Quantas vezes deixamos de fazer algo, perdemos oportunidades, ou hesitamos em aceitar algum convite porque acreditamos não estarmos prontos, ou não sermos bons o suficiente?
Já dizia o Mário Sérgio Cortella "Gente não nasce pronta e vai se gastando. Isso não ocorre com gente e sim com fogão, sapato, geladeira. Gente nasce não pronta e vai se fazendo".
Claro que precisamos nos preparar para muita coisa nessa vida, mas chega uma hora em que só o que nos resta, é mergulhar. Isso exige disponibilidade e a famosa 'vulnerabilidade' e, claro, um olhar atento para prestar atenção aos convites da vida. Afinal, 'quando o aluno está pronto, o professor aparece'.
Boa escuta!
Um beijo da Gabi
Produçoão e edição: Gabriele Welter
Cada morte que atravessa a nossa vida ensina algo. Nas últimas semanas, algumas mortes me impactaram de formas diferentes, seja pela proximidade, pela circunstância ou pela reflexão provocada.
Uma delas, foi da minha avó materna, cuja despedida final no pude participar por conta da distância geográfica. Isso também me causou desconforto, mas também aprendizados.
Outras provocações e estímulos também surgiram e por isso não pude fugir, mesmo sendo um tema delicado - e talvez por causa disso, chegou a hora de trazê-lo aqui. Afinal, toda reflexão sobre a morte é, acima de tudo, uma reflexão sobre a vida.
Boa escuta!
Produção e edição: Gabriele Welter
Já cantava Belchior "O passado é uma roupa que não nos serve mais”.
E o Porta de hoje veio justamente de perceber que mesmo aquilo que foi muito legal no passado, pode não fazer mais sentido no nosso presente.
Deixar para trás o que foi ruim é fácil, quase uma obrigação.
Mas o que foi bom? Também!
Claro que o que vivemos não sai da gente, somos resultado das nossas histórias e vivências.
Mas é importante, pelo menos de vez em quando, organizar as memórias, assim como fazemos com os armários de tempos em tempos.
Só assim, o que é novo tem espaço para chegar.
Produção e edição:
Gabriele Welter
“Uma boa costureira não é aquela que faz a costura perfeita, mas a que tem a paciência de desfazer a costura imperfeita e melhorá-la”.
Foi assim que minha mãe respondeu quando elogiei uma saia, que com tanto amor ela havia costurado. Talvez a Dona Maristela nem tenha noção do impacto dessa frase, dita na simplicidade e naturalidade de uma conversa corriqueira.
Mas é fato que aquela fala me pegou, reverberou e ganhou um espaço cativo na minha mente e no coração. Quanta sabedoria vinda de uma mulher que sequer concluiu o ensino fundamental embora tivesse desejado tanto. Universidade então? Apenas para ver o sonho realizado na geração seguinte.
A fala de minha mãe foi tão valiosa que eu anotei pra nunca mais esquecer. Chegou a hora de escrever sobre ela, pra deixar gravada não apenas em áudio, mas na mente e no coração.
Produção e edição:
Gabriele Welter
A vida é real, não virtual; não acontece num visor, mas no mundo! Por favor, não virtualizem a vida! Eu repito, não virtualizem a vida que é concreta."
Essa foi uma das primeiras frases que apareceram para mim (justamente no Instagram), após o anúncio da morte do pontífice. Ela não só tocou, mas me atravessou, porque se conectava com uma reflexão bem latente por aqui. Nesse fim de semana, finalmente assisti a tão falada série do Netflix “Adolescência”, que tem como um dos temas o impacto da rede social nos adolescentes.
Procurei o discurso completo para entender o contexto em que a frase havia sido dita por Francisco, e o restante do texto foi o empurrão que eu precisava para retomar o Porta. Afinal, reflexão quando transborda, vale à pena ser compartilhada.
Deixo aqui os links dos conteúdos que comento:
Discurso Papa Francisco: https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2023-04/papa-francisco-hungria-jovens-discurso.html
Série Adolescência: https://www.netflix.com/title/81756069
Livro A Geração Ansiosa: https://a.co/d/fjcFVal
Produção e edição: Gabriele Welter
O que um acontecimento, situação ou condição desfavorável representa na nossa vida?
Como reconhecer que foi por conta de uma situação difícil ou por algo que nos faltou, que nos tornamos ainda melhores, sem necessariamente glamourizar sofrimento?
Jung dizia “Eu não sou o que me acontece, eu sou o que escolho me tornar”. Mas vamos combinar que esse exercício de escolha não é tão simples e depende de inúmeros fatores.
Talvez nem tudo nessa vida possa ser colocado em caixinhas. Aliás, eu diria que talvez a maioria das situações e sentimentos não pode. Navegamos entre tantas polaridades que alguns prejuízos, podem vir a ser também (mas não só), privilégios.
E isso, rende muito assunto!
Então pega o fone de ouvido, aumenta o volume e diminui o ritmo, que o papo está só começando.
Produção e edição: Gabriele Welter
Quanto tempo demora para algo fazer sentido? Quanto tempo pra entender o que se sente ou porque determinadas situações aconteceram? Uma semana, um mês, um ano. 10 anos. Honestamente, eu não sei. Acho que não existe fórmula. Ou se existe, ninguém me ensinou.
Aliás, há quanto tempo eu não aparecia por aqui. É… eu sei. Podcasts precisam de periodicidade, a audiência quer saber quando um novo episódio estará disponível, as pessoas precisam de rotina. Eu preciso de rotina.
Mas o Porta não é esse lugar, da obrigação, da periodicidade. Ele nasceu dessa tentativa, de transformar o meu sentir e o pensar em uma nova forma de agir. Uma forma que seja corajosa, mas ao mesmo tempo acolhedora para o outro, mas especialmente para mim. E embora eu pense e sinta todo santo dia (e não que isso me torne especial, todo mundo pensa e sente, mas perceber isso é que são elas), o ponto é que nem sempre consigo processar ou ter respostas no mesmo tempo. Se fôssemos uma máquina, um robô, poderíamos programar o mesmo tempo de resposta. Mas acontece que somos humanos, e daqueles bem falhos - sem falsa modéstia aqui - e meu tempo de resposta nem sempre é instantâneo, pelo menos não daquilo que realmente importa.
A reflexão desse episódio começou há alguns meses, mas ela é permeada pelas provocações de um ciclo de 10 anos, talvez de uma vida inteira. Mas como uma vida inteira mal cabe na gente, quem dirá em um podcast, resolvi que esse poderia ser um bom gancho para o episódio 30. Aliás, foi com 30 anos que comecei o Porta, mas antes que você imagine que estou fazendo alguma projeção numerológica - o que não seria um problema, a não ser pelo fato de que não estou - é hora de aumentar o volume e diminuir o ritmo. Porque o nosso papo está só começando.
Produção e edição: Gabriele Welter
Tirar um tempo para refletir sobre as leituras do ano passado foi uma experiência e tanto. E, nesse exercício, experimentei diferentes sensações, que foram puxando outras reflexões, e não apenas sobre os conteúdos lidos, mas sobre a vida. E um pouquinho delas eu compartilho por aqui.
Achei que não tinha lido o suficiente. Mas, afinal, quanto é SUFICIENTE? Se não olharmos com a atenção para nossa trajetória, podemos pensar que não somos (ou fomos), suficientemente bem em algo, o que pode ser resultado da nossa memória nos enganando ou até de parâmetros errados. Olhar com mais gentileza pra gente, é fundamental.
Esse episódio não é uma análise do que li, embora eu compartilhe a primeira experiência do ano. É sobre o exercício de olhar para algumas coisas em perspectiva e, a partir disso, seguir, lendo, vivendo, contando e compartilhando histórias.
Se gostou do episódio, tem alguma sugestão ou comentário, pode deixar no Instagram @portapodcast ou na caixinha sugestão na caixinha aqui do Spotify. Vou adorar receber a sua mensagem.
Um beijo,
Boa escuta!
Eu sou e sempre serei uma defensora da empatia. Acredito realmente na importância de fazermos o exercício de nos colocarmos no lugar do outro, para entender as diferentes perspectivas possíveis diante de uma mesma situação.
No entanto, percebi que podemos "errar a mão", até nisso. Ser empático demais e deixar o outro (nem sempre merecedor), invadir um espaço que é só seu e aí vira permissividade.
Preocupar-se com o sentimento do outro é importante, mas não pode ser ao custo de negligenciar as próprias vontades, pelo menos não sempre.
Definir limites é fundamental, inclusive para preservar aquelas relações que realmente importam. E a reflexão de hoje é sobre esse exercício, que por aqui, às vezes parece tão difícil.
Um beijo e boa escuta,
Gabi
O que algoritmos, gostos musicais, conversas de whatsapp, política, filosofia, cultura, pequi e chimarrão tem em comum? Em um primeiro olhar e isoladamente talvez pouco ou nada, você pode imaginar.
Mas nas últimas semanas essas e muitas outras coisas “não óbvias” se conectaram em uma reflexão sobre a complexidade da nossa individualidade, pertencimento, diferenças e acolhimento - de nós mesmos e do outro.
E cá estou para compartilhar essa reflexão com vocês em forma de podcast.
Deixo aqui o link do vídeo que cito ao final do episódio, como uma provocação complementar.
https://www.youtube.com/watch?v=El5NgfCrDpk
Um beijo da Gabi e boa escuta.
Por mais que a gente tente manter uma vida próxima daquela considerada "equilibrada", há momentos em que somos tomados pelo cansaço. Aliás, esse assunto é tão complexo que às vezes a busca pelo equilíbrio (aquele das fórmulas prontas), é mais uma forma de imprimir o cansaço e uma frustração absurda em nossas mentes e corpos. Então, se tem algo que eu fiquei com vontade de dizer é: você não precisa ser equilibrado, pelo menos não o tempo todo!
E é essa a provocação que me faz voltar aqui, depois de alguns meses desde o último episódio, porque sim, hoje foi possível!
Te desejo uma boa escuta do episódio, mas especialmente de você mesmo.
Um beijo da Gabi!
Produção e edição:
Gabriele Welter
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"As máquinas parecem cada vez mais humanizadas”, ouço o comentário enquanto me pergunto se talvez não são os humanos que estão com comportamentos cada vez mais mecanizados, inclusive nas relações com outros seres humanos.
2023 mal começou e já tem polêmica assustando muita gente no mercado de trabalho (e na vida). Não bastassem as demissões em massa por conta, na maioria das vezes, sob o argumento de recesso econômico, o lançamento do Chat GPT, ferramenta criada pela Open AI, surgiu pra engrossar ainda mais o caldo.
O avanço da inteligência artificial já tem produzido diferentes impactos sobre a sociedade e as consequências do aumento no uso tem repercutido e também preocupado muita gente. Se antes o discurso era de que o trabalho braçal seria o maior ou único afetado, agora preocupam-se os artistas, redatores, criativos, criadores de conteúdo, escritores, pensadores até mesmo os programadores, porque o tal chat consegue fornecer até linguagem de programação.
Entre os relatos que li e ouvi nos últimos dias sobre a capacidade do Chat GPT, estão a criação de textos, roteiros, poesias, discursos, e até respostas que renderiam a aprovação em provas de Universidades Norte Americanas. Teve gente falando bem, gente falando mal, e um medo generalizado correndo solto.
Como o tema também pegou por aqui, é claro teria que aparecer no Porta.
Então aperta o play, que o papo tá só começando.
Produção: Gabriele Welter
Edição: Michel Martins
Você também achou que janeiro não teria fim?! Pois é, mas teve. E agora, o que a gente faz com fevereiro?
Aqui a ansiedade e a autocobrança começaram a bater na Porta já no 1º dia de fevereiro, renderam até poesia. E esse episódio do Porta é pra falar sobre isso, abordando o mesmo sentimento e vivência, em uma linguagem diferente.
Produção: Gabriele Welter
Edição: Michel Martins
Esse episódio do Porta nasceu da (re)leitura do Conto da Ilha Desconhecida, de José Saramago, escritor Português que teria completado 100 anos em 2022.
Durante esse ano, li e reli algumas obras do Prêmio Nobel de Literatura (entre tantos outras premiações) e a obra que inspira o episódio é uma delas. A reflexão foi tão grande, que ganhou páginas, virou podcast e veio parar por aqui.
Particularmente sinto que estou em busca da minha Ilha Desconhecida, em busca de mim mesma (o que me parece ser cada vez mais algo sem fim), mas uma das coisas mais difíceis é justificar isso para o outro, coletivamente.
"Como assim está buscando algo que não sabe? Algo que não está no mapa, estabelecido por que já navegou por esses mares antes. Já não bastam as ilhas conhecidas?"
Pois é, talvez não bastem. Não pra muita gente, não pra mim.
Por isso eu sigo na aventura, que nem sempre é fácil, nem sempre é bela, mas pra mim é necessária!
Vamos?!
Produção: Gabriele Welter
Edição: Michel Martins
E se as nossas consultas de rotina incluíssem também o psicólogo e o psiquiatra?
Muitas vezes a falta de informações sobre o funcionamento da nossa mente, o diagnóstico tardio ou a ausência dele, impedem que muitas pessoas que sofrem com transtornos psicológicos tenham qualidade de vida. Em casos extremos podem chegar ao ponto de cometer o ato suicida.
No segundo Episódio do Porta Aberta, continuamos a nossa conversa especial do setembro amarelo com a médica psiquiatra Tadiane Ficagna e a psicóloga Cledi Altenburger.
Além de dados, vamos falar sobre as as características do suicídio em adultos e idosos, a importância de criação de políticas públicas mais efetivas para o atendimento de pessoas que sofrem com transtornos mentais e a importância de um trabalho preventivo para que o número de casos diminua.
Produção: Gabriele Welter
Edição Michel Martins
O mês de setembro é marcado por campanhas de prevenção ao suicídio. O tema é uma questão de saúde pública já que representa mais de 1 milhão de mortes por ano em todo mundo. Quando falei a primeira vez sobre isso por aqui, há dois anos, os dados do Data/SUS apontavam para cerca de 11 mil casos/ano no Brasil. Em 2022, esse número subiu para 14 mil casos/ano, isso sem contar as subnotificações que acontecem por inúmeros motivos, seja por tabu ou por questões burocráticas e legais, como por exemplo a não cobertura de seguro de vida.
14 mil pessoas é a população total de cerca de metade dos municípios brasileiros. Imagina uma cidade que desaparece por ano por conta do suicídio?
O tema merece nossa atenção e esclarecimento, e esse foi o impulso para tirar do papel o projeto "Porta Aberta", e convidar mais pessoas para aprofundar o diálogo sobre as questões que nos tocam de alguma forma. Para a missão de hoje, as convidadas são a psicóloga Cledi Altenburger e a médica psiquiatra Tadiane Ficagna.
Então pega o fone de ouvido e vem com a gente que a conversa está só começando.
Produção: Gabriele Welter
Edição: Michel Martins
Rejeição,
Seja por um grupo social, pelos amigos, pelo parceiro ou parceira, pela empresa em que trabalhava, ou que desejava trabalhar, pelo cliente. É ruim né? Sentir que você não faz parte, que não conseguiu “se encaixar”, que não é o que esperavam de você, ou que sua presença não é desejada. Você tentou, tentou, talvez até se adaptou, mudou posturas anulou vontades, e como diria o ditado, nadou nadou e morreu na praia.
Mas de onde vem esse sentimento? Por que ser rejeitado dói tanto? Será que a culpa é da minha educação? Do lugar que nasci? Daquele em que moro hoje? Do comportamento humano? Da sociedade? Do meu mapa astral? Da ancestraldidade? De outras vidas?
São tantas perguntas provocantes e sem uma resposta, pelo menos sem uma única resposta, que o jeito foi escrever e me ouvir. Agora abro a Porta, pra você entrar nessa reflexão também. Então pega o fone de ouvido, e vamos lá que tem muito papo pela frente!
Produção: Gabriele Welter
Edição: Michel Martins
“Quem planta expectativa colhe decepção”
“Minhas expectativas já estão morando sozinhas de tão criadas”
“Não crie expectativas, crie porcos, pelo menos você terá bacon”,
Quantas dessas frases você já ouviu, ou proferiu, por aí?
As tais expectativas. Piadas, ditados e até receitas sobre como lidar com elas não faltam, até série de fotos em rede social da expectativa X realidade viraram moda.
A partir dessa brincadeira já é possível perceber que não importa a expectativa que você esteja criando, a realidade muito provavelmente não vai sair como você imagina. Pode ser melhor, pior, ou no mínimo diferente.
Mesmo assim, continuamos a criar expectativas e a nos frustrarmos com elas. Conversando com muitas pessoas, percebi que esse não é um mal que aflige somente a minha pessoa. Até quem jura de pés juntos que não cria, está no máximo escondendo as expectativas, o que torna a comunicação e as relações ainda mais difíceis.
E é pra refletir um pouco sobre as tais expectativas que a 21ª edição do Porta já está disponível!
Um beijo,
E boa escuta!
Produção e roteiro: Gabriele Welter
Edição: Michel Martins
Você já ouvi a famosa expressão "não perder viagem?"
Perder a viagem é sentir que o tempo foi desperdiçado, que alguma oportunidade foi jogada fora, ou pelo menos não aproveitada na sua totalidade, que de alguma forma você teve vontade de fazer algo e não fez. A gente também perde a viagem quando deixa de aprender com alguma situação, seja ela boa ou ruim. Aliás, até viagem perdida pode ter aprendizado, não é?
É no exercício de refletir sobre as nossas experiências que ganhamos consciência, e esse é o ponto de partida do episódio número 20 do Porta. Pra que a gente possa lembrar de cada experiência como uma viagem que nunca é perdida, quando reverbera na gente.
Boa escuta e um beijo da Gabi
Produção: Gabriele Welter
Edição: Michel Martins
Quantas vezes na vida você se perguntou "E agora?"
É aquele momento que em que você não sabe muito bem o que fazer, seja em relação ao trabalho, aos estudos, aos relacionamentos, à vida. A sensação de estar perdido, diante de tantas incertezas, de cenários que mudaram, ou talvez de certezas, de uma vida regrada, cenários que não mudam e é justamente isso que te incomoda.
Você pensa, repensa, e Drummond vem à mente, repetindo a frase "E agora, José?", o que fazer? Poderia ser Maria, Joana, Pedro, eu, você. E agora?
Longe de ter uma resposta pra dar, eu sigo questionando, refletindo e compartilhando meus sentimentos por aqui.
Bem-vindos a mais um episódio do Porta.
Um beijo da Gabi