
Neste episódio do Tempo Próprio, as especialistas Thais (psiquiatra) e Daniela (psicóloga) discutem dois fenômenos recentes e silenciosos que têm transformado o ambiente de trabalho: o quiet quitting (demissão silenciosa) e o quiet hiring(contratação silenciosa). A conversa traz um olhar profundo da psicologia e da psiquiatria sobre como a exaustão emocional, a sobrecarga e a desesperança estão influenciando a forma como nos relacionamos com o trabalho – e como as empresas estão reagindo (ou não) a isso.
O quiet quitting é quando o profissional, mesmo sem pedir demissão, passa a cumprir apenas o mínimo necessário. Isso pode ser um mecanismo inconsciente de autopreservação diante da falta de reconhecimento, da sobrecarga e da perda de sentido no trabalho. Já o quiet hiring descreve o movimento das empresas de redistribuírem tarefas sem contratar novas pessoas, o que aumenta o estresse dos colaboradores e piora o clima organizacional.
Durante o episódio, são citados estudos relevantes, como o do British Journal of Medicine, que relaciona quiet quittingmotivado por desesperança a um maior risco de depressão. Também são abordados dados da Harvard Business Review e da American Psychiatric Association, mostrando como políticas de reconhecimento e limites claros ajudam a diminuir o turnover e aumentar o bem-estar.
As apresentadoras ainda discutem como a pandemia rompeu barreiras entre vida pessoal e trabalho, tornando urgente o restabelecimento de limites — físicos, emocionais e simbólicos. O conceito de “desconexão digital” é explorado como essencial para a saúde mental, além de boas práticas de higiene do sono e separação de espaços de lazer e produtividade.
Esse episódio é um convite à reflexão: como empresas e profissionais podem construir ambientes mais humanos, sustentáveis e saudáveis? E qual o papel da saúde mental nesse processo?