
No 55º episódio do projeto Vivendo o Mês da Bíblia2025: “A esperança não decepciona” (Rm 5,5), nos aproximamos do final daCarta aos Romanos. São Paulo, ao expor os planos de sua missão e reafirmar suaidentidade como apóstolo dos gentios, nos revela que o Evangelho é um domque se transforma em serviço e responsabilidade missionária. A esperançacristã é para todos os povos e deve ser levada com zelo e generosidade.
Paulo inicia com um apelo fundamental:
“Acolhei-vos uns aos outros, como tambémCristo vos acolheu, para a glória de Deus.” (v.7)
Aqui está a base da comunhão e da missão: oacolhimento mútuo.
Cristo acolheu a todos — judeus e pagãos — e, por isso, a Igreja deve serespaço de reconciliação universal.
Esse acolhimento glorifica a Deus, porque revela Sua misericórdia e realizaSua vontade.
Em seguida, Paulo retoma o tema da promessa feita aospatriarcas:
“Cristo se tornou servo dos circuncisospara confirmar as promessas feitas aos patriarcas, e para que os gentiosglorifiquem a Deus por sua misericórdia.” (v.8-9)
Jesus veio primeiro ao povo da aliança, mas suamissão se estende a todos os povos.
E Paulo reforça isso com uma série de citações bíblicas (Sl 18, Dt 32, Is 11),mostrando que a universalidade da salvação já estava anunciada nasEscrituras.
Então, ele pronuncia uma bênção carregada deesperança:
“Que o Deus da esperança vos encha de todaalegria e paz em vossa fé, para que transbordeis de esperança pela força doEspírito Santo.” (v.13)
Essa é uma das mais belas declarações da carta.
Paulo não deseja apenas que os cristãos tenham esperança — ele deseja quetransbordem esperança.
E isso não vem do esforço humano, mas da ação do Espírito Santo.
Na segunda parte do capítulo (v.14-33), Paulo fala desua missão.
Ele se apresenta com humildade e clareza:
“Graças à graça que me foi dada por Deus,de ser ministro de Cristo Jesus entre os gentios, exercendo o sagrado encargodo evangelho de Deus, a fim de que os gentios se tornem uma oferta agradável,santificada pelo Espírito Santo.” (v.15-16)
A missão para Paulo é um sacerdócio espiritual.
Evangelizar é oferecer a Deus as nações, como um sacrifício vivo,santificado.
E ele continua:
“Não ousarei falar de coisa alguma senãodaquilo que Cristo realizou por meu intermédio.”(v.18)
Seu orgulho não está em seus feitos, mas no que Cristo fez através dele.
Com sinais e prodígios, pelo poder do Espírito, ele anunciou o Evangelho desdeJerusalém até a Ilíria (região dos Bálcãs hoje).
Mas Paulo quer ir além. Ele sonha chegar à Espanha — osconfins do mundo conhecido à época.
Mas antes, precisa ir a Jerusalém, levando uma coleta em favor dos pobres dacomunidade. (v.25-27)
Aqui vemos sua profunda consciência eclesial:
o cuidado com os pobres, o esforço pela unidade entre comunidades, o zelopela missão.
E termina pedindo orações para que seja livre dos incrédulos e bem acolhidopelos santos.
Aplicação à vida:
Você vive sua fé como uma missão?
Já entendeu que o Evangelho não é só para você, mas deve alcançar os outrosatravés de você?
Você já transbordou esperança para alguém?
A esperança que não decepciona é também aesperança que se anuncia.
Palavra de esperança:
Deus quer te usar como instrumento da esperança para os outros.
Sua vida pode ser um canal da misericórdia.
Seu testemunho, uma oferta viva e agradável.
A missão é a resposta do coração que crê e ama.
Oremos:
Senhor, faz de mim um instrumento do Teu Evangelho. Que eu não retenha o domque recebi, mas o ofereça com alegria. Envia-me, fortalece-me, abre caminhospara que a esperança chegue a todos os corações. Que minha vida seja missão,louvor e serviço. Amém.
No próximo episódio: “Saudações etestemunhos: rostos da comunhão eclesial (Rm 16,1-23)”. Vamos contemplar como avida concreta da Igreja se faz nos rostos, nos nomes e nos vínculos fraternosque constroem a esperança. Até lá!