Trechos do livro “Thought-Power”, de Swami Sivananda.Kuppuswamy ou Swami Sivananda Saraswati (1887 - 1963), foi um renomado líder espiritual hindu, guru, escritor e mestre em Yoga e Vedanta.Sivananda começou sua vida profissional como médico, até compreender que mais que tudo, as pessoas precisavam de conhecimento correto; então, adotou como sua missão a disseminação deste conhecimento. Renunciando a carreira médica, Sivananda ingressou na vida monástica como discípulo do mestre Vishwananda Saraswati. Levando uma vida devotada ao estudo e a prática do Vedanta, Swami Sivananda passava a maior parte do tempo absorto entre horas de meditação, estudo intenso e vigorosa prática de Hatha Yoga. Embora imerso em seu próprio caminho de Autorrealização, Sivananda nunca deixou de atender pessoas necessitadas de cuidados médicos, e dizia enxergar apenas a forma imortal do Ser em cada uma daquelas pessoas.Sivananda foi conhecido por sua abordagem prática e inclusiva do Yoga, enfatizando a importância da simplicidade, da caridade e da prática de uma rotina diária de exercícios espirituais (sadhana) como o meio direto para se alcançar a Autorrealização, o que poderia incluir meditação, canto de mantras, leitura de textos sagrados e serviço abnegado.Em 1932 Sivananda iniciou o Sivanandashram. Em 1936 fundou a “The Divine Life Society”. E em 1948 a Vedanta-Forest Academy. Ao mesmo tempo, Sivananda escreveu muitos livros sobre espiritualidade, Yoga, saúde e filosofia. Dessa forma, seus ensinamentos se espalharam internacionalmente, se tonando um grande disseminador do conhecimento védico. Hoje, Sivananda possui discípulos em todo o mundo, de todas as nacionalidades, credos e religiões.
Poemas selecionados de Kalidasa.Kalidasa (vivo entre os séculos IV e V d.C.) foi um dos maiores poetas e dramaturgos da literatura sânscrita clássica da Índia.Pouco se sabe sobre sua vida pessoal com certeza, mas a tradição o descreve como um homem simples e sem instrução, que recebeu sabedoria divina após uma oração sincera à deusa Kali. Posteriormente, tornou-se um erudito de enorme talento e refinamento, sendo aclamado nas cortes reais de seu tempo.Embora Kalidasa não tenha sido um mestre espiritual no sentido tradicional, suas obras literárias — como os dramas Shakuntala e Vikramorvashiya, e os poemas épicos Meghaduta e Kumarasambhavam — transmitem profundas lições sobre amor, dever, beleza, natureza e a condição humana. Seu estilo une sensibilidade poética com profundo respeito pelos valores espirituais e pela ordem cósmica descrita nos Vedas e Puranas.Kalidasa é frequentemente chamado de “Shakespeare da Índia” por sua maestria literária. Sua influência é sentida não apenas na literatura indiana posterior, mas também no renascimento cultural moderno da Índia. Seus escritos continuam a ser estudados, encenados e celebrados como exemplos supremos da estética e sabedoria clássicas indianas.
Poemas selecionados de Hafiz Shirazi.Khwāja Šamsu d-Dīn Muḥammad Hāfez-e Šīrāz, ou Hafiz Shirazi (1310 - 1390) foi um poeta lírico e místico persa.Nascido em Shīrāz no Irã, Hafiz recebeu uma educação religiosa clássica, e ainda jovem dedicou-se a teologia, escreveu comentários sobre clássicos religiosos e já lecionava sobre o Alcorão.Aos 20 anos de idade Hafiz conheceu seu Mestre Attar Shīrāz e tornou-se um poeta da corte de Abu Ishak, ganhando fama e influência em Shīrāz.Um dos princípios orientadores de sua vida foi o Sufismo, o movimento místico islâmico que exige de seus adeptos total devoção à busca da união com a realidade última.Ansioso por se unir ao seu Criador, aos 60 anos de idade Hafiz começou uma vigília de quarenta dias e quarenta noites, sentando-se em um círculo que ele mesmo havia desenhado. Na manhã do quadragésimo dia de sua vigília, que também era o quadragésimo aniversário do encontro com seu Mestre Attar, ele foi até seu Mestre e, ao beber uma taça de vinho que Attar lhe deu, alcançou a Realização Divina.Nesta fase, até a morte, ele compôs mais da metade de seus poemas, e continuou a ensinar seu pequeno círculo de discípulos.
Citações e trechos do livro “Rebel Buddha: On the Road to Freedom”, Dzogchen Ponlop Rinpoche.Dzogchen Ponlop Rinpoche, nascido em 1965 no Tibete, é um grande mestre budista das tradições Nyingma e Kagyu do budismo tibetano.Reconhecido ainda criança como a sétima encarnação de Dzogchen Ponlop, recebeu extensa formação monástica e acadêmica em filosofia budista na Índia, nos mosteiros de Rumtek e Nalanda. Posteriormente, mudou-se para o Ocidente, onde se tornou um elo fundamental na transmissão autêntica do Dharma para públicos modernos, especialmente na América do Norte.Rinpoche ensina com uma linguagem clara, contemporânea e muitas vezes bem-humorada, tornando acessíveis os profundos ensinamentos do budismo tibetano. Ele enfatiza o reconhecimento da mente lúcida, o cultivo da sabedoria e da compaixão, e o equilíbrio entre estudo e meditação.Dzogchen Ponlop Rinpoche é fundador da Nalandabodhi, uma organização internacional que oferece educação budista e prática espiritual. Através de um diálogo inter-religioso sobre a paz interior, Rinpoche ficou conhecido por integrar o caminho espiritual com a vida moderna, ensinando que a liberdade interior surge do autoconhecimento e da consciência desperta no cotidiano.
Poemas selecionados de Rumi.Rūmī (Jalal al-Din Rumi), também conhecido como Mawlana, (1207 - 1273), foi o maior místico sufi e poeta de língua persa a influenciar o pensamento e a literatura do mundo muçulmano.Rumi passou sua vida em Anatólia (atualmente Turquia), e era um adepto do sufismo, prática que consiste em cultivar uma relação direta e contínua com Deus, por intermédio de cânticos, músicas, orações e jejuns. Os ensinamentos de Rumi estão centrados no amor divino como o caminho para a união com Deus. Ele acreditava que o amor é a força universal que transcende a dualidade e dissolve o ego. Suas obras, como o Masnavi e o Divan-e Shams-e Tabrizi, usam metáforas ricas e histórias para explorar temas de transformação espiritual, unidade e a busca pelo infinito. A dança dos dervixes rodopiantes, associada à tradição sufi, é inspirada em sua filosofia de transcendência.A importância de Rumi transcende os conceitos de nacionalidade e etnia. Sua presença é marcante na literatura persa, turca e na Ásia Central, mas seus poemas são amplamente conhecidos e traduzidos em vários idiomas, como nos Estados Unidos, onde ele é considerado “o poeta mais popular da América”.
Trechos dos livros “The Lions Roar” e “Shambhala”, de Chögyam Trungpa.Chögyam Trungpa Rinpoche (1939 - 1987) foi um estudioso, professor, artista, poeta e mestre de meditação da tradição budista Vajrayana.Nascido no Tibete, foi reconhecido como a 11ª encarnação do Trungpa Tulku e treinado nas tradições Kagyu e Nyingma. Após a invasão chinesa, fugiu para a Índia e, mais tarde, estudou no Reino Unido, onde também explorou a cultura ocidental. Pioneiro na disseminação do budismo tibetano no Ocidente, Trungpa foi autor de mais de duas dezenas de livros em inglês.Em 1970, mudou-se para os Estados Unidos, e nos quinze anos seguintes, fundou uma rede de várias centenas de centros de meditação budista nos Estados Unidos e Canadá.Trungpa ficou conhecido por sua abordagem inovadora e muitas vezes controversa do budismo, chamada “Budismo Shambhala”. Ele enfatizava a aplicação dos princípios budistas no cotidiano, abordando a espiritualidade com autenticidade, sem idealizações. Seus ensinamentos incluíam a importância da meditação, a compreensão da mente e a coragem de enfrentar a realidade como ela é. Ele também introduziu conceitos como “louca sabedoria”, desafiando convenções para despertar insights profundos.
Trechos do livro “Fear: Essential Wisdom for Getting Through the Storm”, de Thich Nhat Hanh.Thich Nhat Hanh (1926 - 2022) foi um monge budista, escritor e ativista vietnamita, amplamente reconhecido como uma das vozes mais influentes do budismo no século XX.Através da arte da atenção plena (Mindfulness), Hanh enfatizava a presença no momento presente como caminho para a paz interior e exterior. Ele integrava meditação à vida cotidiana, com práticas simples como “meditar ao caminhar” e “respiração consciente”. Seus ensinamentos abordavam temas como compaixão, reconciliação e a interconexão de todos os seres.Thich Nhat Hanh foi um defensor incansável da paz e da justiça, promovendo o diálogo entre culturas e religiões. Sua abordagem prática e compassiva continua a transformar vidas, enquanto Plum Village e seus muitos discípulos espalham seus ensinamentos pelo mundo.
Trechos do livro “It's Up to You”, de Dzigar Kongtrul Rinpoche.Dzigar Kongtrul Rinpoche é autor, pintor e um grande mestre da linhagem Nyingma do budismo tibetano.Nascido no norte da Índia, em 1964. Logo após a morte do pai, aos nove anos de idade, Dzigar Kongtrul foi reconhecido, por Dilgo Khyentse Rinpoche, como a reencarnação do grande Jamgön Kongtrul, reconhecimento este confirmado pelo 16º Karmapa.Criado num ambiente monástico, Dzigar recebeu extenso treinamento em todos os aspectos da doutrina budista. Seu professor raiz foi Dilgo Khyentse Rinpoche, mas Dzigar também estudou sob a orientação de grandes mestres como Tulku Urgyen Rinpoche, Nyoshul Khen Rinpoche e Khenpo Rinchen.Em 1989, Dzigar se mudou para os Estados Unidos com sua família e de 1990 a 1995 foi professor de filosofia budista na Universidade Naropa. Pouco depois de sua chegada nos Estados Unidos, fundou Mangala Shri Bhuti, uma organização criada para promover o estudo do Budadharma no Ocidente.Dzigar destaca-se por seu elevado conhecimento, sua habilidade de comunicar o significado sutil, e sua capacidade de torná-los acessíveis e úteis para os seus ouvintes.Tecendo sua antiga herança espiritual com os muitos fios da nossa cultura moderna, Kongtrul Rinpoche é conhecido pela sua integridade intransigente , sua determinação inabalável, uma profunda convicção no altruísmo e uma rigorosa insistência de que todos os seres, independentemente da sua origem, possam despertar para a sua própria natureza iluminada.
Trechos do livro “The Teachings of Ramana Maharshi in His Own Words”, de Ramana Maharshi.Ramana Maharshi (1879-1950), nascido Venkataraman Iyer, foi um dos mais venerados sábios da Índia. Nascido em Tiruchuli, Tamil Nadu, viveu uma infância comum até, aos 16 anos, experimentar uma profunda transformação espiritual ao confrontar a ideia de morte. Essa experiência o levou à realização do verdadeiro Eu e à renúncia de sua vida mundana. A partir disso ele se estabeleceu na montanha sagrada de Arunachala, onde passou o resto de sua vida em meditação e transmitindo ensinamentos, atraindo discípulos de todo o mundo.Ramana ensinava a prática do “Atma-Vichara”, “Self-enquiry” (auto-inquirição ou auto-investigação), baseada na pergunta “Quem sou eu?”. Ātmā Vicāra (विचार), é um termo sânscrito que significa o processo de investigar quem realmente somos, a investigação sobre a Natureza do Ser. Esta técnica é a que melhor exemplifica o Jñāna Yoga, o Yoga do conhecimento sobre Si Mesmo.Ramana destacava que a libertação espiritual surge da dissolução do ego e da realização da unidade com a Consciência universal. Seus ensinamentos enfatizavam a simplicidade, o silêncio e a experiência direta como caminhos para a Autorrealização, rejeitando práticas ritualísticas e dogmas religiosos.Seus ensinamentos transcendem fronteiras culturais e religiosas, inspirando buscadores espirituais em todo o mundo. Seu Ashram de Arunachala continua sendo um centro de aprendizado e prática, e suas ideias sobre introspecção e paz interior permanecem profundamente influentes.
Trechos dos livros “The Flawless Mirror” e “The Master Said”, de Paramahansa Yogananda.Paramahansa Yogananda (1893-1952), nascido Mukunda Lal Ghosh, foi um dos mais influentes mestres espirituais da Índia.Criado em uma família devota em Gorakhpur, desde cedo demonstrou grande interesse pela espiritualidade. Aos 17 anos, conheceu seu guru, Sri Yukteswar, e dedicou sua vida ao caminho espiritual. Em 1920, Yogananda viajou para os Estados Unidos para participar de um congresso de religiões e permaneceu no Ocidente, difundindo o yoga e a meditação.Yogananda ensinava a Kriya Yoga, uma técnica de meditação voltada para a Autorrealização e a comunhão com o divino. Ele acreditava na unidade entre ciência e espiritualidade, enfatizando a necessidade de buscar Deus por meio da prática interior e do equilíbrio entre vida material e espiritual. Seu livro Autobiografia de um Iogue (1946) tornou-se um clássico espiritual, oferecendo um vislumbre de sua jornada e das verdades universais do yoga.Yogananda é amplamente reconhecido como o pioneiro que trouxe a filosofia do yoga ao Ocidente. Sua obra continua a inspirar milhões de pessoas, promovendo a harmonia espiritual global.
Trechos do livro “I Am That”, de Nisargadatta Maharaj.Nisargadatta Maharaj (1897-1981), nascido Maruti Shivrampant Kambli, foi um renomado mestre espiritual indiano da tradição Advaita Vedanta.Nisargadatta nasceu em uma família humilde e viveu uma vida simples como comerciante de cigarros. Após conhecer seu guru, Sri Siddharameshwar Maharaj, Nisargadatta alcançou à Auto-realização. Ainda assim, ele continuou sua vida cotidiana, ensinando de forma despretensiosa em sua casa em Mumbai, onde recebia discípulos de todo o mundo.O ensinamento central de Nisargadatta é a realização de que você é o Eu absoluto, além do corpo, da mente e da personalidade. Ele insistia na introspecção direta, encorajando os buscadores a abandonarem a identificação com o ego e a reconhecerem a sua verdadeira natureza como a pura Consciência. Nisargadatta alcançou reconhecimento mundial através da publicação de 1973, de "Eu Sou Aquilo" (I Am That). Suas conversas, transcritas neste livro abordam a essência da não-dualidade, enfatizando que a libertação espiritual está disponível para todos, sem a necessidade de práticas elaboradas ou crenças religiosas.
Trechos do livro “Guruvachaka Kovai”, de Muruganar.Muruganar (1890–1973), nascido como C.K. Subramania Iyer em Tamil Nadu, Índia, foi um renomado poeta e devoto de Ramana Maharshi.Professor por profissão, Muruganar encontrou Ramana Maharshi em 1923, em uma experiência que transformou sua vida. Assim, abandonou sua carreira e se estabeleceu em Tiruvannamalai, onde viveu como discípulo próximo do mestre. Sob a orientação de Ramana, sua devoção e compreensão espiritual se aprofundaram, e ele se tornou um dos mais queridos e dedicados seguidores do sábio.Muruganar dedicou-se a registrar e poetizar os ensinamentos de Ramana Maharshi, compondo centenas de versos em Tamil que expressavam a essência da autoinvestigação e da entrega ao Eu Supremo. Suas poesias combinavam profundidade filosófica com devoção intensa, tornando os ensinamentos acessíveis e inspiradores.Muruganar é lembrado como o mais prolífico poeta-devoto de Ramana Maharshi, sendo responsável por preservar muitos dos ensinamentos de seu mestre. Sua obra, Guru Vachaka Kovai, é uma referência essencial para os seguidores da tradição de Ramana e para todos os buscadores espirituais.
Trechos de artigos escritos por Gyomay Kubose.Gyomay M. Kubose ou Masao Kubose (1905 - 2000), foi filósofo, escritor e professor budista nipo-americano.Embora nascido nos Estados Unidos, Kubose passou a primeira parte de sua vida no Japão, onde absorveu uma herança rica em influência budista. Ao voltar para a América, se formou em Filosofia na Universidade da Califórnia em Berkeley, em 1935. E então, voltou para o Japão onde passou a estudar budismo com seu professor Rev. Haya Akegarasu.Acompanhando seu professor em viagens de palestras, Kubose viajou extensivamente pelo Japão, Coréia, China e Estados Unidos. Em 1944, após a Segunda Guerra Mundial, Kubose mudou-se para Chicago, onde fundou o Templo Budista de Chicago.Durante toda sua vida Kubose enfatizou e ensinou a todos o Buddha-Dharma não-sectário.Citado muitas vezes por sua obra no âmbito da justiça social, dos direitos civis e das relações comunitárias, Gyomay Kubose escreveu vários livros sobre budismo, meditação e ética. Ao longo de sua vida, concentrou-se em preencher a lacuna entre a espiritualidade oriental e a sociedade ocidental. Sua abordagem do budismo enfatizou suas aplicações práticas na vida diária, tornando-o acessível e relevante para pessoas de todas as esferas da vida.As contribuições de Gyomay Kubose ao budismo nos Estados Unidos deixaram um impacto duradouro, inspirando gerações de praticantes a encontrar paz interior e compaixão por meio dos ensinamentos de Buda.
Citações e trechos do livro “On Education”, de Jiddu Krishnamurti.Jiddu Krishnamurti (1895-1986) foi um renomado filósofo e pensador indiano, reconhecido por sua visão única sobre espiritualidade e autotransformação.Nascido em Madanapalle, Índia, foi descoberto na juventude pela Sociedade Teosófica, que o proclamou como o "instrutor do mundo". No entanto, em 1929, Krishnamurti rejeitou essa designação, dissolveu a Ordem da Estrela e seguiu um caminho independente, rejeitando rituais e instituições. Ele passou a vida viajando pelo mundo, dando palestras e escrevendo, sempre focado em uma profunda busca pela liberdade e a verdade.Krishnamurti enfatizava a importância da autoinvestigação e da liberdade de dogmas e autoridades externas. Ele defendia que a verdade é uma terra sem caminhos e que cada indivíduo deve explorar sua própria mente para encontrar a libertação. Seus ensinamentos abordavam temas como o autoconhecimento, a meditação como atenção plena e a dissolução do ego. Ele rejeitava a ideia de mestres espirituais, insistindo que cada um é responsável por sua própria jornada interior.Jiddu Krishnamurti é amplamente considerado um dos maiores pensadores espirituais do século XX. Suas ideias influenciaram a psicologia, a educação e a filosofia. Seu legado continua vivo através de suas fundações, livros e discursos.
Citações e trechos do livro “Radically Happy: A User's Guide to the Mind”, de Kyabgön Phakchok Rinpoche Kyabgön Phakchok Rinpoche (nascido em 1981) é um monge e professor da Escola Nyingma de Budismo Tibetano, detentor da linhagem dos Tesouros Profundos de Chokgyur Lingpa.Phakchok ingressou no Instituto Dzongsar de Estudos Budistas Avançados em Bir, na Índia, onde recebeu o título de Khenpo, comparável a um doutorado em Filosofia Budista, de Dzongsar Khyentse Rinpoche e do 14º Dalai Lama. Phakchok recebeu instruções e iniciações de muitos professores, incluindo Dilgo Khyentse Rinpoche, Chogye Trichen Rinpoche, Taklung Tsetrul Rinpoche, Nyoshul Khen Rinpoche, Tsikey Chokling Rinpoche e outros.Ao longo da sua vida, Phakchok viajou extensivamente, ensinando e partilhando a sabedoria do Budismo Tibetano com pessoas de diversas origens.Seus ensinamentos concentram-se em métodos práticos para cultivar a atenção plena e a consciência, tanto em orientações sobre as práticas meditativas quanto na exploração de ensinamentos profundos, como o vazio e a interdependência.Phakchok também incentiva seus alunos ao serviço comunitário e no envolvimento social, a contribuir ativamente para o bem-estar dos outros e a trabalhar para criar uma sociedade mais compassiva e harmoniosa. Integrando os princípios budistas na vida cotidiana, Phakchok aponta para a compaixão, a atenção plena e a sabedoria como as chaves para a transformação pessoal e a paz interior.
Poema “A Prayer Upon Arising in the Morning”, de Hsing Yün.Hsing Yün (1927–2023) foi um renomado monge budista chinês e fundador da ordem Fo Guang Shan, uma das maiores organizações budistas do mundo.Nascido em Jiangsu, China, Hsing Yün tornou-se monge aos 12 anos. Com a Revolução Comunista, migrou para Taiwan em 1949, onde se destacou por sua visão moderna e inclusiva do budismo. Em 1967, fundou o monastério Fo Guang Shan, iniciando um movimento que integraria educação, cultura, caridade e prática espiritual.Hsing Yün foi um defensor do “Budismo Humanista”, uma abordagem que busca aplicar os ensinamentos de Buda na vida cotidiana, promovendo compaixão, sabedoria e engajamento social. Ele enfatizava a importância da meditação, da ética, do serviço ao próximo e da educação espiritual acessível. Seus ensinamentos buscavam integrar tradição e modernidade, incentivando uma prática ativa e prática da fé.Hsing Yün foi uma ponte entre o Oriente e o Ocidente, promovendo o diálogo inter-religioso e a paz. Assim, ajudou a revitalizar o budismo no século XX e a torná-lo acessível a públicos de diferentes culturas.
Trechos do texto “Sutta Nipata” e “Mangala Sutta”.Shakyamuni Buda (563 - 483 a.C.) foi Sidarta Gautama, integrante de uma rica família da Índia, com uma vida repleta de luxo e segurança até seus 29 anos, quando teve seu primeiro contato com a miséria, a doença e o sofrimento humano, então, Sidarta teria dito algo como:“Se o destino final do homem é o sofrimento e a morte, minha vida não faz sentido”. Então, decidiu mudar radicalmente sua vida. Saiu de seu palácio e passou a buscar explicações e soluções para o sofrimento.Através da meditação, ele encontrou a explicação para todas as suas dúvidas e, assim, entendeu o que é a vida. As escrituras dizem que Sidarta apenas permaneceu imóvel diante as investidas de Mara (a ilusão), e então, alcançou a iluminação.Na meditação busca-se cessar a atividade mental ininterrupta, na qual pensamentos e fantasias bloqueiam a experiência direta e intuitiva.Na maior parte do tempo alimentamos pensamentos que podem nos deixar ansiosos, frustrados, com mágoa, raiva, ressentimento ou medo.Tragada por esse vórtice de sensações, nossa atenção perde o foco. É por isso que, muitas vezes, comemos sem sentir o sabor, e olhamos uma pessoa sem vê-la de fato.Por quase meio século, Buda viveu cercado de multidões às quais receitava antídotos para essa dispersão, como a chamada “atenção plena”, prática que consiste em dispensar o máximo de atenção a tudo o que se faz, e que está na base de várias técnicas meditativas.
Citações e trechos do livro “Gates to Buddhist Practice”, de Chagdud Tulku Rinpoche.Nascido no leste do Tibete (Kham), Chagdud Tulku Rinpoche (1930 - 2002) foi um lama da escola Nyingma de Budismo Vajrayana tibetano. Aos quatro anos ele foi reconhecido como um tulku (encarnação de um mestre de meditação), e um recebeu treinamento rigoroso, aprofundoando seus estudos em extensos retiros.Em 1959, ele escapou da ocupação comunista do Tibete e viveu exilado em comunidades de refugiados na Índia e no Nepal até se estabelecer nos Estados Unidos, em 1979. Em 1994, mudou-se para o Brasil e começou a construção do seu centro principal, o Khadro Ling, no Rio Grande do Sul.Ao viajar e ensinar constantemente, irradiando entusiasmo e compaixão, tornou-se o lama do coração de centenas de alunos e foi uma inspiração profunda para milhares de outros.Quando lhe perguntavam por que, aos sessenta e quatro anos, mudou-se para a América do Sul ao invés de permanecer confortavelmente nos Estados Unidos, respondia: “Percebi a fé dos brasileiros e o seu interesse no Budismo e quis ensiná-los”.
Poemas selecionados de Hafiz Shirazi.Khwāja Šamsu d-Dīn Muḥammad Hāfez-e Šīrāz, ou Hafiz Shirazi (1310 - 1390) foi um poeta lírico e místico persa.Nascido em Shīrāz no Irã, Hafiz recebeu uma educação religiosa clássica, e ainda jovem dedicou-se a teologia, escreveu comentários sobre clássicos religiosos e já lecionava sobre o Alcorão.Aos 20 anos de idade Hafiz conheceu seu Mestre Attar Shīrāz e tornou-se um poeta da corte de Abu Ishak, ganhando fama e influência em Shīrāz.Um dos princípios orientadores de sua vida foi o Sufismo, o movimento místico islâmico que exige de seus adeptos total devoção à busca da união com a realidade última.Ansioso por se unir ao seu Criador, aos 60 anos de idade Hafiz começou uma vigília de quarenta dias e quarenta noites, sentando-se em um círculo que ele mesmo havia desenhado. Na manhã do quadragésimo dia de sua vigília, que também era o quadragésimo aniversário do encontro com seu Mestre Attar, ele foi até seu Mestre e, ao beber uma taça de vinho que Attar lhe deu, alcançou a Realização Divina.Nesta fase, até a morte, ele compôs mais da metade de seus poemas, e continuou a ensinar seu pequeno círculo de discípulos.
Trechos do livro “Imitação de Cristo” de Tomás de Kempis.Tomás de Kempis (1380 - 1471) foi um monge católico agostiniano e um famoso autor cristão.Nascido em Kempen, na atual Alemanha, Tomás ingressou ainda jovem na comunidade religiosa dos Cônegos Regulares de Windesheim, em Deventer, na Holanda, onde viveu a maior parte de sua vida em oração, estudo e contemplação. Conhecido por sua vida simples e devotada, Kempis era copista, mestre espiritual e profundamente comprometido com a vida interior.Sua obra mais famosa, Imitação de Cristo, tornou-se um dos textos espirituais mais lidos da cristandade. Nela, Tomás ensina a importância da humildade, do desapego do mundo, da obediência e da comunhão com Cristo por meio da meditação e da vida interior. Ele enfatizava que o verdadeiro progresso espiritual não dependia de saberes intelectuais, mas de uma profunda união com Deus pelo coração.Tomás de Kempis influenciou gerações de cristãos com sua ênfase na vida interior e na simplicidade do seguimento de Cristo. Imitação de Cristo permanece uma obra central da mística cristã, traduzida para dezenas de línguas, sendo fonte de inspiração para místicos, monges, padres e leigos ao longo dos séculos.