Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana 😊
Podemos aprender muito observando como comunidades amazônicas redesenham seu futuro com o mundo digital.
Para você, a Internet funciona de maneira líquida e certa. Mas para quem vive na floresta amazônica, sua chegada amplia a fronteira civilizatória. Não se trata de conforto, e sim de uma “virada de época”, reconfigurando possibilidades de vida.
A Amazônia é um desses lugares onde a transformação digital é forçada nos seus limites. Afinal, se algo funciona lá, funciona em qualquer lugar; se fracassa, expõe que o discurso digital talvez fosse frágil, apenas protegido por infraestrutura abundante. E se a tecnologia não preserva a vida com sentido e não produz valor para quem mora na floresta, ela falha miseravelmente.
Comprovei esse impacto na semana passada, quando visitei a comunidade ribeirinha Tumbira e a aldeia da etnia Kambeba Três Unidos, a cerca de duas horas de lancha de Manaus. Elas recebem orientação e investimentos da Fundação Amazônia Sustentável. Para isso, há dez anos ela usa soluções da SAP na gestão de seus projetos, com ganhos em transparência, planejamento e impacto socioambiental.
A FAS visa conservar a “floresta em pé” e melhorar a qualidade de vida das populações da Amazônia. Partindo do pressuposto de que pessoas com melhores condições cuidarão mais da natureza, implanta programas de educação, cidadania, saúde, empoderamento, pesquisa e inovação, conservação ambiental, empreendedorismo e geração de renda. Também melhora a infraestrutura das comunidades, inclusive com eletricidade e Internet, apoiada por empresas.
Isso impede que a Amazônia entre em um colapso ecológico, o que agravaria a crise climática global. Esses ganhos fortalecem a posição do Brasil como um país capaz de conservar e gerar prosperidade na região, não apenas por ser “dono da floresta”, mas sim dono de soluções.
Para entender melhor como isso tudo funciona, convido você a ouvir esse episódio. E depois deixe suas percepções nos comentários.
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Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana 😊
Podemos aprender muito observando como comunidades amazônicas redesenham seu futuro com o mundo digital.
Para você, a Internet funciona de maneira líquida e certa. Mas para quem vive na floresta amazônica, sua chegada amplia a fronteira civilizatória. Não se trata de conforto, e sim de uma “virada de época”, reconfigurando possibilidades de vida.
A Amazônia é um desses lugares onde a transformação digital é forçada nos seus limites. Afinal, se algo funciona lá, funciona em qualquer lugar; se fracassa, expõe que o discurso digital talvez fosse frágil, apenas protegido por infraestrutura abundante. E se a tecnologia não preserva a vida com sentido e não produz valor para quem mora na floresta, ela falha miseravelmente.
Comprovei esse impacto na semana passada, quando visitei a comunidade ribeirinha Tumbira e a aldeia da etnia Kambeba Três Unidos, a cerca de duas horas de lancha de Manaus. Elas recebem orientação e investimentos da Fundação Amazônia Sustentável. Para isso, há dez anos ela usa soluções da SAP na gestão de seus projetos, com ganhos em transparência, planejamento e impacto socioambiental.
A FAS visa conservar a “floresta em pé” e melhorar a qualidade de vida das populações da Amazônia. Partindo do pressuposto de que pessoas com melhores condições cuidarão mais da natureza, implanta programas de educação, cidadania, saúde, empoderamento, pesquisa e inovação, conservação ambiental, empreendedorismo e geração de renda. Também melhora a infraestrutura das comunidades, inclusive com eletricidade e Internet, apoiada por empresas.
Isso impede que a Amazônia entre em um colapso ecológico, o que agravaria a crise climática global. Esses ganhos fortalecem a posição do Brasil como um país capaz de conservar e gerar prosperidade na região, não apenas por ser “dono da floresta”, mas sim dono de soluções.
Para entender melhor como isso tudo funciona, convido você a ouvir esse episódio. E depois deixe suas percepções nos comentários.
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Podemos aprender muito observando como comunidades amazônicas redesenham seu futuro com o mundo digital.
Para você, a Internet funciona de maneira líquida e certa. Mas para quem vive na floresta amazônica, sua chegada amplia a fronteira civilizatória. Não se trata de conforto, e sim de uma “virada de época”, reconfigurando possibilidades de vida.
A Amazônia é um desses lugares onde a transformação digital é forçada nos seus limites. Afinal, se algo funciona lá, funciona em qualquer lugar; se fracassa, expõe que o discurso digital talvez fosse frágil, apenas protegido por infraestrutura abundante. E se a tecnologia não preserva a vida com sentido e não produz valor para quem mora na floresta, ela falha miseravelmente.
Comprovei esse impacto na semana passada, quando visitei a comunidade ribeirinha Tumbira e a aldeia da etnia Kambeba Três Unidos, a cerca de duas horas de lancha de Manaus. Elas recebem orientação e investimentos da Fundação Amazônia Sustentável. Para isso, há dez anos ela usa soluções da SAP na gestão de seus projetos, com ganhos em transparência, planejamento e impacto socioambiental.
A FAS visa conservar a “floresta em pé” e melhorar a qualidade de vida das populações da Amazônia. Partindo do pressuposto de que pessoas com melhores condições cuidarão mais da natureza, implanta programas de educação, cidadania, saúde, empoderamento, pesquisa e inovação, conservação ambiental, empreendedorismo e geração de renda. Também melhora a infraestrutura das comunidades, inclusive com eletricidade e Internet, apoiada por empresas.
Isso impede que a Amazônia entre em um colapso ecológico, o que agravaria a crise climática global. Esses ganhos fortalecem a posição do Brasil como um país capaz de conservar e gerar prosperidade na região, não apenas por ser “dono da floresta”, mas sim dono de soluções.
Para entender melhor como isso tudo funciona, convido você a ouvir esse episódio. E depois deixe suas percepções nos comentários.
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A OpenAI pelo jeito decidiu abandonar os princípios e liberou bots de sexo e pornografia no ChatGPT.
A empresa anunciou que permitirá conteúdo adulto na plataforma, incluindo aplicativos eróticos criados por empresas externas. Só que, disfarçada de liberdade criativa, a medida carrega riscos enormes, que vão muito além da exposição de adolescentes. A novidade insere tecnologia sofisticada em um campo carregado de estereótipos, manipulação e consequências sociais imprevisíveis, e isso afeta até quem não consome pornografia.
Desenvolvedores independentes e a própria OpenAI ganharão com a abertura de um mercado enormemente lucrativo até então inexplorado pela empresa. Do outro lado, adolescentes ficarão mais vulneráveis, assim como qualquer pessoa sujeita à naturalização de padrões sexuais distorcidos.
Na quarta passada, o CEO Sam Altman declarou que a OpenAI “não é a polícia moral eleita do mundo”, ao justificar a liberação. A frase parece uma defesa de princípios, mas é desonesta. Em agosto, ele dizia sentir orgulho por evitar “bots de sexo”, que dariam engajamento, mas seriam “desalinhados com o objetivo de longo prazo” da empresa. Agora, o negócio parece ter pesado mais do que a ética.
Esse recurso deve piorar, reforçar e perpetuar estereótipos já consolidados na pornografia. Mulheres e minorias podem ser retratadas de forma ainda mais degradante, e a tecnologia, em vez de corrigir distorções, tende a amplificá-las, criando novas camadas de objetificação.
Por fim, não é exagero dizer que isso pode alterar a maneira como as pessoas se relacionam entre si. Expectativas inatingíveis, comportamentos sexualizados distorcidos e uma compreensão enviesada do consentimento são consequências prováveis, pois este recurso reduzirá a necessidade de lidar com a complexidade de parceiros reais.
Mas gostem ou não, as pessoas precisam se relacionar com gente de verdade.
Para entender melhor esse caso, convido você a ouvir esse episódio. E depois comente o que você acha desse anúncio.
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Por que os professores brasileiros usam tanta IA?
Nesta quarta, comemora-se o Dia do Professor no Brasil. Mas, apesar de seu papel decisivo para a construção do país, esses profissionais têm pouco a celebrar, pelas conhecidas condições precárias de trabalho e formação e apoio limitados da sociedade. Ainda assim, persistem em sua nobre tarefa, até mesmo adaptando-se às mudanças tecnológicas na profissão, como as impostas pela inteligência artificial.
Chega a ser surpreendente que, mesmo com tantas condições adversas, nossos professores estejam entre os que mais usam essa tecnologia no seu trabalho. A informação é da Pesquisa Internacional de Ensino e Aprendizagem, publicada no dia 6 pela OCDE. Realizada desde 2008, cerca de 280 mil professores de 54 países participaram dessa edição.
O Brasil aparece em décimo nesse quesito, com 56% dos professores do Ensino Fundamental II usando IA nas suas aulas. Na liderança, empatados com 75%, estão os professores dos Emirados Árabes Unidos e de Cingapura. O país cujos professores menos usam é a França, com apenas 14%. A média dos países da OCDE é de 36%.
Vale notar que a adoção da IA na sala de aula varia bastante entre os países com educação de alta qualidade. Cingapura é o único desses acima do Brasil na Talis. Outras nações com educação de destaque vêm depois, como Coreia do Sul (43%), Dinamarca (36%), Estônia (35%) e Finlândia (27%).
Por isso, precisamos entender as condições em que essa tecnologia é utilizada na escola e o que leva os professores a adotá-la. Um uso sem preparo e sem apoio pode ajudar em tarefas pontuais, mas também prejudicar a própria compreensão da IA.
Já falhamos na educação dos jovens para o uso das redes sociais, levando a problemas graves e diversos. Repetir o erro com a IA pode transformar uma tecnologia poderosa e revolucionária em uma máquina de controle social e limitação cognitiva.
Mas então, como devemos usar a IA na aprendizagem? É sobre isso que falo nesse episódio.
E você, o que sugere?
Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana 😊
Se fosse lançada hoje, a tirania dos algoritmos das plataformas de streaming teria matado “Bohemian Rhapsody”, obra-prima do Queen.
Seus 5 minutos e 55 segundos e estilo para lá de ousado não passariam pelo crivo dessas plataformas, que promovem insistentemente músicas de até 3 minutos, para satisfazer uma geração de ouvintes ansiosos. Mas outro fator nos privaria dessa que é considerada uma das músicas mais inventivas da história: a “criatividade estatística” da inteligência artificial.
O debate ganhou força com regras do Spotify para coibir o uso indevido de IA em sua plataforma, anunciadas no dia 24 de setembro. Elas incluem filtros rígidos para evitar spam musical, proteção contra a imitação não autorizada de artistas e a exigência de transparência na adoção da tecnologia. Segundo a plataforma, o objetivo não é punir o “uso criativo” da IA, mas impedir práticas que prejudiquem artistas e ouvintes.
Apesar de restrições assim, o concorrente Deezer aponta que hoje 28% das músicas publicadas na plataforma são totalmente feitas por IA; em janeiro, eram “apenas” 10%. Um estudo da consultoria francesa PMP Strategy, publicado em dezembro, indicou que, até 2028, os artistas perderão 24% da receita no setor, pela substituição das obras humanas pelas geradas por IA e pelo uso não autorizado de criações originais.
As plataformas de streaming e a IA estão transformando nosso gosto e a própria produção musical. Com o tempo, a IA modificará qualquer tipo de produção em nosso cotidiano, e infelizmente há um risco concreto de que isso piore a qualidade.
Isso acontecerá porque já estamos usando, como ferramenta criativa, algo que muitos especialistas afirmam não ter nenhuma criatividade. Mas o problema não é se máquinas podem ser inventivas, e sim entender o que realmente significa criatividade e se estamos dispostos a reconhecê-la em processos não-humanos.
Você acha que a “criatividade estatística” da IA pode ser considerada criatividade mesmo, algo até então exclusivo dos seres humanos?
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O valor da inteligência artificial vem do equilíbrio entre tecnologia e humanidade.
A IA colocou as empresas em uma encruzilhada digital histórica. Extrair valor real dessa tecnologia exige mais que investimentos em sistemas e servidores. Para isso, as lideranças precisam também gerenciar expectativas e cuidar do preparo humano das equipes.
Até hoje, apenas 20% dos projetos de IA alcançaram retorno financeiro, e míseros 2% promoveram uma transformação real nos negócios, onde reside o seu grande potencial. As empresas que encontram, capturam e sustentam ganhos com a IA são as que se afastam da descrença exagerada, que impede qualquer ação, e do deslumbramento inconsequente, que leva a investimentos sem foco.
Essas foram algumas das principais mensagens da Conferência Gartner CIO & IT Executive, que aconteceu em São Paulo entre 22 e 24 de setembro. O problema muitas vezes vem do desalinhamento de expectativas, com as companhias investindo apenas em projetos de produtividade, mas esperando grande geração de receita.
Atravessar esse “vale da desilusão” pede líderes que enfrentem ceticismo, calibrem metas e sustentem investimentos, mesmo sem resultados imediatos. Isso fica mais desafiador quando, segundo o Gartner, 95% dos latino-americanos querem usar IA, mas só 40% confiam que seus gestores farão os movimentos de forma responsável.
Isso explica por que as empresas já percorreram quase metade do caminho da prontidão tecnológica para o uso da IA, mas esse avanço mal chega a um quarto no preparo humano. O medo de perder o emprego, a curva de aprendizagem íngreme e sobretudo a falta de confiança na chefia explicam essa diferença.
Mas então, o que as empresas devem fazer para extrair esse valor real da IA. É sobre isso que falo nesse episódio.
E no seu cotidiano, você vê a IA sendo usada de maneira verdadeiramente transformadora ou apenas incremental?
Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana 😊
Cuidado, pois seus pensamentos em breve poderão não ser mais só seus.
A inteligência artificial está sendo usada com outra ciência de ponta, a dos implantes neurais, para criar habilidades inéditas ou solucionar limitações físicas, como dificuldade de falar ou de se mover. Isso é algo muito bem-vindo, que beira a ficção científica, mas desperta alguns alertas de privacidade até então inimagináveis.
Afinal, se uma máquina for capaz de ler com boa precisão o que se passa em nosso cérebro para realizar essas tarefas, que garantias teremos de que nossos pensamentos mais íntimos estarão protegidos?
O cérebro continua sendo o último bastião da nossa privacidade. Nossos pensamentos são apenas nossos até que decidamos compartilhá-los. Mas agora novas aplicações da tecnologia BCI (sigla em inglês para “interface cérebro-computador”) podem mudar isso.
Uma pesquisa recente, que visava identificar palavras que uma pessoa estava pensando para reproduzi-las em um alto-falante, identificou também pensamentos cujo dono não pretendia compartilhar. Considerando que temos cerca de 50 pensamentos por minuto, qualquer sistema com essa proposta merece atenção redobrada.
O experimento ainda é embrionário, portanto ninguém precisa ter medo de que o ChatGPT acessará nossos segredos se não contarmos a ele. Mesmo assim, isso já deve alimentar debates sobre como impedir que máquinas invadam esse espaço sagrado que sustenta nossa própria individualidade.
Além disso, na mão de governos e de outros grupos de poder, isso significaria a ferramenta definitiva de manipulação das pessoas.
Mas, afinal, como funciona essa tecnologia? Estamos mesmo condenados a perder a nossa mais íntima privacidade? É sobre isso que falo nesse episódio.
O que você acha que aconteceria se todo mundo soubesse tudo que o outro está pensando?
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Uma novidade do Google pode mudar como construímos nosso conhecimento.
Quando foi lançado, o ChatGPT ganhou a alcunha de “assassino do Google”, pois muita gente achava que a sua proposta seria a nova maneira de se buscar conteúdo. Mas passados 33 meses, o uso do buscador mantém-se estável. A ironia é que uma novidade do próprio Google pode enterrar, aos poucos, seu formato consagrado.
Trata-se do “Modo IA”, que estreou no Brasil no dia 8, quatro meses depois dos EUA. Ele se parece ao ChatGPT, com uma janela para o usuário escrever o que quer e então receber uma resposta completa, sintetizada a partir do conteúdo de páginas selecionadas pelo buscador.
Mas ao contrário do ChatGPT, o “Modo IA” faz parte do buscador. Isso pode ser determinante para popularizar o novo formato em substituição à busca tradicional. Assim a empresa pretende defender seu principal produto do crescimento das plataformas de IA concorrentes.
A novidade não deve ser vista como “apenas mais um recurso”. Seu sucesso pode alterar significativamente o processo de como buscamos conteúdo e construímos conhecimento, a exemplo do que o próprio Google fez no passado. Isso atende à demanda crescente por velocidade e praticidade, mas pode levar a ainda mais desinformação e conteúdos errados, e ampliar a tendência à superficialidade.
Mais grave é o risco de afetar cognitivamente os usuários. O “Modo IA” transforma a busca em um consumo passivo de respostas prontas, reduzindo o hábito de confrontar informações, exercitar a memória e analisar criticamente as fontes. Pela sua ilusão de completude, reduz a curiosidade e a busca por múltiplos pontos de vista, levando a um processo de “terceirização cognitiva”, em que delegamos tanta coisa às máquinas, que acabamos enfraquecendo nossa própria autonomia intelectual.
Surge então a dúvida legítima se esse recurso é mais positivo ou negativo para nós. É sobre isso que falo nesse episódio.
E você, acha que está usando a IA de maneira consciente e produtiva, ou está “terceirizando” coisas demais para ela?
Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana 😊
A inteligência artificial pode e deve ser usada nas salas de aula, mas se não for do jeito certo, pode piorar muito a educação.
Nos últimos dias, a proposta de uma escola americana que trocou professores por plataformas de IA ganhou destaque no noticiário. Mas apesar de seduzir famílias interessadas em inovação e dispostas a pagar uma mensalidade equivalente a R$ 18 mil, a ideia promove um profundo desserviço para a educação.
Criada pela influenciadora MacKenzie Price em Austin e já presente em outras dez cidades no país, a Alpha School dedica apenas duas horas diárias a disciplinas tradicionais, como linguagem e matemática. Para ela, “as salas de aula são o novo campo de batalha global”. Todo o processo de aprendizagem é conduzido por sistemas de IA, que prometem ajustar o progresso ao desempenho individual dos estudantes, que não são divididos em séries.
O restante do tempo na escola serve para socialização, oficinas e projetos em temas como empreendedorismo, oratória, liderança e educação financeira, baseados em metas e recompensas. Para essas atividades, os alunos são auxiliados por “guias” (que não são professores), também orientados por IA.
Esse verniz de modernidade parece uma ótima ideia. Mas quem propôs isso não sabe o que é a inteligência artificial e muito menos o que é educação.
O tema foi debatido no painel de IA na educação no AI Summit Brasil, que aconteceu na semana passada em São Paulo, do qual participei. A conclusão foi que a IA pode e deve ser usada na escola, mas só trará resultados positivos se for implantada sob orientação de educadores, fugindo de modismos e de propostas espalhafatosas.
Mas, então, qual o caminho da IA na educação? É sobre isso que falo nesse episódio.
E você, o que acha de propostas como a da Alpha School?
Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana 😊
Não se pode ignorar os casos de pessoas que faziam “terapia por inteligência artificial” e se suicidaram.
Desde que o ChatGPT foi lançado, há dois anos e meio, ele vem sendo usado como “psicólogo” por uma quantidade grande (e crescente) de pessoas. A princípio, parece uma boa ideia: ele é uma “voz amiga” sempre disponível para ouvir lamúrias e dar “bons conselhos”, sem julgamentos e ainda de graça. Mas, como já expliquei nesse espaço em mais de uma ocasião, esse é um dos piores usos que alguém pode fazer da inteligência artificial generativa.
Em primeiro lugar, do ponto de vista do processo terapêutico, é ineficiente. Justamente pela sua falta de humanidade, essas plataformas não só podem não ajudar os pacientes a encontrar soluções para seus problemas, como ainda podem agravá-los.
Mas um caso recente me fez pensar em um novo aspecto grave das “terapias por IA”. A história com final trágico de uma jovem americana expôs uma seríssima limitação dos terapeutas-robôs: eles não conseguem romper os limites daquelas conversas para avisar familiares e autoridades se algo terrível estiver prestes a acontecer.
Isso não é um detalhe. Para profissionais de saúde mental, essa ação é uma obrigação legal que ajuda a salvar vidas. Há crises que a terapia não consegue resolver e, por isso, precisam ser encaminhadas para outras instâncias.
Entretanto, a IA generativa não é um psicólogo, e, por isso, não segue o código de ética ou outras regras da profissão. E mesmo que quisesse seguir, não conseguiria. É aí que um uso ruim se torna perigoso demais.
Mas, afinal, que o problema de se usar a IA como “psicólogo”? É sobre isso que falo nesse episódio.
E você, o que acha de usar essa tecnologia com essa finalidade?
Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana 😊
A maneira como usamos diferentes programas e aplicativos de produtividade em nossos computadores e celulares pode estar com os dias contados!
Com o avanço da inteligência artificial, navegar por muitas telas de sistemas distintos para coletar informações tende a ser substituído por simples conversas com um robô. Mas como tudo que se refere a essa tecnologia, precisamos compreender bem a proposta para que um benefício não se transforme em uma armadilha.
Especialmente no mundo dos negócios, mesmo com a ampla digitalização de processos, obter informações para uma tomada de decisão pode ser uma tarefa morosa e sujeita a falhas. Uma nova geração de assistentes de IA promete resolver isso, entendendo o que o usuário deseja e acessando todos os sistemas necessários para coletar os dados e organizá-los em uma resposta pronta.
Mais do que uma evolução técnica, esse movimento nascente traz uma mudança de paradigma na experiência do usuário e na governança de dados. Essa camada transforma sistemas complexos em “motores de dados” para respostas contextuais.
Os benefícios são evidentes, com ganhos em eficiência e produtividade. Mas alguns riscos não podem ser ignorados, como o aumento da dependência tecnológica e uma potencial exclusão digital entre aqueles que não souberem usar a IA.
Para muita gente, pode parecer um contrassenso alguém não conseguir usar uma tecnologia criada para facilitar processos. Mas precisamos entender que isso depende de habilidades que nem todos têm. Nesse caso, a sociedade precisa se organizar para capacitar essas pessoas, evitando ampliar o abismo digital já existente no país, e as empresas têm um papel fundamental nesse processo.
Você sabe como usar a IA dessa maneira?
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O que sobrou para dizer sobre a rede de pedofilia online denunciada por Felca? Por exemplo, mostrar os responsáveis indiretos por essa tragédia social.
O Brasil está em polvorosa desde que ele denunciou a pedofilia nas redes sociais em seu vídeo “Adultização”. Mais do que bem-vindo, o movimento é essencial para resgatarmos uma sociedade civilizada, que proteja crianças e adolescentes. Mas corremos o risco de que o problema seja tratado de maneira superficial e –pior ainda– que acabe em uma escandalosa pizza.
O influenciador apontou os responsáveis mais evidentes, como personalidades digitais que exploram a erotização de crianças, os pedófilos que inundam as redes sociais e até pais e mães que, por ação, omissão ou ignorância, colocam os próprios filhos em risco. Mas essa situação também resulta de uma sociedade que, nos últimos 15 anos, se acostumou com todo tipo de barbaridade e até se beneficia delas.
O maior exemplo é a classe política. Apesar desses abusos contra os mais jovens serem conhecidos e debatidos há anos, bastou a comoção criada por Felca para o surgimento de dezenas de projetos de lei para combater esse delito. Porém mais grave ainda são os parlamentares que querem impedir que uma solução avance.
É o caso também das plataformas digitais, que apresentam um discurso de proteção a crianças e adolescentes, mas que se beneficiam largamente dessas práticas criminosas, que acontecem de maneira explícita em suas páginas, em perfis com milhões de seguidores. Em vez de combaterem a prática, elas desmantelaram suas próprias estruturas de moderação de conteúdo e de proteção. Em seu lugar, montaram poderosos esforços de lobby para convencer políticos a defenderem seus interesses. Não satisfeitas, associaram-se ao presidente americano, Donald Trump, para usar o poder dos EUA para achacar países que buscam soluções.
Além de combater os criminosos óbvios, a sociedade precisa, portanto, enquadrar aqueles que sustentam a estrutura para essas atrocidades.
Que sugestões você propõe? Nesse episódio, indico alguns caminhos.
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Se você acha que a influência da inteligência artificial na cibersegurança não afeta você pessoalmente, pense de novo!
Claro que as manchetes de invasões a grandes empresas são mais vistosas. Por exemplo, no dia 2 de julho, o Brasil acordou com a notícia do maior crime digital da sua história: o ataque à C&M Software, que desviou pelo menos R$ 800 milhões de instituições financeiras conectadas ao Pix. Não houve violação ao sistema, pois os criminosos fizeram as transferências usando credenciais legítimas de um prestador de serviços.
Isso demonstra que a cibersegurança não pode mais se limitar à proteção da estrutura de TI, precisando envolver pessoas, dados e processos. A IA destaca ainda mais o tema, que deve ser visto como um pilar dos negócios.
Essas foram algumas das principais conclusões da Conferência Gartner de Segurança e Gestão de Risco, que aconteceu na semana em São Paulo. A mensagem central do evento foi que gestores não podem ignorar ou combater a euforia em torno da IA, e sim usá-la como motor de mudanças planejadas. Tanto que, segundo a consultoria, até 2026, metade dos executivos de alto escalão deverá ter indicadores de performance em cibersegurança atrelados aos seus contratos de remuneração, e isso não se restringe aos líderes de tecnologia.
Não dá para ser diferente. Os bandidos já usam a IA para sofisticar seus ataques, como na adoção de agentes de IA que imitam o comportamento humano para burlar proteções de segurança. Assim, a IA automatiza ameaças em grande escala.
Agora, preste atenção: com a “Internet dos humanos” evoluindo para dispositivos ligados às pessoas (e eventualmente controlando funções vitais, como um marcapasso conectado), hackers poderão ameaçar vidas remotamente.
Nesse cenário, a preocupação não deve ser se estamos seguros, e sim se estamos tomando medidas adequadas para mitigar ameaças dentro do nosso apetite de risco.
Mas você sabe fazer o que precisa?
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Como a inteligência artificial ameaça a sua própria existência?
As primeiras plataformas de IA generativa, como o ChatGPT, se aproximam de seu terceiro aniversário. Em tão pouco tempo, conseguiram a proeza de mudar a maneira como buscamos informação. Mas apesar de suas vantagens inegáveis, elas ameaçam seriamente a maneira como a Internet se organizou e ironicamente a própria sobrevivência desses sistemas.
Nos últimos 30 anos, redes sociais e buscadores construíram seus impérios de mídia com conteúdo alheio. Apesar de alguns produtores desse material, especialmente veículos de comunicação, contestarem o modelo, essa usurpação sempre foi justificada com essas plataformas encaminhando seus usuários aos sites dos autores, que faturam com publicidade.
Como a IA entrega respostas completas, as pessoas não precisam mais clicar nos links para se aprofundar. Isso está achatando a audiência e as receitas dos criadores de conteúdo, que tentam fazer com que as big techs paguem pelas informações. As empresas de mídia são as vítimas mais visíveis, mas o problema afeta todo mundo.
Os caminhos abertos pela inteligência artificial não têm volta. Mas a ganância sem limites e o desrespeito aos direitos autorais das gigantes de tecnologia podem, em médio prazo, matar sua “galinha dos ovos de ouro”, pois a IA precisa continuamente de novas informações confiáveis para continuar funcionando bem.
Se os atuais produtores de conteúdo quebrarem e novos não surgirem pelo risco de terem seu trabalho roubado por essas empresas, não haverá mais nada para alimentar a besta digital. E então o modelo pode entrar em colapso.
Obviamente isso não interessa a ninguém! Nesse episódio, eu analiso causas e sugiro saídas para esse problema.
E você, acha que as big techs deveriam pagar pelo conteúdo que usam para treinar suas plataformas de IA?
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Por que os EUA afrouxaram a ética da inteligência artificial para vencer a China?
O plano de IA americano, divulgado na quarta passada, merece atenção. Apesar dos grandes avanços da China, os EUA ainda lideram nessa tecnologia. Assim, suas ações influenciam a IA no mundo. Além disso, mecanismos da proposta podem impedir o Brasil de acessar tecnologias de ponta. Mas o que mais preocupa é a escolha de uma política de desenvolvimento irresponsável e perigosa.
A nova Guerra Fria acontece em torno da inteligência artificial. No anúncio do “Plano de Ação de IA dos EUA: Vencendo a Corrida”, Donald Trump não economizou palavras para deixar isso claro.
O documento se concentra em três pilares: acelerar a inovação em IA, construir infraestrutura americana, e liderar a diplomacia e segurança internacionais no setor. Eles atendem diretamente a demandas das big techs, que combatem ferozmente qualquer restrição a seus produtos, nos EUA e principalmente no exterior.
Essas regras vêm principalmente da Europa, mas também estão sendo criadas ao redor do mundo, inclusive no Brasil. Por aqui, o Marco da IA, aprovado pelo Senado Federal e francamente inspirado na Lei da IA europeia, está sendo discutido na Câmara. Por lá, Trump revogou a ordem executiva do governo anterior, que previa uma avaliação de risco no desenvolvimento de IA, e ameaça retirar recursos de Estados com leis mais restritivas.
A nova diretriz manda às favas a prudência recomendada pelos maiores especialistas em IA do mundo. É um documento mais político que técnico, acenando aos eleitores radicais de Trump e às gigantes de tecnologia, essenciais para seus planos.
A IA não pode ser vista como apenas “mais uma tecnologia”. Sua evolução desafia os próprios desenvolvedores e pode facilmente ser usada para criar severos danos à humanidade. Ao tratá-la de forma política, esses riscos crescem exponencialmente.
Para entender melhor os impactos dessas medidas, convido você a ouvir esse episódio. E depois diga: elas são mesmo necessárias?
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Por que os ataques ao Pix reacenderam um sentimento de união nacional?
A sociedade brasileira hoje difere muito do que era há 20 anos. Sempre tivemos divisões enraizadas em nossa cultura, algumas profundamente nocivas para determinados grupos sociais e prejudiciais ao desenvolvimento da sociedade como um todo. Mas em tempos sem smartphones e principalmente sem redes sociais, aparentávamos viver em harmonia, ainda que mais frágil do que acreditávamos.
A completa disseminação desses produtos digitais criou, nos anos seguintes, uma profunda rachadura na sociedade que inviabiliza o debate entre aqueles que se posicionam nos extremos opostos. Caiu por terra o mito do brasileiro cordial e colaborativo, dando lugar à intensa polarização.
As causas disso sempre estiveram entre nós, nutridas no íntimo de extremistas antes contidos pelas regras da civilidade. Os algoritmos das redes sociais destravaram essas forças ao juntar quem tem os mesmos valores, e os smartphones passaram a reforçar essas ideias o tempo todo. Não demorou para que políticos de várias ideologias se apropriassem dessa polarização, criando uma espiral destrutiva da qual não saímos.
Resta algo que ainda une os brasileiros? Nem a seleção de futebol, antes uma unanimidade, consegue fazer isso hoje.
Nesse cenário, as absurdas exigências do presidente americano ao Brasil, feitas na semana passada, merecem atenção. Apesar de ter provocado forte indignação na maioria dos brasileiros, nem Donald Trump conseguiu unir a todos nós.
Ainda assim, vale analisar aquelas que defendem os interesses das big techs e atacam conquistas tecnológicas e de proteção aos cidadãos do Brasil. Afinal, o Pix, criticado por Trump, é uma unanimidade nacional.
Mas nada disso veio ao acaso. O ataque ao Pix esconde o apoio do atual governo americano ao projeto dessas empresas para se tornarem como Estados tecnológicos com poder geopolítico decisivo.
Para entender os motivos por trás de tudo isso, convido você a ouvir esse episódio. E depois deixe nos comentários suas percepções sobre esses ataques ao Pix e a outros marcos civilizatórios brasileiros.
Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana 😊
Os novos vídeos feitos por inteligência artificial estão testando os limites da verdade.
As mais recentes plataformas dessa tecnologia, lançadas nas últimas semanas, põem o nosso discernimento à prova. Simplesmente não é mais possível saber o que é real!
A impressionante capacidade de geração dessas plataformas permite que uma mentira suculenta se torne mais crível que uma verdade tristemente limitada pelos fatos, até para olhos treinados.
Isso era “crônica de uma morte anunciada”: todo mundo sabia que a tragédia aconteceria, mas ninguém fez nada para evitá-la. E se já não bastasse todo tipo de lixo produzido por IA sendo destacado pelos algoritmos das redes sociais (ao mesmo tempo que escondem bons conteúdos), esse recurso já é usado para enganar a população de maneira voraz, especialmente na política.
Já é bem ruim pessoas que não existem fazendo de tudo nos vídeos. Mais grave, entretanto, é ver, diante de nossos olhos, pessoas reais em atividades que nunca realizaram, muitas vezes comprometedoras.
Essa tecnologia já existe há algum tempo, mas, até então, seus desenvolvedores limitavam seu uso a pouquíssimos especialistas, enquanto buscavam maneiras para evitar que ela fosse usada indevidamente, uma precaução muito bem-vinda. Mas parece que agora mandaram os escrúpulos às favas, como se vê, aliás, em muitas outras atitudes das big techs desde o começo deste ano.
Quando tudo pode ser simulado com perfeição e quando passamos a desconfiar até do que é real, cria-se um ambiente de paranoia e cinismo. Essa erosão da confiança coletiva pode levar as pessoas a rejeitarem fatos documentados e a se refugiarem em teorias conspiratórias. E assim a democracia vai dando lugar à barbárie.
Como é possível viver assim? É sobre isso que falo nesse episódio.
E você, já criou um vídeo por IA? O que acha dessa tecnologia?
Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana 😊
De um lado, temos empresas procurando os melhores profissionais para ocupar suas vagas. Do outro, pessoas buscam seus empregos dos sonhos. No meio disso, a inteligência artifical surge como uma aliada poderosa aos dois grupos. Mas o abuso desses recursos também pode trazer problemas éticos e de confiabilidade.
Segundo o relatório “Agentes de IA na prática: Como a inteligência artificial está transformando a gestão de pessoas”, divulgado na semana passada pela plataforma de recrutamento Gupy, 65% das empresas no mundo e 48% no Brasil já usam a IA em processos seletivos. Além de redução de custos e tempo nas contratações, ele indica que a IA pode reduzir a rotatividade e até aumentar a diversidade nas equipes.
Isso contraria problemas conhecidos da IA no setor, como sistemas enviesados na avaliação de profissionais e falta de transparência nas escolhas. A solução recai no uso de uma IA concebida para a mitigação sistêmica desses problemas, com justificativas claras e mantendo humanos nas decisões.
Mas nem todos se preocupam com isso. Por exemplo, muitas pessoas usam a tecnologia para alterar seus perfis, fazendo com que pareçam mais alinhados com as vagas do que realmente são. Também utilizam robôs para enviar candidaturas em massa. Segundo o LinkedIn, essas práticas explicam o expressivo aumento de 45% nas candidaturas na plataforma no último ano.
O impacto da IA no mundo do trabalho vai além de processos de RH e do medo de que trabalhos sejam “roubados” por uma máquina. Mesmo com os benefícios que a tecnologia traz, ela exige habilidades que nem todos conseguem ter, além de alterar radicalmente a maneira como os trabalhos são feitos.
Não se pode ignorar a natureza substitutiva de funções da IA. Portanto, mais que oferecer ferramentas, sua chegada está redefinindo o que é trabalhar.
Como se ajustar a esse novo mundo do trabalho? É sobre isso que falo nesse episódio.
E você, acha que usa bem a IA no seu trabalho ou está com medo de ser substituído por um robô?empregabilidade #recursoshumanos #PauloSilvestre
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Por que tantos jovens estão rejeitando a universidade?
Historicamente, o diploma de um curso superior era o passaporte para um emprego bem remunerado, que garantia um padrão de vida alto. Porém, mudanças no mercado de trabalho, novos interesses dos jovens e o avanço da inteligência artificial estão provocando questionamentos inéditos sobre dedicar anos à universidade.
Esse é um fenômeno global, mas com nuances locais. No Brasil, a universidade ainda guarda um forte valor simbólico e prático de ascensão social e profissional. Mas uma pesquisa da Universidade Presbiteriana Mackenzie revelou que o ensino superior precisa mudar para manter isso diante de jovens que buscam formações alinhadas a seus valores e conectadas às transformações sociais, culturais e tecnológicas.
Nos Estados Unidos, a situação é mais dramática. Um levantamento da plataforma de empregos Indeed indicou que 51% dos jovens da Geração Z consideram a universidade um “desperdício de dinheiro”, contra 41% dos millennials e 20% dos baby boomers.
Não é para menos. Os custos dos cursos universitários na terra do Tio Sam dobraram desde o ano 2000, enquanto os salários cresceram muito menos. Muitos profissionais precisam trabalhar até 20 anos para pagar pela sua formação. E por lá, a diferença entre a média dos salários das pessoas com e sem ensino superior não para de cair.
A explosão da inteligência artificial generativa ampliou esse dilema. Cada vez mais profissionais acham que saber operar bem essa tecnologia pode dispensá-los de fazer uma faculdade. Por outro lado, empresas estão contratando menos profissionais recém-formados, pois os gestores acreditam que a IA pode fazer tudo que eles fariam.
Essa “tempestade perfeita” pode levar a uma sociedade cada vez menos crítica, com profissionais incapazes de descobrir algo novo e dependentes da IA. Mas há esperança, e ela passa justamente pela transformação das universidades. Para saber qual é, convido você e ouvir esse episódio.
E para você, a universidade também virou “desperdício de dinheiro”?
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Nunca consumimos tanta informação e nunca estivemos tão longe da verdade.
Essa é uma das principais conclusões do Digital News Report, estudo sobre o jornalismo publicado anualmente pelo Reuters Institute, divulgado no dia 16. E essa constatação, longe de interessar apenas a profissionais de comunicação, exige ações de toda a sociedade.
A edição desse ano mostra que as pessoas continuam se informando cada vez mais pelo meio digital (especialmente smartphones) e menos por mídias tradicionais, uma tendência observada há uma década. Mas vale notar que, mesmo online, a imprensa perde espaço, enquanto influenciadores crescem. E pela primeira vez o estudo identificou o uso da inteligência artificial como fonte de noticiário, adotada por 7% dos entrevistados.
Apesar do crescimento desses influenciadores, com 44% dos jovens de 18 a 24 anos os considerando como sua principal fonte de notícias, 47% da população declara que eles são os maiores criadores e propagadores de informações falsas ou enganosas, equiparando-os a políticos.
No caso da IA, 41% dizem que notícias geradas por robôs têm menos valor do que as produzidas por jornalistas, preferindo conteúdos com curadoria e apuração humana.
Estamos diante de um paradoxo inquietante: mesmo com 58% dos entrevistados se dizendo preocupados com sua capacidade de distinguir entre verdade e mentira, o público se informa cada vez mais por influenciadores.
Isso é grave, pois as pessoas, mais ou menos conscientemente, estão decidindo se informar por fontes que reconhecem oferecer conteúdo enviesado ou falso. Por outro lado, os jornalistas, mesmo buscando a verdade, não conseguem se conectar com o seu público como antes.
E a combinação das duas coisas representa sérios riscos para a sociedade. Explico por que nesse episódio.
Você acha que se informa por fontes isentas e profissionais?
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Seu banco está preparado para atender verdadeiramente as suas demandas, usando a inteligência artificial como principal ferramenta?
A confiança pode ser considerada o principal produto de um banco, desde quando foram criados, e isso não mudará. Mas em tempos em que redes sociais e a inteligência artificial desafiam constantemente nossa percepção de realidade, essas instituições precisam encontrar novas maneiras de se relacionar com o público.
Foi-se o tempo em que um nome consolidado e agências imponentes bastavam para isso. Com a digitalização do setor, a confiança vem da transparência nas propostas do banco, da autonomia do cliente para suas escolhas, de produtos verdadeiramente personalizados, de inclusão financeira e até mesmo do alinhamento dos valores da instituição com os do público.
Esses conceitos permearam a Febraban Tech, evento anual de inovação promovida pela federação dos bancos, que reuniu 58 mil visitantes em São Paulo, entre os dias 10 e 12 de junho. Eles também aparecem no estudo “Empowered Customer Journeys”, produzido pela consultoria Box1824 e pela empresa global de soluções digitais CI&T, divulgado no evento.
Como era de se esperar, a IA esteve em todo lugar, mas dividiu a atenção com o conceito da hiperpersonalização das ofertas, outro recurso cada vez valioso nesse setor. Resta saber quanto as instituições financeiras realmente respeitarão essas demandas do mercado, com uma tecnologia cada vez mais centrada no cliente, indo além do discurso bem-intencionado.
Será que estão mesmo fazendo o que precisam? É sobre isso que falo nesse episódio. Confira! E depois conte nos comentários se sente que está sendo bem atendido de verdade pelo seu banco.
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Podemos aprender muito observando como comunidades amazônicas redesenham seu futuro com o mundo digital.
Para você, a Internet funciona de maneira líquida e certa. Mas para quem vive na floresta amazônica, sua chegada amplia a fronteira civilizatória. Não se trata de conforto, e sim de uma “virada de época”, reconfigurando possibilidades de vida.
A Amazônia é um desses lugares onde a transformação digital é forçada nos seus limites. Afinal, se algo funciona lá, funciona em qualquer lugar; se fracassa, expõe que o discurso digital talvez fosse frágil, apenas protegido por infraestrutura abundante. E se a tecnologia não preserva a vida com sentido e não produz valor para quem mora na floresta, ela falha miseravelmente.
Comprovei esse impacto na semana passada, quando visitei a comunidade ribeirinha Tumbira e a aldeia da etnia Kambeba Três Unidos, a cerca de duas horas de lancha de Manaus. Elas recebem orientação e investimentos da Fundação Amazônia Sustentável. Para isso, há dez anos ela usa soluções da SAP na gestão de seus projetos, com ganhos em transparência, planejamento e impacto socioambiental.
A FAS visa conservar a “floresta em pé” e melhorar a qualidade de vida das populações da Amazônia. Partindo do pressuposto de que pessoas com melhores condições cuidarão mais da natureza, implanta programas de educação, cidadania, saúde, empoderamento, pesquisa e inovação, conservação ambiental, empreendedorismo e geração de renda. Também melhora a infraestrutura das comunidades, inclusive com eletricidade e Internet, apoiada por empresas.
Isso impede que a Amazônia entre em um colapso ecológico, o que agravaria a crise climática global. Esses ganhos fortalecem a posição do Brasil como um país capaz de conservar e gerar prosperidade na região, não apenas por ser “dono da floresta”, mas sim dono de soluções.
Para entender melhor como isso tudo funciona, convido você a ouvir esse episódio. E depois deixe suas percepções nos comentários.