
Gosto muito do conteúdo da página, poderia virar um livro.
Sou uma mulher autista e aos 34 anos queria muito ser mãe, mas ninguém se interessava por mim, não conseguia um casamento. Um colega de trabalho me pediu em casamento repentinamente, havia boatos que ele gostava de mim, eu não tinha certeza. Aceitei o pedido e em menos de seis meses estava casada e grávida do meu filho José Renato, hoje com 13 anos.
No início do casamento achei estranho que de cara ele não deixava eu sair sozinha, dizia que casamos para vivermos juntos, sairmos juntos, estarmos juntos. Não era um homem carinhoso, nem atencioso, mas gostava muito de sexo, mas de forma muito fria. Eu não me importava, não tinha tido outros parceiros e não sabia que aquilo não era normal para quem dizia amar tanto.
Nascido o meu filho, fui trabalhar certa vez e deixei o bebê com ele muito doente, quando cheguei meu filho chorava muito e ele estava trocando mensagens por sms que era o que tinha na época com uma colega do trabalho dele, mensagens que pareciam estar me traindo com ela, mas na hora pensei no meu filho, discuti um pouco com ele e deixei o assunto pra lá.
Tive o segundo filho dois anos depois, Samuel com 11 anos agora, Samuel bebê ainda peguei mensagens novamente dele com uma moça do trabalho, essas já declarando um caso explicitamente, passado dois dias ele foi internado com grave problema no nervo ciático e ficou quase um ano sem andar, o caso foi esquecido.
Depois que ele melhorou começaram as ofensas, ele dizia que eu era feia, mal arrumada, sem graça, que se não fosse ele ninguém iria se casar comigo, se ele me largasse ninguém mais iria me querer, que me achou largada na rua. Depois começou a fazer passeios só com os filhos e eu ficava sempre em casa, moramos na praia, ele nunca me levava, era assunto de homem ele dizia, assim minava minhas forças e autoestima.
Começaram as dívidas, ele fez três cartões de crédito com valores altos e estourava todos todos os meses e não conseguiamos pagar, me pedia para fazer empréstimos no meu nome para ajudar, assim me endividou muito.
Ao me ver totalmente derrotada como pessoa, toda endividada, confessou que tinha outra mulher, na hora pedi a separação e não quis mais, senti que era a hora da minha libertação. Ele se recusou a sair de casa, disse que ali estava a sua esposa e filhos e jamais sairia, eu me recusei a ter intimidades com ele, deixei claro que não continuaria aquele casamento.
Ele passou a ser agressivo, sabia meus gatilhos e como provocar crises características do autismo, me dopava e eu ficava no quarto, deitada por dias, sem alimentação e meus filhos presenciando tudo. Dizia para ele que isso não adiantaria que eu não iria ceder, ele começou a bater nos meus filhos, racionar comida, dar comida azeda e repetir o cardápio o mês todo.
Eu não cedi, um conselheiro tutelar para quem pedi ajuda me aconselhou a denunciar, caso contrário seria cúmplice dos maus tratos às crianças e poderia perder a guarda, assim fiz, no mesmo dia consegui medida protetiva e a polícia tirou ele de dentro de casa.
Depois disso ele continuou me ameaçando e perseguindo, obtive mais duas medidas protetivas, por fim após 5 meses de separação ele pediu vistas dos filhos, passado 3 meses, ele agrediu fisicamente e de forma grave o filho menor. Registrei BO e fiz a representação criminal.
Após 2 anos de separação ainda luto com dificuldades na justiça para o fim de todo o processo de divórcio e questões relacionadas aos filhos, um processo desgastante, estressante e posso até dizer violento que irá deixar sequelas dolorosas em mim e nos meus filhos.
...[por conta do limite de 4000 caracteres o restante da história está apenas no áudio]
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