No novo episódio do podcast Mulheres Reais, apresentado por Carolina Ercolin e Luciana Garbin, a chef e educadora Rosa Moraes mostra que nunca é tarde para recomeçar. Hoje reconhecida como uma das maiores personalidades da gastronomia no país e vencedora do Prêmio Paladar 2025 na categoria Profissional Excepcional da Cidade de São Paulo, Rosa construiu uma trajetória marcante - iniciada apenas aos 42 anos de idade. Antes de se tornar um nome fundamental na história da boa mesa, ela era ceramista e vivia em São Paulo. A reviravolta veio em 1989, quando se mudou com o marido e os três filhos pequenos para a Califórnia. “Eu não conseguia ficar parada. Comecei a cozinhar para eles e a estudar gastronomia. A Califórnia era um celeiro de alimentos orgânicos, e isso me encantou”, relembra. O que começou como curiosidade virou paixão e, depois, carreira. Rosa passou a escrever sobre gastronomia para revistas brasileiras e, anos mais tarde, trouxe para o Brasil um conceito que ainda era novo por aqui: o ‘da terra ao prato’ (farm to table).
De volta ao país, recebeu um convite inesperado e decisivo: criar o primeiro curso superior de gastronomia do Brasil, na Universidade Anhembi Morumbi. “Nunca tinha trabalhado com o meio acadêmico. Achei que fosse uma loucura, mas topei. E isso mudou tudo”, conta. Hoje, aos 68 anos, Rosa é embaixadora de Gastronomia e Hospitalidade da Ânima Educação e presidente do The World’s 50 Best Restaurants no Brasil e América Latina. Mais do que formar chefs, ela se orgulha de ter ajudado a profissionalizar o setor e abrir caminho para outras mulheres. “No início, as cozinhas eram dominadas por homens. Hoje temos nomes como Helena Rizzo e Manu Buffara, o que me enche de orgulho.” Rosa acredita que o futuro da gastronomia está na simplicidade com propósito.
A soprano Carla Cottini, uma das vozes brasileiras de maior destaque internacional, não apenas percorre os palcos do mundo com interpretações de Mozart, Verdi e outros compositores consagrados: ela também carrega uma reflexão crítica sobre o papel da mulher no universo lírico. “A ópera retrata a realidade. Muitas peças revelam como as coisas mudaram — e também como não mudaram”, afirmou no episódio do Mulheres Reais.
Nascida em São Paulo e vencedora do prêmio Revelação no concurso Maria Callas, Cottini construiu uma trajetória que a levou de musicais no Brasil a papéis de protagonista em teatros europeus. Mas, ao longo desse percurso, deparou-se com um repertório que, em suas palavras, evidencia marcas históricas de desigualdade. “Em muitas obras, as mulheres aparecem como submissas, trágicas ou sedutoras, reforçando uma lógica patriarcal. Revisitar esses papéis é sempre a chance de questionar e ressignificar essas representações”, destacou. Para Cottini, essa leitura crítica não anula a potência do gênero operístico. Pelo contrário, a soprano vê na música uma possibilidade de resistência e transformação: “Quando Mozart metaforiza a crítica social em suas óperas, abre espaço para que hoje possamos ampliar essas camadas de leitura. É muito poderoso transformar no palco aquilo que, séculos atrás, já era uma denúncia contra o machismo e a desigualdade de classes”.
Além da carreira como solista, Cottini investe em projetos que dão voz a compositoras brasileiras esquecidas pela história. Ao lado do pianista Ricardo Ballestero, grava obras inéditas de mulheres que nunca tiveram suas composições registradas. “É surpreendente e emocionante trazer à tona músicas maravilhosas que permaneceram invisíveis apenas por terem sido escritas por mulheres”, disse. A maternidade e a formação em psicanálise também atravessam seu olhar artístico, reforçando o compromisso com uma escuta atenta e feminina.
O podcast Mulheres Reais é apresentado por Carolina Ercolin e Luciana Garbin e está disponível semanalmente em todas as plataformas de áudio.
Com o piloto automático ativado para tentar dar conta de tudo, cresce percepção de aceleração do tempo. Resgatar fatos do passado pode nos trazer alguns insights sobre essa corrida maluca. Carolina Ercolin e Luciana Garbin conversam sobre o tema.
O podcast Mulheres Reais está disponível semanalmente em todas as plataformas de áudio.
Neste episódio do Mulheres Reais a especialista em aceleração de carreira Alli Bertotti alerta para os efeitos nocivos da chamada “síndrome da boazinha” no ambiente de trabalho. O comportamento de buscar agradar, assumir múltiplas tarefas e esperar reconhecimento espontâneo, explica, acaba funcionando como um verdadeiro teto de vidro: as mulheres se sobrecarregam, mas permanecem invisíveis nos processos de promoção e de aumento salarial. Segundo Bertotti, essa postura leva muitas profissionais a se tornarem “tarefeiras fazedoras”, acumulando funções além do escopo do cargo sem a devida valorização. O resultado é frustração, estagnação na carreira e diferença salarial ainda maior em relação aos homens. “O corporativo não recompensa apenas esforço; ele exige estratégia”, afirma. Para romper esse ciclo, Bertotti defende práticas como negociar salários, alinhar expectativas com gestores e assumir os próprios méritos, em vez de atribuir todos os resultados ao coletivo. Ela também recomenda ousadia para disputar vagas de liderança mesmo sem atender a todos os requisitos — algo que os homens fazem com frequência.
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Conhecida pela voz marcante que já guiou motoristas no Waze e em outros serviços e aplicativos, Dani Brandi hoje ocupa um espaço relevante na televisão brasileira: é a única mulher à frente de um telejornal policial em TV aberta no fim de tarde. Apresentadora do Tá na Hora, no SBT, ela combina a experiência no rádio e na publicidade com uma abordagem diferenciada das notícias de violência. “Não imaginava estar nesse lugar. Quando aconteceu, percebi que era um enfrentamento cultural. As pessoas não estavam acostumadas a ver uma mulher tratando de assuntos policiais”, disse, em entrevista ao podcast Mulheres Reais. Brandi afirma que busca transmitir as notícias com firmeza, mas também com reflexão e proximidade: “Eu não grito, prefiro conduzir de um jeito que faça o público pensar. É uma comunicação popular, que acolhe”. A jornalista também traz para a tela sua vivência pessoal com a violência doméstica, que acompanhou na infância: “Sempre que relato um feminicídio, lembro da minha mãe, grávida, apanhando do meu pai. Isso me marca e reforça a importância de falar todos os dias sobre o tema”.
Antes da TV, Dani construiu carreira no rádio e em locuções comerciais. Sua voz ficou famosa não apenas nos aplicativos de navegação,como o Waze, mas também em shoppings, centrais de atendimento e até em elevadores. “Na época, eu só pensava na sobrevivência. Só mais tarde entendi a dimensão do que fazia”, conta. Hoje, ela se vê como parte de uma transformação lenta, mas necessária: “É possível fazer jornal policial sendo mulher, sem cair em estereótipos. O poder da fala feminina sempre existiu — agora precisa ser reconhecido”.
A soprano gaúcha Gabriella Di Laccio será oficialmente condecorada nesta terça, 30, pelo rei Charles III com o título de Membro da Ordem do Império Britânico (MBE), uma das mais importantes distinções concedidas pelo Reino Unido. O reconhecimento se deve à sua contribuição para a música e à defesa da igualdade de gênero no cenário artístico internacional. A honraria, que já foi concedida a nomes como os Beatles, Ed Sheeran, Adele e o chef Jamie Oliver, chega como coroação de um trabalho que Di Laccio iniciou em 2018 com a criação da Foundation Donne, dedicada a dar visibilidade a compositoras esquecidas ou invisibilizadas ao longo da história. “É uma emoção enorme, não apenas pelo título, mas por poder representar o Brasil e levar comigo as mulheres que sigo tentando dar voz através da minha carreira”, disse a artista.
A trajetória que levou à condecoração começou quase por acaso, quando Gabriella encontrou uma enciclopédia dos anos 1980 que listava cerca de seis mil mulheres compositoras da música clássica. “Até então, eu havia cantado pouquíssimas obras de compositoras. Descobrir essa riqueza escondida foi como abrir uma caixa de Pandora que nunca mais se fecha”, relembra. Desde então, passou a incluir obras de mulheres em seus concertos e a estimular colegas a ampliar repertórios.
O impacto de seu trabalho é global. Além de promover pesquisas inéditas sobre compositoras de diferentes épocas, a fundação já realizou ações de grande alcance, como o concerto de 26 horas transmitido ao vivo em 2020, que entrou para o Guinness World Records e reuniu mais de 100 artistas de diversos países executando apenas obras de mulheres e artistas não binárias.
Di Laccio também tem se dedicado a aproximar o público brasileiro dessa memória musical, resgatando nomes como Chiquinha Gonzaga e estabelecendo parcerias com instituições culturais nacionais. “Quero que a fundação seja uma ponte para que as mulheres da América do Sul tenham mais presença e reconhecimento no cenário internacional”, afirmou.
Ao receber o título em Windsor, a soprano soma mais um marco a uma carreira que já lhe rendeu o reconhecimento da BBC, que a incluiu na lista das 100 mulheres mais inspiradoras e influentes do mundo.
Nova pesquisa confirma que, entre todas as faixas etárias, agora são os jovens que estão relatando níveis mais altos de tristeza em todo o mundo. Há várias tentativas para explicar por que os jovens estão tão deprimidos. Falta de perspectivas no mercado de trabalho, uso excessivo de smartphones e redes sociais - em que todos parecem mais bonitos, ricos e felizes -, falta de sentido na vida, violência, solidão e um mundo assolado de incertezas são apenas algumas delas. O drama dos jovens é tema do Mulheres Reais desta semana, podcast apresentado por Carolina Ercolin e Luciana Garbin disponível em todas as plataformas de áudio
Em entrevista ao Mulheres Reais, a atriz e comediante Wanessa Morgado destacou como o espetáculo Manhê!, em cartaz no Teatro UOL, em São Paulo, nasceu do desejo de refletir sobre maternidade e maternagem com humor e crítica social. Wanessa, que iniciou sua carreira no stand-up comedy nos anos 2000, em um grupo pioneiro formado por mulheres, avalia que hoje há mais espaço para que questões femininas sejam tratadas na arte. “Não saberia dizer se foi a vontade de falar sobre as dores e delícias do universo feminino que abriu mercado para nós, ou se foi a presença maior das mulheres em várias áreas que trouxe essa liberdade. Mas sinto que é um movimento conjunto”, afirmou. Para a atriz, esse avanço se reflete na coragem em compartilhar experiências antes silenciadas, como as dificuldades da maternidade. “Há pouco tempo não se ouvia uma mulher dizer que não teria filhos se pudesse voltar atrás. Hoje, mesmo que cause estranhamento, esse tipo de fala aparece. Isso mostra uma liberdade maior”, observou. O monólogo Manhê fica em cartaz até o fim de setembro, sempre às terças-feiras, às 20h, no Teatro UOL, com direção de Rafael Primot, assistência de Rodrigo Frampton e texto de Andréia Batitucci.
O papa Leão XIV deve canonizar em 7 de setembro Carlo Acutis, o santo com chance de parecer mais “gente como a gente” dos últimos tempos. Diferentemente de outros santos de altar que viveram em tempos passados, ele parece bem mais próximo: morreu há menos de 20 anos na Itália, gostava de coisas cotidianas, como Nutella, está em vários vídeos e fotos, tem parentes e amigos conhecidos - a mãe, Antonia Salzano, por exemplo, já deu várias entrevistas. Quem o conheceu diz que sua vida foi um exemplo de como ser especial tendo uma rotina normal: gostava de coisas da sua idade, como esportes e videogame, mas classificava seus dias como uma bênção e pregava o caminho a Deus por meio da oração, da eucaristia e da caridade.
O podcast é apresentado por Carolina Ercolin e Luciana Garbin e está disponível em todas as plataformas de áudio.
Quantas horas você trabalha por dia? Antigamente era mais fácil responder a essa questão. Geralmente a carga de trabalho estava relacionada ao tempo em que o funcionário permanecia no local de trabalho. E, se levasse muito trabalho pra casa, geralmente era motivo para parentes e amigos reclamarem. Com a tecnologia e o trabalho remoto, essa resposta, no entanto, foi ficando mais complexa.
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A história de Maria Piedade poderia ser mais uma entre tantas de talentos que surgem e se perdem no tempo. No entanto, sua trajetória de 91 anos, marcada por um sonho musical que foi adiado por sete décadas, se tornou uma fonte de inspiração. O lançamento de seu primeiro álbum de estúdio, com canções que interpretava na juventude, é a prova de que a paixão pela música nunca se apagou. “Eu nunca pensei nisso. Foram meus netos que decidiram me lançar agora, com 91 anos. Fiquei surpresa, agradecida, e a perspectiva foi enorme, porque as pessoas me aplaudiram, se manifestaram, me cumprimentando. É algo que passa e está passando na minha vida agora, depois de velha”, contou Maria Piedade, em entrevista ao Mulheres Reais.
A cantora recorda com emoção o início da carreira: após concluir o magistério em Itapetininga, decidiu se mudar para São Paulo para estudar canto orfeônico e, ao participar do concurso da Rádio Nacional, superou 300 concorrentes e se tornou a “estrela do Quarto Centenário”. Apesar do reconhecimento, optou por interromper a carreira para constituir família, casando-se e dedicando-se à vida doméstica. “Naquela época, não dava para conciliar a família com a carreira. Vi que o ambiente das rádios não era adequado para uma jovem casada. Então, decidi voltar para Itapetininga e viver minha vida”, explicou.
O álbum recém-lançado resgata o repertório que a consagrou na década de 1950. Segundo a neta, Bruna Caram, cantora e empresária, a obra reflete não apenas a carreira de Maria Piedade, mas a influência da matriarca sobre gerações inteiras da família: “Ela moveu a família toda em direção à música. Cresci achando que toda casa tinha um piano, tamanha era a musicalidade ao redor dela”, relembra Bruna.
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Ensinar crianças a dividir as tarefas de casa não é só aliviar a carga das mulheres, mas formar pessoas mais responsáveis e empáticas. Essa é a proposta da jornalista e doutora em Ciência da Informação Bianca Santana, coautora do livro "Quem limpa?" (Companhia das Letrinhas), escrito com Ana Cardoso. “O cuidado é parte da vida. E cuidar da casa é também um jeito de educar para a autonomia”, afirma.
Mãe de três adolescentes, Bianca conta que a divisão de tarefas em sua casa começou na infância dos filhos e foi um esforço construído com diálogo e repetição. Filha e neta de empregadas domésticas, ela lembra que o trabalho doméstico sempre foi um tema delicado e político em sua trajetória. “Em países como o Brasil, essas tarefas são delegadas a quem ganha menos. Romper esse ciclo passa por ensinar desde cedo que cuidar é um valor coletivo.”
Para Bianca, o trabalho doméstico deve ser visto como parte da educação, não como punição. “Fritar um ovo ou limpar o banheiro também são habilidades para a vida. Se ensinarmos isso agora, teremos adultos mais conscientes depois.”
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Exposição no MIS Experience resgata vida e trajetória do escritor mais traduzido de todos os tempos. Amado pelo público e desprezado pela Academia Francesa, ele não conseguiu publicar em vida livro com visão pessimista de um mundo cheio de tecnologia e solidão.
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O Brasil está na linha de frente de um dos campos mais promissores — e desafiadores — da ciência contemporânea: a neurotecnologia. A afirmação é da pesquisadora Fabiana Nascimento, especialista em neurociência e comportamento, que atua no desenvolvimento de tecnologias aplicadas à saúde e à educação, com foco em populações historicamente negligenciadas. Em entrevista ao Mulheres Reais, Fabiana explica que os avanços no uso de interfaces cérebro-máquina já permitem, por exemplo, que pessoas com paralisia possam interagir com o mundo por meio de comandos mentais. “Essas tecnologias já são realidade em ambientes clínicos experimentais. Mas o que me preocupa é quem terá acesso a elas”, afirma. A pesquisadora faz um alerta sobre os riscos de aprofundamento das desigualdades. Para ela, o potencial emancipador da neurotecnologia só se realizará se houver investimento público, regulação ética e políticas de inclusão. “É preciso discutir a regulação do uso de dados neurais, a autonomia cognitiva e, principalmente, a equidade no acesso”, pontua.
Nascimento também chama atenção para a dimensão de gênero no campo científico. Segundo ela, as mulheres ainda enfrentam barreiras estruturais para ocupar espaços de protagonismo nas neurociências e nas áreas tecnológicas. “Nós, mulheres, somos minoria tanto nos espaços de decisão quanto nas lideranças de pesquisa. E isso tem impacto direto sobre os caminhos que a ciência escolhe trilhar”, observa. A pesquisadora enfatiza que a produção de conhecimento não é neutra. “Se a maioria das decisões sobre o futuro da mente humana estiver nas mãos de um grupo homogêneo — majoritariamente masculino, branco e de classes altas —, as soluções desenvolvidas refletirão essa visão limitada de mundo”, critica.
Fabiana Nascimento está à frente do World Neurotechnologies Forum, maior evento de neurotecnologia da América Latina, que acontece em São Paulo em 26 de agosto.
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"O que eu comi em um ano (e outras reflexões)", da Editora Intrínseca, foi escrito por Stanley Tucci, ator americano de Conclave e outros filmes famosos. Fã de gastronomia como todo bom descendente de italianos, Tucci registrou por 12 meses detalhes de refeições simples a memoráveis, em casa e no exterior, com parentes ou com desconhecidos. Para os leitores, o livro é também um convite a fazer as próprias reflexões. A mais imediata, claro, é: "E eu? O que eu comi neste último ano?". Mas desta podem derivar outras, como: isso tudo que eu comi me fez mais bem ou mais mal? E, aprofundando um pouco mais, o que eu ingeri neste ano além da comida? O que eu pus no meu corpo e na minha cabeça de informações, histórias e até “sapos” e caraminholas? Já pararam para pensar nas toneladas de dados, informações e ruídos que absorvemos nesses tempos de infodemia? De novo: será que tamanha quantidade tem feito mais bem ou mais mal à nossa saúde?
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Em 1925, o cientista visitou a América do Sul e fez duas duas paradas no Rio de Janeiro: uma de poucas horas e outra de seis dias, ao voltar de Argentina e Uruguai. Essa história é contada em um livro detalhado no episódio de hoje.
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A revolução da inteligência artificial (IA) está ainda engatinhando, mas algumas notícias já são de deixar o cabelo - de humanos - em pé. Uma delas trata do algoritmo da Anthropic que, para evitar ser desligado, invadiu a caixa de e-mail dos desenvolvedores, captou a informação de que um deles estava tendo um caso extraconjugal e - adivinhem - apelou à velha chantagem como último recurso. Tanto os e-mails quanto o caso extraconjugal eram fictícios. O que leva à reflexão sobre a garantia de segurança dada por empresas de tecnologia parecer cada vez mais ilusão.
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A lei que ficou conhecida como ‘Não é Não’ existe desde 2023, mas é impossível dizer que mulheres que frequentam bares e casas noturnas estão mais seguras desde então. Nenhum monitoramento foi realizado nos últimos dois anos porque não havia a implementação do protocolo de capacitação de profissionais de estabelecimentos para o enfrentamento ao assédio e à importunação de mulheres em ambientes públicos e privados. A avaliação é da antropóloga Débora Diniz, da Universidade de Brasília (UnB), coordenadora do curso de extensão Circuitos Não é Não, lançado em maio. Em entrevista ao Mulheres Reais, Diniz explica que não é o álcool a justificativa para que agressores violentem mulheres. “O álcool é um catalisador de uma situação já instalada de assédio, de violência, de desrespeito às mulheres. Então, os espaços em que circulam o álcool, que chamamos de espaços de lazer, são espaços em que há um catalisador de situações potenciais de violência”, esclarece. Segundo a antropóloga, a lei é um caminho, mas é apenas um instrumento em meio a um fenômeno estrutural, onde a violência está entranhada na sociedade a tal ponto que as mulheres morrem simplesmente por serem mulheres. O Brasil conta com cerca de 1,4 milhão de bares e restaurantes em atividade e com 4,94 milhões de trabalhadores empregados no setor.
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Dormir 20 minutos durante o dia pode aumentar estado de alerta por algumas horas e não prejudica o sono à noite. Reportagem do New York Times explica que, quando dormimos a noite toda, passamos por vários “ciclos de sono” de cerca de 90 minutos. Cada um composto por quatro estágios. Situados na fase de sono leve, os cochilos rápidos durante o dia podem ser úteis porque aumentam o estado de alerta, dando a impressão de que você acordou renovada.
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André Mafra e Mara Carneiro visitam comunidade no Mar Báltico onde homens passam meses longe no mar e mulheres cuidam de todo o resto em terra.
Conhecida como um dos países mais digitais do mundo, a Estônia tem uma ilha na costa sudoeste de seu território cujo modo de vida destoa do universo de startups e tecnologia. Em Kihnu, no Mar Báltico, centenas de pessoas ainda vivem como no passado, mas com uma particularidade: lá as mulheres cuidam da cultura local, trabalham na terra, tecem roupas tradicionais, criam os filhos e comandam toda a vida cotidiana. Já os homens passam a maior parte do ano fora, pescando ou trabalhando como marinheiros. Tais características suscitaram uma pergunta que se espalhou pela internet: seria a ilha o último matriarcado da Europa?
Acostumados a viajar o mundo por antigas estruturas matriarcais, os documentaristas brasileiros Mara Carneiro e André Mafra foram até a Estônia responder à questão e contaram o que viram no programa Mulheres Reais, da Rádio Eldorado. A experiência resultou no documentário Kihnu, O Último Matriarcado da Europa, que será lançado no dia 28 de maio, no Cine Marquise, em São Paulo.
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