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Poesia Crua
John I.
32 episodes
1 day ago
Poesia em baixa-fidelidade. ~ {Música: «Strange Movies» (half cocked, 2019)}
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Poesia em baixa-fidelidade. ~ {Música: «Strange Movies» (half cocked, 2019)}
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Episodes (20/32)
Poesia Crua
32. MATER DOLOROSA (John I., 2022)

A minha mãe tem dores no nome

tantas, tamanhas, que lhe queima a língua.


Foi a minha avó quem lhe pôs as dores

onde podia ter plantado uma oliveira

ou outra árvore de fruto mais modesto

não era preciso que desse ouro

nem que vivesse mil anos.


As dores da minha mãe, plantadas onde

a minha avó não lhe quis pôr uma oliveira

rasgaram terríveis raízes no seu nome

impossíveis de arrancar.


Hoje a minha mãe tem dores perenes

frutos de caroço ruins de roer

sem sumo, sem polpa, sem saber

amadurecer.


A minha mãe não tem perguntas

nem paz, só rimas de dores

penas, mágoas, rancores

culpas sentidas

e um nome que lhe


queima a língua

queima a língua


quem

má-língua

míngua

míngua.


Clara obscura

ama reclama

doce azeda

velha miúda.

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2 years ago
1 minute 59 seconds

Poesia Crua
31. A espantosa realidade das coisas (Alberto Caeiro, 1915)

http://arquivopessoa.net/textos/3364

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3 years ago
2 minutes 31 seconds

Poesia Crua
30. Ah a frescura na face de não cumprir um dever! (Álvaro de Campos, 1929)

http://arquivopessoa.net/textos/2543

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3 years ago
1 minute 32 seconds

Poesia Crua
29. Vento (Manoel de Barros, 2004)

https://g.co/kgs/QrWi5V

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4 years ago
3 minutes 27 seconds

Poesia Crua
28. As Lições de R.Q. (Manoel de Barros, 1996)

https://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=28000186

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4 years ago
2 minutes 25 seconds

Poesia Crua
27. Prefiro as linhas tortas, como Deus (Manoel de Barros, 1996)

https://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=28000186

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4 years ago
2 minutes 51 seconds

Poesia Crua
26. Bernardo é quase árvore. (Manoel de Barros, 1993)

https://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=28000038

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4 years ago
1 minute 48 seconds

Poesia Crua
25. Oh Eu! Oh Vida! (Walt Whitman, 1867)

Oh eu! Oh vida!... das questões de estas recorrendo;
Dos infindáveis comboios dos descrentes — de cidades atestadas com os tolos;
De eu próprio continuamente recriminando a mim próprio, (pois quem mais tolo que eu, e quem mais descrente?)
De olhos que debalde anseiam a luz — dos objectos vis — da luta sempre renovada;
Dos pobres resultados de tudo — das multidões arrastadas e sórdidas que vejo ao meu redor;
Dos vazios e inúteis anos dos restantes — com os restantes eu irmanado;
A questão, Oh eu! tão triste, recorrendo — Que bem no meio destes, Oh eu, Oh vida?

Resposta.

Que tu estás aqui — que a vida existe, e a identidade;
Que o poderoso drama continua, e tu contribuirás um verso.


(trad. João Inácio de Paiva, 2012)

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5 years ago
2 minutes 5 seconds

Poesia Crua
24. Se te queres matar, porque não te queres matar? (Álvaro de Campos, 1926)

http://arquivopessoa.net/textos/4360

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5 years ago
7 minutes 18 seconds

Poesia Crua
23. NUNC EST BIBENDUM (Vicente Guedes, 1910)

http://arquivopessoa.net/textos/2528

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5 years ago
1 minute 17 seconds

Poesia Crua
22. Meditação (Álvaro Oliveira, 2020)

A minha consciência é
um lago límpido,
informe,
infinito,
intocável,
imperturbável.

Eu sou a minha
atenção.
Eu sou a condição de
haver mundo.
Mas

vou acabar por morrer.

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5 years ago
1 minute 4 seconds

Poesia Crua
21. Cruzou por mim, veio ter comigo, numa rua da Baixa (Álvaro de Campos, s.d.)

http://arquivopessoa.net/textos/553

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5 years ago
4 minutes 20 seconds

Poesia Crua
20. Viver Sempre também Cansa (José Gomes Ferreira, 1931)

https://viciodapoesia.com/2013/01/17/viver-sempre-tambem-cansa-diz-nos-jose-gomes-ferreira/

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5 years ago
2 minutes 41 seconds

Poesia Crua
19. H2Ai (Álvaro Oliveira, 2020)

Mágoa fresca.

Mágoa das Pedras.

Mágoa com gás.

Mágoa tónica.

Mágoa mineral.

Mágoa-de-côco.

Mágoas-furtadas.

Tinta de mágoa.

Mágoa-mel.

Mágoa-ardente.

Mágoa de Luso.

Mágoa doce.

Mágoa salgada.

Mágoa potável.

Mágoas Livres.

Mágoa de rosas.

Mágoa oxigenada.

Mágoa micelar.

Mágoas correntes.

Mágoas paradas.

Mágoas pluviais.

Mágoa com limão.

Mágoa a ferver.

Magoinha das malvas.

Mágoa natural.

Ciclo da mágoa.

Mágoa canalizada.

Mágoas passadas não movem moinhos.

Mágoa de beber.

Mágoa-forte.

Mágoas de bacalhau.

Dar mágoa aos cavalos.

Dar mágoa pelas barbas.

Mágoa benta.

Mágoa de Todo o Ano.

Estação de Tratamento de Mágoas Residuais.

Mágoas de Mafra.

Mágoas de Março.

Abril, mágoas mil.

Mágoarela.

Bolachas de mágoa e sal.

Não dizer mágoa vai.

Nunca digas desta mágoa não beberei.

Mágoa do Vidago.

Mágoa lisa.

Mágoa engarrafada.

Contador da mágoa.

Mágoa é vida.

Crescer mágoa na boca.

Mágoa destilada.

Mágoa choca.

Mágoadilha.

Mágoa-viva.

Claro como mágoa.

Mágoa-tinta.

Verter mágoas.

Ir por mágoa abaixo.

Trazer mágoa no bico.

Magoarrás.

Mágoa tépida.

Mágoa-pé.

Mágoa não controlada.

Mágoa-mãe.

Mágoa a perder de vista.


60% do corpo humano adulto é mágoa.

71% da superfície da Terra é coberta de mágoa.

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5 years ago
3 minutes 14 seconds

Poesia Crua
18. Poema de alta (Álvaro Oliveira, 2020)

Sob anestesia local
com lidocaína a
2% com adrenalina fez-se

excisão

com encerramento por
retalho de deslizamento de

basalioma

dorso

nariz.

A peça operatória segue para
exame histopatológico.

Operando prossegue
no presente
sem uma peça.

Sem intercorrências a
assinalar excepto os
gemidos reprimidos do
ajudante cortante.

Repouso e aplicação
tópica de gelo;
se dor
respirar
como um sábio

hemodinamicamente
estável.

Penso, logo mudo.

Não baixar a cabeça.
Curar a ferida.
Gostar da cicatriz.

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5 years ago
1 minute 55 seconds

Poesia Crua
17. AH, UM SONETO... (Álvaro de Campos, 1931)

http://arquivopessoa.net/textos/3367

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5 years ago
1 minute 17 seconds

Poesia Crua
16. O Dantas nu é vintage. (Álvaro Oliveira, 2020)

O quê, o Axl Rose e o Billy Corgan ainda dão concertos?
Antes queria ver um épico de quatro horas em que o Dantas aparecesse nu em todas as cenas.
Ou a transmissão televisiva de uma prova de decatlo só com o Dantas todo nu.
O Dantas nu é vintage.

O Dantas administrando-me a vacina da COVID-19 em pelota.
O Dantas nu e horroroso em vez da dona Lurdes janota e cheirosa a limpar o pó no meu escritório.
O Dantas nu a fazer ovos mexidos prà gente de manhãzinha.
O Dantas nu a pintar o meu retrato horrorizado.
O Dantas todo nu a trazer-me o pernil com batatinhas e ervilhas no Coelho, e também o Molotov.

Mas como é que o Dantas foi parar a Gafanhotos todo nu?
Terá o Dantas tido a pouca vergonha de ir com elas à mostra comprar vinho a um pequeno produtor de Fernandinho?

O Dantas nuzinho a tirar bicas ou a servir bolinhos finos às mesas da Versailles.
O Dantas nu a dançar o cancã ou o vira da Madeira!

O Dantas a jogar golfe nu.
O Dantas a jogar bowling nu.
O Dantas a jogar voleibol nu.

O Dantas a dispor papinos naqueles preparos.

O Dantas nu a dizer a missa.
O Dantas nu prostrado a rezar.
O Dantas nu a fazer lindos arranjos de flores à entrada da praça.
O Dantas descascado a amanhar peixe, a entoar piropos aos surfistas.
O Dantas desfardado a dar a instrução aos magalas.
O Dantas à comando a surfar um tubo.

O Dantas como veio ao mundo no Preço Certo a mangar com o Fernando Mendes magrinho.
O Dantas sem máscara nem nada a distribuir desinfectante à porta do hospital.
O Dantas a escrever romances nu.

O Dantas com tudo pendente a mandar parar um táxi na Rua Coelho da Rocha.
O Dantas a receber a grã-cruz de não sei quê envergando só gravata.

E onde é que o Dantas enfia o cravo?

O Dantas nu a fotografar casalinhos estupefactos ao pôr-do-sol.
O Dantas nu a fotografar rododendros que nunca mais acabam na América.

O Dantas à fresca a fazer moches em Algés.
O Dantas pinu a gritar golo no Restelo.
O Dantas nu a dar barro aos pombos.
O Dantas nu a comer pipocas escanchado, recostado contra a tela num multiplex.

O Dantas especado a olhar prò Big Ben a badalar.
O Dantas empertigado a dizer baboseiras na assembleia, só que todo nu. Disse.

O Dantas nu a assar castanhas no Rossio.
O Dantas fechado em casa duas quarentenas sempre, sempre todo nu.
PIM, PAM, PUM.
O Dantas a tocar maracas nu em Machu Picchu.

O Dantas nu a fazer uma vénia de todo o tamanho ao Francisco José Viegas.
O Dantas a avançar gingante de braços abertos e nus como tudo para o Pedro Mexia.

O Dantas todo nu, e porco, flácido, medonho, a fazer tudo o que se possa imaginar.
Tudo mas tudo é preferível a ver o Axl Rose ou o Billy Corgan a fazer figuras.

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5 years ago
4 minutes 14 seconds

Poesia Crua
15. Poeminha com palavras fritas para o Carlos (Álvaro Oliveira, 2020)

Eis um ossinho exemplar,
de perfeitos contornos,
rechonchudo, pele morena,
perfume de osmazoma
que entontece do
tanto que apetece.

— Paiva,
diga lá a estas bestas
o que é a osmazoma.

Osmazoma.
Do grego
osmé, cheiro,
mais
zomós, sumo.
Substância nutritiva da carne
que dá ao caldo o seu aroma.
Deve-se-lhe o
tostado do assado
e o costume dos antigos
de mergulhar
no molho o pão.

Foi o meu professor de
Comunicação e Difusão
e de Psicologia
que me ensinou a
usurpar o dicionário.
Outros mestres
que não tive
me ensinaram a
fisiologia do gosto
e a orogenia
do apetite.

— Paiva, explique lá
a estes broncos.

Orogenia.
...
Não, meu capitão,
deixai-os comer sem saber
e aprender como ordinário a
usurpar o dicionário.

Eis as palavras,
fritinhas, douradas,
salgadas, sequinhas.

Calha bem uma salada
e uma bebida fresca.
De picles, ainda não gostas.
Só faltam azeitoninhas.
Não as tivesses comido
todas ao pequeno-almoço!

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5 years ago
3 minutes 42 seconds

Poesia Crua
14. A avestruz (Álvaro Oliveira, 2020)

Se eu fosse bicéfalo
teria bicefaleias
teria melhores ideias
duas vezes mais quistos?

Se a minha avó tivesse asas
ter-se-ia despenhado
e não morrido?

O meu pai pode ser
mau mas é meu.

Comprei em Utreque
um pente-pássaro.
Os bigodes foram oferta.

Se a minha avó tivesse asas
era um gavião
sem caixa negra
p
r
e
c
i
p
i
t
a
n
d
o-
-s
e
carinhosamente
sobre as minhas pernas
para me esticar as meias.

Este poema escrito
em 2020
não tem rei
nem roque
nem COVID-19.

..................
(avestruz)

Oh, bolas.

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5 years ago
1 minute 46 seconds

Poesia Crua
13. Estou cansado da inteligência. (Álvaro de Campos, 1930)

http://arquivopessoa.net/textos/1120

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5 years ago
1 minute 53 seconds

Poesia Crua
Poesia em baixa-fidelidade. ~ {Música: «Strange Movies» (half cocked, 2019)}