A ‘onda democrata’ que se verificou nas eleições locais norte-americanas esta semana é uma péssima notícia para a administração Trump – principalmente no que diz respeito a Nova Iorque, a capital social e económica do país. Com um ‘mayor’ que Trump apelida de comunista e jihadista, tudo indica que a administração federal fará tudo o que estiver ao seu alcance para boicotar a agenda e o desenvolvimento da carreira política de Zohran Mamdani. Numa operação que os brasileiros consideram maioritariamente justificável, a polícia do Rio de Janeiro realizou uma intervenção armada nas favelas que deixou ficar para trás mais de uma centena de mortos. Uma péssima notícia para o presidente Lula da Silva, que quer transmitir ao mundo a imagem de um Brasil moderno e alinhado com os valores da democracia. A República Checa ‘guinou’ à direita e é apenas o mais recente país a infletir para esse contexto político, no que é uma péssima notícia para a União Europeia.
O grau de arbitrariedade com que o presidente Donald Trump gere a agenda mundial está a tornar-se um modo de operar dos Estados Unidos, mas, pior que isso, está a ter a capacidade de instituir uma forma nova de fazer política. Uma vez instalada, essa fórmula tem todas as condições para acabar com a forma como a diplomacia superintendia o negócio global até aqui. Antes disso, vale a pena um exemplo prático: Javier Milei, presidente da Argentina, cuja retórica e maneirismos saíram reforçados das eleições desta semana. Alheio a tudo isto, Timor-Leste entrou na ASAEN – o que é um bom sinal. Mas há também um mau sinal vindo daquele jovem país: a geração da Revolução tarda em dar lugar às novas gerações.
Os estados de alma matinais dos líderes mundiais não são um bom pretexto para a condução dos processos em curso ao nível da agenda internacional. A suspensão de mais uma cimeira entre Donald Trump e Vladimir Putin revela uma impreparação da diplomacia norte-americana insustentável – com que, aliás, o muito experiente Sergey Lavrov não está disponível para pactuar. O mesmo se passa no que tem a ver com Israel e o enclave de Gaza – por onde circulam promotores imobiliários e filhos (ou genros) de família sem qualquer preparação. Os ‘velhos’ diplomatas estarão todos acantonados num lugar qualquer, a perder tempo com quaisquer outras coisas. Entretanto, passa-se qualquer coisa no Japão, que importa observar.
Ainda não estamos perto do fim da crise política em França e da sua consequente guerra sem quartel – mas, para já, os socialistas já estão identificados como estando na pior posição política possível, que lhe trará consequências nefastas a prazo.
Numa posição igualmente muito delicada estão os palestinianos, emparedados entre a irrelevância política e o desaparecimento físico. Com o acordo gizado por Donald Trump a favorecer os propósitos de Israel, vale a pena recordar que um dos responsáveis pelo estado a que os palestinianos chegaram – porque não fez o suficiente para conseguir a paz – chamava-se Yasser Arafat.
Delicada é também a posição do resto do mundo face ao embate entre titãs na área do comércio – que serve de esteio a uma batalha bem mais vasta: China e Estados Unidos, as duas maiores economias do globo, continuam a desentender-se. Tudo para ver no programa desta semana de A Arte da Guerra, com o embaixador Francisco Seixas da Costa e condução do jornalista António Freitas de Sousa.
O quadro político em que o presidente de França, Emmanuel Macron, se move mudou muito entre o primeiro e o segundo mandatos. Mas talvez Macron, com certeza um forte adepto do macronismo se tenha recusado a aceitar que o núcleo que o apoiava divergiu em várias direções. O estrago está feito. O estrago também está feito em Gaza e nada indica que, uma vez os reféns regressados a casa, o governo israelita resista a acabar de vez com as pretensões palestinianas de ter um lugar no mundo para viver. Do outro lado do Atlântico, Donald Trump assegura uma perseguição metódica aos seus opositores e aos Estados democratas. E talvez o maior estrago ainda esteja por fazer – só faltando perceber-se para que lado ‘caem’ as eleições de novembro de 2016.
Um inesperado consenso internacional e a perceção generalizada de que, desta vez, as coisas podem funcionar. Está tudo nas mãos do Hamas, mas o certo é que, quando todos esperavam mais uma palermice originada na Casa Branca, Donald Trump gizou um plano que faz sentido, que tem o apoio de todos os países que sobre ele se pronunciaram e que é fundamentalmente o renascer da esperança. Esperança parece ser também o resultado das eleições na Moldávia – mesmo que fiquem marcadas por claros atropelos à democracia, desta vez vindos do lado certo: o ocidental. Esperança ainda: o Brasil está prestes a resolver um problema complicado e Lula da Silva regressa ao lote dos que têm a possibilidade de serem eleitos presidentes em novembro do próximo ano.
Dias estranhos são vividos nos Estados Unidos, com o assassinato de Charlie Kirk e a censura a Jimmy Kimmel. Merece a pena perceber-se para onde vai aquela que é considerada (por alguns) como a maior democracia do mundo – que todos os dias ganha novos contornos de estar a deixar de o ser.Tudo isso, ou parte disso, ficou claro na intervenção do presidente norte-americano na 80ª Assembleia-Geral da ONU, onde, por entre acusações à Europa e às próprias Nações Unidos, testemunhos de negação face às alterações climáticas e repetições de clichés relativos à imigração, prevaleceu uma queixa com motivações… imobiliárias.Nesse mundo que se vai desfazendo perante o espanto de cada vez maior número dos seus habitantes, a Rússia – que, como os Estados Unidos, são governados em regime unipessoal – testa os medos de uma Europa que não tem como viver encolhida e atolada em receios, que despertam, ironicamente, saudades da cómoda previsibilidade da velha União Soviética.
Com a Cidade de Gaza a desaparecer do mapa, Israel tenta convencer o resto do mundo da justeza das suas opções.O que só não é verdade porque Israel não está minimamente preocupado em convencer quem quer que seja. O benefício do espaldar norte-americano serve também para isso.O espaldar norte-americano também serve para ajudar o Reino Unido – onde Trump se encontra mais uma vez de visita – a sobreviver à ‘onda’ das tarifas, sendo certo que a União Europeia percebe o que faz correr Downing Street. Sem espaldar de qualquer espécie está o primeiro-ministro francês – o novo como o anterior – perante o assédio da direita e da esquerda, que lhe promete vida política curta. Macron, como antes dele Gosbachev, é tão admirado no exterior das fronteiras francesas como é desprezado no seu interior.
A França enfrenta uma das piores crises do pós-guerra, num quadro em que não há uma solução política no seio da Assembleia Nacional. O presidente Emmanuel Macron vai ganhando tempo ao ritmo vertiginoso da máquina de ‘triturar’ primeiros-ministros, até ao momento aparentemente inevitável em que a extrema-direita tomará conta do poder. Poder é o que não falta ao primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, a quem Donald Trump outorgou carta branca para fazer exatamente tudo o que lhe apetecer, em qualquer parte do mundo. Foi a vez do Qatar – e a dúvida é saber-se quando chegará a vez do Egipto. Também vale a pena perguntar-se quando chegará a vez da paz na Ucrânia. Ninguém sabe a resposta, mas está claro para todos que não é para breve – até porque há bom dinheiro envolvido.
Enquanto o Brasil enfrenta uma crise democrática com o julgamento de um ex-presidente, os Estados Unidos tentam bloquear a resolução sobre o reconhecimento da Palestina na ONU. Em resposta à instabilidade do Ocidente, a Organização de Cooperação de Xangai surge como alternativa.
A França enfrenta uma crise política e financeira, com uma moção de confiança marcada para 8 de setembro. No Brasil, a tensão governamental é influenciada por Donald Trump e a crescente autocracia nos EUA. Esses temas estarão em destaque no programa A Arte da Guerra, com o embaixador Francisco Seixas da Costa.
Num programa que volta a ser monotemático, Francisco Seixas da Costa percorre os dias difíceis que começaram com a cimeira do Alasca e culminaram no regresso taciturno de alguns líderes europeus a suas casas depois de um almoço na Casa Branca de onde cada um terá tido a oportunidade de trazer uma pequena lembrança.
Estamos a horas do início da cimeira do Alasca entre Trump e Putin, e com a provável ausência de partes tão interessadas como o são a própria Ucrânia e os países europeus que fazem parte do grupo que a apoiou desde a primeira hora. O embaixador Francisco Seixas da Costa analisa ainda a a guerra das tarifas.
Nem a guerra com o Irão acabou, nem o cessar-fogo em Gaza tem qualquer hipótese de vir a ser bem sucedido. O embaixador Francisco Seixas da Costa analisa ainda a crise de crescimento dos BRICS e o golpe de asa de Pedro Sanchez.
Num quadro em que a defesa subiu ao topo da agenda da União Europeia – mimetizando a agenda externa da administração Trump – Seixas da Costa diz que 5% do PIB gastos na defesa não tem enquadramento dentro das possibilidades e das opções inadiáveis da União Europeia. Estes e outros temas em destaque nesta edição.
O conflito entre Israel e o Irão é o tema em destaque num programa que conta, como sempre, com a opinião de Francisco Seixas da Costa.
A visão de Francisco Seixas da Costa, desapiedadamente realista, é um contributo inestimável para essa visão. Um programa par ouvir, pensar e ouvir outra vez.
Subitamente, as eleições presidenciais na Polónia fizeram regressar a Bruxelas o temor face ao ‘desalinhamento’ que um dos cinco maiores países da União volta a manifestar. Estes e outros merecem a análise por parte do embaixador Francisco Seixas da Costa.
O novo chanceler alemão, Friedrich Merz, bateu com o punho na mesa e tornou evidente aquilo de que já se suspeitava: Rússia e Estados Unidos andam a gozar com os europeus. Estes e outros temas estarão em análise por parte do embaixador Francisco Seixas da Costa.
De vantagens e desvantagens se fala também nessa parte do mundo que não costuma fazer parte do perímetro da "A Arte da Guerra": Portugal. Perdida a maioria sociológica de esquerda em Portugal, é preciso saber-se para que encruzilhada o país caminha.