
Este é o nosso episódio número 100.
São quase dois anos de conversas sobre gestação, parto, puerpério e maternidade no Brasil.
Noventa e nove ondas que ecoaram histórias de mulheres, de corpos, de vozes.
E hoje, quero pensar junto com vocês: o que aprendemos em dois anos de podcast?
O que esses noventa e nove episódios nos ensinaram sobre o que é ser mãe no Brasil e sobre por que precisamos cuidar das mães?
Cuidar individualmente e coletivamente.
Porque, afinal, quem protege as mães?
Fazer a Onda me mostrou algo que me encanta:
os brasileiros têm uma relação com a língua diferente dos franceses.
Lacan dizia que o inconsciente é estruturado como uma linguagem
e eu vim para o Brasil com a curiosidade e a vontade de escutar o inconsciente.
Eu sabia que aqui se falava com poesia.
Mas eu não sabia como se falava de maternidade, especificamente.
Nesses noventa e nove episódios, ficou claro que a maternidade é um risco, e talvez o risco mais radical da vida.
O risco do deslocamento identitário.
O risco de se desfazer de si.
O risco da metamorfose.
O risco do amor por um ser que podemos perder.
Se a maternidade é esse lugar de vulnerabilidade e metamorfose,
então cuidar das mães é, além de um dever clínico, uma ética social.
É sustentar a dignidade e a autonomia das mulheres.
Descobri, com muita alegria, em cada relato da Onda uma fala que sustenta a alma.
Vocês, brasileiras, falam com a alma!
Agora, vamos ouvir o que essas noventa e nove mulheres nos ensinaram sobre ser mãe no Brasil?