
Durante dois séculos, a Caça às Bruxas sentenciou centenas de milhares de mulheres à morte por buscarem fontes de renda, se recusarem a ter filhos, conversarem com suas amigas, exercerem o próprio desejo e não serem meras reprodutora de força de trabalho.
Mas por quê há tanta limitação no ensino da história sobre esse genocídio orquestrado pelo Estado e intimamente ligado à misoginia que sofremos até hoje? Por quê a maioria de nós não sabe que o movimento foi fundamental na implementação do capitalismo? Como esse fenômeno é apagado, inclusive, da teoria marxista para entendermos a luta de classes?
Em Calibã e a Bruxa, a filósofa contemporânea Silvia Federici faz uma análise histórica para elucidar como o mundo que conhecemos hoje foi construído convenientemente sobre diferenças sexuais para cumprir novas funções sociais. Em sua obra, ela mostra que a fogueira em que nossas antepassadas foram mortas foi acesa pelo Estado com apoio não só dá igreja - como somos levades a pensar -, mas também de intelectuais, escritores e artistas que são admirados até hoje. Tudo em nome do progresso e da ordem social.
A realidade de mulheres - principalmente negras e periféricas -, indígenas e quilombolas que conhecemos hoje tem raízes na caça às bruxas muito mais do que poderíamos imaginar. E que bom que Silvia Federici decidiu contar essa história necessária! Acesse o link da bio e vem refletir com a gente em mais um episódio do Estante das Bruxas!
Para mais bruxarias:
O próprio livro Calibã e a Bruxa
Sabrina Fernandes entrevista Silvia Federici