
Neste episódio falo com a Celeste José, 76 anos, sobre ser da terra do Eusébio, trabalhar para uma família portuguesa e ir pela primeira vez ao cabeleireiro.
POEMAS LIDOS
AFORISMO
Havia uma formiga compartilhando comigo o isolamento e comendo juntos. Estávamos iguais com duas diferenças: Não era interrogada e por descuido podiam pisá-la Mas aos dois intencionalmente podiam pôr-nos de rastos mas não podiam ajoelhar-nos.
José Craveirinha
BAYETE
Ergueste uma capela e ensinaste-me a temer a Deus e a ti. Vendeste-me o algodão da minha machamba pelo dobro do preço por que mo compraste, estabeleceste-me tuas leis e minha linha de conduta foi por ti traçada. Construíste calabouços para lá me encerrares quando não te pagar os impostos, deixaste morrer de fome meus filhos e meus irmãos, e fizeste-me trabalhar dia após dia, nas tuas concessões. Nunca me construíste uma escola, um hospital, nunca me deste milho ou mandioca para os anos de fome. E prostituíste minhas irmãs, e as deportaste para S. Tomé…
– Depois de tudo isto, não achas demasiado exigir-me que baixe a lança e o escudo e, de rojo, grite à capulana vermelha e verde que me colocaste à frente dos olhos: BAYETE?
Noémia de Sousa
FONTES
Esperança de vida em Portugal segundo o nível de escolaridade, por Filipe Pereira [Artigo]
Educação e empregabilidade em moçambique [artigo]
Gender Inequality in Employment in Mozambique [artigo]
José Craveirinha [poemas]
Noémia de Sousa [poemas e biografia]
Matutuíne [imagens]
Mafalala [wikipédia]
Esse cabelo, por Djaimilia Pereira de Almeida [excerto]
A avó veio trabalhar [site]