
Narges Mohammadi é uma defensora dos direitos humanos iraniana premiada com o Nobel da Paz. Nascida em 1972, viveu sua infância durante a Revolução Iraniana, iniciada em 1979. A execução de um tio e um primo marcaram sua juventude, mas foi durante seus anos universitarios que Mohammadi passou a refletir com mais seriedade sobre o tratamento dado a prisioneiros políticos no país. Durante sua graduação em Física, fundou um grupo de debate político para os estudantes, se envolveu fortemente com o ativismo social. Nesta época, conheceu seu marido, com quem teve um casal de filhos gêmeos. Formada e trabalhando como engenheira, N.M. escrevia artigos sobre os direitos humanos e das mulheres para jornais reformistas. Em 2003, se juntou ao Centro de Defensores dos Direitos Humanos, liderado por Shirin Ebadi (#mulherdefibra). Depois, Mohammadi viraria vice-presidente da organização. Ela e Ebadi são as únicas mulheres iranianas a conquistarem um Nobel. Além da luta pelos direitos das mulheres em um país notoriamente conservador, uma de suas principais causas é a defesa dos direitos humanos dos presos políticos do Irã. A ativista já foi presa treze vezes, e atualmente cumpre uma pena de dez anos. Todas suas condenações são relacionadas ao seu trabalho em defesa dos direitos humanos. Somando todos seus processos, ela foi sentenciada a um total de 31 anos de prisão e a 154 chicotadas. Mesmo presa, e pondo a vida em risco, a ativista não para de trabalhar: durante os protestos que tomaram o Irã após a morte da jovem Mahsa Amini (#mulherdefibra), Mohammadi conseguiu entrar em contato com a BBC para denunciar o abuso físico e sexual que estava sendo imposto às detentas. Em outubro de 2023, Narges Mohammadi foi premiada o Nobel da Paz “pela sua luta contra a opressão das mulheres no Irã e pela sua luta para promover os direitos humanos e a liberdade para todos”; ela celebrou essa conquista dentro de sua cela.