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Pergunta Simples
Jorge Correia
232 episodes
3 days ago
O Pergunta Simples é um podcast sobre comunicação. Sobre os dilemas da comunicação. Subscreva gratuitamente e ouça no seu telemóvel de forma automática: https://perguntasimples.com/subscrever/ Para todos os que querem aprender a comunicar melhor. Para si que quer aprender algo mais sobre quem pratica bem a arte de comunicar. Ouço pessoas falar do nosso mundo. De sociedade, política, economia, saúde e educação.
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O Pergunta Simples é um podcast sobre comunicação. Sobre os dilemas da comunicação. Subscreva gratuitamente e ouça no seu telemóvel de forma automática: https://perguntasimples.com/subscrever/ Para todos os que querem aprender a comunicar melhor. Para si que quer aprender algo mais sobre quem pratica bem a arte de comunicar. Ouço pessoas falar do nosso mundo. De sociedade, política, economia, saúde e educação.
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Episodes (20/232)
Pergunta Simples
O que nos ensina a doçura sobre comunicação? Rita Nascimento
5 days ago
49 minutes 22 seconds

Pergunta Simples
Como fotografar a emoção? José Sena Goulão
1 week ago
1 hour 3 minutes 54 seconds

Pergunta Simples
Triângulos amorosos: por que nos metemos nisso? José Gameiro
2 weeks ago
53 minutes 17 seconds

Pergunta Simples
O que as cores nos ensinam sobre comunicação? Miguel Neiva
3 weeks ago
52 minutes 53 seconds

Pergunta Simples
Como continuar a comunicar quando a vida apaga a luz? Ricardo Miguel Teixeira
1 month ago
54 minutes 32 seconds

Pergunta Simples
Dinheiro: gastar, poupar ou investir? Pedro Andersson
1 month ago
1 hour 8 minutes 16 seconds

Pergunta Simples
Porque nos sabotamos no amor e na comunicação? Andreia Vieira
1 month ago
54 minutes 44 seconds

Pergunta Simples
O que nos ensina a gentileza sobre comunicar melhor? Susana Coerver
1 month ago
54 minutes 24 seconds

Pergunta Simples
Juventude eterna: Podemos reverter o envelhecimento? Maria Manuel Mota
2 months ago
43 minutes 58 seconds

Pergunta Simples
Como comunicar com os adolescentes hoje? Tânia Gaspar [ESSENCIAL]
2 months ago
1 hour 4 minutes 13 seconds

Pergunta Simples
Quem conta as histórias do bairro? António Brito Guterres [ESSENCIAL]
2 months ago
57 minutes 16 seconds

Pergunta Simples
Como fazer rir? Gabriela Barros [ESSENCIAL]
2 months ago
46 minutes 33 seconds

Pergunta Simples
O humor pode salvar-nos? Nuno Markl [ESSENCIAL]
2 months ago
57 minutes 38 seconds

Pergunta Simples
Como praticar a arte da escuta? Júlio Machado Vaz [ESSENCIAL]


https://youtu.be/QGvxoyWP_d4?si=gG1ohpp8Iuj5hvqK










Ouvir é o mesmo que escutar? Quantas conversas íntimas falham por falta de verdadeira atenção e empatia? Saberemos nós ouvir quem amamos ou estamos apenas à espera da nossa vez de falar?



Nesta conversa, o médico psiquiatra Júlio Machado Vaz – uma das vozes pioneiras em Portugal a falar abertamente sobre relações e sexualidade – ensina-nos a importância de praticar a escuta ativa e a empatia na comunicação íntima. Com décadas de experiência em consultório e programas de rádio, Júlio partilha histórias e reflexões sobre como o silêncio pode valer mais que mil conselhos, como a empatia constrói confiança e por que ouvir o outro sem julgar é fundamental para relacionamentos saudáveis. Um episódio profundo que nos faz repensar a maneira como comunicamos nas esferas mais pessoais.



Começamos esta série de edições de verão com uma das conversas mais serenas e marcantes que passaram por este podcast.



Uma conversa que merece ser ouvida devagar. Com tempo. E, se possível, com o coração aberto.



Júlio Machado Vaz não precisa de apresentações — mas talvez precise de ser escutado mais vezes.



Porque neste episódio falámos da escuta como quem fala do essencial.



De como ouvir verdadeiramente alguém pode ser um ato de amor.



De como o silêncio, quando bem habitado, pode dizer mais do que mil conselhos.



E de como a presença, a empatia e o não julgamento são ingredientes raros numa sociedade que se habituou a falar muito… e a escutar pouco.



O Júlio tem essa capacidade rara de pensar com calma, de responder com cuidado e de transformar a complexidade em linguagem clara — mas nunca superficial.



Falámos de relações, de comunicação entre pais e filhos, de terapia, de rádio, de silêncio.



E da importância de criar espaço para que o outro se revele — sem medo.



Reeditamos este episódio agora, porque o verão é talvez o momento ideal para o escutar outra vez.



Ou pela primeira vez.



Quando estamos fora do ritmo habitual, quando temos um pouco mais de disponibilidade para parar… e ouvir de verdade.



LER A TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO


Ora, vivam bem vindos à série de verão do pergunta simples, onde revisitamos as conversas gravadas nos últimos 12 meses neste episódio e vamos aprender a praticar a arte da escuta com Júlio Machado Vaz.
Começamos esta série de edições de verão com uma das conversas mais serenas e marcantes que passaram por este podcast, uma conversa que merece ser ouvida devagar, com tempo e, se possível, com o coração aberto.
0:37
Júlio Machado Vaz não precisa de Apresentações, mas talvez precise de ser escutado mais vezes, porque neste episódio falamos da escuta como quem fala do essencial, de como ouvir verdadeiramente alguém pode ser um ato de amor, de como o silêncio, quando bem habitado, pode dizer mais do que 1000 concelhos e de como a presença, a empatia e o não julgamento são ingredientes raros numa sociedade que se habituou a falar muito e a escutar pouco.
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Júlio Machado Vaz tem essa capacidade rara de pensar com calma, de responder com cuidado e de transformar a complexidade em linguagem clara, mas nunca superficial.
Falamos de relações de comunicação entre Pais e filhos, de terapia, de rádio, de silêncio e da importância de criar espaço para que o outro se revele sem medos.
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3 months ago
1 hour 8 minutes 10 seconds

Pergunta Simples
Como Decidir Bem Sem Saber Tudo? Alexandre Quintanilha









Como se toma uma boa decisão… sem saber tudo?A política pode viver com dúvidas?A ciência deve hesitar?E nós — cidadãos comuns — conseguimos agir em tempos de incerteza?



Neste episódio do Pergunta Simples, conversamos com Alexandre Quintanilha: cientista, professor, antigo deputado e uma das vozes mais lúcidas e humanas da vida pública portuguesa.



Falamos sobre:



O poder das boas perguntas O que é uma verdade científica A lentidão do conhecimento e a pressão das decisões políticas A coragem de errar e voltar atrás Democracia, confiança e polarização Amor, identidade e envelhecimento E uma pergunta inesperada que mudou tudo: “Porque é que só há dois sexos?”



Este episódio é um convite a pensar devagar, a perguntar melhor…e a resistir à tentação das respostas fáceis.



YouTube https://www.youtube.com/@pergunta.simples?sub_confirmation=1 Spotify https://spoti.fi/3kb07qm Apple https://bit.ly/3i6P5a3 RTP https://www.rtp.pt/play/p7644/pergunta-simples www.perguntasimples.com



LER A TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO








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3 months ago
1 hour 21 minutes 44 seconds

Pergunta Simples
Como Falar com Alguém que Pensa o Oposto de Ti









Como Falar com Alguém que Pensa o Oposto de Ti (Sem Entrar em Guerra)



Há conversas que são fáceis.— Gosto de cães.— Também eu.— Que bom.



E depois há as outras:— Gosto de cães.— Eu prefiro gatos.— Tu odeias cães??



Pronto. Já estamos em guerra. E nem falámos de política, vacinas ou futebol.



Hoje quero falar contigo sobre isso mesmo: como ter conversas com quem discorda de nós, sem perder a compostura. Ou a amizade.



Quando alguém diz algo que nos irrita profundamente, nem sempre é pela ideia em si. Muitas vezes é pelo tom. Pela certeza. Pela provocação. E o nosso cérebro entra logo em modo combate. Já não estamos a ouvir. Estamos a preparar um contra-ataque.



Mas aqui vai uma pergunta simples:Quero ganhar esta conversa… ou quero compreender esta pessoa?



Há estratégias práticas que podem evitar o confronto direto e abrir espaço para o diálogo:



1. Respira antes de responder.Parece um conselho zen — e é. Mas funciona.Se alguém grita “o sistema é corrupto!”, respira.Não para concordar, mas para evitar responder “tu é que és burro”. Isso não ajuda ninguém.



2. Troca o ataque por uma pergunta.Em vez de “isso é absurdo!”, tenta “como chegaste a essa ideia?”.Mas diz com curiosidade verdadeira — não com aquele ar de julgamento que se nota logo na sobrancelha levantada.



3. Usa a frase mágica:“Vejo isso de outra forma.”É uma maneira de abrir espaço sem ceder e sem agredir.Por exemplo, alguém diz: “O mundo está pior por causa dos imigrantes.”Tu podes responder: “Eu vejo isso de outra forma. Posso explicar?”Se a pessoa não quiser ouvir — tudo bem. Nem toda a gente está disponível para conversar.



E às vezes, a melhor resposta… é não responder.Se alguém diz “tu não percebes nada disto”, talvez o melhor seja dizer: “Pode ser.”Depende do tom, claro. Mas manter a relação, por vezes, é mais importante do que ganhar o debate.



Eis cinco coisas a evitar numa conversa tensa:




* Interromper logo à primeira frase.



* Usar sarcasmo.



* Querer “ganhar” a conversa.



* Dizer “não tens razão” sem explicar porquê.



* Levar tudo para o lado pessoal.




E cinco coisas que ajudam uma conversa a correr bem:




* Começa com curiosidade.



* Reconhece um ponto válido do outro lado.



* Faz pausas — para respirar e ouvir.



* Pede licença: “Posso dar-te o meu ponto de vista?”



* Termina com respeito, mesmo sem concordar.




Quero partilhar também três segredos de comunicador:



Primeiro: ouvir com generosidade muda tudo. Quando alguém sente que foi mesmo ouvido, o tom da conversa muda.Segundo: quem domina o tom, domina a conversa. A tua voz é metade da tua mensagem.Terceiro: quanto mais preparado estás, mais simples consegues ser. E na comunicação difícil, a simplicidade é a chave.



Conversar com quem discorda de nós não é só uma questão de paciência. É uma questão de escolha.



Quero ter razão ou quero ter relação?Se quiseres as duas coisas ao mesmo tempo — bem-vindo ao clube. É difícil, mas é possível.



E tudo começa com uma pergunta simples. E com vontade de ouvir a resposta.


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3 months ago
10 minutes 8 seconds

Pergunta Simples
Inteligência Artificial: Ainda controlamos isto? Bernardo Caldas









A inteligência artificial chegou.Não é preciso ser técnico para perceber que alguma coisa mudou.Hoje, um motor de busca já acerta nos nossos desejos antes de termos tempo de os dizer.Um algoritmo sugere um vídeo, outro mostra um produto, outro escreve um texto inteiro — e tudo parece funcionar com uma espécie de magia silenciosa.Mas será mesmo magia?



O nosso convidado sabe que não. E sabe porquê.Bernardo Caldas é uma das pessoas mais lúcidas que conheço sobre o tema.Lidera equipas de dados e IA numa das maiores fintechs europeias, criou o projeto Data Science for Good, e tem pensado a fundo — com inteligência, mas também com alma — sobre os impactos reais da inteligência artificial no mundo onde vivemos.



Nesta conversa, começamos com uma pergunta simples, mas provocadora:E se a IA te conhecesse tão bem como o teu melhor amigo?Assustador? Fascinante? Ambos?



O Bernardo ajuda-nos a perceber porque é que esta tecnologia — que parece tão intuitiva — é, na verdade, o resultado de padrões.Padrões de linguagem, de comportamento, de atenção.A IA não “sabe”, não “sente”, não “pensa” no sentido humano — mas aprende a imitar tão bem que nós acreditamos.



E o problema começa aí.



Falamos do que distingue imitação de criatividade.Do que está por trás dos modelos generativos que escrevem, desenham e respondem com uma fluidez que nos desconcerta.E de como estes sistemas — criados para gerar conteúdo “credível” — não têm maneira de saber se estão a dizer a verdade.Podem escrever um disparate com toda a segurança de um professor catedrático.



Mais à frente, mergulhamos na questão da responsabilidade.Se a máquina erra — quem responde?Se um algoritmo toma decisões médicas, jurídicas ou políticas — onde está o humano no processo?



Discutimos o impacto da IA nas profissões: não só nos trabalhos manuais, mas nos intelectuais.Sim, programadores, consultores, copywriters, jornalistas — ninguém escapa.O Bernardo diz-nos que o trabalho que sobrevive é aquele onde há contexto, empatia e julgamento.Mas até os psicólogos estão em risco — e ele conta um estudo surpreendente que mostra como, em certos casos, as pessoas acham que um chatbot foi mais empático do que um terapeuta humano.



Depois passamos para o tema que mais me inquieta:a economia da atenção.Porque é que os nossos feeds estão cheios de raiva, medo e teorias da conspiração?Porque é que a moderação desapareceu do radar?



A resposta, segundo o Bernardo, está na forma como os algoritmos são treinados: não para informar, mas para prender.A verdade é irrelevante se a mentira for mais clicável.E isto coloca a democracia em risco real.



A certa altura da conversa, ele diz uma coisa que me ficou:



“O maior perigo da IA não é o apocalipse das máquinas.É deixarmos de acreditar em tudo.”



É esta a verdadeira crise: a erosão da confiança pública.Não sabemos o que é real. Não sabemos em quem acreditar.E se não confiamos em nada — também não conseguimos decidir nada em comum.A democracia desliga-se.



Mas nem tudo é distopia.O Bernardo também nos fala do lado esperançoso:De como a IA, se bem pensada, pode ser inclusiva.De como pode ajudar uma avó em Trás-os-Montes a resolver um problema complicado com linguagem natural.De como pode aliviar tarefas mecânicas e devolver-nos o que há de mais humano: a conversa, a atenção, o sentido.



No fim, voltamos às emoções.Pode uma IA sentir? Ter consciência? Vontade própria?A resposta dele é clara: não.E, curiosamente, isso até nos pode dar algum descanso.



Esta é uma conversa que não pretende fechar nada —mas que abre muit...
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3 months ago
57 minutes 38 seconds

Pergunta Simples
Qual é o sentido da vida? António Castro Caeiro


https://youtu.be/z-JeWTqvQOI




Perguntar, perguntar, perguntar.



Passar a vida a fazer perguntas.



Passar todo o tempo do mundo em busca de respostas.



Perguntas das mais difíceis.



Respostas que podem nem chegar.



É a vida dos filósofos.



E decidi convidar um dos melhores.



Eu faço perguntas. António Castro Caeiro traz respostas.



Vivemos num tempo acelerado, de respostas rápidas, notificações constantes e poucas pausas para pensar. A informação chega em excesso, a comunicação tornou-se instantânea e, muitas vezes, vazia. Perguntar parece ter-se tornado um ato quase subversivo. Questionar o mundo, o tempo, a vida, até a nós próprios, pode soar estranho, deslocado ou até incómodo. Mas talvez seja justamente esse desconforto que precisamos de recuperar. É nesse gesto simples e revolucionário — o de fazer perguntas — que entra a filosofia.



Neste episódio do Pergunta Simples, falamos com António Castro Caeiro. É professor universitário, tradutor, ensaísta e uma das vozes mais singulares da filosofia contemporânea em Portugal. Mas mais do que títulos, Caeiro é alguém que pensa o mundo com palavras, com o corpo e com uma atenção rara às perguntas certas. Convida-nos a desacelerar, a escutar, a habitar o tempo e a linguagem com mais cuidado. Nesta conversa, há espaço para dúvidas sem fim, para silêncios reveladores e para a beleza difícil das ideias que resistem à simplificação.



Ao longo da conversa, exploramos o papel essencial da pergunta. O que é uma boa pergunta? Por que nos incomodam as perguntas que não têm resposta imediata? Porque é que, muitas vezes, evitamos perguntar — como se a dúvida nos fragilizasse? Para Caeiro, a pergunta é mais do que uma forma de obter informação. É um exercício de atenção, uma forma de estar no mundo. Perguntar bem é escutar com rigor, pensar com tempo e resistir à facilidade de respostas prontas. Vivemos, como diz, entre o espanto e a dúvida — duas formas de nos abrirmos ao desconhecido, ao imprevisto, ao que escapa às fórmulas.



Mas este episódio vai muito para além das perguntas. Falamos de emoções, sentimentos e corpo. Num tempo em que nos pedem performance constante — em que se valoriza a eficiência, a imagem e a exposição — é urgente recuperar a dimensão sensível da existência. António Castro Caeiro defende que as emoções não são um desvio do pensamento, mas parte do próprio acto de pensar. Sentir é também uma forma de compreender. E o corpo — tantas vezes visto como mero suporte — é, na verdade, um centro de inteligência e perceção.



Nesta conversa, revisitamos o espanto original com que olhámos o mundo pela primeira vez: o primeiro mergulho no mar, o primeiro amor, o primeiro espanto perante uma paisagem. A vida, diz-nos, vai-nos calejando — e cabe-nos, através da filosofia, da arte ou da contemplação, reencontrar esse olhar inaugural. É esse o desafio: não viver em modo automático, mas reativar a atenção, a curiosidade, a capacidade de nos maravilharmos.



Também há tempo para refletir sobre o tédio — esse vazio que tantas vezes evitamos a todo o custo. Vivemos rodeados de ocupações, estímulos, distrações. Mas talvez o tédio, se escutado com atenção, seja um convite à criação, à escuta interior, ao reencontro com o essencial. Talvez seja no silêncio, na pausa, no vagar, que se abra espaço para a filosofia.



Não ignoramos os temas contemporâneos: as redes sociais, a exposição constante, a fragmentação da identidade. Falamos do eu digital e das versões idealizadas que projetamos ‘online’.
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4 months ago
54 minutes 34 seconds

Pergunta Simples
O que torna um professor inesquecível? José Oliveira

Todos guardamos a memória de um ou dois professores que nos marcaram.



Não nos lembramos das notas, nem dos nem do que projetaram ou escreveram no quadro, nem dos testes.



Lembramo-nos do olhar atento no dia certo.



Da pergunta inesperada.



Da confiança plantada como quem diz: “Tu consegues.”



São esses professores que ficam.



Porque nos viram antes de nós sabermos quem éramos.



Porque nos empurraram um pouco mais longe do que imaginávamos possível.



E, porque, mesmo sem saberem, mudaram a curva da nossa vida para sempre.



Esta conversa é, também, um tributo a todos eles.



Ensinar é uma arte enigmática. Incompreensível para mim. Importante para todos.



Uma arte feita de gestos invisíveis, sementes lançadas ao vento, perguntas que nunca terão resposta imediata.



Ensinar é um ofício de fé.



Acredita-se que, um dia, aquilo que hoje foi dito, desenhado, percebido — possa fazer sentido para alguém.



E que, talvez, esse alguém seja melhor por causa disso.



Hoje, no Pergunta Simples, sentamo-nos com um professor que leva essa arte a sério.



Sério como quem ri, como quem experimenta, como quem acredita.



José Oliveira, professor de Artes na Escola Secundária Francisco Rodrigues Lobo, em Leiria.



Mas, acima de tudo, um construtor de mundos.



Transformou uma disciplina técnica, aparentemente árida — a Geometria Descritiva — num laboratório de criação.



E foi por isso que este ano recebeu o prémio que distingue o melhor professor do país.



Mas esta conversa não é sobre um prémio.



É sobre aquilo que ninguém vê quando se fecha a porta de uma sala de aula.



É sobre como se cria um espaço onde cada aluno tem lugar, tempo, voz, desafio e superação.



Onde os erros não são falhas, mas parte do processo.



Onde os alunos aprendem com os colegas, e os professores aprendem com os alunos.



Onde se ensina com papel, com madeira, com palavras, com copos coloridos, com silêncios e com perguntas.



Onde a aprendizagem não parte de um programa, mas de um princípio simples:



Ensina-se a partir do ponto onde o outro está. E não onde um qualquer teórico dos programas escolaes imagina que estamos.



José Oliveira fala como quem pensa a escola com as mãos.



Fala da arte, da matemática e da tecnologia como instrumentos de pensamento.



Critica os exames, os programas, os formalismos — mas sem amargura.



Fala da educação com uma alegria serena, de quem sabe que ensinar não é cumprir um plano, é acender alguma coisa em alguém.



E, pelo meio, diz frases que ficam:



Que a geometria descritiva é uma matemática desenhada.



Que a escola não deve nivelar por baixo — nem por cima — mas puxar cada aluno para o seu máximo possível.



Que nem sempre quem chumba é quem menos sabe — às vezes é quem mais foi abandonado.



E que o grande erro da escola moderna é esquecer que cada cérebro tem o seu tempo, a sua forma, a sua origem.



Esta conversa podia ser ouvida numa sala de professores, numa oficina de serigrafia ou num comboio entre Setúbal e Leiria.



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4 months ago
55 minutes 10 seconds

Pergunta Simples
Como fazer rir? Gabriela Barros

Gabriela Barros faz-me rir. E quem me faz rir já me ganhou.



Há episódios em que se fala com a razão, em que se explicam coisas.



Outros com o coração, em que se descrevem emoções.



E há episódios raros em que sentimos que estamos a falar com uma pessoa inteira. A Gabriela Barros é dessas pessoas. E desconstrói todo o episódio deste o primeiro minuto. Chegou para tomar conta do programa, e sem pedir licença, montou a casa, transformou esta conversa em algo dela. Limitei-me a segui-la. Depressa que não temos tempo a perder



Ocorre-se-me agora a ideia que fiz de coelho perseguindo Alice na sua aventura pelo País das Maravilhas. Fui testemunha, só isso.



Gabriela Barros é atriz. Mas não só.



Mãe, comediante, improvisadora, cantora por dentro. Virá daqui o seu sentido de ritmo?



Uma mulher que entra num programa de humor como o Taskmaster e sai de lá campeã, não por estratégia, mas por instinto.



Uma atriz que se atira para a comédia com a mesma entrega com que representa o vazio, o silêncio, a alienação contemporânea numa série como Ruído.



Este episódio é isso tudo. E mais.



Falámos de improviso. De criatividade em estado de urgência.



Daquele momento em que não há nada — e ainda assim, é preciso entregar alguma coisa. E é aí que nasce o poema do pato.



Sim, ouvimos esse poema outra vez. Mas o mais bonito não é o poema. É o que ele revela: que há uma Gabriela que trabalha sem rede, que gosta do risco, e que acredita que fazer figuras parvas com dignidade é uma forma nobre de arte.



Falámos do Taskmaster, do concurso, sim. Mas também da sua arquitetura secreta — do segredo partilhado entre concorrentes que não sabem o que os outros fizeram, da magia de se rir em direto da catástrofe alheia.



Falámos do prazer de não saber, do improviso como regra e da frustração como combustível. E falámos do Nuno Markl, claro. E da relação de palco, de corte e costura, de quem faz rir por dentro e por fora.



Mas este episódio também mergulha noutro registo.



Ruído, a série escrita por Bruno Nogueira e realizada por Luís Araújo, é um espelho torto do nosso tempo.



Uma espécie de distopia realista onde as personagens andam perdidas, anestesiadas, com medo de parar.



E a Gabriela, que também lá está, entra nesse universo com a mesma coragem com que se mete numa coreografia de perucas no Pôr do Sol.



Sim, o Pôr do Sol também veio à conversa. Uma série que parecia novela, mas era paródia. Um fenómeno cultural onde Gabriela interpretou — no mesmo dia, às vezes na mesma cena — três personagens diferentes. Matilde. Filipa. Salomé.



E uma atriz que, como ela própria diz, chegava ao fim do dia em orgia emocional, com a sensação de estar a viver um daqueles projetos que acontecem uma vez na vida. Onde tudo bate certo. Texto, elenco, realização, tempo, intuição. E felicidade.



No meio disto tudo, falámos também do que não se vê.



Da dúvida. Da vaidade. Da insegurança.



Da sensação de que às vezes é preciso alguém de fora para dizer: “isso não está a funcionar.” Falámos do ego. E do trabalho com diretores de atores — esse papel muitas vezes invisível, mas fundamental. A Gabriela não foge a nenhuma dessas conversas. E fá-lo com uma lucidez desconcertante.



Há ainda espaço para o drama. Para o cinema. Para O Som Que Desce na Terra, o filme que lhe valeu o Prémio da Fundação GDA e a nomeação para os Globos. Um papel duro, silencioso,
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4 months ago
50 minutes 33 seconds

Pergunta Simples
O Pergunta Simples é um podcast sobre comunicação. Sobre os dilemas da comunicação. Subscreva gratuitamente e ouça no seu telemóvel de forma automática: https://perguntasimples.com/subscrever/ Para todos os que querem aprender a comunicar melhor. Para si que quer aprender algo mais sobre quem pratica bem a arte de comunicar. Ouço pessoas falar do nosso mundo. De sociedade, política, economia, saúde e educação.