Moda e música são expressões complementares - ritmos visuais, sons que vestem. A moda entra no corpo, na dança, na performance. Fecha-se o ciclo da linguagem com o gesto mais primitivo: a pulsação. O que começou com crítica termina com emoção. A estética reencontra o seu sentido.
Ed Gonçalves é músico, produtor e metade dos Best Youth, com formação em produção musical que se estende também a um apurado lado estético. Além disso, conhece bem o mundo da moda e os seus pespontos.
Maria Carlos Baptista é designer de moda e fundadora da marca homónima que tem vindo a destacar-se na nova cena da moda portuguesa. Foi bailarina antes de se dedicar ao design. O movimento mora nela. Trabalha a imagem de Carminho desde 2020.
É mais do que uma origem - é um gesto político, cultural e sensorial. Este episódio aproxima-nos da criação local não como nicho, mas como manifestação de competência, autoria e linguagem própria. Portugal não precisa apenas de exportar - precisa de ser escutado. Quando o valor está na costura, no toque, no saber-fazer, a moda deixa de ser produto para se tornar narrativa.
Andreia Vigário estudou arquitetura e design de moda, passou por Itália e pelo Reino Unido. Liderou a equipa de design feminino na Salsa e em 2015 cria a sua própria empresa, a 5D. Uma empresa especializada em denim que trabalha com as melhores marcas internacionais de referência.
Joana Campos Silva é licenciada em som e imagem pela Universidade Católica. Especializou-se em gestão das indústrias criativas e gestão sustentável. Nos últimos dez anos dedicou-se ao desenvolvimento de marcas de moda. É hoje consultora de comunicação e moda circular.
A moda toca o tempo. A tradição é um arquivo, mas não é um museu. Este episódio celebra quem usa o passado como matéria-prima para inventar o novo - designers que arriscam ao devolver à tradição uma pulsação contemporânea. Um gesto que reconhece a memória, mas não se submete a ela.
Eduardo Aires, designer e professor com uma apurada identidade visual amplamente premiada. O seu estúdio assinou a campanha Porto ponto e o polémico logo da república, para além de trabalhar marcas como a Salsa ou o Esporão.
Helena Sofia Silva é docente e investigadora em design. Mestre em design e cultura visual pela ESAD onde leciona temas relacionados com a História e a Teoria dos Media e da Moda. O seu trabalho de investigação centra-se atualmente em expressões gráficas de protesto em Portugal.
A importância da moda espontânea, da expressão pública, da indisciplina. A rua é onde o estilo se emancipa do sistema - e, ao mesmo tempo, é rapidamente absorvido por ele. A moda torna-se uma prática de apropriação cultural e resistência: dos corpos, das comunidades, das histórias que se escrevem a andar.
Susana Bettencourt, designer com marca própria, nas malhas dela e num trabalho muito particular na valorização das técnicas artesanais. Viveu mais de 10 anos em Londres, onde se licenciou no Central Saint Martins College of Art and Design, e concluiu o mestrado em Moda Digital, no London College of Fashion. Estreou-se no Portugal Fashion em 2011. Tem uma loja própria em Guimarães e colabora com a industria têxtil em vários contextos, para além de ser docente e investigadora.
Joana Soares é Commercial Marketplaces Manager na Metyis, uma multinacional holandesa especializada em serviços nas áreas de tecnologia, gestão e consultoria digital. Com 15 escritórios espalhados pelo mundo, em 2023 inaugurou, em Gondomar, em parceria com a Hugo Boss, um campus digital dedicado ao desenvolvimento de e-commerce, analytics, data, tecnologia e inovação. A partir deste centro, são geridos todos os serviços digitais da Hugo Boss.
Quando tudo é acessível, o que continua a ser luxo? O episódio interroga o valor simbólico do luxo num tempo de exposição constante. O luxo já não se mede pelo inacessível, mas pela promessa de distinção - mesmo quando esta se banaliza. Reflete-se também sobre o luxo como narrativa artesanal, onde o tempo e a autoria voltam a ganhar espaço (ex: o trabalho manual de marcas como Pé de Chumbo).
Sónia Pereira Morgado é CEO da Companhia de Soluções, uma agência de comunicação com três áreas de atuação: moda, beleza e lifestyle. Zadig & Voltaire, Shiseido, Fred Perry ou Yssey Miyake Perfumes incluem-se entre as marcas trabalhadas pela empresa em serviços de showroom, gestão de eventos, PR ou marketing de influência.
Alexandra Oliveira, designer de moda que criou, em 1995, a Pé de Chumbo, uma marca de moda feminina conhecida pela técnica experimental e inovadora, combinando diferentes tecidos e fios num processo manual e que tem vestido diversas personalidades.
Uma lente sobre o consumo. Saber vestir não é o mesmo que saber escolher. E escolher, no campo da moda, é um ato cultural - exige olhar treinado, consciência estética, memória visual.
Mónica Neto, diretora do Portugal Fashion, projeto que acompanha desde 2007 quando iniciou a sua colaboração na área da comunicação. No final de 2018 assumiu a liderança do projeto promovendo e reforçando o design nacional em diálogo com o mundo. Uma voz ativa na transformação do Portugal Fashion.
Diana Pinto é diretora de marketing da Sonae Sierra. Foi diretora de marketing da Berg Outdoor, tendo-se dedicado depois à MO Fashion onde teve a seu cargo a implementação da estratégia de marketing nacional e internacional da marca e a responsabilidade pelo canal de vendas online e pela área de cliente.
O que nos veste: o gosto ou o algoritmo? A ideia de escolha individual, revelando as engrenagens invisíveis que orientam o estilo. Influenciadores, marcas, editores, plataformas - todos participam na construção de um gosto que julgamos nosso. A moda como campo de disputa simbólica e comercial, onde o sujeito se vê entre o desejo e o condicionamento.
Júlio Torcato é diretor criativo da Decénio. Um passado pouco comum de alguém que queria ser arquiteto, acabou na Escola Comercial, a trabalhar depois num banco vários anos, mas sempre com a arte debaixo de olho até chegar à moda em 1989.
Rita Afonso é Design Manager da Parfois. Arquiteta de formação, passou pela London Fashion Week, pela ModaLisboa e pelo Portugal Fashion. Está há 12 anos no mundo da moda mas também lhe interessa a estratégia, o negócio e a liderança neste setor. Integra a Parfois desde 2021.
O ponto de partida é o desconforto. Quando uma linguagem perde o seu valor simbólico, resta-lhe a forma vazia - a estética sem ética. Aqui, a moda é vista como um sistema sob tensão, onde as suas promessas de beleza colapsam perante as exigências da sustentabilidade, da transparência e da responsabilidade.
Co-fundadora da marca Marques’Almeida, Marta Marques é formada na Central Saint Martins, em Londres. Fundou, ao lado de Paulo Almeida, uma marca que desafiou o mainstream com irreverência, sensibilidade e uma estética crua. A marca recebeu, em 2015, o LVMH Prize for Young Fashion Designers, e desde então tem crescido globalmente, contando com mais de 80 pontos de venda a nível mundial.
Hugo Martins: CEO da Salsa, um gestor visionário de uma marca que é sinónimo de jeans em Portugal. A marca que nasceu numa lavandaria têxtil industrial em Vila Nova de Famalicão e, em 25 anos, chegou a 35 países.