Ao final desta caminhada de 60 episódios, guiados pela Carta de São Paulo aosRomanos, concluímos com gratidão, reverência e renovado ardor missionário esteitinerário proposto pelo projeto Vivendo o Mês da Bíblia 2025: “A esperançanão decepciona” (Rm 5,5). O que começou como um convite à escuta da Palavratornou-se, ao longo dos dias, um verdadeiro mergulho na profundidade da fé,da graça e da esperança cristã.
ACarta aos Romanos, com sua densidade teológica, espiritual e pastoral,revelou-se como um verdadeiro mapa do caminho cristão: da justificaçãopela fé ao compromisso com a vida nova no Espírito; da miséria do pecado àabundância da graça; da dor da criação gemendo à certeza da glória futura; dacomunidade marcada por tensões à comunhão possível pela caridade. Em cadalinha, brilhou a fidelidade de Deus, autor da salvação, sustentador daesperança, fundamento da paz.
Paulonão escreveu para intelectuais, mas para uma comunidade concreta, feita dejudeus e gentios, de fortes e fracos, de convertidos fervorosos e iniciantes nafé. Escreveu para ensinar, sim — mas também para consolar, animar, exortar efortalecer. A cada versículo, percebemos que a esperança que não decepcionanão é ideal abstrato, mas força viva que nasce da fé e se traduz em gestosconcretos de amor, acolhida, serviço, resistência e perseverança.
Este projeto buscou não apenas explicar a carta, masconduzir à experiência.
Cadaepisódio foi pensado como um momento de escuta, meditação e compromisso,mantendo equilíbrio entre profundidade teológica e proximidade pastoral. Nãooferecemos respostas prontas, mas caminhos de reflexão; não discursos frios,mas palavras que aquecem o coração, como as que ardiam aos discípulos de Emaús(cf. Lc 24,32).
Maisdo que um estudo, vivemos uma catequese bíblica, uma escola da fé, umacelebração do Deus que age na história e transforma o coração humano.Esperamos que os frutos não se limitem ao mês de setembro, mas se prolonguempor todo o ano, gerando comunidades mais bíblicas, fiéis mais firmes naesperança e uma Igreja ainda mais comprometida com o Evangelho da graça.
Em tempos marcados por desânimo, violência, medo edesesperança, a Palavra de Deus se levanta como luz para os nossos passos. A esperança não é ingênua: elasabe das dores do mundo. Mas também não é fraca: ela se apoia na cruz de Cristoe se alimenta da vida nova no Espírito.
Quecada pessoa que percorreu conosco esse caminho se sinta tocada por essaesperança viva, que não decepciona porque vem de Deus. Que a escuta daCarta aos Romanos nos leve a assumir um estilo de vida evangélico, comos olhos fixos na promessa, os pés firmes na fé e o coração aberto ao Espírito.
A Deus, o únicosábio, por meio de Jesus Cristo, seja dada a glória pelos séculos dos séculos.Amém!
Chegamosao último episódio do nosso percurso bíblico no projeto Vivendo o Mês daBíblia 2025: “A esperança não decepciona” (Rm 5,5). Foram sessentaencontros com a Palavra de Deus, guiados pela sabedoria de São Paulo na Cartaaos Romanos. Hoje, queremos encerrar não com um ponto final, mas com um novocomeço: o convite a viver a esperança como estilo permanente de vidacristã.
Romanos15,13 - “Que o Deus da esperança vosencha de toda alegria e paz em vossa fé, para que transbordeis de esperançapela força do Espírito Santo.”
Aesperança, ao longo de toda a Carta, se revelou como algo muito mais profundodo que otimismo.
Elanasce da fé, cresce na tribulação, se apoia no amor de Deus e ésustentada pelo Espírito Santo.
Esperança,para Paulo, não é uma ideia ou sentimento:
Éuma realidade plantada no coração pelo próprio Deus.
Eé essa esperança que transforma a vida:
–Dá sentido à dor (Rm 5,3-4);
–Sustenta na espera (Rm 8,24-25);
–Fortalece a comunidade (Rm 15,4);
–Enche de alegria e paz (Rm 15,13).
Portanto,o grande apelo final é este:
não deixe que a esperança fique restrita ao mês desetembro.
Nãopermita que a Palavra ouvida nesses episódios se apague.
Façada esperança um modo de ser, de ver, de caminhar.
Esperançacomo estilo de vida é:
–Acreditar que Deus cumpre Suas promessas, mesmo quando tudo parece incerto.
–Amar sem esperar recompensa.
–Perdoar com confiança no bem.
–Servir, mesmo sem aplausos.
–Perseverar, mesmo diante das tribulações.
–Esperar com alegria a plenitude do Reino.
ACarta aos Romanos foi escrita a uma comunidade plural, desafiada a viver a fénum mundo complexo.
Hoje,somos nós essa comunidade.
Ea Palavra continua viva, eficaz e transformadora.
A Igreja precisa de cristãos cheios de esperança.
Omundo precisa de sinais da esperança que não engana nem engorda ilusões.
A humanidade inteira espera por testemunhas da alegriado Evangelho.
Aplicação à vida:
–O que você aprendeu nestes episódios?
–Qual passagem mais tocou seu coração?
–Que atitude concreta você vai assumir a partir de agora?
Relembre,anote, compartilhe, medite.
Mas,acima de tudo: viva. Viva com esperança.
Palavra final de esperança:
Deusé fiel.
Cristoestá contigo.
OEspírito te fortalece.
Emesmo nas noites escuras, a esperança permanece como chama acesa.
Nãose deixe vencer pelo desânimo.
A esperança não decepciona.
Oração de encerramento:
SenhorDeus da esperança,
Telouvo por este caminho de escuta e fé.
Obrigadopor Tua Palavra, por Tua presença e por Tua promessa.
Queminha vida seja reflexo da esperança que não passa,
sinalda Tua misericórdia e instrumento da Tua paz.
Faz-meperseverante, fiel e alegre no seguimento de Teu Filho.
Queo Espírito Santo transborde em mim a Tua esperança.
Hojee sempre. Amém.
Encerramento do projeto:
Vocêviveu conosco o Mês da Bíblia 2025.
Masa Palavra permanece viva em sua vida.
Continuea escutar, estudar, partilhar e viver a fé em comunidade.
Porque quem vive da esperança, vive da fé. E quem viveda fé, nunca está só.
Atéa próxima caminhada!
Neste 59º episódio do nosso itinerário bíblico no projeto Vivendo o Mês da Bíblia2025: “A esperança não decepciona” (Rm 5,5), olhamos para a Carta aosRomanos à luz da vida da Igreja hoje. O texto de Paulo não é apenas um tratadoteológico — ele é uma fonte viva de inspiração pastoral e comunitária. Aesperança que ele anuncia não é individualista, mas comunitária, eclesial emissionária.
Romanos12,4-5 - “Como em um só corpo temosmuitos membros, e os membros não têm todos a mesma função, assim também nós,embora muitos, somos um só corpo em Cristo, e membros uns dos outros.”
Aprimeira aplicação pastoral da Carta aos Romanos é o chamado à unidade nadiversidade.
Pauloescreve a uma comunidade plural, com tensões culturais, religiosas eespirituais.
Elenão exige uniformidade, mas convida a reconhecer que a comunhão é obra doEspírito e expressão da graça.
NaIgreja de hoje, com tantas diferenças de opinião, cultura, espiritualidade ecarismas, a carta nos exorta a:
–Acolher os fracos na fé (Rm 14,1);
–Não julgar, mas compreender (Rm 14,10);
–Construir a unidade com amor (Rm 15,5-6);
–Servir com os dons recebidos (Rm 12,6-8).
A comunidade cristã é lugar de serviço mútuo, respeitoe edificação.
Asegunda grande aplicação é a vivência da fé como culto espiritual.
Nãobasta frequentar os ritos. Paulo diz:
“Oferecei vossos corpos como sacrifício vivo, santo eagradável a Deus: esse é o vosso culto espiritual.” (Rm 12,1)
Issonos interpela diretamente sobre a coerência entre liturgia e vida.
AMissa deve nos transformar em discípulos-missionários.
APalavra celebrada deve se tornar prática diária:
–Amor sem fingimento (Rm 12,9),
–Hospitalidade, perdão, paciência, alegria (Rm 12,12-21).
Aesperança, portanto, não é celebrada apenas com palavras, mas com gestosconcretos.
Aterceira dimensão é a missão.
Paulose entende como apóstolo das nações (Rm 1,5; 15,15-16) e vê toda a vidacomo um serviço ao Evangelho.
Issonos desafia como Igreja a:
–Redescobrir a urgência missionária,
–Evangelizar com ardor,
–Anunciar a esperança aos mais distantes,
–Formar comunidades maduras e acolhedoras,
–Cuidar dos pobres com solidariedade concreta (cf. Rm 15,25-27).
Aplicação à vida:
–Em sua paróquia ou comunidade, como se vive a comunhão entre diferentes?
–A esperança é visível nos gestos concretos do povo de Deus?
–Há espaço para a escuta da Palavra, para a oração, para o serviço e para amissão?
Romanosnos chama a ser Igreja viva, corpo de Cristo, povo da esperança.
Palavra de esperança:
Deusnão nos salvou para vivermos sozinhos.
Elenos inseriu na Igreja, corpo vivo de Cristo.
Aesperança floresce quando caminhamos juntos, nos edificamos mutuamente eservimos com alegria.
E o Espírito Santo é quem sustenta esse corpo comgraça, paz e unidade.
Oremos:
SenhorJesus, faz de Tua Igreja um povo da esperança.
Dá-nosunidade no amor, fidelidade na escuta da Palavra e zelo pela missão.
Quenossa comunhão fraterna seja testemunho vivo de Tua presença no mundo.
Eque cada comunidade seja um sinal de que a esperança não decepciona. Amém.
No próximo e último episódio: “Vivendoo Mês da Bíblia: a esperança como estilo de vida”. Vamos encerrar este caminhocom um convite à perseverança, à fé encarnada e à confiança firme no Deus quenunca decepciona. Até lá!
Chegamosao 58º episódio do projeto Vivendo o Mês da Bíblia 2025: “A esperança nãodecepciona” (Rm 5,5). Após percorrermos toda a Carta de São Paulo aosRomanos, é hora de recolher os frutos espirituais desse caminho. Este episódioé um convite à contemplação, à síntese e à oração a partir daquilo que Deus nosrevelou ao longo destes capítulos.
Nocoração da Carta aos Romanos está a mensagem da justificação pela fé:
“Justificados, pois, pela fé, estamos em paz com Deus,por nosso Senhor Jesus Cristo.”(Rm 5,1)
Essaé a fonte da esperança cristã: não somos justos por nossos méritos, maspela graça que recebemos em Cristo.
Essajustificação gera frutos:
–Paz com Deus,
–Acesso à graça,
–Perseverança nas tribulações,
–E, por fim, esperança que não decepciona.
Aesperança cristã não é ilusão, nem fuga.
Elanasce da experiência do amor de Deus derramado em nossos corações pelo EspíritoSanto (Rm 5,5).
Ouseja, esperar em Deus é confiar em um amor que já foi experimentado, que jáse revelou na cruz e na ressurreição de Cristo.
Aespiritualidade da Carta aos Romanos nos conduz a um centro vital:
a vida no Espírito.
–O Espírito clama dentro de nós (Rm 8,15);
–O Espírito intercede por nós (Rm 8,26);
–O Espírito nos dá liberdade e vida nova (Rm 8,2).
Viverem Cristo é viver na liberdade da graça, não sob o peso da Lei.
Masessa liberdade não é libertinagem:
Éentrega, serviço, comunhão, renovação de vida (cf. Rm 12–15).
Aesperança que Paulo anuncia é escatológica e atual:
–Esperamos a glória futura (Rm 8,18),
–Mas já vivemos como novas criaturas.
Essaesperança sustenta o cristão nas tribulações (Rm 5,3), dá sentido ao sofrimento(Rm 8,17), e nos faz esperar com perseverança aquilo que ainda não vemos (Rm8,25).
Aplicação à vida:
–Que capítulo de Romanos mais te marcou?
–Que palavra de esperança você guarda com mais força?
–Que mudança concreta essa carta provocou em sua maneira de viver, crer e amar?
Agoraque você percorreu essa carta com o coração aberto, pergunte-se:
O que Deus revelou a você sobre a esperança que nãodecepciona?
Palavra de esperança:
Vocêé amado por Deus.
Justificadopela fé.
Chamadoà liberdade.
Habitaem você o Espírito que clama “Abbá, Pai”.
Nadapoderá te separar do amor de Cristo.
E essa é a esperança que sustenta tua vida.
Oremos:
Senhor,Pai de misericórdia,
Telouvo por esta carta que tanto nos ensina e consola.
Renovaem mim a fé, sustenta minha esperança e inflama minha caridade.
Queeu nunca me afaste da Tua graça, e que viva como filho da luz,
esperandoem Ti com confiança, alegria e fidelidade.
Amém.
No próximo episódio: “Romanos e a vidada Igreja: a força da esperança comunitária”. Vamos ver como a Carta se aplicaà vida pastoral, litúrgica e missionária da Igreja de hoje. Até lá!
Chegamos ao 57º episódio do projeto Vivendo o Mês da Bíblia 2025: “A esperança nãodecepciona” (Rm 5,5). Após um longo caminho de doutrina, exortação,testemunhos e comunhão, São Paulo encerra sua carta com uma doxologia — um hinode louvor — que nos eleva à contemplação da grandeza e da sabedoria de Deus, Senhorda história e autor da salvação.
Essesversículos finais são, na verdade, uma única frase grega longa, intensa eprofunda, que reúne os temas centrais da carta em forma de louvor. É comose Paulo, ao chegar ao fim de sua argumentação, sentisse que a única coisapossível a fazer fosse dar glória a Deus.
“Àquele que tem o poder de vos confirmar segundo o meuEvangelho e a pregação de Jesus Cristo…” (v.25)
Pauloreconhece que Deus é quem fortalece a fé dos crentes. O evangelho queele anunciou, a mensagem sobre Jesus Cristo, não é invenção humana, masmanifestação do mistério que esteve oculto por séculos e agora foi revelado.
Esse“mistério” é o desígnio de salvação que abrange todos os povos, queestava presente nos planos de Deus desde sempre, mas que agora, com a vinda deCristo, se torna claro e acessível:
“...conforme a revelação do mistério guardado emsilêncio por tempos eternos, mas agora manifestado...” (vv.25-26)
Essemistério é anunciado “por meio das Escrituras proféticas, segundo a ordem doDeus eterno”, revelando que não há oposição entre a promessa do AntigoTestamento e o cumprimento no Novo.
Tudoestá unido em Cristo.
Oobjetivo desse plano é claro:
“...para levar todas as nações à obediência da fé.” (v.26)
Asalvação não é só para os judeus, nem está restrita a um povo ou cultura.
O Evangelho é para todos. A fé é convite universal.
Ea “obediência da fé” não é submissão cega, mas adesão livre e amorosa aoDeus que salva.
Pauloconclui:
“A Deus, o único sábio, por meio de Jesus Cristo, sejadada a glória pelos séculos dos séculos. Amém.” (v.27)
Esseé o ápice da carta.
Todaa história, toda a teologia, toda a esperança e toda a missão convergem parao louvor a Deus.
Eleé sábio — porque conduziu a salvação com paciência, fidelidade e misericórdia.
Eleé único — porque não há outro Senhor.
EEle é glorificado eternamente — por meio de Jesus Cristo.
Aplicação à vida:
Vocêreconhece a ação de Deus em sua história?
Sabelouvar, mesmo sem entender todos os caminhos?
Conseguever que o plano de Deus é mais sábio do que os seus?
A esperança não é apenas esperar. É confiar. E confiarleva ao louvor.
Palavra de esperança:
Vocêfaz parte de um plano eterno, pensado por Deus com amor.
Suavida não é aleatória. Sua história não está perdida.
O Evangelho é para você. E o Deus que começou a obra,há de completá-la.
Glorifique-Ocom sua fé, com sua vida, com sua esperança.
Oremos:
AoDeus único, eterno e sábio, seja a glória pelos séculos dos séculos.
Senhor,obrigado por me incluir no Teu plano de salvação.
Ensina-mea confiar na Tua sabedoria, mesmo quando não entendo.
Queminha vida seja louvor, e minha fé, obediência amorosa.
EmCristo Jesus, meu Salvador e esperança. Amém.
No próximo episódio: Entramos na retafinal! Nos últimos três episódios, faremos uma síntese espiritual e pastoral daCarta aos Romanos, com foco na vivência concreta da esperança no cotidiano. Atélá!
Neste 56º episódio de nosso caminho com a Palavra,dentro do projeto Vivendo o Mês da Bíblia 2025: “A esperança não decepciona”(Rm 5,5), mergulhamos no último capítulo da Carta aos Romanos. E,surpreendentemente, o que parece ser apenas uma lista de nomes revela umaprofunda teologia da comunhão eclesial. Cada nome, cada saudação, é umtestemunho de vida, de missão, de esperança concreta que se constrói nosvínculos fraternos.
Logo no início, Paulo recomenda Febe, diaconisada comunidade de Cencréia:
“Recomendo-vos nossa irmã Febe, que éministra da Igreja que está em Cencréia.” (v.1)
Ela é apresentada como benfeitora de muitos,inclusive do próprio Paulo. A palavra usada para ela — diákonos —nos mostra que as mulheres exerciam funções relevantes na Igreja nascente.
Febe não é uma figurante: ela é protagonista na missão.
Em seguida, Paulo inicia uma longa série de saudações,mencionando pelo menos 26 pessoas pelo nome, além de famílias e grupos.Destacam-se:
– Priscila e Áquila, que “arriscaram acabeça” por Paulo (v.3-4);
– Epêneto, “o primeiro fruto da Ásia para Cristo” (v.5);
– Maria, que “trabalhou muito por vós” (v.6);
– Andrônico e Júnia, que “são notáveis entre os apóstolos” e “estavamem Cristo antes de mim” (v.7).
A menção a Júnia como apóstola tem sido objetode estudo e reconhecimento: ela aparece entre os missionários de destaque daIgreja primitiva, o que valoriza ainda mais o papel das mulheres no anúnciodo Evangelho.
Cada nome revela:
– uma história de fé,
– um vínculo com Paulo,
– um testemunho de missão vivida,
– uma Igreja viva e orgânica.
Não há anonimato na comunidade cristã.
Todos têm um rosto, uma história, uma contribuição.
Paulo saúda ainda pessoas que vivem em diferenteslugares, famílias inteiras, servos e servas de Deus. E insiste:
“Saudai-vos uns aos outros com o ósculosanto.” (v.16)
Ou seja, a paz e a comunhão não são ideias abstratas: são expressas emgestos concretos.
Mas Paulo também faz um alerta:
“Evitai os que causam divisões eescândalos, em desacordo com a doutrina que aprendestes.”(v.17)
A comunhão precisa ser preservada da mentira, davaidade e do egoísmo.
A Igreja é um corpo onde o amor constrói, mas também onde o erro pode ferir.
Por isso, é preciso vigilância, fidelidade e discernimento.
O apóstolo encerra essa seção com um belo testemunhode confiança:
“O Deus da paz esmagará em breve Satanásdebaixo de vossos pés.” (v.20)
Essa é a vitória da esperança:
– Não porque somos fortes,
– Mas porque Deus é fiel.
E Ele é Deus de paz, de comunhão, de unidade.
Aplicação à vida:
Você valoriza os irmãos que caminham com você na fé?
Lembra-se de rezar por eles, agradecer por suas vidas, aprender com seutestemunho?
Você vive a comunhão como um dom e uma responsabilidade?
A Igreja é feita de rostos, de nomes, derelações. Onde há comunhão, há esperança.
Palavra de esperança:
Você é parte do Corpo de Cristo.
Sua história importa. Sua presença edifica.
Na comunidade, ninguém caminha sozinho.
Deus te chama a construir pontes, não muros — a saudar com amor, a viver emcomunhão.
Oremos:
Senhor, obrigado pela minha comunidade, por cada irmão e irmã que colocaste emminha vida de fé. Dá-me gratidão pelos que caminham comigo, sensibilidade paraservir e humildade para aprender. Que nossa comunhão seja sinal vivo daesperança que não decepciona. Amém.
No próximo episódio: “Glória a Deus: asabedoria do plano de salvação (Rm 16,25-27)”. No encerramento da carta,contemplaremos o louvor final a Deus, que conduz toda a história com sabedoriae misericórdia. Até lá!
No 55º episódio do projeto Vivendo o Mês da Bíblia2025: “A esperança não decepciona” (Rm 5,5), nos aproximamos do final daCarta aos Romanos. São Paulo, ao expor os planos de sua missão e reafirmar suaidentidade como apóstolo dos gentios, nos revela que o Evangelho é um domque se transforma em serviço e responsabilidade missionária. A esperançacristã é para todos os povos e deve ser levada com zelo e generosidade.
Paulo inicia com um apelo fundamental:
“Acolhei-vos uns aos outros, como tambémCristo vos acolheu, para a glória de Deus.” (v.7)
Aqui está a base da comunhão e da missão: oacolhimento mútuo.
Cristo acolheu a todos — judeus e pagãos — e, por isso, a Igreja deve serespaço de reconciliação universal.
Esse acolhimento glorifica a Deus, porque revela Sua misericórdia e realizaSua vontade.
Em seguida, Paulo retoma o tema da promessa feita aospatriarcas:
“Cristo se tornou servo dos circuncisospara confirmar as promessas feitas aos patriarcas, e para que os gentiosglorifiquem a Deus por sua misericórdia.” (v.8-9)
Jesus veio primeiro ao povo da aliança, mas suamissão se estende a todos os povos.
E Paulo reforça isso com uma série de citações bíblicas (Sl 18, Dt 32, Is 11),mostrando que a universalidade da salvação já estava anunciada nasEscrituras.
Então, ele pronuncia uma bênção carregada deesperança:
“Que o Deus da esperança vos encha de todaalegria e paz em vossa fé, para que transbordeis de esperança pela força doEspírito Santo.” (v.13)
Essa é uma das mais belas declarações da carta.
Paulo não deseja apenas que os cristãos tenham esperança — ele deseja quetransbordem esperança.
E isso não vem do esforço humano, mas da ação do Espírito Santo.
Na segunda parte do capítulo (v.14-33), Paulo fala desua missão.
Ele se apresenta com humildade e clareza:
“Graças à graça que me foi dada por Deus,de ser ministro de Cristo Jesus entre os gentios, exercendo o sagrado encargodo evangelho de Deus, a fim de que os gentios se tornem uma oferta agradável,santificada pelo Espírito Santo.” (v.15-16)
A missão para Paulo é um sacerdócio espiritual.
Evangelizar é oferecer a Deus as nações, como um sacrifício vivo,santificado.
E ele continua:
“Não ousarei falar de coisa alguma senãodaquilo que Cristo realizou por meu intermédio.”(v.18)
Seu orgulho não está em seus feitos, mas no que Cristo fez através dele.
Com sinais e prodígios, pelo poder do Espírito, ele anunciou o Evangelho desdeJerusalém até a Ilíria (região dos Bálcãs hoje).
Mas Paulo quer ir além. Ele sonha chegar à Espanha — osconfins do mundo conhecido à época.
Mas antes, precisa ir a Jerusalém, levando uma coleta em favor dos pobres dacomunidade. (v.25-27)
Aqui vemos sua profunda consciência eclesial:
o cuidado com os pobres, o esforço pela unidade entre comunidades, o zelopela missão.
E termina pedindo orações para que seja livre dos incrédulos e bem acolhidopelos santos.
Aplicação à vida:
Você vive sua fé como uma missão?
Já entendeu que o Evangelho não é só para você, mas deve alcançar os outrosatravés de você?
Você já transbordou esperança para alguém?
A esperança que não decepciona é também aesperança que se anuncia.
Palavra de esperança:
Deus quer te usar como instrumento da esperança para os outros.
Sua vida pode ser um canal da misericórdia.
Seu testemunho, uma oferta viva e agradável.
A missão é a resposta do coração que crê e ama.
Oremos:
Senhor, faz de mim um instrumento do Teu Evangelho. Que eu não retenha o domque recebi, mas o ofereça com alegria. Envia-me, fortalece-me, abre caminhospara que a esperança chegue a todos os corações. Que minha vida seja missão,louvor e serviço. Amém.
No próximo episódio: “Saudações etestemunhos: rostos da comunhão eclesial (Rm 16,1-23)”. Vamos contemplar como avida concreta da Igreja se faz nos rostos, nos nomes e nos vínculos fraternosque constroem a esperança. Até lá!
No 54º episódio do nosso projeto Vivendo o Mês daBíblia 2025: “A esperança não decepciona” (Rm 5,5), São Paulo nos conduz aum tema vital para a vida da Igreja: a convivência entre irmãos diferentesna mesma fé. A fé cristã não é vivida no isolamento, mas em comunhão, eessa comunhão exige maturidade, paciência e, acima de tudo, acolhida mútua.
Paulo dirige-se a uma comunidade marcada por tensõesentre cristãos vindos do judaísmo e cristãos de origem pagã.
Havia divergências sobre questões alimentares, observância de dias sagrados ecostumes religiosos.
Mas, em vez de impor uniformidade, Paulo propõe uma lógica de caridade erespeito.
“Acolhei aquele que é fraco na fé, semdiscutir opiniões.” (Rm 14,1)
Acolher não é tolerar com superioridade. É abraçarcom amor fraterno.
A “fraqueza na fé” aqui não significa inferioridade moral, mas sensibilidadede consciência.
Paulo ensina que o mais “forte” deve ser o primeiro a compreender, a ceder ea servir.
Ele continua:
“Quem come, não despreze o que não come; equem não come, não julgue o que come, pois Deus o acolheu.”(Rm 14,3)
A base da comunhão não é a uniformidade de costumes,mas o fato de que todos foram acolhidos por Deus.
Quem somos nós para julgar o servo alheio? (v.4)
Deus é o Senhor de todos, e é diante Dele que cada um vive e responde.
Paulo vai além e toca na motivação profunda da fé:
“Nenhum de nós vive para si mesmo, enenhum morre para si mesmo. Se vivemos, é para o Senhor; se morremos, é para oSenhor.” (Rm 14,7-8)
Aqui está o fundamento da vida cristã:
pertencemos ao Senhor.
E se todos pertencem a Ele, devem se respeitar, servir e amar como irmãos.
O apóstolo alerta também contra escandalizar ouentristecer os irmãos com comportamentos que, embora lícitos, possam ferir aconsciência do outro.
“Se por causa de uma comida teu irmão seentristece, já não andas segundo o amor.” (Rm 14,15)
E conclui com força:
“O Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria noEspírito Santo.” (Rm 14,17)
Essas palavras nos lembram que a fé não se reduz apráticas externas, mas se realiza no amor fraterno, na paz e na alegriaque vêm do Espírito.
No início do capítulo 15, Paulo resume:
“Nós, os fortes, devemos suportar asfraquezas dos fracos, e não agradar a nós mesmos.”(Rm 15,1)
A maturidade cristã não é medida pela liberdadeindividual, mas pela capacidade de construir comunhão.
O modelo supremo disso é Cristo:
“Cristo não agradou a si mesmo.” (Rm 15,3)
Ele se entregou por todos. E é a partir d’Ele que construímos a unidade.
Aplicação à vida:
Você consegue conviver com quem pensa diferente de você dentro da fé?
Julga ou acolhe? Impõe ou serve?
Na Igreja, há espaço para todos os que o Senhor acolheu.
E o maior sinal de esperança é a comunhão entre os diversos.
Palavra de esperança:
Você não está sozinho. Deus te chama a viver em comunhão.
Mesmo nas diferenças, há um só Senhor, uma só fé, um só batismo.
E o amor é o vínculo perfeito.
Acolha, sirva, suporte — e verás que a esperança cresce onde há caridade.
Oremos:
Senhor, ensina-me a acolher meus irmãos como Tu me acolheste. Dá-me um coraçãohumilde, paciente, aberto ao diálogo e ao serviço. Que eu não julgue, mascompreenda. Que eu não imponha, mas edifique. Que a minha vida seja fermento deunidade e paz na Tua Igreja. Amém.
No próximo episódio: “O evangelho comoserviço aos povos: Paulo, apóstolo das nações (Rm 15,7-33)”. Vamos contemplar amissão universal da Igreja, fundamentada no anúncio da esperança que salva. Atélá!
Estamos chegando aos últimos capítulos da Carta aosRomanos, e neste 53º episódio do projeto Vivendo o Mês da Bíblia 2025: “Aesperança não decepciona” (Rm 5,5), São Paulo nos convida a reconhecer otempo em que vivemos e a responder com urgência, sobriedade e fé. É tempode despertar. É tempo de viver como filhos da luz.
A seção começa com uma exortação que resume toda aLei:
“Não fiqueis devendo nada a ninguém, a nãoser o amor de uns para com os outros.” (v.8)
O amor, mais uma vez, aparece como a plenitude davida cristã. Todos os mandamentos se resumem nisto:
“Amarás o teu próximo como a ti mesmo.”
O amor não faz mal ao próximo — ao contrário, constrói, cura,transforma.
Quem ama de verdade já cumpre a Lei.
Mas Paulo deseja ir além. Ele quer acordar oscristãos de Roma para a urgência da fé:
“Compreendei o tempo em que viveis. Já éhora de despertar do sono.” (v.11)
O tempo presente é tempo de salvação.
A noite está avançada. O dia se aproxima.
Não é mais momento de adormecer na indiferença, nem de viver como se tudo fosseigual.
É tempo de conversão, de vigilância, de decisão.
A esperança exige prontidão.
Então Paulo usa duas imagens fortes:
A primeira imagem indica uma mudança radical de vida:
– Abandonar o que é das trevas (pecado, vício, egoísmo),
– E assumir uma nova postura: viver como filhos da luz, com sobriedade edignidade.
A segunda é ainda mais profunda:
Não basta mudar atitudes. É preciso revestir-se de Cristo.
Ou seja, assumir uma identidade nova, deixar que a vida de Jesus seja anossa própria vida.
E como se faz isso?
“Não procureis satisfazer os desejos egoístas da carne.” (v.14)
A vida no Espírito se opõe à vida regida apenas porinstintos e paixões.
Paulo não está negando o corpo ou os prazeres legítimos, mas advertindo contra umavida centrada no ego, sem abertura ao Espírito.
Aplicação à vida:
Você vive como quem espera a vinda do Senhor, ou como quem dorme na distração?
Seu coração ainda guarda obras das trevas?
Você se veste com as atitudes de Cristo — mansidão, verdade, compaixão?
O tempo é agora. A salvação está próxima.A esperança não adia. Ela desperta.
Palavra de esperança:
Você pode começar de novo.
Mesmo que tenha vivido na escuridão, o dia está amanhecendo.
Jesus quer te revestir com Sua luz, Seu Espírito, Sua vida.
Levanta-te! Desperta! Cristo é a tua esperança.
Oremos:
Senhor Jesus, quero me despir da noite e me revestir de Ti. Que Tua luz brilheem minha vida. Desperta-me do sono da indiferença. Enche-me com Teu Espírito.Que eu viva cada dia como quem espera a Tua vinda. Amém.
No próximoepisódio: “Acolher os fracos na fé: unidade na diversidade (Rm 14,1–15,6)”.Paulo nos convida agora à maturidade comunitária: acolher, conviver e caminharjuntos, mesmo nas diferenças. Até lá!
No 52º episódio do projeto Vivendo o Mês da Bíblia2025: “A esperança não decepciona” (Rm 5,5), Paulo nos convida a uma vidacristã marcada por atitudes concretas de amor autêntico. Ele não propõe umateoria abstrata, mas um estilo de vida baseado na graça e na conversãocotidiana, visível nas relações interpessoais, na comunidade e até diantedos inimigos.
O trecho começa com uma frase que poderia resumir todaa ética cristã:
“O amor seja sem fingimento.”(v.9)
Amor fingido é amor de aparência, de conveniência, depalavras vazias. Paulo nos exorta a viver um amor sincero, que vem docoração transformado pelo Espírito.
E como se vive esse amor verdadeiro?
– “Detestai o mal, apegai-vos ao bem.”
– “Amai-vos cordialmente uns aos outros.”
– “Sede fervorosos no espírito, servi ao Senhor.”
– “Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverantes naoração.” (vv.9-12)
Aqui está a espiritualidade encarnada que Paulodeseja para os cristãos:
– Um coração que rejeita o mal e escolhe o bem,
– Que ama com afeto fraterno,
– Que serve com entusiasmo,
– Que reza com perseverança,
– E que mantém a esperança viva mesmo nos momentos difíceis.
Paulo continua com conselhos práticos que revelam adimensão comunitária e social da fé:
– “Socorrei os santos em suas necessidades,praticai a hospitalidade.”
– “Abençoai os que vos perseguem.”
– “Alegrai-vos com os que se alegram, chorai com os que choram.”
– “Tende os mesmos sentimentos uns para com os outros.” (vv.13-16)
O amor cristão é afetivo e efetivo.
Não se limita a sentimentos interiores, mas age, acolhe, compartilha, sesolidariza.
É um amor inclusivo, empático, atento aos necessitados e disposto ao perdão.
Uma das passagens mais desafiadoras vem no final:
“Não torneis a ninguém mal por mal.Procurai fazer o bem diante de todos os homens. Se possível, quanto depender devós, tende paz com todos.” (vv.17-18)
E ainda:
“Não vos vingueis, amados, mas deixai agira ira de Deus.” (v.19)
E mais surpreendente:
“Se teu inimigo tiver fome, dá-lhe decomer; se tiver sede, dá-lhe de beber.” (v.20)
Essa radicalidade do amor revela a lógica do Reino,que supera a justiça humana e nos aproxima do modo de amar de Deus.
A esperança cristã não se vinga, não retribui o mal, mas vence o mal com obem. (v.21)
Aplicação à vida:
Você ama de verdade ou de aparência?
Seu coração está livre do desejo de vingança?
Você é presença de paz onde vive?
Ser cristão é escolher, todos os dias, vencer o mal com o bem.
Palavra de esperança:
Você não precisa repetir os ciclos de ódio, vingança e indiferença que o mundoimpõe.
Em Cristo, você pode amar de verdade, servir com alegria, perdoar comliberdade.
Esse amor é fruto da esperança que não decepciona.
Oremos:
Senhor Jesus, ensina-me a amar com sinceridade. Livra-me do egoísmo, davingança, do orgulho. Dá-me um coração capaz de servir, de perdoar, de acolher.Que minha vida seja sinal do Teu amor, e que por meio de mim muitos encontremesperança. Amém.
No próximoepisódio: “Vestir-se de Cristo: o novo tempo da salvação (Rm 13,8-14)”.Vamos refletir sobre o chamado à vigilância e à vida nova no tempo da graça.Até lá!
No 51º episódio do nosso projeto Vivendo o Mês daBíblia 2025: “A esperança não decepciona” (Rm 5,5), aprofundamos o chamadode São Paulo para que a fé se traduza em vida concreta. Após nos exortar aviver como “sacrifício vivo” e a sermos transformados pela renovação da mente,Paulo agora nos ensina que essa nova vida no Espírito se realiza na comunhãoe no serviço mútuo.
Paulo começa com uma exortação à humildade:
“Digo a cada um de vós: não tenha de simesmo um conceito mais elevado do que convém, mas tenha uma justa avaliação,conforme a medida da fé que Deus concedeu a cada um.”(v.3)
A vida em Cristo não é palco para vaidadesespirituais. Cada um deve reconhecer sua vocação, seus dons e seus limites,sempre com sobriedade e humildade.
Não somos todos iguais, mas somos todos importantes.
Paulo então apresenta a imagem do corpo, queele já havia usado em outras cartas (1Cor 12):
“Como num só corpo temos muitos membros, enem todos têm a mesma função, assim também nós, embora muitos, somos um sócorpo em Cristo, e cada um por sua vez é membro um do outro.”(v.4-5)
Aqui está o fundamento da comunhão cristã:
– Não somos salvos para viver isolados,
– Mas para sermos membros uns dos outros.
– A fé nos insere em um corpo vivo, dinâmico, diverso e complementar.
Essa imagem nos liberta tanto do individualismoespiritual, quanto da uniformidade forçada.
Cada membro tem sua função. Cada dom é necessário. E todos servem ao mesmoCorpo: Cristo.
Paulo então enumera alguns carismas que devemser colocados a serviço da comunidade:
– “Se é o dom de profecia, que se exerça segundo afé;
– se é o ministério, que se atenha ao ministério;
– o que ensina, dedique-se ao ensino;
– o que exorta, à exortação;
– o que reparte, que o faça com generosidade;
– o que preside, com zelo;
– o que exerce misericórdia, com alegria.” (vv.6-8)
Essa lista não é exaustiva, mas ilustrativa. Oimportante não é o tipo de dom, mas o modo como ele é exercido: comfidelidade, generosidade, zelo e alegria.
A esperança cristã, quando enraizada em Deus, semanifesta também na vida comunitária.
Onde há Espírito Santo, há dons.
Onde há dons, há serviço.
E onde há serviço feito com amor, há edificação da Igreja e testemunho nomundo.
Aplicação à vida:
Você reconhece os dons que Deus lhe deu?
Você os coloca a serviço dos irmãos, ou os guarda para si?
Você acolhe os dons dos outros com gratidão, ou os inveja ou despreza?
O Corpo de Cristo precisa de você. Precisados seus dons. E você precisa do Corpo para viver sua fé.
Palavra de esperança:
Você é parte do Corpo de Cristo.
Você tem um lugar único na Igreja.
Deus lhe confiou dons que só você pode oferecer.
E ao colocá-los a serviço, você participa da esperança que transforma o mundo.
Oremos:
Senhor, faze-me humilde para reconhecer meus dons, e generoso para colocá-los aserviço. Que eu nunca me compare, mas colabore. Que minha vida seja expressãode comunhão, alegria e entrega. Que Teu Corpo cresça, unido e cheio deesperança. Amém.
No próximo episódio: “Amor semfingimento: autenticidade, bondade e serviço (Rm 12,9-21)”. Continuaremosrefletindo sobre como a fé vivida no Espírito se traduz em atitudes concretasde amor. Até lá!
Entramos na reta final da nossa caminhada com a Cartaaos Romanos no projeto Vivendo o Mês da Bíblia 2025: “A esperança nãodecepciona” (Rm 5,5). No 50º episódio, passamos da parte doutrinal para aparte exortativa e prática da carta. Paulo agora nos convida a viver concretamentea fé, oferecendo a vida como culto agradável a Deus.
“Rogo-vos, pois, irmãos, pela misericórdiade Deus, que ofereçais os vossos corpos como sacrifício vivo, santo e agradávela Deus: este é o vosso culto espiritual.” (Rm 12,1)
Esse versículo é uma verdadeira síntese daespiritualidade cristã. Paulo já demonstrou que a salvação é dom gratuitode Deus, que vem pela fé e se realiza pela ação do Espírito. Agora ele diz: diantede tudo isso, ofereça sua vida!
A fé não pode permanecer apenas no plano das ideias. Elaexige entrega, resposta, conversão.
E a resposta adequada não é um culto exterior, nem sacrifícios de animais comono Antigo Testamento, mas o oferecimento do próprio corpo, da vida inteira,com tudo o que somos.
O termo grego traduzido por “culto espiritual” é logikélatreía, que pode significar também “culto racional” ou “coerente”.Ou seja, viver para Deus é a única resposta lógica ao amor que Delerecebemos.
“E não vos conformeis com este mundo, mastransformai-vos pela renovação da mente, para que possais discernir qual é avontade de Deus: o que é bom, agradável e perfeito.”(Rm 12,2)
Aqui está o segundo passo: renovação da mente.
Para viver esse culto verdadeiro, é preciso deixar de lado a mentalidademundana e adotar a visão de Deus.
Isso implica um processo de transformação interior,contínuo, que renova o modo de pensar, sentir, julgar e agir.
É o Espírito Santo que realiza essa renovação, mas ela exige a nossa adesãolivre e perseverante.
E o fruto disso é o discernimento da vontade deDeus — saber reconhecer e escolher aquilo que é bom, agradável a Ele eperfeito.
Essa proposta de Paulo é radical:
– Não se trata apenas de mudar comportamentos isolados,
– Mas de oferecer a totalidade da vida,
– De romper com padrões mundanos,
– E de entrar numa dinâmica contínua de transformação pelo Espírito.
Aplicação à vida:
Você vive a fé apenas como ritual, ou como entrega diária da própria vida?
Seu modo de pensar é mais moldado pelo mundo ou pela Palavra de Deus?
O culto verdadeiro que Deus deseja é você. Sua vida. Sua entrega. Suarenovação.
Palavra de esperança:
Você não precisa viver conformado com este mundo.
Há um caminho de transformação que Deus oferece.
Você pode ser novo. Pensar novo. Viver de modo novo.
E isso é culto. Isso é amor. Isso é vida no Espírito.
Oremos:
Senhor, quero Te oferecer meu corpo, minha mente, meu coração, minha história.Que minha vida seja um culto agradável a Ti. Renova-me, transforma-me,conduz-me. Que eu não me conforme com o mundo, mas me conforme cada dia maiscom a imagem de Teu Filho, Jesus Cristo. Amém.
No próximo episódio: “Unidade nadiversidade: dons a serviço do corpo (Rm 12,3-8)”. A fé que se vive no corpotambém se realiza na comunhão e no serviço. Até lá!
Chegamos ao 49º episódio de nosso caminho com aPalavra no projeto Vivendo o Mês da Bíblia 2025: “A esperança nãodecepciona” (Rm 5,5). Após refletirmos sobre a incredulidade de muitosjudeus e a abertura da salvação aos gentios, São Paulo nos conduz a um ponto deequilíbrio, onde o mistério da salvação é iluminado pela misericórdia deDeus, que tudo envolve e tudo reconduz ao seu amor.
Paulo começa com uma pergunta dramática:
“Acaso Deus rejeitou o seu povo?”(v.1)
E responde com firmeza:
“De modo algum!”
Ele mesmo é prova disso: “Eu também sou israelita,descendente de Abraão, da tribo de Benjamim.”
Deus não rejeita Israel, mas conduz seu povo porcaminhos misteriosos. Como no tempo do profeta Elias, quando parecia quetudo estava perdido, ainda havia um “resto fiel”, um pequeno grupo que mantinhaa aliança (v.2-5).
Paulo então apresenta um paradoxo doloroso eesperançoso: o endurecimento de parte de Israel não é definitivo,mas serviu para que a salvação chegasse aos pagãos (v.11).
E mais: a salvação dos gentios será ocasião para o despertar de Israel.
“Se a queda deles foi riqueza para omundo, quanto mais será a sua plena participação!”(v.12)
Aqui se revela o desígnio de misericórdia de Deus,que se serve até dos caminhos tortuosos da história para realizar Sua vontade.
A imagem central desse trecho é a oliveira(v.16-24):
– Israel é a raiz santa, a oliveira original.
– Os gentios são como ramos de oliveira brava, enxertados nela.
– Alguns ramos naturais foram quebrados pela incredulidade,
– Mas podem ser enxertados de novo se não permanecerem na incredulidade.
Essa imagem mostra que a fé é o que une a todos àmesma árvore da salvação.
Não se trata de superioridade de um grupo sobre o outro, mas da graça deDeus que une judeus e gentios em Cristo.
Por isso, Paulo adverte os gentios a não seorgulharem:
“Não te glories contra os ramos. Se teglorias, lembra-te: não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz é que tesustenta.” (v.18)
E o apóstolo encerra o capítulo com um hino deadoração ao mistério da salvação:
“Ó profundidade da riqueza, da sabedoria eda ciência de Deus! Como são insondáveis os seus juízos, e impenetráveis osseus caminhos!” (v.33)
A salvação não é um sistema lógico, mas um mistériode amor.
Deus encerrou a todos na desobediência para usar de misericórdia para comtodos. (v.32)
Ou seja, ninguém pode se salvar por si mesmo —todos dependem da misericórdia.
Aplicação à vida:
Você aceita que Deus ama de modos diferentes do seu?
Você se alegra quando outros são salvos — mesmo que antes parecessem“perdidos”?
O mistério de Deus é maior que o nosso julgamento.
A esperança cristã nasce de uma misericórdia que inclui a todos e nossurpreende sempre.
Palavra de esperança:
Você também foi enxertado na oliveira santa.
Deus te acolheu, te sustentou, te alimenta com a seiva da graça.
E assim como você foi salvo pela misericórdia, pode confiar que essa mesmamisericórdia alcançará outros — até os que hoje parecem distantes.
Oremos:
Ó Deus de sabedoria infinita, rendemo-nos diante do Teu mistério. Ensina-nos aconfiar em Ti, mesmo quando não entendemos os Teus caminhos. Faz-nos humildesdiante da Tua misericórdia e alegres por ver Teu amor salvar a muitos. Quetodos sejam reunidos em Cristo, nossa esperança. Amém.
No próximo episódio: “O cultoespiritual: vida entregue por amor (Rm 12,1-2)”. Vamos iniciar a parte práticada carta, com um chamado à transformação da vida pela entrega a Deus. Até lá!
No 48º episódio do projeto Vivendo o Mês da Bíblia2025: “A esperança não decepciona” (Rm 5,5), seguimos com São Paulo em suareflexão sobre o mistério de Israel e a salvação. Hoje, ele aprofunda ocontraste entre a justiça que vem da Lei e a justiça que vem da fé,revelando como a recusa de muitos judeus abriu as portas da salvação para todasas nações.
Paulo começa com uma constatação paradoxal:
“Os pagãos, que não buscavam a justiça,alcançaram a justiça – a justiça que vem da fé. Israel, que buscava uma lei dajustiça, não chegou à lei.” (Rm 9,30-31)
O que isso significa?
Significa que os gentios, que não tinham a Lei, acolheram o Evangelho com fé.
Enquanto isso, os judeus, que tinham a Lei, buscavam a justiça comorecompensa de suas obras, e não acolheram a salvação gratuita oferecidaem Cristo.
Paulo explica:
“Tropeçaram na pedra de tropeço, como está escrito: Eis que ponho em Siãouma pedra de tropeço e uma rocha de escândalo” (Rm 9,33).
Essa pedra é Cristo crucificado.
Para quem espera uma justiça baseada no mérito, o Cristo que salvagratuitamente é escândalo.
Mas para quem crê, é salvação.
No capítulo 10, Paulo expressa seu desejo ardentede salvação para seu povo:
“O desejo do meu coração e a minha súplicaa Deus por eles é que se salvem.” (Rm 10,1)
E continua com um olhar profundo e doloroso:
“Eles têm zelo por Deus, mas semdiscernimento.” (Rm 10,2)
O problema, segundo Paulo, não é a falta dereligiosidade, mas o fechamento à novidade do Evangelho.
“Ignorando a justiça de Deus e querendo estabelecer a própria, não sesubmeteram à justiça de Deus.” (Rm 10,3)
A chave para entender tudo isso está na seguinteafirmação:
“Cristo é o fim da Lei, para ajustificação de todo o que crê.” (Rm 10,4)
Não que Cristo tenha abolido a Lei, mas Ele é suaplenitude, sua realização.
A Lei apontava para Cristo. Mas quem se agarra à letra e não acolhe aPessoa, fecha-se à salvação.
Paulo então proclama com beleza e clareza a universalidadeda salvação pela fé:
“Se com tua boca confessares que Jesus é oSenhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serássalvo.” (Rm 10,9)
Essa é a síntese do Evangelho: crer com o coração econfessar com a boca.
A salvação não é fruto de ritos externos, mas de um encontro vivo com Cristoressuscitado.
E mais:
“Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.” (Rm 10,13)
Aqui Paulo cita o profeta Joel para mostrar que não há distinção entre judeue grego — o mesmo Senhor é generoso para com todos.
Mas como crer sem ouvir? Como ouvir sem alguém quepregue? (Rm 10,14)
Paulo então valoriza a missão evangelizadora da Igreja:
“Como são belos os pés dos que anunciamboas novas!” (Rm 10,15)
A fé nasce da pregação, e a pregação nasce do envio.Por isso, a missão é essencial à esperança cristã.
Deus quer que todos ouçam, creiam e sejam salvos.
Aplicação à vida:
Você vive sua fé como uma conquista ou como um dom?
Tem acolhido a justiça de Deus com humildade ou tenta ainda “merecer” asalvação?
Lembre-se: a esperança não nasce do esforço humano, mas da graça recebidacom fé.
Palavra de esperança:
Deus é generoso com todos.
Acolher Jesus é entrar nessa nova justiça que liberta, salva e transforma.
Confesse com a boca, creia com o coração — e viva na esperança que nãodecepciona.
Oremos:
Senhor Jesus, Tu és o fim da Lei e o princípio da graça. Ensina-nos a confiarem Ti, a não buscar méritos, mas a abrir o coração ao Teu amor. Que a nossa féseja viva, humilde e missionária. Que o Teu Evangelho chegue a todos oscorações. Amém.
No próximoepisódio: “O mistério de Israel e o desígnio de misericórdia (Rm 11,1-36)”.Vamos contemplar a beleza do plano de Deus que envolve judeus e gentios namesma esperança. Até lá!
Com reverência diante do mistério da salvação efidelidade à Palavra de Deus, iniciamos o 47º episódio do nosso itineráriobíblico no projeto Vivendo o Mês da Bíblia 2025: “A esperança nãodecepciona” (Rm 5,5). Entramos agora numa das seções mais densas eteologicamente profundas da Carta aos Romanos: os capítulos 9 a 11, em que Pauloreflete sobre o mistério de Israel, o povo da promessa.
Paulo inicia com uma confissão comovente:
“Tenho grande tristeza e incessante dor no coração.” (v.2)
Por quê? Porque seu povo, os israelitas, em sua maioria, não reconheceram oMessias. Ele vai ao ponto de dizer:
“Eu mesmo desejaria ser separado de Cristo por amor de meus irmãos, os daminha raça.” (v.3)
Essa expressão extrema mostra o amor apaixonado dePaulo por seu povo. Ele não os rejeita nem despreza, mas sofre por eles. Ereconhece a grandeza da vocação de Israel:
– A adoção como filhos,
– A glória,
– As alianças,
– A Lei,
– O culto,
– As promessas,
– Os patriarcas,
– E o próprio Cristo, “segundo a carne, procedente deles” (v.4-5).
Mas então surge a grande pergunta: se Deus escolheuIsrael, por que tantos israelitas recusaram o Evangelho? A promessa falhou?
Paulo responde com clareza:
“Não é que a Palavra de Deus tenha falhado.” (v.6)
E explica:
Nem todos os descendentes de Israel são verdadeiramente Israel.
Ou seja, não basta a descendência biológica — é necessário acolher apromessa pela fé.
Ele recorre então ao exemplo dos patriarcas:
– Isaque foi escolhido, não Ismael (v.7-9),
– Jacó foi escolhido, não Esaú (v.10-13),
mostrando que a eleição divina não depende de mérito humano, mas do desígniolivre de Deus.
Aqui Paulo entra numa reflexão sobre a soberania deDeus:
“Terei misericórdia de quem eu quiser ter misericórdia.” (v.15)
E conclui:
“Portanto, não depende de quem quer ou de quem corre, mas de Deus que temmisericórdia.” (v.16)
Essa afirmação pode parecer dura, mas Paulo não estánegando a liberdade humana. Ele está, antes, colocando toda a história dasalvação sob a perspectiva da misericórdia divina, que é gratuita, livre,e, muitas vezes, incompreensível aos olhos humanos.
Deus é o oleiro, e nós, o barro. Ele molda comodeseja (v.20-21). Mas sempre com justiça e amor. A eleição não é capricho, mas expressãoda misericórdia que chama todos à salvação.
Paulo então introduz uma afirmação surpreendente:
“Chamou não apenas dentre os judeus, mas também dentre os pagãos.”(v.24)
E cita Oseias e Isaías para mostrar que Deus, desdesempre, quis reunir um povo de todas as nações.
Mesmo os que não eram “povo” agora são chamados “meu povo” (v.25-26).
E mesmo entre os judeus, um resto será salvo — o remanescente fiel(v.27).
Aplicação à vida:
Deus não falha em suas promessas. Mesmo quando tudo parece contrário, o Seuplano continua, fiel, misterioso e cheio de misericórdia.
Você consegue confiar quando não entende? Acreditar quando não vê?
A esperança que não decepciona é aquela que permanece firme mesmo quando alógica humana falha.
Palavra de esperança:
Você faz parte do povo da promessa. Deus te chamou, te elegeu, te amou. Econtinua moldando sua vida com paciência e sabedoria. Confie no oleirodivino. Ele está fazendo algo novo em você.
Oremos:
Senhor Deus, Tu que és fiel às Tuas promessas, aumenta em nós a fé e aconfiança. Que possamos olhar a história com os Teus olhos e acolher o mistérioda Tua salvação com humildade e esperança. Que nunca nos cansemos de Te amar,mesmo quando não entendermos os Teus caminhos. Amém.
No próximo episódio: “A justiça que vemda fé: tropeço e abertura universal (Rm 9,30–10,21)”. Veremos como Paulocontrasta a justiça baseada na Lei com a fé em Cristo, e como a salvação seabre a todos. Até lá!