Diz que é uma frase que tem, mas não se consegue discernir se Simone de Oliveira é consequência da expressão ou se o mantra nasceu para personificar a artista. A única certeza é que, nisto de se nascer livre, há uma exceção à regra: conhecer Simone, é irrevogavelmente amá-la. Sem espaço para escolha.

Entrevista de Sofia Lucas e Sara Andrade.

Um nome português, uma voz internacional: o fado de Mariza tem a língua de Camões, mas ouve-se pelo Mundo.

E muito disso se deve, também, à fadista, que, do berço de Moçambique, fez de Lisboa, casa, e da música, amor. Nesta entrevista que fala de Portugal, do passado, presente e futuro, e mais além, a cantora explica porque em tempos, nem quis cantar Fado, mas também como há algo cósmico nisto tudo. Como um fado deve ser. 

Uma passagem fugaz que não é por vontade própria: adora Portugal e não esquece o sítio onde nasceu. Gosta sempre de voltar - e ficar - e, ainda que esteja sempre à mercê dos projetos internacionais que continua a colecionar, e das consequentes rodagens e promoções no estrangeiro, sabe que as raízes estão por cá. 

Sentámo-nos com Daniela Melchior para falar sobre filmes de Hollywood e o enredo incrível que é Portugal, no âmbito da sua produção de capa para a edição Portugal With Love, e percebemos que pode falar muito bem inglês, mas o coração terá sempre língua portuguesa.

Mistério? Mistério é sabermos quem somos, qual dos diferentes papéis nos definem melhor, se todos, se nenhum. Fala-se nas máscaras que usamos, mas não serão antes diferentes versões das grades da prisão em que enclausuramos a nossa essência mais verdadeira? Em qualquer momento, consegue sentir que algo quer sair do seu âmago? No quotidiano, sente-se sempre condicionada? E se for a Marisa Liz, que ainda acumula com os papéis usuais o de figura pública, as diferentes personas que a caracterizam a conviverem ainda com as diferentes personas que o público imagina da artista? Consegue a cantora escapar das mil e uma faces que o mundo lhe quer vestir?