Trechos de palestras de Lama Yeshe em Madison, Wisconsin (1977).Lama Thubten Yeshe (1935-1984) foi um grande mestre da tradição Gelug do budismo tibetano e escritor.Lama Yeshe nasceu perto da cidade tibetana de Tolung Dechen, mas foi enviado para o mosteiro Sera em Lhasa no Tibete aos seis anos de idade. Ele recebeu a ordenação completa aos vinte e oito anos de idade de Kyabje Ling Rinpoche .Em 1950, após a invasão chinesa no Tibet, Yeshe continuou estudando e meditando na Índia até 1967. Dois anos depois, ele estabeleceu o Monastério de Kopan, perto de Kathmandu, para ensinar o Budismo aos ocidentais.Em 1974 começou a viajar e ensinar no Ocidente e estabeleceu a Fundação para a Preservação da Tradição Mahayana.Os ensinamentos de Lama Yeshe não eram discursos secos, acadêmicos, mas métodos práticos, para olharmos para dentro e compreendermos a mente.Yeshe sempre desafiava a descobrir quem somos e o que somos. Ele desafiava a examinar os nossos preconceitos sem medos e a perceber como tudo vem da mente; como criamos os nossos próprios sofrimentos e felicidade; como devemos ter responsabilidade pessoal por tudo que experimentamos, seja bom ou ruim.
Poemas selecionados do livro “The Hundred Thousand Songs of Milarepa”, de MilarepaJetsün Milarepa (1040 - 1123), foi um dos mais famosos e amados mestres do budismo tibetano, mas pouco de sua vida é conhecido com certeza histórica.Segundo a lenda, Milarepa estudou magia negra em sua juventude na tentativa de se vingar de um tio malvado. Após uma série de atos de destruição e vingança, Milarepa teria passado por uma crise de consciência. Então, procurou por mestres budistas, e finalmente foi aceito como um discípulo de Marpa.Marpa transmitiu os ensinamentos que ele próprio tinha recebido de Naropa. Quando terminou de transmitir todos os ensinamentos, mandou Milarepa praticar em retiro solitário nas grutas do Tibete.Através da meditação rigorosa e uma vida ascética, Milarepa se tornou famoso por ter atingido perfeita Buditude desperta em uma única vida.Seu exemplo enquanto praticante espiritual tem sido a inspiração para incontáveis gerações de lamas, do século onze até hoje.
Citações e poema “The Summary of Mahamudra”, de Naropa.Naropa (1016 - 1100) foi um místico, estudioso e renomado mestre budista indiano.Nascido em uma família brâmane em Bengala, Naropa tornou-se um importante professor na famosa universidade monástica de Nalanda, mas sentiu que lhe faltava a experiência direta da realização. Guiado por visões internas, procurou o mestre tântrico Tilopa, que o submeteu a um longo período de provações intensas. Após anos de disciplina e entrega, Naropa alcançou a iluminação sob a orientação de Tilopa.Seus ensinamentos foram marcados pela integração do conhecimento intelectual com a experiência direta da mente desperta. Naropa enfatizava a prática do Mahamudra — a “grande perfeição” — como caminho direto para a libertação. Ele também transmitiu os ensinamentos dos “Seis Dharmas de Naropa”, um conjunto de práticas tântricas profundas voltadas à transformação da energia interior e ao reconhecimento da natureza da mente.A influência de Naropa se espalhou por todo o Tibete por meio de seu discípulo Marpa, que mais tarde transmitiria esses ensinamentos a Milarepa, um dos maiores iogues do Tibete. Sua linhagem deu origem à escola Kagyu do budismo tibetano, tornando Naropa uma figura essencial na história do budismo Vajrayana.
Trechos retirados do livro “A Treasure Trove of Scriptural Transmission”, de Longchenpa.Longchen Rabjam Drimé Özer ou Longchenpa (1308 - 1364), foi um importante professor do Budismo Tibetano da linhagem Ningma.Longchenpa nasceu em uma vila no Vale Dra em Yuru, no Tibete. Aos onze anos, foi ordenado pela primeira vez, ávido por conhecimento e com grande capacidade de memória, Longchenpa estudou extensivamente com o Terceiro Karmapa Rangjung Dorje e com muitos dos grandes professores de sua época. Ele recebeu não apenas os ensinamentos da linhagem Nyingma de sua familia, mas também recebeu ensinamentos e transmissões de diferentes tradições budistas tibetanas.Em 1332, Longchenpa entrou em um período de retiro de oito meses. Posteriormente, conheceu seu professor principal, Ngagpa Rigdzin Kumaradza, de quem recebeu ensinamentos Dzogchen enquanto viajava de vale em vale, com um grupo nômade de cerca de setenta estudantes. Diz-se que Longchenpa viveu em grande pobreza durante este período, dormindo em um saco e comendo apenas cevada.Após 1350, Longchenpa fugiu para Bumthang (Butão), onde renunciou aos votos monásticos, casou-se e teve uma filha e um filho. Ele também fundou uma série de pequenos mosteiros no Butão, incluindo Tharpa Ling, sua residência principal.Longchenpa não era apenas um estudioso, mas também um praticante dedicado. Ele alcançou níveis profundos de realização através da meditação e da experiência direta, que integrou em seus ensinamentos.Através do seu intelecto radiante e da sua realização meditativa, tanto nos seus ensinamentos como nos trabalhos escritos, Longchenpa foi capaz de reconciliar as aparentes discrepâncias e contradições entre as várias apresentações da visão e o caminho dentro das muitas linhagens de transmissão. Suas obras escritas também são famosas por serem capazes de transferir verdadeiras bênçãos apenas lendo ou ouvindo suas palavras iluminadas.O trabalho de Longchenpa desempenhou um papel crucial na preservação e codificação dos ensinamentos da tradição Nyingma. Ele enfatizou os ensinamentos Dzogchen, que enfocam a natureza da mente e o caminho direto para a iluminação.Os escritos e ensinamentos de Longchenpa continuam a ser estudados e reverenciados no Budismo Tibetano. Ele é considerado uma das figuras mais influentes da escola Nyingma e da tradição budista tibetana mais ampla.
Poema de Akegarasu Haya.Akegarasu Haya (1877–1954) foi um influente monge japonês da escola Jōdo Shinshū (Terra Pura), discípulo direto de Kiyozawa Manshi.Nascido na província de Ishikawa (Japão), ingressou no sacerdócio ainda jovem. Após a morte de seu mestre Kiyozawa, Akegarasu passou por uma profunda crise espiritual que o levou a uma redescoberta pessoal da fé. Essa experiência marcou uma virada em sua vida, tornando-se um mestre profundamente enraizado na vivência direta da espiritualidade.Akegarasu ensinava que a fé verdadeira não nasce do dogma, mas da experiência viva do coração. Ele defendia que o despertar espiritual vem da entrega total, e que a verdadeira compreensão nasce da vida vivida e não apenas do estudo. Sua abordagem era profundamente pessoal, direta e acessível, valorizando a vida comum como o caminho espiritual.Akegarasu foi um dos reformadores mais importantes do budismo Shin moderno. Ele foi o mentor de Gyomay Kubose, que levou seus ensinamentos aos Estados Unidos. Seus escritos e poemas continuam a tocar praticantes com sua simplicidade, profundidade e sinceridade.
Texto “Pure Naked Presence”, de Jigme Lingpa.Nascido no Tibete central, Jigme Lingpa (1730–1798) foi um dos mais influentes mestres do budismo tibetano, especialmente da tradição Nyingma.Durante longos períodos de retiro solitário, Jigme Lingpa teve visões de Padmasambhava e Longchenpa, nas quais recebeu a revelação do ciclo de ensinamentos conhecido como Longchen Nyingtik (“Essência do Coração da Grande Perfeição”). Esses ensinamentos o tornaram um tertön (revelador de tesouros espirituais), figura central na linhagem Nyingma.Jigme Lingpa enfatizava a prática da Dzogchen, a “Grande Perfeição”, que aponta diretamente para a natureza pura e inata da mente. Seus ensinamentos orientam o praticante a abandonar os esforços artificiais e a repousar na consciência aberta e desperta. Ele também valorizava profundamente o cultivo da compaixão e da devoção, especialmente à figura de Guru Rinpoche (Padmasambhava). A meditação direta e o reconhecimento da clareza natural da mente foram pilares de sua instrução.Jigme Lingpa revitalizou o budismo Nyingma com o Longchen Nyingtik, hoje uma das práticas mais amplamente seguidas no Tibete. Sua influência moldou gerações de mestres, e seu legado permanece vivo nas principais escolas tibetanas.
Trechos do livro “What Makes You Not a Buddhist”, de Dzongsar Jamyang Khyentse.Dzongsar Jamyang Khyentse Rinpoche ou Thubten Chökyi Gyamtso, é um grande mestre da linhagem Nyingma do budismo tibetano, cineasta e escritor.Nascido em 1961, em Khenpajong (leste do Butão), é o filho mais velho de Thinley Norbu.Aos sete anos, foi reconhecido por Sua Santidade Sakya Trizin como a principal encarnação de Dzongsar Jamyang Khyentse Chökyi Lodrö, o herdeiro espiritual de uma das mais influentes e admiradas encarnações de Manjushri (o Buda da Sabedoria).Até a idade de doze anos, Dzongsar estudou no Mosteiro do Palácio do Rei de Sikkim no nordeste da Índia, onde estudou com vários mestres contemporâneos influentes como Dudjom Rinpoche, Dalai Lama e Dilgo Khyentse que considera ser seu principal mestre. Ainda adolescente, Dzongsar construiu um pequeno centro de retiro em Ghezing em Sikkim e logo começou a viajar e ensinar pelo mundo.Em 1989, Dzongsar fundou a Siddhartha's Intent, uma associação budista internacional de centros sem fins lucrativos, a maioria das quais são sociedades e instituições de caridade, com a intenção principal de preservar os ensinamentos budistas, bem como aumentar a conscientização e a compreensão dos muitos aspectos do ensinamento budista além dos limites das culturas e tradições.Como cineasta, Dzongsar estudou com o italiano Bernardo Bertolucci; e seus dois filmes principais são “A Copa” (1999) e “Traveller e Magicians” (2003).Dzongsar Rinpoche é famoso pela liberdade descontraída com que se move entre culturas e povos e por sua dedicação incansável em trazer a filosofia e o caminho da iluminação para qualquer pessoa com um coração aberto.
Trechos do livro “A Voz do Mestre”, de Khalil Gibran.Khalil Gibran (1883-1931) foi um escritor, poeta e artista libanês, conhecido por suas obras espirituais e filosóficas.Nascido na cidade de Bsharri, no Líbano, em uma família maronita cristã, Gibran emigrou com sua mãe para os Estados Unidos aos 12 anos. Lá, viveu em Boston, onde começou a explorar sua vocação artística e literária. Após estudar arte em Paris, ele combinou influências ocidentais e orientais para criar um estilo único.Gibran abordava temas universais como amor, liberdade, espiritualidade e a interconexão da humanidade. Seus textos, frequentemente escritos em linguagem poética, celebram a beleza da vida, a busca interior e a harmonia com o divino. Em O Profeta (1923), ele compartilha reflexões profundas por meio de um personagem sábio que oferece conselhos sobre aspectos da vida cotidiana, como amizade, trabalho e morte, incentivando os leitores a viver com autenticidade e propósito.Considerado o terceiro maior poeta em vendas de todos os tempos (atrás somente de Lao-Tsé e William Shakespeare), Gibran foi creditado como o responsável pelo renascimento da literatura árabe. Sua mensagem universal de amor e unidade transcendem barreiras culturais e religiosas, consolidando-o como uma voz atemporal da literatura espiritual e filosófica.
Trechos retirados de gravações em palestras de Jiddu Krishnamurti.Jiddu Krishnamurti (1895-1986) foi um renomado filósofo e pensador indiano, reconhecido por sua visão única sobre espiritualidade e autotransformação.Nascido em Madanapalle, Índia, foi descoberto na juventude pela Sociedade Teosófica, que o proclamou como o "instrutor do mundo". No entanto, em 1929, Krishnamurti rejeitou essa designação, dissolveu a Ordem da Estrela e seguiu um caminho independente, rejeitando rituais e instituições. Ele passou a vida viajando pelo mundo, dando palestras e escrevendo, sempre focado em uma profunda busca pela liberdade e a verdade.Krishnamurti enfatizava a importância da autoinvestigação e da liberdade de dogmas e autoridades externas. Ele defendia que a verdade é uma terra sem caminhos e que cada indivíduo deve explorar sua própria mente para encontrar a libertação. Seus ensinamentos abordavam temas como o autoconhecimento, a meditação como atenção plena e a dissolução do ego. Ele rejeitava a ideia de mestres espirituais, insistindo que cada um é responsável por sua própria jornada interior.Jiddu Krishnamurti é amplamente considerado um dos maiores pensadores espirituais do século XX. Suas ideias influenciaram a psicologia, a educação e a filosofia. Seu legado continua vivo através de suas fundações, livros e discursos.
Trechos retirados de palestras de Dudjom Rinpoche.Kyabje Dudjom Rinpoche (1904 – 1987) ou Dudjom Jikdral Yeshe Dorje, foi poeta, mestre de meditação e iogue tântrico altamente reverenciado, líder da linhagem Nyingma do budismo tibetano e autor de muitos livros, considerado um dos mais proeminentes eruditos de nossos tempos e um dos mais amados grandes lamas do Tibete.Em resposta ao crescente interesse entre os ocidentais, Dudjom devotou a última década de sua vida a ensinar no ocidente, onde foi bem sucedido em estabelecer a tradição Nyingma.Através dos ensinamentos da escola Vajrayana, Dudjom nos invoca a seguir as instruções de Buda para “controlarmos a mente”, explicando que o ponto mais importante é o estudo sobre a visão da Grande Perfeição, que, em essência, considera todos os fenômenos como vazios por natureza.
Trechos de gravações de Adyashanti.Adyashanti (nascido em 1962), é um autor e professor espiritual americano.Por 14 anos Adyashanti estudou o Zen budismo com professores da linhagem de Shunryu Suzuki.Quando começou a experimentar uma série de transformações espirituais, Adyashanti foi convidado a ensinar sobre o processo de iluminação. Desde então, há mais de 25 anos, ele oferece reuniões, palestras, cursos de estudos e retiros.Seu ensino é um convite aberto para parar, investigar e reconhecer o que é verdadeiro e libertador no âmago de toda existência. Suas palavras apontam para o despertar de nossa real natureza, sem vinculação a nenhuma tradição ou ideologias específicas.“O despertar total surge quando você olha sinceramente para si mesmo, mais fundo do que imaginou e questiona tudo”, ensina Adyashanti.
Trechos do livro “Thought-Power”, de Swami Sivananda.Kuppuswamy ou Swami Sivananda Saraswati (1887 - 1963), foi um renomado líder espiritual hindu, guru, escritor e mestre em Yoga e Vedanta.Sivananda começou sua vida profissional como médico, até compreender que mais que tudo, as pessoas precisavam de conhecimento correto; então, adotou como sua missão a disseminação deste conhecimento. Renunciando a carreira médica, Sivananda ingressou na vida monástica como discípulo do mestre Vishwananda Saraswati. Levando uma vida devotada ao estudo e a prática do Vedanta, Swami Sivananda passava a maior parte do tempo absorto entre horas de meditação, estudo intenso e vigorosa prática de Hatha Yoga. Embora imerso em seu próprio caminho de Autorrealização, Sivananda nunca deixou de atender pessoas necessitadas de cuidados médicos, e dizia enxergar apenas a forma imortal do Ser em cada uma daquelas pessoas.Sivananda foi conhecido por sua abordagem prática e inclusiva do Yoga, enfatizando a importância da simplicidade, da caridade e da prática de uma rotina diária de exercícios espirituais (sadhana) como o meio direto para se alcançar a Autorrealização, o que poderia incluir meditação, canto de mantras, leitura de textos sagrados e serviço abnegado.Em 1932 Sivananda iniciou o Sivanandashram. Em 1936 fundou a “The Divine Life Society”. E em 1948 a Vedanta-Forest Academy. Ao mesmo tempo, Sivananda escreveu muitos livros sobre espiritualidade, Yoga, saúde e filosofia. Dessa forma, seus ensinamentos se espalharam internacionalmente, se tonando um grande disseminador do conhecimento védico. Hoje, Sivananda possui discípulos em todo o mundo, de todas as nacionalidades, credos e religiões.
Poemas selecionados de Kalidasa.Kalidasa (vivo entre os séculos IV e V d.C.) foi um dos maiores poetas e dramaturgos da literatura sânscrita clássica da Índia.Pouco se sabe sobre sua vida pessoal com certeza, mas a tradição o descreve como um homem simples e sem instrução, que recebeu sabedoria divina após uma oração sincera à deusa Kali. Posteriormente, tornou-se um erudito de enorme talento e refinamento, sendo aclamado nas cortes reais de seu tempo.Embora Kalidasa não tenha sido um mestre espiritual no sentido tradicional, suas obras literárias — como os dramas Shakuntala e Vikramorvashiya, e os poemas épicos Meghaduta e Kumarasambhavam — transmitem profundas lições sobre amor, dever, beleza, natureza e a condição humana. Seu estilo une sensibilidade poética com profundo respeito pelos valores espirituais e pela ordem cósmica descrita nos Vedas e Puranas.Kalidasa é frequentemente chamado de “Shakespeare da Índia” por sua maestria literária. Sua influência é sentida não apenas na literatura indiana posterior, mas também no renascimento cultural moderno da Índia. Seus escritos continuam a ser estudados, encenados e celebrados como exemplos supremos da estética e sabedoria clássicas indianas.
Poemas selecionados de Hafiz Shirazi.Khwāja Šamsu d-Dīn Muḥammad Hāfez-e Šīrāz, ou Hafiz Shirazi (1310 - 1390) foi um poeta lírico e místico persa.Nascido em Shīrāz no Irã, Hafiz recebeu uma educação religiosa clássica, e ainda jovem dedicou-se a teologia, escreveu comentários sobre clássicos religiosos e já lecionava sobre o Alcorão.Aos 20 anos de idade Hafiz conheceu seu Mestre Attar Shīrāz e tornou-se um poeta da corte de Abu Ishak, ganhando fama e influência em Shīrāz.Um dos princípios orientadores de sua vida foi o Sufismo, o movimento místico islâmico que exige de seus adeptos total devoção à busca da união com a realidade última.Ansioso por se unir ao seu Criador, aos 60 anos de idade Hafiz começou uma vigília de quarenta dias e quarenta noites, sentando-se em um círculo que ele mesmo havia desenhado. Na manhã do quadragésimo dia de sua vigília, que também era o quadragésimo aniversário do encontro com seu Mestre Attar, ele foi até seu Mestre e, ao beber uma taça de vinho que Attar lhe deu, alcançou a Realização Divina.Nesta fase, até a morte, ele compôs mais da metade de seus poemas, e continuou a ensinar seu pequeno círculo de discípulos.
Citações e trechos do livro “Rebel Buddha: On the Road to Freedom”, Dzogchen Ponlop Rinpoche.Dzogchen Ponlop Rinpoche, nascido em 1965 no Tibete, é um grande mestre budista das tradições Nyingma e Kagyu do budismo tibetano.Reconhecido ainda criança como a sétima encarnação de Dzogchen Ponlop, recebeu extensa formação monástica e acadêmica em filosofia budista na Índia, nos mosteiros de Rumtek e Nalanda. Posteriormente, mudou-se para o Ocidente, onde se tornou um elo fundamental na transmissão autêntica do Dharma para públicos modernos, especialmente na América do Norte.Rinpoche ensina com uma linguagem clara, contemporânea e muitas vezes bem-humorada, tornando acessíveis os profundos ensinamentos do budismo tibetano. Ele enfatiza o reconhecimento da mente lúcida, o cultivo da sabedoria e da compaixão, e o equilíbrio entre estudo e meditação.Dzogchen Ponlop Rinpoche é fundador da Nalandabodhi, uma organização internacional que oferece educação budista e prática espiritual. Através de um diálogo inter-religioso sobre a paz interior, Rinpoche ficou conhecido por integrar o caminho espiritual com a vida moderna, ensinando que a liberdade interior surge do autoconhecimento e da consciência desperta no cotidiano.
Poemas selecionados de Rumi.Rūmī (Jalal al-Din Rumi), também conhecido como Mawlana, (1207 - 1273), foi o maior místico sufi e poeta de língua persa a influenciar o pensamento e a literatura do mundo muçulmano.Rumi passou sua vida em Anatólia (atualmente Turquia), e era um adepto do sufismo, prática que consiste em cultivar uma relação direta e contínua com Deus, por intermédio de cânticos, músicas, orações e jejuns. Os ensinamentos de Rumi estão centrados no amor divino como o caminho para a união com Deus. Ele acreditava que o amor é a força universal que transcende a dualidade e dissolve o ego. Suas obras, como o Masnavi e o Divan-e Shams-e Tabrizi, usam metáforas ricas e histórias para explorar temas de transformação espiritual, unidade e a busca pelo infinito. A dança dos dervixes rodopiantes, associada à tradição sufi, é inspirada em sua filosofia de transcendência.A importância de Rumi transcende os conceitos de nacionalidade e etnia. Sua presença é marcante na literatura persa, turca e na Ásia Central, mas seus poemas são amplamente conhecidos e traduzidos em vários idiomas, como nos Estados Unidos, onde ele é considerado “o poeta mais popular da América”.
Trechos dos livros “The Lions Roar” e “Shambhala”, de Chögyam Trungpa.Chögyam Trungpa Rinpoche (1939 - 1987) foi um estudioso, professor, artista, poeta e mestre de meditação da tradição budista Vajrayana.Nascido no Tibete, foi reconhecido como a 11ª encarnação do Trungpa Tulku e treinado nas tradições Kagyu e Nyingma. Após a invasão chinesa, fugiu para a Índia e, mais tarde, estudou no Reino Unido, onde também explorou a cultura ocidental. Pioneiro na disseminação do budismo tibetano no Ocidente, Trungpa foi autor de mais de duas dezenas de livros em inglês.Em 1970, mudou-se para os Estados Unidos, e nos quinze anos seguintes, fundou uma rede de várias centenas de centros de meditação budista nos Estados Unidos e Canadá.Trungpa ficou conhecido por sua abordagem inovadora e muitas vezes controversa do budismo, chamada “Budismo Shambhala”. Ele enfatizava a aplicação dos princípios budistas no cotidiano, abordando a espiritualidade com autenticidade, sem idealizações. Seus ensinamentos incluíam a importância da meditação, a compreensão da mente e a coragem de enfrentar a realidade como ela é. Ele também introduziu conceitos como “louca sabedoria”, desafiando convenções para despertar insights profundos.
Trechos do livro “Fear: Essential Wisdom for Getting Through the Storm”, de Thich Nhat Hanh.Thich Nhat Hanh (1926 - 2022) foi um monge budista, escritor e ativista vietnamita, amplamente reconhecido como uma das vozes mais influentes do budismo no século XX.Através da arte da atenção plena (Mindfulness), Hanh enfatizava a presença no momento presente como caminho para a paz interior e exterior. Ele integrava meditação à vida cotidiana, com práticas simples como “meditar ao caminhar” e “respiração consciente”. Seus ensinamentos abordavam temas como compaixão, reconciliação e a interconexão de todos os seres.Thich Nhat Hanh foi um defensor incansável da paz e da justiça, promovendo o diálogo entre culturas e religiões. Sua abordagem prática e compassiva continua a transformar vidas, enquanto Plum Village e seus muitos discípulos espalham seus ensinamentos pelo mundo.
Trechos do livro “It's Up to You”, de Dzigar Kongtrul Rinpoche.Dzigar Kongtrul Rinpoche é autor, pintor e um grande mestre da linhagem Nyingma do budismo tibetano.Nascido no norte da Índia, em 1964. Logo após a morte do pai, aos nove anos de idade, Dzigar Kongtrul foi reconhecido, por Dilgo Khyentse Rinpoche, como a reencarnação do grande Jamgön Kongtrul, reconhecimento este confirmado pelo 16º Karmapa.Criado num ambiente monástico, Dzigar recebeu extenso treinamento em todos os aspectos da doutrina budista. Seu professor raiz foi Dilgo Khyentse Rinpoche, mas Dzigar também estudou sob a orientação de grandes mestres como Tulku Urgyen Rinpoche, Nyoshul Khen Rinpoche e Khenpo Rinchen.Em 1989, Dzigar se mudou para os Estados Unidos com sua família e de 1990 a 1995 foi professor de filosofia budista na Universidade Naropa. Pouco depois de sua chegada nos Estados Unidos, fundou Mangala Shri Bhuti, uma organização criada para promover o estudo do Budadharma no Ocidente.Dzigar destaca-se por seu elevado conhecimento, sua habilidade de comunicar o significado sutil, e sua capacidade de torná-los acessíveis e úteis para os seus ouvintes.Tecendo sua antiga herança espiritual com os muitos fios da nossa cultura moderna, Kongtrul Rinpoche é conhecido pela sua integridade intransigente , sua determinação inabalável, uma profunda convicção no altruísmo e uma rigorosa insistência de que todos os seres, independentemente da sua origem, possam despertar para a sua própria natureza iluminada.
Trechos do livro “The Teachings of Ramana Maharshi in His Own Words”, de Ramana Maharshi.Ramana Maharshi (1879-1950), nascido Venkataraman Iyer, foi um dos mais venerados sábios da Índia. Nascido em Tiruchuli, Tamil Nadu, viveu uma infância comum até, aos 16 anos, experimentar uma profunda transformação espiritual ao confrontar a ideia de morte. Essa experiência o levou à realização do verdadeiro Eu e à renúncia de sua vida mundana. A partir disso ele se estabeleceu na montanha sagrada de Arunachala, onde passou o resto de sua vida em meditação e transmitindo ensinamentos, atraindo discípulos de todo o mundo.Ramana ensinava a prática do “Atma-Vichara”, “Self-enquiry” (auto-inquirição ou auto-investigação), baseada na pergunta “Quem sou eu?”. Ātmā Vicāra (विचार), é um termo sânscrito que significa o processo de investigar quem realmente somos, a investigação sobre a Natureza do Ser. Esta técnica é a que melhor exemplifica o Jñāna Yoga, o Yoga do conhecimento sobre Si Mesmo.Ramana destacava que a libertação espiritual surge da dissolução do ego e da realização da unidade com a Consciência universal. Seus ensinamentos enfatizavam a simplicidade, o silêncio e a experiência direta como caminhos para a Autorrealização, rejeitando práticas ritualísticas e dogmas religiosos.Seus ensinamentos transcendem fronteiras culturais e religiosas, inspirando buscadores espirituais em todo o mundo. Seu Ashram de Arunachala continua sendo um centro de aprendizado e prática, e suas ideias sobre introspecção e paz interior permanecem profundamente influentes.