
Jina Mahsa Amini foi uma jovem curda, assassinada pela polícia moral iraniana por não usar o traje determinado pelo islã. Sua morte provocou a maior onda de protestos das últimas décadas no Irã. Milhares de mulheres tomaram às ruas para queimar seus véus. Jina Mahsa Amini nasceu em 1999, em uma família curda. “Mahsa” era seu nome persa, usado somente para facilitar a retirada de documentos, já que às vezes nomes curdos não são aceitos; todos a chamavam de Jina. Aos 22 anos, Jina Amini vivia uma vida tão normal quanto possível para uma jovem mulher em um país ultraconservador, e estava prestes a começar a estudar Biologia na universidade. Em 13 de setembro de 2022, no entanto, Jina e duas primas suas foram detidas pela polícia da moralidade iraniana em uma estação de metrô, por estarem usando um “traje não islâmico”. Jina foi a única a ser levada para a prisão, supostamente por ter resistido às ordens dos policiais, e suas primas seguiram a viatura. Duas horas depois, algumas jovens saíram da delegacia gritando “Eles a mataram!”. Antes de morrer, Amini passou dois dias em coma, entubada no hospital. Os exames comprovam que a causa de sua morte foi uma hemorragia cerebral, causada pelas agressões que sofreu na cabeça após ser presa. As autoridades iranianas negaram as acusações. Desde o assassinato de Jina Mahsa Amini, uma onda de protestos tomou as ruas do Irã. Milhares de mulheres foram às ruas, e queimaram seus véus e cortaram os cabelos em público. A repressão, no entanto, foi e segue sendo severa: até agora, mais de 500 pessoas foram assassinadas pelas forças policiais que tentam conter os manifestantes, e a liberdade de imprensa foi cerceada, assim como o acesso à internet. Dezenas de jornalistas que divulgaram o caso seguem presos, alguns podendo ser condenados à prisão perpétua. Os protestos e a repressão, infelizmente, ainda parecem longe de acabar.