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Sozinha de si

Mayra Abbondanza - Ghostwriter
38 episodes
2 days ago
Histórias silenciadas de mulheres despedaçadas, contadas anonimamente, para cuidar de todas de uma vez. Quantas histórias são silenciadas porque não há coragem para contar? Quantas mulheres poderiam estar se apoiando, se soubessem o que estão vivendo? Escrever sobre traumas dá a chance de resignificá-los, dando à história um outro final. Mas como poder contar histórias sem cortes, para construir uma rede de apoio, sem precisar expor nenhuma mulher ou suas famílias? ANONIMAMENTE! O processo é blindado e ninguém saberá quem você é. Mande sua história para mim 📥 ghostwriter@maabbondanza.com
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Histórias silenciadas de mulheres despedaçadas, contadas anonimamente, para cuidar de todas de uma vez. Quantas histórias são silenciadas porque não há coragem para contar? Quantas mulheres poderiam estar se apoiando, se soubessem o que estão vivendo? Escrever sobre traumas dá a chance de resignificá-los, dando à história um outro final. Mas como poder contar histórias sem cortes, para construir uma rede de apoio, sem precisar expor nenhuma mulher ou suas famílias? ANONIMAMENTE! O processo é blindado e ninguém saberá quem você é. Mande sua história para mim 📥 ghostwriter@maabbondanza.com
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#27 - Vai construir teu império
Sozinha de si

5 minutes 23 seconds
1 year ago
#27 - Vai construir teu império

Se você não trabalha, vai fazer uma unha, limpar uma casa, vai construir teu império. É sempre nisso que eu penso quando vejo as mulheres que estão passando pelo que eu passei. Na minha história, a violência não apareceu em forma física, nem de imediato, levou 12 anos pra que o meu então marido começasse um comportamento tóxico. Foi por essa época também que eu comecei a ter dúvidas quanto ao casamento. 

Na minha adolescência, meu pai casou de novo com uma mulher que era… muito ruim. Não sei definir de outro jeito. Não sei o que ela queria, se marcar território com o meu pai ou algo assim, mas ela mentia e nos fazia mal - éramos três irmãs. Não nos dava comida, jogava comida fora, quando eu contava pro meu pai ele não acreditava e ela sustentava a mentira. 

Ele era um homem bruto, durão, sempre indiferente ao nosso dia a dia. Quando fiz 17 anos, conheci um rapaz por quem eu me apaixonei. E era recíproco. Ele então foi até a nossa casa me pedir em namoro para o meu pai, que nunca nos deixava levar ninguém. Aceitou. Em meu coração, moravam a paixão e a vontade de sair de casa. Não deu outra: engravidei.

A gravidez exigiu o casamento e durante 12 anos desse casamento eu tive uma vida tranquila. Eu não questionava quase nada porque não sabia que podia, imaginava que era pra ser assim - eu cuidava da casa, das crianças, ele trabalhava fora. A família dele toda funcionava assim, todos eram muito legais, mas não se levantava nenhuma dúvida sobre nada. 

Ao fim desses 12 anos o jogo virou, tudo passou a ser diferente. Ele saiu do banco onde trabalhava, se frustrou com a rotina, com o que imaginava que era sua carreira. Não sabia fazer mais nada e ficou em casa. Eu, então, comecei a cumprir horário como massagista. 

Então imagina o antes: eu em casa com as crianças e os serviços domésticos - de limpeza, cozinha e cuidado. Café da manhã, almoço e jantar sempre prontos. Sem salário. Ele no banco, também com as muitas atividades que o emprego exigia, mas sendo remunerado por isso. 

E agora o depois: um homem desempregado, com depressão, deitado o dia todo. E uma mulher pegando condução, trabalhando, recebendo a remuneração necessária para pagar as contas e… trabalhando também em casa. Tripla jornada, cansativa, injusta. Já seria suficientemente ruim se não fossem os ataques silenciosos para acabar de vez com o que poderia ser ainda um bom casamento: quando eu ia dormir, ele acordava. Ligava a televisão, começava a bater martelo. Não existia mais nenhuma paz.

A gota d'água que fez clarear e transbordar a minha decisão de sair dali foi quando uma das minhas irmãs (nós somos muito ligadas) me disse: “olha, presta atenção que esse homem não tem depressão nenhuma. Quando você sai pra trabalhar ele vai passear de carro, vai pra churrasco, vai tomar cerveja no bairro”. E aí eu dei um basta e fui descobrir a mulher que eu era.

Planejei sem avisar ninguém: fui atrás de um lugar pra mim. Eu queria fugir e encontrei uma casinha muito boa, de uma senhorinha que gostou de mim e topou esperar uma semana para que eu pudesse pagar o primeiro aluguel. 

Enquanto fazia o meu plano de fuga, conversei com as minhas irmãs, que me deram muito apoio, e a irmã dele, que me questionou a decisão. Mas eu finquei pé. Quando falei com os meus filhos, também recebi todo o suporte. Eles até disseram: “você tá fazendo o certo, mãe, essa vida que você leva não é vida”. 

Então, em um dia que ele foi ao médico eu simplesmente fui embora. Levei minha mala comigo, entrei no carro e fui, deixando todo o resto. Móveis, dinheiro, tudo. Me despedi dos meus filhos, e fui.

... [por conta do limite de 4000 caracteres o restante da história está apenas no áudio]

Lembrando que o Podcast Sozinha de si é um projeto de acolhimento através de histórias anônimas, para cuidar de todas de uma vez! Manda a sua história pra mim: ⁠⁠ghostwriter@maabbondanza.com⁠⁠


Sozinha de si

Histórias silenciadas de mulheres despedaçadas, contadas anonimamente, para cuidar de todas de uma vez. Quantas histórias são silenciadas porque não há coragem para contar? Quantas mulheres poderiam estar se apoiando, se soubessem o que estão vivendo? Escrever sobre traumas dá a chance de resignificá-los, dando à história um outro final. Mas como poder contar histórias sem cortes, para construir uma rede de apoio, sem precisar expor nenhuma mulher ou suas famílias? ANONIMAMENTE! O processo é blindado e ninguém saberá quem você é. Mande sua história para mim 📥 ghostwriter@maabbondanza.com