossa aflição.

Quando conseguimos fazer as pazes com um sentimento que não nos agrada, como algum desconforto no corpo, podemos sentir o alívio que existe em desistirmos dessa briga contra nós mesmos. Nessa prática, nós aprenderemos como é possível escapar dos extremos entre acreditar ou repelir nossas aflições.

Nessa etapa, nós aprendemos como é possível escapar dos extremos entre acreditar ou repelir nossas aflições.

Nessa etapa a gente vai aprender a cultivar um novo olhar à respeito de nossos sentimentos, emoções e pensamentos - por mais difíceis que eles sejam -, abandonando nossos velhos padrões de conflito e nos acostumando com uma convivência mais pacífica e acolhedora com relação às nossas aflições.

Como dissemos, Thich Nhat Hanh nos ensina que em cada um de nós existe uma jovem criança em sofrimento. Todos tivemos momentos difíceis quando criança e muitos de nós experimentaram algum trauma. Mas só porque podemos tê-la ignorado não significa que ele ou ela não estejam lá.

Ao encarar nossas aflições com gentileza e acolhimento, fica mais fácil de nos mantermos calmos e atentos em nossa prática, mesmo que muitos pensamentos difíceis surgem.

Quando cultivamos uma empatia por nós mesmos, ao mesmo tempo a gente está cultivando uma empatia por todos os seres que, assim como nós, também estão sofrendo pelas mesmas aflições.