Quando o líder disser: 'Morto! ', todos terão que agachar. Quando o líder disser: 'Vivo', todos terão que dar um pulinho e ficar em pé. Quem não cumprir ou errar o comando é eliminado, até ficar somente um participante, que será o vencedor e o próximo líder. Essa é uma das principais brincadeiras infantis realizadas em festividades, mas é também o comando naturalizado pelo Estado quando, partindo de princípios diferentes, principalmente ligados à cor da pele e à classe social, põe em xeque o direito à vida e à dignidade humana de muitas pessoas. Entre abordagens policiais truculentas e as narrativas institucionais com estereótipos pré-definidos, a IDEIA de hoje é conversar um pouco sobre um conceito que, apesar de novo, tem significado e aplicabilidade antigos.

‘’Brasil: um país de todos.’’ Apesar de ser apenas um slogan, o Brasil, independentemente de quem o governou ou governa, sempre foi um país de muitos flertes: juras de amor à pátria são feitas durante as campanhas eleitorais e promessas de um futuro melhor para todos os cidadãos ganham destaque em todas as agendas governamentais , de todas as ideologias e de todas as vertentes políticas. No entanto, ao longo de 520 anos, o país, de véu e grinalda, por várias vezes, vê-se desamparado no altar pelo cidadão que, outrora, prometeu-lhe dias melhores e, no dia a dia, rompe os votos de um casamento que está longe de ser perfeito. A IDEIA de hoje é discutir de onde vêm os nossos problemas sociais e até que ponto, nós, enquanto agentes sociais, naturalizamos os nossos problemas sociais e delegamos a outros todo o nosso relacionamento com o país.

O Argumentum ad hominem é uma expressão em latim normalmente utilizada quando, no plano das ideias e do debate, há um esvaziamento na discussão sobre o conteúdo e uma imersão crítica à pessoa com quem se debate. Nos mais variados meios de comunicação e, principalmente, nas redes sociais, é isso que acontece quando são instaurados verdadeiros tribunais inquisitórios nos quais todos são juízes e várias são as penas a quem não atinge os requisitos necessários de sensatez ou de posicionamento. A IDEIA de hoje é conversar um pouco sobre essa cultura de cancelamento que, embora não seja nova, vem se mostrando cada vez mais integrante e frequente nos diálogos sociais.

Planejamento familiar, procriação e sexualidade são alguns dos temas que mais percorrem as calorosas discussões entoadas tanto por parte da sociedade civil quanto pelos governos ao redor do mundo. São muitos os pontos de vista, mas mais numerosos ainda são os efeitos causados pela não concretização do que se normalmente idealiza sobre o conceito de família na contemporaneidade. A IDEIA de hoje é trazer à baila os antigos preceitos que demarcaram as configurações familiares e, assim, travar um debate inclusivo sobre as novas possibilidades de interpretação para esse assunto.

Músicos, literatos, políticos, geógrafos. Ao longo da trajetória brasileira, a problemática das origens e dos efeitos da fome foram teorizados, interpretados e combatidos de acordo com as prioridades e visões dos mais variados campos do saber. No entanto, mesmo após os 520 anos de história do país e as mais de 2020 promessas de combate a essa iniquidade, a fome se mostra persistente, como um traço endêmico da identidade nacional, e aparecendo, mais uma vez, como um dos grandes percalços da agenda política do Brasil. Assim, o Podcast de hoje tem como objetivo realçar os saberes pertinentes a essa pauta e ilustrar, objetivamente, os perigos de uma realidade não muito distante: a possibilidade do Brasil voltar para o Mapa da Fome.

As promessas de um mundo melhor não estão restritas somente ao campo da religiosidade e da imaginação, a ciência também foi palco para muitas das projeções e quereres da sociedade. No entanto, os meios pelos quais as ideias de avanço social trilharam nem sempre foram acompanhados de princípios humanitários capazes de abarcar toda a sociedade, deixando à margem indivíduos que não preenchessem requisitos específicos, como foi o caso das teorias de Eugenia, que travaram verdadeiras batalhas ideológicas ao longo da história. Assim, o Podcast de hoje tem como assunto um dos capítulos do livro ‘’Nós, Humanos’’, do historiador Rodrigo Bione, e detalha quais são as implicações de pensamentos eugênicos para a sociedade como um todo.