Na continuidade das postagens de textos que abordam a posição da ciência psicanalítica, segue mais um importante episódio, dessa vez de um dos textos no Seminário, Livro 11, de Jacques Lacan. Sem mais, desejo boa leitura e agradeço a companhia nesse percurso. Lacan, J. (1964/1996). Do sujeito da certeza. Em J. Lacan, O seminário: Livro 11: Os quatro conceitos fundamentais da psicanálise (pp. 33-44). Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor.
Sob certa animação com o retorno da produtividade neste canal, publicamos mais um episódio, com uma leitura essencial e bastante atual, na qual Jacques Lacan aborda, com o estilo que lhe é próprio, as nuances e especificidades da posição da ciência psicanalítica. Essa leitura fornece um fundo interessante na discussão contemporânea do estatuto da práxis psicanalítica. É com esse intuito, sustentando a formação calcada (também, mas não somente) no amplo campo da pesquisa, da epistemologia e de uma certa posição diante do saber e da verdade, que esse episódio aparece por aqui.
Boa leitura a todes!
Lacan, J. (1965/1998) A ciência e a verdade. Em J. Lacan, Escritos (pp. 869-892). Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.
Hoje é dia de seguirmos a trilha dos textos freudianos. O que motiva a chegada desse livro aqui e agora? Primeiramente, é um texto que aborda a técnica psicanalítica de forma magistral. Sendo um livro de 1937, captamos nessa leitura uma abordagem freudiana inspirada pela questão da continuidade da psicanálise. Segundo, é um dos trabalhos citados por Lacan no seminário 1. Para aqueles que, assim como eu, estão seguindo o percurso realizado por Lacan nos escritos técnicos de Freud, essa é uma leitura fundamental. Para adiantar a notícia, passei para esse texto quando lia - e gravava - o segundo texto do Seminário 1. Ele está a caminho! Desejo boa leitura a todes.
Freud, S. (1927/2017). A análise finita e a infinita. Em S. Freud, Fundamentos da clínica psicanalítica. Belo Horizonte: Autêntica Editora.
Como prometido, mais um texto do Ferenczi. Gosto de pensar na atualidade desse texto que, embora curto, articula inúmeros elementos para pensar a acolhida e o investimento. O psicanalista húngaro aborda nessa discussão alguns casos de mortes que estão ligadas a formas de suicídio, ainda que não sejam as formas clássicas de suicídio. Crianças que morrem por sufocamento do próprio corpo e a sua relação com a fragilidade do acolhimento que lhe foi dado ao mundo, mundo este que ela não pede para ser colocada. As proposições de Ferenczi nesse texto evocam muito da dimensão ética da acolhida e do reconhecimento do sujeito que chega... Convido a ler e escutar esse autor tão importante em mais um áudio... Espero que seja uma boa leitura!
FERENCZI, S. A criança mal acolhida e sua pulsão de morte. In: FERENCZI, S. Psicanálise IV: Obras Completas. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
Segundo texto de Ferenczi que eu trago aqui. Sobre essa leitura, destaco a posição assumida pelo psicanalista húngaro em referência à análise das relações entre a família e a criança, ressaltando o modo como o desmame, asseio pessoal e a entrada da criança na vida adulta podem se constituir em traumas muito mais do que o momento proposto por Rank, o trauma do nascimento. Essa ideia já presente em Freud toma uma proporção inovadora em Ferenczi, na medida em que o autor questiona o movimento que a família poderia/deveria fazer para acolher essa criança e reduzir, assim, as possíveis incidências traumatogênicas no psiquismo. Ferenczi adota uma posição muito singular diante dessas relações de poder que são exercidas nas mais diversas relações, dentre as quais a dos pais e da criança. Interessante notar como ele denuncia os efeitos da mentira, da quebra de confiança e do desmentido na vida desses sujeitos em desenvolvimento. Enfim, não deixo de recomendar que escutem e acompanhem o texto. Caso queiram, escrevam-me para dizer das suas considerações e leituras.
FERENCZI, S. A adaptação da família à criança. In: FERENCZI, S. Psicanálise IV: Obras Completas. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
É a primeira vez que uma leitura de Ferenczi desemboca nesse podcast. Como um autor novo para mim, visto que eu comecei a me debruçar somente há dois anos, fico ainda muito intrigada com os lapsos, pausas e efeitos desse texto na minha voz. Quero compartilhar com vocês essa importante obra, cujas ressonâncias clínicas e teóricas continuam. Reitero que esta é uma leitura amadora e eu espero que de algum modo ela possa contribuir para quem quer que se interesse por ela. Abraços! FERENCZI, S. Transferência e introjeção. In: FERENCZI, S. Psicanálise I: Obras Completas. São Paulo: Martins Fontes, 1991.