Em "Talvez Você Deva Conversar com Alguém", a terapeuta Lori Gottlieb traz a jornada de quatro pacientes em sua clínica, bem como a sua experiência com o próprio terapeuta. A narrativa que nos faz rir, chorar, ter raiva, empatia e identificação com os personagens constata o que a autora já traz na capa do livro que se tornou best seller: a obra, tão leve quanto comovente, é sobre a vida de todos nós. Com a participação da psicóloga clínica Thaís Santos, refletimos sobre tópicos do livro na perspectiva de terapeuta e pacientes, mergulhando nos bastidores do divã, o processo de autoconhecimento, dor e cura que a psicoterapia propõe para os dois lados da sessão, a humanidade do terapeuta e a importância de cuidar da saúde mental em tempos tão difíceis. Dá o play e vem refletir com a gente!
Contatos da Thaís:
thaisfernandaps@gmail.com
(11) 98741-5624
Durante dois séculos, a Caça às Bruxas sentenciou centenas de milhares de mulheres à morte por buscarem fontes de renda, se recusarem a ter filhos, conversarem com suas amigas, exercerem o próprio desejo e não serem meras reprodutora de força de trabalho.
Mas por quê há tanta limitação no ensino da história sobre esse genocídio orquestrado pelo Estado e intimamente ligado à misoginia que sofremos até hoje? Por quê a maioria de nós não sabe que o movimento foi fundamental na implementação do capitalismo? Como esse fenômeno é apagado, inclusive, da teoria marxista para entendermos a luta de classes?
Em Calibã e a Bruxa, a filósofa contemporânea Silvia Federici faz uma análise histórica para elucidar como o mundo que conhecemos hoje foi construído convenientemente sobre diferenças sexuais para cumprir novas funções sociais. Em sua obra, ela mostra que a fogueira em que nossas antepassadas foram mortas foi acesa pelo Estado com apoio não só dá igreja - como somos levades a pensar -, mas também de intelectuais, escritores e artistas que são admirados até hoje. Tudo em nome do progresso e da ordem social.
A realidade de mulheres - principalmente negras e periféricas -, indígenas e quilombolas que conhecemos hoje tem raízes na caça às bruxas muito mais do que poderíamos imaginar. E que bom que Silvia Federici decidiu contar essa história necessária! Acesse o link da bio e vem refletir com a gente em mais um episódio do Estante das Bruxas!
Para mais bruxarias:
O próprio livro Calibã e a Bruxa
Sabrina Fernandes entrevista Silvia Federici
"Eu só me tornei negra quando vim para este país".
A mudança da Nigéria para os Estados Unidos fez Ifemelu perceber que ser negra era uma questão. Que por mais que as pessoas resistam em assumir, a raça é um problema que atravessa as relações interpessoais em diferentes instâncias, seja nos EUA ou no Brasil. Não há como fugir. Mas como a encaramos?
Ifemelu é protagonista de Americanah, romance premiado de Chimamanda Ngozi Adichie que é o tema deste episódio do Estante das Bruxas. Contando com a jornalista Meggy Araújo (@itsmemeggy) - nossa primeira convidada!!! -, falamos sobre questões de raça, pertencimento, imigração, problemas do 3º mundo, homogeneização da África e lugar (seja geográfico ou subjetivo), tópicos que têm como ponto de partida a história de Ifemelu, Obinze, Uju e outros personagens que ecoam por muito tempo dentro da gente depois da última página.
Para mais bruxarias:
Artigo citado no episódio - 'Americanah' é parte da safra de livros nigerianos que narram diáspora
Crédito da imagem de capa: Delirium Nerd
Se você é millennial, provavelmente se lembra de uma vida pré-conectades-o-tempo-todo. Ou não?
Em "Falso Espelho", Jia Tolentino relembra os processos que nos fizeram chegar a uma comercialização do eu que parece fora de controle, em uma máquina de autoilusão que alimentamos a cada story, tweet, comentário e militância de # e nos confunde sobre quem realmente somos quando ninguém está olhando.
Mas não só. Em nove ensaios, a jornalista da New Yorker nos faz ter reflexões incômodas sobre a otimização das mulheres, a apropriação do feminismo pelo capitalismo, a construção do casamento no imaginário feminino, a violência sexual nas universidades e muito mais.
Escolhemos alguns desses tópicos para refletirmos juntes no terceiro episódio do Estante das Bruxas.
Para mais bruxarias:
Livro 10 argumentos para você deletar agora suas redes sociais
O que uma das mulheres mais ricas do mundo poderia falar sobre realidades a anos luz de distância, como pobreza extrema, casamento infantil e profissionais do sexo em lugares de alta incidência de DSTs? Seria mais uma white savior querendo biscoito?
Com esse pensamento a gente olhou para "O Momento de Voar" para, após algumas páginas, tomar vários tapas na cara e se convencer de que esse livro não era nada coach vibes como pensávamos.
Melinda Gates, uma mulher extremamente privilegiada, compartilha um pouco da sua jornada de muita escuta, respeito e ações que buscam entender a complexidade e contribuir com soluções de grandes problemas sociais que impactam a vida de milhões de mulheres ao redor do mundo. Com esse livro, a mensagem principal que Melinda passa é: o empoderamento feminino pode mudar o mundo. Mas para isso, também precisamos levantar umas às outras (contando, inclusive, com aliados). Vem refletir com a gente!
Para mais bruxarias:
Livro 'A Odisseia de Penélope', de Margaret Atwood
Documentário 'Billie Eilish - The World's a Little Blurry'
Música 'Hey Girl', da Lady Gaga
Livro 'A Diferença Invisível', de Mademoiselle Caroline e Julie Dachez
O Conto da Aia é uma distopia escrita em 1985, mas que ficou ainda mais famosa após o lançamento da série homônima e de episódios ao redor do mundo que fizeram os leitores se perguntarem se a história de Margaret Atwood poderia se tornar real. Na obra, narrada por Offred, os Estados Unidos se tornaram a república de Gilead, dominada por um regime totalitário e fundamentalista cristão e onde as mulheres férteis são destinadas somente a reproduzir filhos para as famílias poderosas dessa sociedade, sem direito a nenhum tipo de prazer ou atividade de suas escolhas.
E é sobre tópicos de O Conto da Aia que vamos falar no primeiro episódio do Estante das Bruxas, um podcast que se propõe a refletir sobre livros escritos por mulheres e como essas obras se cruzam com nossas vivências femininas.
*Desculpem o áudio um pouco prejudicado, é nossa primeira vez, mas estamos trabalhando para os próximos serem melhores!
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