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O que podemos compreender acerca do aborto? É considerado um crime? Quais são as implicações morais e espirituais decorrentes dessa prática? Quais intuições a Doutrina Espírita nos proporciona para uma compreensão mais profunda?
Aborto é definido como a interrupção da gravidez antes da viabilidade fetal, ou seja, antes do feto ser capaz de uma vida independente fora do útero. Distingue-se de eventos como morte fetal, feticídio, parto prematuro, infanticídio e natimortos. A melhor definição é a eliminação de um ser humano no período entre a fecundação e o nascimento.
O tema do aborto é controverso, abordando desde o direito da mulher sobre seu corpo até os preceitos divinos que protegem a vida indefesa. Torna-se crucial também para políticas públicas, considerando os impactos financeiros. Atualmente, há debates sobre a descriminalização do aborto no Brasil, já legalizado em alguns países. A Igreja e as religiões frequentemente criticam sua legalização, destacando a diferença entre legalidade e moralidade.
É essencial analisar o aborto considerando os membros da família consanguínea, que, segundo instruções dos benfeitores espirituais, têm resgates a serem enfrentados. Impedir o nascimento de uma criança pode dificultar as provações pelas quais o espírito deveria passar.
A problemática filosófica do aborto está fundamentada no estatuto antropológico do embrião.
Desde a fecundação, ocorre a formação de um novo ser humano. A questão é: quando o feto se torna uma pessoa e não apenas uma "pessoa futura" ou "pessoa potencial"? Historicamente, acreditava-se que a alma espiritual se manifestava após 40 dias para homens e 80 dias para mulheres. Essa visão foi abandonada no século passado em favor da "animação imediata", considerando a simultaneidade entre fecundação e personalidade humana.
Se o concebido é considerado uma pessoa desde a fecundação, qualquer aborto carrega uma responsabilidade moral, sendo equiparado a um homicídio, dada a impossibilidade de defesa e a inocência do agredido. A resolução de conflitos de valores permite, em alguns casos específicos, a intervenção moralmente lícita, como nos casos de embrião morto, ablação de útero grávido com embrião inviável e situações de perigo iminente à vida da mãe.
Aborto pode ser natural ou artificial, espontâneo ou provocado voluntariamente. Existem também o aborto ilegal, considerado crime, e o aborto clandestino.
As causas são diversas, envolvendo fatores relacionados à mulher, à família e à sociedade. Entre elas, estão o medo da gravidez, falta de recursos financeiros e pressões familiares.
Estimar o número de abortos clandestinos é desafiador, enquanto dados sobre abortos legais podem ser subnotificados. Segundo pesquisa do Ministério da Saúde, cerca de uma em cada sete brasileiras entre 18 e 39 anos já fez aborto, totalizando aproximadamente 5 milhões de mulheres.
A condenação do aborto baseia-se em avaliações morais, especialmente oriundas de convicções religiosas, defendendo o direito inalienável à vida que somente Deus detém.
Questiona-se se o aborto provocado é um crime, considerando que, ao contrário de guerras e pena de morte, não há um agressor. Contudo, a perspectiva religiosa condena o aborto, considerando o novo ser como uma vítima inocente.
O aborto é associado à interrupção da vida, infringindo a lei divina. As consequências espirituais podem refletir-se em desafios para o casal, como a dificuldade de conceber, e em desajustes perispirituais, manifestados no corpo físico, presente e futuro, através de condições como câncer, esterilidade e infecções persistentes.
Nosso corpo é um empréstimo divino, exigindo cuidados tanto físicos quanto espirituais. Respeitar a vida dentro dele é fundamental, considerando as implicações morais, espirituais e sociais do aborto.