Ao ouvir Caroliny contar sua história de maternidade, que começou há mais de 20 anos, transparecem tranquilidade e sabedoria. Foram muitos recomeços na vida dessa mulher de Uberlândia, mãe de Pablo, de 21 anos, e Miguel, de 15, que há uma década vive em Paris, onde dirige uma empresa de design.
Aos 19 anos, veio a primeira cesárea. Seis anos depois, outro parto marcado por uma infecção grave. Mas foi nessa experiência de vulnerabilidade que nasceu uma nova consciência: a de ser dona das próprias escolhas.
Sozinha, mas acompanhada dos dois filhos, Caroliny embarcou para Paris para fazer um mestrado. Sem falar a língua e sem ter família por perto.
Caroliny conta aqui a maternidade jovem, o parto pélvico que acabou em cesárea, a separação do pai de seus filhos e a vida na França. Conversamos sobre o que é ser mãe de adolescentes e criar filhos em outro país.
Obrigada, Caroliny, pela reflexão sobre a maternidade como caminho para conquistar mais segurança, firmeza e liberdade na vida.
Como lidar com o não planejado?
Quando se viu grávida pela terceira vez, Natália já era mãe de dois meninos: Gustavo, de 3 anos, e Pedro, de 1.
Ela já tinha atravessado o medo do parto da primeira gestação e o medo de não amar o segundo filho da mesma forma. Já tinha vivido a demissão após a licença-maternidade e se reinventado profissionalmente.
Empreendedora no universo da parentalidade, Natália estava feliz no seu novo equilíbrio.
Até esse novo teste de gravidez.
Como se preparar para um novo parto, um novo puerpério, um outro ciclo de amamentação, a reorganização da própria vida, quando o corpo decide antes da mente?
Natália fala aqui das dúvidas sobre seguir com a gravidez, da solidão que acompanhou esse questionamento e do papel da psicanálise em ajudá-la a escolher com consciência, dignidade e, finalmente, alegria.
Ela também compartilha o luto e a culpa que vieram após a perda desse bebê.
Obrigada, Natália, por falar sem tabu da ambiguidade dos sentimentos na maternidade.
Para muitas mulheres, o caminho da maternidade segue um roteiro: alguns meses de tentativa, uma gravidez e, logo depois, a chegada de um filho. Mas para outras, é diferente. Tudo depende de terceiros, de instituições e do tempo que elas determinam. Essa é a realidade das mães adotivas.
Cami sempre quis ser mãe, mas não se sentia atraída pela ideia de engravidar. Quando a infertilidade do marido foi diagnosticada, a adoção se tornou o caminho.
Ela conta aqui como Giulio e Francesco entraram na sua vida, fala do seu puerpério: o hiperfoco, a hipervigilância, as mudanças corporais. É preciso dizer alto: a mãe adotiva também vive o puerpério, no corpo e na mente, e merece ser vista, ouvida e acolhida ; exatamente como qualquer outra mãe.
Com a Cami conversamos sobre a sua abertura à vida, a volta às origens italianas, a culpa no trabalho e a grande pergunta da maternidade : que tipo de mãe quero ser?
Obrigada, Cami, por ser esse exemplo de coragem — no sentido latino do termo — de quem age com o coração.
Gravamos à distância, entre Roma e São Paulo.
Este é o nosso episódio número 100.
São quase dois anos de conversas sobre gestação, parto, puerpério e maternidade no Brasil.
Noventa e nove ondas que ecoaram histórias de mulheres, de corpos, de vozes.
E hoje, quero pensar junto com vocês: o que aprendemos em dois anos de podcast?
O que esses noventa e nove episódios nos ensinaram sobre o que é ser mãe no Brasil e sobre por que precisamos cuidar das mães?
Cuidar individualmente e coletivamente.
Porque, afinal, quem protege as mães?
Fazer a Onda me mostrou algo que me encanta:
os brasileiros têm uma relação com a língua diferente dos franceses.
Lacan dizia que o inconsciente é estruturado como uma linguagem
e eu vim para o Brasil com a curiosidade e a vontade de escutar o inconsciente.
Eu sabia que aqui se falava com poesia.
Mas eu não sabia como se falava de maternidade, especificamente.
Nesses noventa e nove episódios, ficou claro que a maternidade é um risco, e talvez o risco mais radical da vida.
O risco do deslocamento identitário.
O risco de se desfazer de si.
O risco da metamorfose.
O risco do amor por um ser que podemos perder.
Se a maternidade é esse lugar de vulnerabilidade e metamorfose,
então cuidar das mães é, além de um dever clínico, uma ética social.
É sustentar a dignidade e a autonomia das mulheres.
Descobri, com muita alegria, em cada relato da Onda uma fala que sustenta a alma.
Vocês, brasileiras, falam com a alma!
Agora, vamos ouvir o que essas noventa e nove mulheres nos ensinaram sobre ser mãe no Brasil?
“Você tem que estar bem para o João Pedro ficar bem”, ouviu Mariana aos vinte e quatro semanas de gestação, ao descobrir um câncer de mama triplo negativo ; um tipo particularmente agressivo.
De repente, ela precisou cuidar da própria vida e da vida que crescia dentro dela. Fez a mastectomia grávida: uma decisão guiada pela graça, mas também pelo medo de entrar em trabalho de parto. Apesar da seriedade da doença, Mariana viveu a gravidez com alegria — o seu bebê era um presente da vida.
Ela conta aqui sobre o puerpério que veio junto com o tratamento, a impossibilidade de amamentar, e o vínculo com o filho que nasceu no olhar, dando a mamadeira.
Num país onde a pressão social para amamentar é grande, vale lembrar: cada mãe, junto com o filho, encontra seu próprio jeito de cuidar, de criar o vínculo, de amar.
Com Mariana, falamos sobre a doença que a fez repensar o corpo, o tempo e o trabalho; sobre a recidiva; e sobre a dimensão espiritual que sustenta a sua vida.
Obrigada, Mariana, por nos lembrar, neste Outubro Rosa, que o cuidado com o corpo também é um ato de amor e que toda cura começa pelo vínculo que criamos com a vida.
Gravamos a distância entre Belo Horizonte e São Paulo.
Na Onda, sempre sonhei em entrevistar as mães do Brasil inteiro. Mas diante da imensidão do país, nem sempre é fácil chegar até elas.
Foi então que assisti ao filme Manas, de Marianna Brennand. Na estreia, estava presente Marie Henriqueta Ferreira Cavalcante, defensora dos Direitos Humanos e missionária no Marajó, que foi consultora para o filme. Eu a convidei para compartilhar o que significa ser mãe no Marajó, e o que pode ser feito em relação às gravidezes infantis que marcam a região.
Com muito pudor e delicadeza, Marie Henriqueta fala de sua vocação religiosa, da falta de políticas públicas, da dignidade das mulheres marajoaras e da sua luta cotidiana.
Obrigada, Marie, por ser essa mulher que cuida das meninas e das mulheres que enfrentam a violência e o abuso. Por ter a coragem do combate, mesmo sabendo que defender essas vidas significa expor também a própria.
Uma conversa atravessada pelos 2.000 km que separam o Pará de São Paulo, e que nos aproximam pelo testemunho de resistência e esperança.
Como ser mãe sem a sua mãe por perto?
Melissa não sonhava em ter filhos. Mas, quando perdeu a própria mãe, surgiu o desejo de manter vivo o laço materno.
Foi no luto que o desejo de gestar nasceu: diante da falta, a maternidade se revelou como um novo começo, mas também como a continuidade da relação da Mel com sua mãe.
Afinal, o que nossos filhos herdam dos nossos pais?
Mel conta aqui como foi ser madrasta antes de ser mãe, a decisão de ter um filho e o processo de reversão da vasectomia do marido. Ela fala também sobre os desafios da cesárea intraparto e da amamentação interrompida por uma mastite grave que exigiu até cirurgia.
Obrigada, Mel, por nos lembrar que a maternidade é começo e continuidade.
Você já pensou em escolher entre a sua carreira e a sua maternidade?
Existem carreiras onde a maternidade ainda parece ter pouco espaço. A academia é uma delas.
Fernanda é cientista, mãe de 3 filhos e enfrentou dificuldades e desafios para se manter na faculdade após a maternidade. Por isso fundou o Parent in Science uma iniciativa que apoia mães e pais na academia através de ações e programas em todo o Brasil.
Ela conta aqui como a carga horária intensa e a visão de uma carreira “sem pausas” muitas vezes entram em choque com a vida real das mães.
Com Fernanda falamos sobre preconceitos, respeito às escolhas das mães em relação ao parto, os desafios de se adaptar a uma nova rotina quando nasce um filho, a experiência da amamentação prolongada de seus três filhos, e sobre o que significa ter sucesso e construir uma carreira dentro da ciência.
Obrigada Fernanda por nos lembrar que a permanência das mães na academia não é apenas uma questão de justiça, mas também de diversidade e excelência científica.
Gravamos à distância, entre São Paulo e Porto Alegre.
Hoje, na Onda, vamos falar sobre amizade ; a amizade entre duas mulheres, Bruna e Ana Caroline.
Aos 21 anos, Bruna teve um câncer e precisou retirar o colo do útero. Ela, que sonhava em ser mãe, viu esse desejo se tornar um grande desafio. Nesse mesmo período, Ana Caroline deu à luz Lili sozinha.
Bruna ainda engravidou duas vezes, mas perdeu suas duas filhas. Foi então que Ana Caroline lhe estendeu a mão de uma forma única: oferecendo o próprio corpo para carregar o bebê que Bruna tanto desejava. Assim nasceu a Cecília.
Com Bruna e Ana, conversamos sobre o desejo de ser mãe, os aspectos técnicos da barriga solidária e, principalmente, sobre como uma amizade pode se transformar em família.
Obrigada, Ana e Bruna, por mostrar que a amizade é uma concordância de almas.
Gravamos à distância, entre Joinville e São Paulo.
Quem é essa tal de mãe perfeita? Será que ela existe? Será que também se sente culpada?
Tati é empreendedora, mãe de três filhos, e deu à luz quatro vezes. Passou pela perda de um bebê logo após o parto - o maior desafio da sua vida — e buscou no espiritismo uma forma de compreender essa experiência.
Tati fala aqui sobre o luto perinatal, no qual o pai costuma ser ignorado, sobre o lugar do trabalho em sua vida e sobre o desejo de gerar um impacto social positivo para outras mulheres.
Com Tati, conversamos sobre a culpa materna em uma família grande, sobre a terapia feita com a filha aos seis anos e sobre o movimento contínuo para ser uma mãe suficientemente boa: uma mãe que erra, reflete e muda.
Obrigada, Tati, por mostrar que a culpa faz parte do caminho, e que refletir sobre ela nos ajuda a ser mães mais conscientes.
Há experiências que atravessam o corpo e a alma de um jeito tão profundo que nos fazem perguntar: como seguir a vida quando cada mês se organiza em torno da espera, da contagem, das tentativas? Como a relação com o nosso corpo, com o tempo e com os outros é transformada quando somos submetidas, repetidas vezes, ao processo intenso e incerto da FIV?
Paula conhece essa experiência. Ela, que não tinha motivos para duvidar da própria fertilidade, enfrentou 24 coletas de óvulos até viver a gravidez e encontrar João Pedro, hoje com cinco meses. Nesse percurso, houve perdas, mudanças de médicos, de estratégias de reprodução assistida e muitos hormônios. Mas houve também leituras, aprendizados e reflexões que fizeram dessa longa espera um caminho de sabedoria.
Com generosidade, Paula compartilha aqui como atravessou as dificuldades para engravidar e a pré-eclâmpsia que veio depois. Fala sobre como sustentou o desejo de ter um filho e aprendeu a aceitar a perda de controle sobre esse processo.
Obrigada, Paula, por dar voz a algo tantas vezes vivido em silêncio.
O início da maternidade é uma experiência de desordem: o corpo se transforma, a identidade se fragmenta, o cotidiano perde referências. Muitas vezes, essa desordem é vivida em silêncio.
Marcella, empreendedora e criadora da marca de bolos Nu, é também mãe de um bebê. Depois do parto, ela pausou um mês o seu trabalho. E nesse intervalo, contou na Onda como encarou o medo de perder a gravidez, a pressão financeira de um parto em São Paulo e a construção do vínculo com o filho.
É raro conseguir pausar a desordem e elaborar tão cedo. Então, obrigada, Marcella, por abrir conosco essa janela sobre o puerpério imediato.
Onda de Calor – uma série especial da Onda sobre maternidade e sexualidade
Maternidade e sexualidade. O que essas duas palavras têm a ver?
À primeira vista, pode até parecer escandaloso colocá-las lado a lado. Mas é justamente esse desconforto que interessa.
Antes de tudo, é importante lembrar que sexo, genitalidade e sexualidade não são a mesma coisa.
Na psicanálise, a sexualidade vai muito além dos órgãos genitais. Ela está no corpo, no desejo, no afeto, nas fantasias, nos vínculos. Por isso, a maternidade pode ser, sim, uma das formas de expressão da sexualidade feminina.
Concepção, gestação, parto, amamentação, cuidados. Como cada fase da maternidade reflete a forma contemporânea de lidar com o corpo e a sexualidade?
É isso que queremos também explorar juntas nessa série.
Conversamos com seis mulheres que vivem, pensam e trabalham as relações entre maternidade e sexualidade sob diferentes perspectivas.
Vem com a gente nessa Onda de Calor!
Para o último episódio da série, recebo Laura Magri, mãe de dois filhos e fundadora da Nuasis, marca de bem-estar sexual.
Com ela, falamos sobre desejos, as transformações que vêm com a maternidade, como ela se apropriou do seu corpo e como vem cuidando da sexualidade das mulheres.
Onda de Calor – uma série especial da Onda sobre maternidade e sexualidade
Maternidade e sexualidade. O que essas duas palavras têm a ver?
À primeira vista, pode até parecer escandaloso colocá-las lado a lado. Mas é justamente esse desconforto que interessa.
Antes de tudo, é importante lembrar que sexo, genitalidade e sexualidade não são a mesma coisa.
Na psicanálise, a sexualidade vai muito além dos órgãos genitais. Ela está no corpo, no desejo, no afeto, nas fantasias, nos vínculos. Por isso, a maternidade pode ser, sim, uma das formas de expressão da sexualidade feminina.
Concepção, gestação, parto, amamentação, cuidados. Como cada fase da maternidade reflete a forma contemporânea de lidar com o corpo e a sexualidade?
É isso que queremos também explorar juntas nessa série.
Conversamos com seis mulheres que vivem, pensam e trabalham as relações entre maternidade e sexualidade sob diferentes perspectivas.
Vem com a gente nessa Onda de Calor!
Hoje recebo Gabriella Magalhães, mãe, escritora e estudante de psicologia.
Conversamos sobre a passagem de filha a mãe, sobre ocupar esse novo lugar e sobre como o corpo e a relação com o sexo se transformaram depois da sua maternidade.
ESPECIAL DIA DOS PAIS:
Para celebrar o Dia dos Pais, convidei Maurício Ruette. Pai aos 46 anos, Maurício fez uma pausa na carreira e se dedicou durante três anos e meio ao cuidado do seu filho, Luis Felipe.
Com sinceridade e humor, ele fala do cansaço e das dores físicas que o atravessaram. Relata a beleza dos rituais cotidianos com o filho, as manhãs que passava com Luis antes da escola, e a saudade que bateu quando o menino começou a frequentar a escola em tempo integral.
Sem militância, mas com muito afeto, Maurício fala da alegria que é de cuidar do filho, da força que isso trouxe para o seu casamento, e do amor ainda mais profundo que passou a sentir pela sua mulher, Jana.
Obrigada Mauricio pela sua confiança.
Onda de Calor – uma série especial da Onda sobre maternidade e sexualidade
Maternidade e sexualidade. O que essas duas palavras têm a ver?
À primeira vista, pode até parecer escandaloso colocá-las lado a lado. Mas é justamente esse desconforto que interessa.
Antes de tudo, é importante lembrar que sexo, genitalidade e sexualidade não são a mesma coisa.
Na psicanálise, a sexualidade vai muito além dos órgãos genitais. Ela está no corpo, no desejo, no afeto, nas fantasias, nos vínculos. Por isso, a maternidade pode ser, sim, uma das formas de expressão da sexualidade feminina.
Concepção, gestação, parto, amamentação, cuidados. Como cada fase da maternidade reflete a forma contemporânea de lidar com o corpo e a sexualidade?
É isso que queremos também explorar juntas nessa série.
Conversamos com seis mulheres que vivem, pensam e trabalham as relações entre maternidade e sexualidade sob diferentes perspectivas.
Vem com a gente nessa Onda de Calor!
Hoje, para conduzir a conversa, convidei a Tilie, produtora executiva da Onda e convidada dos episódios #44 e #45.
Ela entrevista a Dra. Lígia Santos, mãe, ginecologista e assessora da área técnica da saúde da população negra.
Juntas, discutiram os impactos da gestação, do parto e do pós-parto na sexualidade, as dores que chegam até o consultório e os desafios atuais em relação à saúde pública.
Onda de Calor – uma série especial da Onda sobre maternidade e sexualidade
Maternidade e sexualidade. O que essas duas palavras têm a ver?
À primeira vista, pode até parecer escandaloso colocá-las lado a lado. Mas é justamente esse desconforto que interessa.
Antes de tudo, é importante lembrar que sexo, genitalidade e sexualidade não são a mesma coisa.
Na psicanálise, a sexualidade vai muito além dos órgãos genitais. Ela está no corpo, no desejo, no afeto, nas fantasias, nos vínculos. Por isso, a maternidade pode ser, sim, uma das formas de expressão da sexualidade feminina.
Concepção, gestação, parto, amamentação, cuidados. Como cada fase da maternidade reflete a forma contemporânea de lidar com o corpo e a sexualidade?
É isso que queremos também explorar juntas nessa série.
Conversamos com seis mulheres que vivem, pensam e trabalham as relações entre maternidade e sexualidade sob diferentes perspectivas.
Vem com a gente nessa Onda de Calor!
Hoje recebo Marília Ponte, mãe e sócia da Feel, marca de cuidados íntimos femininos.
Com ela, falamos sobre a sexualidade na gravidez, como habitar o corpo no puerpério, e sobre a relação entre sexualidade e identidade.
Onda de Calor – uma série especial da Onda sobre maternidade e sexualidade
Maternidade e sexualidade. O que essas duas palavras têm a ver?
À primeira vista, pode até parecer escandaloso colocá-las lado a lado. Mas é justamente esse desconforto que interessa.
Antes de tudo, é importante lembrar que sexo, genitalidade e sexualidade não são a mesma coisa.
Na psicanálise, a sexualidade vai muito além dos órgãos genitais. Ela está no corpo, no desejo, no afeto, nas fantasias, nos vínculos. Por isso, a maternidade pode ser, sim, uma das formas de expressão da sexualidade feminina.
Concepção, gestação, parto, amamentação, cuidados. Como cada fase da maternidade reflete a forma contemporânea de lidar com o corpo e a sexualidade?
É isso que queremos também explorar juntas nessa série.
Conversamos com seis mulheres que vivem, pensam e trabalham as relações entre maternidade e sexualidade sob diferentes perspectivas.
Vem com a gente nessa Onda de Calor!
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Hoje recebo Priscila Gomide, mãe da Ava e fundadora da marca de lingerie Intensify Me.
Com ela, falamos do corpo no espelho e no provador, do desafio da libido no puerpério e do amor visceral de mãe.
Quando Mel ficou cega, aos 27 anos, ela pensou: “A minha vida não acabou. Ela está só recomeçando de outra forma.”
E, de fato, foi exatamente isso que aconteceu. Com a ajuda de seu cão-guia, Mel redescobriu o mundo, foi além do que imaginava, viajou, explorou e desafiou seus próprios limites.
Hoje, Mel é mãe de uma menina, de quem ela cuida sozinha durante o dia.
Mas como é ser uma mãe que não enxerga? Como dar banho, trocar fralda, cuidar da introdução alimentar?
Com humor e muita sensibilidade, Mel compartilha aqui sua trajetória de vida e de maternidade.
Falamos sobre o baby blues, os desafios do puerpério e também sobre sua nova atuação nas redes sociais.
Obrigada, Mel, por nos lembrar que autonomia é, sim, uma conquista.
Dar à luz a um bebê saudável não é suficiente. O que acontece na cena do parto também importa.
Afinal, o que está em jogo quando uma mulher dá à luz na nossa cultura?
Bel pariu longe de casa, em um país estrangeiro. Seu parto foi marcado por medo, desamparo e silêncio.
A médica não esperou a anestesia fazer efeito completo antes de iniciar a cesárea.
Bel sentiu tudo. Avisou a equipe médica, mas foi ignorada. E as violências continuaram.
O que fazer depois disso? Como falar sobre o que aconteceu? Para quem contar um trauma como esse?
Bel teve coragem de enfrentar a médica e denunciar um sistema que maltrata mulheres justamente no momento em que estão prestes a se tornar mães.
Com ela, falamos sobre o desejo de ser mãe que só chegou aos seis meses de gestação. Sobre o respeito devido às mulheres que parem. E, como aponta Vera Iaconelli, sobre a importância da cena do parto.
Essa cena importa porque ali nasce mais de uma pessoa. Mas também porque a forma como uma mulher é tratada atravessa o vínculo com seu bebê, com seu corpo e com sua história.
O parto não é apenas biológico. É também psíquico, social e simbólico.
Obrigada, Bel, por compartilhar a sua história. A sua revolta é nossa.
⚠️ Aviso de conteúdo sensível: este episódio aborda violência obstétrica e estresse pós-traumático.