
A cidade está às moscas — a estudantada já partiu, os festivais ainda não chegaram, e sobra-nos este oásis radiofónico para aguentar o calor e o tédio. Neste episódio, mergulhamos na febre do padel, essa mistura improvável entre Tinder, networking do pobre e ginásio para gente que detesta suar. Com mais campos do que cafés por metro quadrado, Coimbra confirma-se como capital do montanhismo social.
Depois, recuamos no tempo com o quadro de Coimbra do século XVI, onde já se adivinhavam as promessas vãs e os problemas estruturais de sempre, agora com a vantagem de termos Metro e um estádio. Falamos de ilhéus desaparecidos no Mondego, sonhos húmidos de Manhattan coimbrã e visões distópicas de uma Alcatraz em pleno Mondego.
A expressão “pé de ladrão” também vai a dissecar: é regionalismo patusco ou usado nacionalmente? E será que os próprios ladrões a usam… ou riem-se dela enquanto nos levam o quadro do Georg Braun?
Para terminar, recomendação cultural com o regresso do Festival M à Praia Fluvial de Torres do Mondego: dois dias de música indie-chique, natureza domesticada e liberdade supervisionada. Entrada livre, mas com forte risco de avistamento de crocs em estado líquido.