O que seria propriamente uma contrarreforma? Uma reação a reforma? Uma espécie de contra ataque católico sobre um mundo novo que se erguia com base numa releitura cristã? É interessante perceber como a maneira de ler o mundo europeu se constrói muitas vezes como um cachorro que corre atrás do próprio rabo. Se explica as transformações da igreja católica pela cisão operada dentro da igreja por padres católicos. É uma redução grosseira do mundo ao universalismo cristão. É uma redução e uma limitação do campo de visão à Europa centro ocidental e de sua cultura. No episódio de Contrarreforma te desafiamos a contextualizar mais essa Igreja Católica dentro de um mundo mais humano, de um mundo mais herege, mais islâmico, mais indígena, mais ortodoxo, mais africano. O mundo europeu vinha sendo atravessado por novos mundos que colocavam sua hierarquia e valores em xeque. A igreja ameaçada se reforma. A igreja através do tempo se reforma. Ortodoxa, protestante, ou mesmo católica, são várias as reformas. A partir do tempo, da cultura, da economia. O mundo mudou, o mundo é moderno, e a igreja Católica também quer sê-lo. Pela violência da Inquisição, pela violência da catequização, pela reforma intelectual, Trento dita as regras de um novo acordo e de um novo catolicismo. Solta o play!
O que é a felicidade? O que é a honra? O que é a política? O que é o amor? Perguntar não ofende, mas causa uma sensação desconfortável ao nos fazer parar para pensar sobre temas, sentimentos e relações que normalmente não pensamos.
Na Grécia antiga, entre os séculos V e IV antes de Cristo, um filósofo grego chamado Sócrates perturbava a consciência da sociedade com perguntas contundentes. Eram os diálogos socráticos que revolucionariam o modo de pensar e conceber a filosofia no mundo ocidental. Divisor de águas na filosofia, Sócrates e seus discípulos constituem a base de grande parte do debate filosófico de pensadores posteriores. Controverso nos seus atos e homem de seu tempo, desafiou a tradição em nome da liberdade de expressão. Dizia em alto e bom som: "Só sei que nada sei!". Você ao contrário de Sócrates, já sabe pelo menos que vai dar play nesse episódio!
O que te faz brasileiro? O que te faz branco? O que te faz negro? O que te faz indígena? Você é proletário? E aquela culpa burguesa, te cabe?
Num livro sensacional, Étienne Balibar e Immanuel Wallerstein em ensaios precisos, concisos e desconcertantes te convidam a repensar conceitos fundamentais para a compreensão do nosso tempo. Os conflitos que emergem com roupagens nacionais têm muitas vezes uma tensão intrínseca na própria construção do conceito.
O universalismo europeu é afinal de contas tão universal assim? O fascismo incomoda o liberalismo por uma questão de princípios ou por apenas desnudar a farsa liberal de que todos são tratado com igualdade de fato? Como se forma a burguesia, quanto ela ganha, o que é ser burguês? São perguntas levantadas nos ensaios, uma coletânea reunida nos anos 80 e 90, fruto do trabalho intelectual de ambos os autores.
Mais um livraço editado com o selo da Boitempo. Mais um livraço pra você ler e se indignar. Ler e se inconformar. Ler e sentir aquela vontade de mudar o mundo. Mas antes, aperta o play e vem pensar e se indignar com a gente!
Tudo aquilo que não é normal te choca. Na verdade, tudo aquilo que foge ao seu padrão te choca. Um sabor, uma imagem, uma cor, uma expressão facial. O que é normal? Uma convenção estabelecida socialmente. O que fazemos com o que não achamos “normal”? Excluímos! Exilamos! Matamos! É perverso, mas ao que queremos nos referir quando dizemos “todos somos iguais” é na verdade “todos que nós consideramos iguais a nós merecem a igualdade”, quem não se enquadra é enquadrado em tipificações legais.
Um estranho no ninho conta para nós a história de um detento que de tanto sofrer punições é enviado para um manicômio para averiguar o seu estado de saúde mental. Um filme de 1975 desnuda um manicômio norte americano e todo o pensamento médico sobre a “loucura”. Choques elétricos, violência física, violência psicológica e a tão falada e propagandeada lobotomia. Curioso como um marginal, um bandido, o que recebe a alcunha de mais perverso dos humanos é um dos únicos no filme a reconhecer a humanidade do internos, dos loucos, dos malucos. Busca fazer com que eles tenham uma vida mais leve, mais feliz.
Um estranho no ninho obriga a nos depararmos com aquilo que grande parte da sociedade tenta esquecer de uma maneira irreverente e contundente. Você se vê afeiçoado aos excluídos, você sente suas dores, você sofre com as injustiças. No país que produziu Nise da Silveira, como será que andam nossos manicômios? Como tratamos a saúde mental para além do hype sobre Setembro Amarelo na internet? Quanto o projeto de sociedade que compartilhamos não produz as disfunções da mente? São perguntas incontornáveis e que parecem ser feitas por estranhos no ninho de uma sociedade “saudável”. Solta o play, família!
Por debaixo da porta da sua casa entrou um papel. Sorrateiro e meio amarrotado, ele está lá. As letras têm a delicadeza de estarem manuscritas. A sua casa é na Bahia, mais precisamente na cidade de São Salvador. O ano é 1798. A população é composta em sua grande maioria por negros. Negros livres. Negros escravizados. Negros comerciantes. Negros intelectuais. Negros alfaiates. Negros militares. Todos negros frente aos brancos. Você também é negro, e o papel diz:
“Animai-vos, povo bahiense, que está para chegar o tempo feliz de vossa liberdade; o tempo em que todos seremos irmãos; o tempo em que todos seremos iguais"
A forca amanhece queimada no Pelourinho, era agosto de 1798. Um símbolo de violência e opressão abertamente desafiado. Por quem? Quem seria o herói? E quem teria colocado aquele panfleto embaixo da sua porta?
A Salvador de 1798 cheirava a aracajé, vatapá e liberdade. A república que não foi e nos inspira no presente a ser a república que ainda não somos. Temos muito a aprender com a Conjuração Baiana. Solta o play, família! Quem sabe chega um panfleto na sua casa...
Será possível mesmo se conformar com o que se vê? Será possível não pulsar dentro do teu peito uma vontade de mudança? Não te assusta a fome? Não te assusta o homem moribundo e sujo que se deita no papelão e se cobre de frio? Não te assusta as 12, 13, 14, 15, 16 horas intermináveis de trabalho? O teu tempo que se esvai, não te assusta? Não te assusta não poder apenas viver? São perguntas que devem ser feitas. E são respostas que deveriam ser óbvias, mas não são.
No livro de Bhaskar Sunkara, O manifesto socialista: em defesa de uma política radical numa era de extrema desigualdade, o autor te convida a refletir sobre um mundo melhor. Através da social democracia, te apresenta a história do socialismo e as possibilidades sonhadas por trabalhadores no século XIX quando a revolução industrial desgraçava a vida do proletariado. Se não te assusta a desigualdade, Sunkara, tentará abrir os seus olhos a partir de uma linguagem pop e clara sobre o pensamento social democrata.
Escrito nos Estados Unidos este livro nos apresenta o pensamento da esquerda social democrata na terra do Tio Sam que ganhou certa proeminência política nos últimos anos na figura de Bernie Sanders. Analisamos com muito carinho pois trata-se de uma parceria com uma editora incrível. Nosso agradecimento à Boitempo pelo envio. Esperamos que gostem, família! Solta o play!