* Você sabe o que é bote seco?
* Quais espécies predominam no Brasil e erros mais comuns em acidentes ofídicos?
* Serpente e cobra são a mesma coisa?
* O uso de “garrote” é o mais recomendado em caso de acidentes?
Serpente e Cobra é a mesma coisa?
Essa foi uma das primeiras perguntas, e um tanto capciosa, ele nos responde que são sinônimos, ou seja, tem o mesmo significado.
Mas, quando ele se dirige para um público acadêmico sempre se refere a palavra serpente, até por ser um termo mais técnico, já em conversa geral, usa-se, cobra.
Cláudio também nos contou que no Brasil existem por ano 30 mil acidentes ofídicos. E que as cobras só atacam quando ameaçadas.
E chegou dar um exemplo: se uma pessoa andar pela mata e pisar numa cobra venenosa, ela irá soltar veneno para se defender, se não for venenosa, irá morder para escapar da pisada. Nas duas situações são acidentes ofídicos.
Há acidentes que a cobra venenosa pica e não injeta veneno, que na linguagem da biologia chama-se “bote seco”. Em média, isto ocorre entre 20 e 25 % dos casos.
Quais espécies predominam no Brasil e erros comuns em acidentes ofídicos?
No meio do nosso bate papo, Cláudio nos contou que o Brasil possui uma das maiores faunas do mundo com mais de 400 espécies de serpentes. E quase 90% não possuem veneno. Entre os grupos venenosos está a Jararaca.
Nos alertou se caso um trilheiro ou pessoa comum for picado, no Brasil é obrigatória a notificação por acidente ofídico. O médico preencherá uma ficha que será encaminhada para o Ministério da Saúde para alimentar o banco de dados. Esses dados auxiliam na distribuição do soro antiofídico nas regiões de maior ocorrência. E para cada tipo de cobra existe um soro específico.
Disse também que no Brasil o soro é aplicado somente no serviço público, mas não em todos os hospitais, para isto deve pesquisar os polos no ministério da saúde, Instituto Vital Brasil, onde consta os estados e municípios que contém o soro.
Também nos advertiu para algo grave: a falta de informação e o apego a crendice como a borra de café. Que segundo o mito é quando coloca-se borra de café no lugar da picada e cura-se do veneno.
Outra crendice é sobre a identificação das cobras venenosas. Onde segundo o mito é onde toda a cobra de cabeça triangular é venenosa. Porém, como um dos exemplos, a Jibóia também tem a cabeça triangular e não é venenosa.
E um terceiro problema é que nas universidades federais nos cursos de medicina não existe nenhuma disciplina inteira que aborda sobre animais peçonhentos. E qual é a consequência disto? Médicos que na maioria das ocasiões, não sabem como atuar devidamente com acidentes ofídicos. E isso pode trazer consequências graves para esses pacientes.
Outros detalhes das nossas conversas
O percentual de óbitos em acidentes ofídicos no Brasil é de 2% especificamente com a Jararaca. Porém, o grande problema dos acidentes não são as mortes e sim as sequelas desses acidentes. Em muitos casos, perdem-se braços, pernas e mãos, por não procurarem atendimento a tempo ou fazem o famoso “garrote”.
A época mais propícia a aparição de cobras é no clima quente, e em temperaturas frias as cobras ficam recolhidas.
Uma dúvida que Renan e Redi tiveram, é o que fazer de fato na prática, ao ser picado. E Cláudio destacou algumas providências:
* Manter a calma;
* Deixar a pessoa em repouso e deixar a mão ou pé onde foi picado para cima. Se possível lavar o local com água e sabão. Água e sabão servem para conter várias bactérias da boca da cobra;
* Saber onde tem o hospital mais perto;
* Hidrate-se com água pois muitos venenos atuam no rim;
* Não levar cobra morta ou viva para o hospital. Se possível,