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Logon Podcast
Rosacruz Áurea
195 episodes
2 days ago
Logon é a revista online da Escola da Rosacruz Áurea. LOGON explora uma nova perspectiva do desenvolvimento do ser humano e das mudanças na sociedade do século 21, que emergem na arte, na ciência e na religião. Visite nosso site: www.logon.media/pt-br
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All content for Logon Podcast is the property of Rosacruz Áurea and is served directly from their servers with no modification, redirects, or rehosting. The podcast is not affiliated with or endorsed by Podjoint in any way.
Logon é a revista online da Escola da Rosacruz Áurea. LOGON explora uma nova perspectiva do desenvolvimento do ser humano e das mudanças na sociedade do século 21, que emergem na arte, na ciência e na religião. Visite nosso site: www.logon.media/pt-br
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Episodes (20/195)
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#195 Estamos Todos Trancados
Estamos todos trancadosPrisioneiros desde o nascimentoTodos nós nascemos em um corpo em busca de liberdade.Na maioria das vezes, não temos consciência disso, mas, se buscarmos profundamente dentro de nós mesmos, encontraremos vestígios disso ao longo de toda a nossa vida.Como nos momentos de suposta felicidade e alegria que, de repente, se transformam em desespero, tristeza e decepção se as coisas não saem como planejado.Ou quando queremos desistir ou recomeçar do zero e nos perguntamos: “Por quê?” “O que está acontecendo?”O oposto também acontece: estamos imersos em tristeza, inquietação, falta de alegria e, de repente, de algum lugar, surge uma pequena faísca de contentamento, completamente alheia às circunstâncias que estávamos vivenciando naquele momento. Novamente nos perguntamos: “Por quê?” “O que está acontecendo?”Mas a vida continua. Voltamos à chamada normalidade e seguimos em frente. Isso acontece muitas vezes, mas a própria vida é tão avassaladora — feliz ou triste — que logo nos esquecemos desses vislumbres. Mas será que os esquecemos mesmo?Será que essas experiências não retornam, mesmo que brevemente, de uma forma ou de outra, como lembretes?Lembretes de que estamos indo pelo caminho errado, na direção errada — de que talvez haja outro caminho?A doença também serve como um lembrete, quando longos ou curtos períodos de inatividade proporcionam a oportunidade (se soubermos aproveitá-los) de refletir sobre a vida — muitas vezes, sobre um fragmento importante dela.Será que, em todas essas experiências, estamos sendo lembrados de outro estado que pode penetrar nossa realidade atual e nos fazer recordar que somos prisioneiros deste mundo — dentro do nosso próprio mundo, dentro de nós mesmos?Encapsulados em uma realidade na qual nascemos, sobre a qual construímos nossa vida?Conforme a vida continua e as coisas se tornam cada vez mais sombrias ao nosso redor, talvez comecemos a nos perguntar, com mais clareza e frequência: será que existe outro caminho?Existe outra maneira?Talvez possamos começar a perceber o quão presos estamos quando somos lembrados periodicamente por esses fragmentos, vislumbres de outra realidade. Começamos a desejar não apenas os fragmentos, mas o que eles representam, o que nos convidam a buscar.Podemos começar a perceber que existe uma saída, outra oportunidade… uma maneira diferente de encarar a vida, de dentro para fora.Nossas atitudes, nossos sentimentos, nossos pensamentos. Nosso mundo e o que estamos fazendo com ele.Uma “saída de emergência”, bem aqui dentro de nós, dentro da nossa vida atual.Uma saída de emergência para uma realidade muito diferente, divina, que só pode ser aberta e acessada pelo nosso anseio.Nosso anseio por algo totalmente novo.Esse anseio está dentro de cada um de nós, profundamente escondido, apenas esperando.Olhe para dentro.Procure quando estiver pronto — e você encontrará.Foto: By Mirjam Aigner
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2 days ago
4 minutes 45 seconds

Logon Podcast
#194 A Jornada do Imortal
A vida é sempre uma jornada para dentro de você mesmo. É uma aventura porque sempre nos confronta com o inesperado, o inusitado e, muitas vezes, o indesejado - com desafios que somente podemos vencer superando a nós mesmos. Se dermos uma olhada mais profunda em nossa vida, surge a questão: Quem é que vai nesta jornada?A jornada do imortalA maioria das pessoas gostaria de ter algumas experiências interessantes. No entanto, elas também anseiam por segurança. Crescimento e desenvolvimento, tudo bem – mas dentro de nossa zona de conforto, por favor. Desta maneira, estamos prontos para nos desenvolver e pôr à prova nós mesmos. Portanto, aquelas aventuras que parecem controláveis fornecem emoção. Há uma grande seleção delas, e cada um escolhe seu próprio grau de intensidade. Você prefere escalar uma montanha (o que não é muito difícil) ou prefere saltar de bungee jump? Uma viagem no deserto ou férias na praia com uma noite de música popular? Você prefere ler um suspense ou uma história de amor? Ou você gostaria de viver uma história de amor?Temos experiências, mas normalmente elas não passam de um conjunto de momentos interessantes, que são eliminados pouco tempo depois, já que não havia nada que realmente nos enriquecesse, apenas um pouco de tinta que ganhou vida e desbotou novamente. Será a nossa “normalidade” que cria essas crises?Fica mais interessante se olharmos o que está acontecendo no mundo. Podemos ver crises em todos os lugares. Há a crise climática, a crise ambiental, a crise dos refugiados, agressões crescentes entre Estados, Estados colapsando, alianças que estão se desintegrando. O que elas querem nos dizer? Será a nossa “normalidade” que cria essas crises? É possível que muitas vezes sejamos indiferentes às consequências da forma como vivemos, do que causamos devido aos nossos medos, desejos e ambições? Os problemas que não podemos perceber e resolver em nossa vida privada seriam refletidos em grande escala? Nossa vida privada muitas vezes não oscila entre interesses opostos? Nossos próprios objetivos conflitantes não nos levam a um estado de estagnação? Uma “crise” é uma situação decisiva que pode, se tomarmos a decisão certa no momento certo, ser um ponto de virada.A humanidade só pode agir de forma diferente em escala global se muitas pessoas estiverem prontas para se conhecerem e encontrarem os problemas em si próprias. Podemos chegar ao fundo de nosso ego? Precisamos perceber que, apesar da nossa inteligência, há muitas coisas que não queremos ver. Nossos corações estão muitas vezes blindados e indiferentes. Medos inconscientes causam muitos de nossos comportamentos e nos impedem de enfrentar as mudanças necessárias positivamente. Não nos conhecemos suficientemente e essa ignorância é mais profunda do que a que vemos em nossa vida exterior perceptível.O conhecimento de que algo está faltando só pode se desenvolver quando o que é temporal dentro de nós pode ser levado a um encontro com o eterno.Nossa vida em uma pequena escala pode nos ensinar muitas coisas necessárias. Muitas vezes é pelas dificuldades que superamos, ou mesmo pelas perdas que sofremos, que podemos emergir com mais força. Podemos ficar aliviados quando jogamos outra ilusão ao mar, mesmo que de início isso não tenha sido feito voluntariamente. Podemos ser fortalecidos porque experimentamos que uma perda não tirou nada de essencial de nós. Experimentamos uma liberdade inesperada, o começo de uma independência de coisas e circunstâncias, de desejos, medos e necessidades. Sobre o rio da vidaSempre que realmente nos envolvemos com pessoas e situações, isso pode ser iluminador e libertador. Aqueles que se atrevem a seguir uma situação de forma espontânea e rejeitam seus próprios planos de vida, ou mesmo deixam um caminho aparentemente bem planejado, irão descobrir novos lados dentro de si mesmos. Por meio de sua devoção, essas pessoas encontrarão em si mesmas uma profundidade da qual nada sabiam. Elas descobrirão que esculpir-se foi menos conveniente do que o que o rio da vida tornou visível. Então, alguma liberdade pode se desenvolver, por exemplo, o livrar-se da auto representação, de papéis pré-concebidos. Então, pode-se perguntar se o eu é definível e delimitável. A maior verdade não estaria no esquecimento de si mesmo, em cooperar com os outros?Nossa visão de vida é aguçada por meio de todas as nossas experiências. Estamos agora em busca de plenitude, amor, perfeição. A partir de agora fica difícil, pois a experiência de plenitude não pode ser mantida. Se tentarmos nos agarrar a ela, experimentaremos estagnação. Buscamos por amor verdadeiro e percebemos que estabelecemos condições e que cobramos de forma cruzada o dar e o receber. Queremos recuperar o primeiro grande avanço de sentimentos que transmitimos. É normal pensar que a vida (e os outros) nos deve algo. Mas será este o caso?Se buscarmos a perfeição, teremos que ser honestos conosco. Podemos fazer isso percebendo que somos um com nós mesmos em nosso pensamento, sentimento e ação. No entanto, existem muitos objetivos conflitantes dentro de nós. Gostaríamos de ter a segurança do nosso bem-estar e a liberdade de levar uma bagagem leve. Queremos ser um com todas as almas lá fora, mas permanecendo dentro de nossas quatro paredes… Gostamos de ajudar, mas baseado em quê e com quanto compromisso? Podemos ser verdadeiros, podemos ser bons? Um ser humano pode ser bom em tudo? “Ninguém é bom, nem um sequer”, disse Jesus. Essa frase soa como um alerta vermelho, que não vai, no entanto, impedir as almas de buscar.A vida sempre nos dá nossas aventuras em encontros inesperados, em relacionamentos que estabelecemos, em conflitos que aceitamos e por meio de experiências. As falhas podem, de repente, revelar um tesouro interior inesperado, que nos mostra um lugar no centro, no qual meu e seu, errado e certo se fundem em algo novo. Abre-se um caminho onde há confiança, onde se torna possível perder-se “a nós próprios” sem expectativas e onde somos transportados pelo desconhecido que nos espera no fim do caminho.O eterno em nós está viajando através do espaço e tempoComo seria a nossa jornada de vida se pudéssemos vê-la da perspectiva do eterno dentro de nós? Procuramos por “nós mesmos”; o eterno em nós quer se mostrar como o verdadeiro eu. Somos refletidos em pessoas e coisas; o eterno se reflete em nós – mas será que o entendemos? Buscamos a perfeição nas coisas efêmeras, mas elas são “apenas uma parábola” do eterno.Procuramos a unidade e nos deixamos acorrentar. Mas existe o imortal dentro de nós, que está conectado a tudo e quer se livrar de seus grilhões temporais. Temos um período de cerca de oitenta anos à nossa disposição; o eterno tem viajado pelo espaço e tempo desde tempos imemoriais. Estamos em separação. O eterno, entretanto, é uma parte integrante do universo divino; é um microcosmo, um pequeno universo, que quer chegar ao destino de sua jornada com a nossa ajuda. Isso significa que o microcosmo nos acompanha em todas as experiências que vivemos. Experimentamos uma vida de aventuras – mas a aventura do microcosmo, do eterno em nós – é o que realmente somos.Frequentemente, quando superamos perdas ou dificuldades, ou vivenciamos algo belo ou comovente, podemos ter um momento instantâneo de liberdade. Então, agimos sem medo, nos soltamos sem temer as consequências. No início é um processo de maturidade da alma. A partir daí, se desenvolve uma consciência da alma e há crescente abertura para o insondável, o eterno em nosso centro (e dentro de todos os outros!). Aprendemos a ouvir interiormente. O amor e a devoção ao eu divino podem crescer naqueles que prosseguem. Pela primeira vez, há percepção de que o eterno precisa do temporal, que passa por um desenvolvimento com a nossa ajuda. Um encontro consciente ainda não é possível, no entanto.Mas algo estranho está acontecendo. Todos os incidentes se tornaram um portão aberto. Se passarmos por ele, aproximamo-nos do eterno em nós, através de tudo o que constitui a nossa vida. Então, parece que tudo o que acontece quer se canalizar dessa forma.Ao mesmo tempo uma grande transformação começou em nossa consciência, em nosso pensamento e sentimento. Limites são abolidos. Medos, hostilidade e polaridade tornam-se mais fracos; a unidade em tudo se torna visível. Além do mais, essa unidade se torna a base de nosso pensamento e sentimento. Este é o início de uma transformação. Uma nova vontade vai crescer dentro daqueles que, consequentemente, seguem este caminho. Eles vão superar os velhos laços materiais. Essa nova vontade se torna uma fonte de forças vitais que nunca secará; será a porta para uma vida imperecível. Novas forças fluirão para todo o ser e o transformarão. Para o ego temporal, é uma forma de deixar ir, de se separar, de “perecer” e “elevar-se” no Novo que se aproxima. No final, é um renascimento do eterno em nós. Aqueles que seguem esse caminho tornam-se habitantes conscientes de dois mundos, ou seja, do eterno e do temporal. Existe aventura maior do que essa jornada?Foto: JL G via Pixabay
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1 week ago
12 minutes 6 seconds

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#193 Paz
PazSe bebo da água frescado rio da vida —sem pressa,sem medo,em total ausência de conflito,na presença do sagrado —ali estou em paz.Mas…seria isso apenas um devaneio?Sem o silêncio,sem uma reflexão,sem um olhar atento,sem estender a mão,deixa-se escapar a vidana luta sem fim de todos os dias.É possível ir além?Existe saída?Uma voz tímidadiz: sim.É a voz da pura inquietação.E, por ela,e após longa jornada,chega-se à fonte da vida.E o seu frutoé a paz.Photo by Cristiane - Tocantins River, Amazon, Brazil
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2 weeks ago
1 minute 16 seconds

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#192 Ponto de Atenção
PONTO DE ATENÇÃOQual é o foco de minha atenção?Geralmente, a atenção surge como um ponto que gira em torno de si mesmo. É como se ela só pudesse se focar em um único por cada vez: em algo que eu vejo ou sinto, um pensamento, uma memória. É por isso que ela gira em círculos em torno de si mesma, caoticamente, em um turbilhão de pensamentos e sentimentos. Na verdade, meus olhos só conseguem ver claramente uma pequena parte do meu campo de visão. Como sempre examino tudo ao meu redor com os olhos, tenho a ilusão de que consigo ver tudo claramente, como se percebesse a totalidade. Mas, efetivamente, só tenho uma ideia do Todo - não estou vendo o Todo em realidade.É semelhante ao que acontece com os pensamentos. Em minha cabeça, só cabe um pensamento de cada vez - assim como quando eu leio ou escrevo. Minha atenção envolve um pensamento, algumas palavras ou conceitos. Quando falo, pronuncio palavra por palavra. Minha atenção está sempre limitada a um pensamento, uma memória, um sentimento: a uma parte muito pequena de toda a  realidade.A partir disso, o cérebro tenta construir um Todo. Ele faz uma representação do Todo com a ajuda de minha memória, para que eu possa agir de forma razoavelmente significativa neste mundo do qual tenho uma representação, uma ideia. A representação se expande por meio da experiência e é assim que “aprendemos”.Com isso, meu ponto de atenção é muito caótico, não é mesmo? Ele se determina a partir de uma lasca, umafração de tudo - e até da realidade daquilo que “sou eu mesmo”. É como se eu quase nunca estivesse completamente comigo mesmo. Sim, que tagarelice é essa dentro da minha cabeça? Não seria um estreitamento da consciência, uma limitação? Esse pequeno ponto de atenção é espiral! Será que tenho controle sobre ele? Isso me faz feliz? Afinal, qual é o núcleo de meu ser? Quais são suas principais forças determinantes? Minha atenção não seria determinada pelos objetivos de todos os meus desejos e necessidades? Aspiro a alguns objetivos futuros e quero tentar alcançá-los com pensamentos e ações. Meu ponto de atenção fica sempre examinando ao redor para determinar sua posição - e também sua oposição. Nos animais, reconhecemos esse ponto que precisa estar constantemente vigilante para sentir se está seguro ou para descobrir onde há comida. Nesta vida natural, observamos um processo de desenvolvimento da consciência tanto nas plantas como em animais e seres humanos. Foi assim que a consciência se desenvolveu na consciência do eu que sou agora.Minha atenção sempre reflete um fragmento do Todo. Mas, que tal se agora eu tentar não fixar minha atenção em um pensamento, em uma palavra ou em uma outra coisa qualquer, e apenas ouvir o silêncio interior e perceber que tudo é, que eu sou? O que acham de eu fazer isso sem nada saber, sem nada entender, e permanecer imóvel, maravilhado, em plena quietude, voltando meu olhar para dentro - para a fonte de minha consciência, para todas as consciências e todas as vidas?Prestar atenção no Todo! Só assim a consciência conseguirá despertar a partir da centelha divina, una com a fonte de tudo. Os rosa-cruzes clássicos chamam essa centelha de “átomo primordial”. Em seu livro sobre a Pistis Sophia,  J. van Rijckenborgh descreve uma atividade muito especial, no capítulo sobre o átomo primordial e o que acontece quando somos capazes de focar continuamente nossa atenção nesse átomo primordial. Quando nossa consciência se concentra na centelha divina que reside em nosso coração, aquela pepita de ouro que é a fonte de tudo, que é nossa conexão com o Todo e com todos, então vai crescendo em nós a compreensão de que tudo está simultaneamente em todos os lugares.É por isso que todo pensamento ou interpretação de nosso ego perturba essa compreensão. Então, somos tocados e vivenciamos algo que não pode ser expresso em palavras - algo que surge de um profundo anseio no qual nossa atenção já pode mergulhar, para que possamos crescer e nos tornar mais fortes. É aí que a centelha se transforma em puro fogo!Agora percebo que tenho de me render, deixar tudo para trás, para desaparecer nessa fonte. A fonte se apresenta como o próprio Amor! Assim, nos vemos diante do portão onde o Eu desaparece e tudo o mais se revela - sentindo o imenso anseio pelo Uno, por esse Uno que reconhecemos em um amoroso abraço. Agora, nossa consciência consegue se transformar em um lago sem ondulações, onde a Luz pode se refletir. Então, a Luz nos toca e nos tornamos unos com ela. Aspirem ao Amor, entreguem-se ao Amor - como se fosse uma inspiração e uma expiração! Lentamente, haverão de se tornar conscientes de um duplo fluir de energia. “Tudo receber, tudo ofertar”. Essa consciência florescente, que percebe que “tudo é ao mesmo tempo e está simultaneamente em todos os lugares”, é o Amor!Muitos testemunhos místicos de várias tradições falam de um “sair do tempo”. Por exemplo: Krishnamurti frequentemente fala do “fim do tempo”. Ele vê isso como um futuro para a humanidade. O Eu percebe sua limitação e sabe que precisa morrer - sair da limitação do ponto solitário e giratório de sua atenção. Agora, ele observa que está no limiar da “plenitude”, na rendição. Trata-se da reversão da consciência, o ponto de virada. No livro O Verbo Vivente, de Catharose de Petri, lemos a história dos peregrinos de Emaús, após a crucificação de Cristo e de sua ressurreição. A consciência solitária e abandonada não consegue compreender, não consegue entender que não há mais forma e que a consciência-eu já não tem qualquer controle. Mas Ele, “o ressuscitado”, é reconhecido interiormente pelo Amor, pelo partir do pão, pelo ato de dar. Portanto, a única bússola que possuímos é o reconhecimento da centelha do Espírito, que é o Amor. Deixem que ela cresça a partir de sua própria atenção, a partir da fonte do próprio Amor! Dessa forma, o sentimento do Eu se desfaz e a gota se dissolve no oceano. Deixem tudo para trás e mantenham apenas o Amor.Imagem: Rochelle-Lee-on-Unsplash CC0
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3 weeks ago
8 minutes 35 seconds

Logon Podcast
#191 Silêncio
SILÊNCIOMomento em que tudo vai desaparecendo aos poucos– quando até eu me desvaneço –e uma quietude pacífica vai chegando,oculta por tantas eras.É o momento em que o corpo dói– tecido por lágrimas no caos do mundo –e a alma emerge, em busca da Luz.As formas vão se desfazendo com a respiração.A mãe já não é mãe,o pai já não é pai.Seus filhos já não são seus.Os papéis sociais vão ficando transparentes como vidro.Passos ressoam no vazio.O chão de pedra debaixo de seus pés perde o significado, suaviza-se.Quando seu corpo sente como se fosse parte de todos os oceanos domundo,o conforto se manifesta a partir de dentro, como uma prece de despertar.Só então você pode fechar suavemente os olhose sentir a vida — o chamado divino dentro do Silêncio.Photo: ameera on Unsplash CC0
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1 month ago
1 minute 47 seconds

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#190 Um Desejo
UM DESEJOPegue um desejo e queime-o,o Universo sussurrou suavemente.Qualquer um? — ela perguntou.Sim, basta escolher; você não precisa saber qual. Do fundo de sua alma, ela tirou um pequeno pedaço,pequeno, verde, quase invisível.Ela o incendiou e o observou desaparecer.Ele encontrará alguém que dele precise? Se isso acalma seu coração - respondeu o Universo.Posso queimar todos os meus desejos?Você pode queimar todos - ele respondeu calmamente.E o que restará de mim? O momento em que você está,inteira e completa, aqui e agora.Só um momento?Sim, só um — mas dura para sempre. O agora dura para sempre, ela sussurrou,enquanto as cinzas se dissolviam no ar.Oh, como a neve cheira divinamente,ela pensou, tornando-se neve. Photo: Clint McKoy on Unsplash CC0
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1 month ago
2 minutes 9 seconds

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#189 A Alegria Vive
A ALEGRIA VIVEA alegria viveporque a vida insiste na alegria —a que vem de dentro,da fagulha divinaque arde no coração.A alegria sussurra —Canta baixinho,às vezes só no peito,como um segredoentre o coração e o tempo. Ela se escondeNas frestas da manhã,no cheiro do pão,na xícara quente,na risada que escapa sem pedir licença. É tímida, agora.Mas não foi embora.Anda descalça por entre os escombros,recolhendo pedaços de belezaque o mundo esqueceu. Ela mora no toque leve —na palavra certa,no abraço sem pressa,no olhar que diz:“eu te vejo”. E quem a cultiva...mesmo cansado, mesmo ferido,faz do mundo um lugaronde a vidaé uma teimosia feliz. E em cada canto onde ela passa,acende uma luzpequena,mas viva!Foto:  klimkin in Pixabay
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1 month ago
1 minute 39 seconds

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#188 Caminhando Descalço, ao Encontro do Sol
CAMINHANDO DESCALÇO, AO ENCONTRO DO SOLQuem procura, acha! “Quando o mundo já tiver despertado de seu sono de embriaguez por ter bebido da taça envenenada, o ser humano irá ao encontro do Sol Nascente, ao raiar do dia, com o coração aberto, a cabeça descoberta e os pés nus, jubilante e transbordante de alegria”. [1].Este grito de júbilo na profissão de fé dos rosa-cruzes alemães do século 17 (in Confessio Fraternitatis, 1615) é a expressão da superação total do sentimento de sermos estrangeiros neste mundo tão marcado pela indiferença, pelo ódio e pela inveja. Como chegamos a essa afirmação? O mundo atualVamos dar uma olhada em nosso mundo.A Terra e sua atmosfera estão sendo cada vez mais exploradas pelo ser humano. Qual o resultado? Catástrofes, tempestades e perdas dos meios de subsistência. Por que parecemos ser incapazes de mudar fundamentalmente nosso comportamento? Será que a humanidade se embriagou com uma taça cheia de substâncias tóxicas e entorpecentes e está difícil acordar dessa embriaguez? Ou o ser humano é um corpo estranho nesta Terra, alguém que não consegue se encontrar e por isso causa danos e prejuízos?Essas perguntas ocuparam a mente de gerações de filósofos, políticos e pessoas comuns – e continuam a ocupar até hoje. E, a cada dia que passa, elas exigem uma resposta cada vez mais urgente. Muitos sábios e fundadores de religiões apontaram caminhos, encontraram e divulgaram suas explicações. Agora, novas teorias tentam dar uma resposta para elas. Estudiosos ainda disputam a autoria da “resposta certa” e vivem se debatendo sobre esse assunto. Em toda a História mundial, inúmeros pensadores testemunharam a questão da existência humana aqui na Terra, mas, mesmo assim, não chegaram a um consenso.Será que precisamos encontrar a solução dentro de nós mesmos? Gostaria de tentar descrever como lidei e ainda lido com meu sentimento de ser “estrangeiro” levando a vida em diversos continentes. Durante minha juventude, fiz minha formação e completei meus estudos na Alemanha. Já me sentia um estranho com minha família e meus amigos. Isso se intensificou durante algumas estadias no exterior. Nos anos 60, fui confrontado com os traumas ainda presentes do Terceiro Reich, sentindo parte de uma culpa coletiva pelo fato de ser alemão.Eu até conseguia entender e compreender isso. Mas a pergunta “Por quê?” foi ganhando força em minha consciência. Por que camadas inteiras da população se sentiam seduzidas por governantes demagógicos? Por que havia guerras e desigualdade no mundo? Por que havia opressão contra as culturas e as populações do chamado “Terceiro Mundo”? Tanto os discursos da sociedade como também os ensinamentos da Igreja na qual fui criado não me davam respostas satisfatórias para essas perguntas. A Teosofia e Antropologia também não satisfaziam minha busca interior e minhas perguntas. Minha busca no OrienteFoi assim que meu caminho me direcionou para as filosofias e religiões orientais. Mas ainda restava uma pergunta: Como é que filosofias tão elevadas e sábias, especialmente na Índia e na China, não foram capazes de superar a miséria, a fome e a opressão, mantendo, por exemplo, o sistema de castas? Por que esses mecanismos sociais foram e são dominantes e determinantes, tanto no passado como no presente?Logo comecei a estudar o Bhagavad Gita, a praticar ioga e meditação, a estudar o budismo etc.. Tudo isso despertou em mim a necessidade de conhecer e vivenciar diretamente a realidade da Índia – não como turista ou hippie, mas utilizando todos os conhecimentos e possibilidades profissionais que adquiri, além de concretizar meu desejo de contribuir para aliviar o sofrimento e cumprir minha vontade de encontrar autoconhecimento e dar respostas para minhas perguntas internas.Tive a oportunidade de trabalhar e viver no Nepal. Uma imersão profunda na cultura, nos costumes, nos comportamentos e na língua me ajudou a superar meu sentimento de “ser estrangeiro”, pelo menos no contexto exterior desse ambiente. No entanto, durante muito tempo não consegui encontrar uma resposta para as questões fundamentais sobre o que significa “ser estrangeiro neste mundo”. No que diz respeito às circunstâncias externas da vida, sentia-me cada vez menos “estrangeiro” e apenas mais “diferente”. Mas só consegui encontrar uma resposta para minhas perguntas mais íntimas depois de uma longa busca: uma busca que se deslocou para o meu interior.Durante esse período, pude observar manifestações exteriores do colapso das normas, dos comportamentos e da religiosidade. Muitas tradições seculares foram questionadas e rejeitadas em nome do “progresso”. Era evidente que as pessoas estavam buscando algo novo. Aconteceram – e ainda continuam a acontecer – os conflitos sociais, o desmoronamento das famílias, as transformações estruturais da sociedade. Como contramovimento, agora muitos se agarram ao que é tradicional. No entanto, eles se deparam com a questão: “Será que estamos seguindo formalidades e aparências enquanto o conteúdo espiritual interior está se tornando cada vez mais raro?” Isso coincide com as declarações de Krishna em sua conversa com Arjuna, que ocorreu há alguns milhares de anos e é relatada no Bhagavad Gita:“Os insensatos se apegam aos Vedas por causa do que podem usufruir a partir das cerimônias que ali estão descritas. Por isso dizem: ´Não há nada mais perfeito do que os Vedas!´. Mas eles conhecem somente uma série de rituais que lhes proporcionam riquezas e uma reencarnação feliz. O fato é que eles não têm um conhecimento firme a respeito da alma e são pouco inclinados a fazer meditação. Portanto, liberta-te dos pares de opostos! Livra-te da ansiedade mundana e do desejo de preservar teus bens atuais!” [2] Essa afirmação de Krishna não é idêntica ao que a Bíblia nos pede?(...) “e, quando orardes, não sejais como os hipócritas, que gostam de orar em pé e nas sinagogas e nas esquinas das ruas, para serem vistos pelas pessoas. Em verdade vos digo que eles já receberam plenamente sua recompensa. Mas tu, quando orares, entra no teu quarto e, fechando a porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará. E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque pensam que pelo seu muito falar serão ouvidos.  Não vos assemelheis, pois, a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes ”. [3].O intercâmbio com amigos nepaleses, indianos, europeus e americanos intensificou minha busca espiritual. Nessa época, tive acesso aos sutras de meditação do budismo Mahayana. O Sutra do Coração e o “Sutra do Sexto Patriarca” exerceram uma forte atração espiritual sobre mim. Têm uma força que vai além das pujas e rituais normais dos templos. De volta à EuropaAlém disso, entrei em contato com a filosofia, o modo de vida e os ideais dos cátaros do sul da França e com os manifestos da Fraternidade Rosa-Cruz do início do século 17. Foram os cátaros que redirecionaram meu interesse para a Europa. O estudo desses manifestos e de outros escritos sobre o impulso da Rosa-Cruz tornou-se para mim uma orientação duradoura para o resto da minha vida. A confrontação com as circunstâncias externas da vida no Nepal, na Alemanha e em outros países onde morei tornou-se secundária diante do caminho espiritual. O fato de me sentir “estrangeiro” no dia a dia, em termos sociais, culturais, políticos e outros, perdeu seu significado. O foco nos processos de transformação da alma descritos na Fama Fraternitatis, na Confessio Fraternitatis e nas Núpcias Alquímicas de Cristão Rosa-Cruz levou cada vez mais a um reconhecimento do que “não é deste mundo”. A crescente conexão com o “Outro” dentro de mim, a fonte criativa que age a partir das profundezas, substituiu meu sentimento de ser “estrangeiro neste mundo”. Em seu lugar, surgiram a paz interior e o silêncio: um “retorno ao lar”.O conhecimento interior tornou-se uma imensa alegria e um forte impulso para ajudar as pessoas que ainda estão em seu caminho de busca. O Conhecimento (Gnosis), que foi crescendo aos poucos, também me conduziu a uma alegria e felicidade cada vez maiores. O sentimento de “ser um estrangeiro no mundo” abriu-me a porta para o caminho de volta para casa. E a busca de décadas permitiu-me ir ao encontro de um Sol que brota de meu íntimo “com o coração aberto, a cabeça descoberta e os pés nus”, tal como os rosa-cruzes clássicos expressaram em seu grito de júbilo, na Confessio Fraternitatis.Photo: foot-Bild-von-Cinthya-Liang-auf-Pixabay CCO 
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1 month ago
12 minutes 27 seconds

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#187 Olhar da Consciência
OLHAR DA CONSCIÊNCIAUm novo olhar para si mesmo, para a humanidade e o mundo à sua volta Pela perspectiva temporal, no grande filme de toda existência, a vida de cada indivíduo é apenas uma breve cena. Tudo é sempre renovado. A cada instante, nosso corpo muda, tudo ao nosso redor muda – e são mudanças que, na maioria das vezes, não percebemos de imediato.Talvez você já tenha se perguntado: “Será que esse processo de constantes mudanças está me fazendo evoluir?” A resposta para essa pergunta é quase desconcertante: para evoluirmos realmente, precisamos perceber que há um abismo entre o estado humano natural e sua meta de transformação — o estado humano-divino. Afinal, olhando de cima, de fora do tempo, observamos que o ser humano é um pensamento divino, sem começo nem fim.Porém, nosso estado humano natural é marcado pelo egocentrismo — e a condição egocêntrica é fechada em si mesma. Para evoluir de forma real, mais do que as mudanças externas advindas dos intermináveis ciclos naturais, precisamos observar nossos automatismos egocêntricos em um processo diário de autoconhecimento, até que eles se dissolvam aos poucos. Sem isso, apesar das aparentes mudanças, apenas repetiremos velhas cenas. A despeito das constantes mudanças em tudo e em todos, algo em nós é permanente e nos dá a sensação de sermos os mesmos durante toda a vida. Talvez você já tenha se perguntado: “O que em mim é permanente?” A resposta pode surpreender: o núcleo da consciência – ou seja, a faculdade de perceber a si mesmo e o mundo ao redor - é algo que sempre está presente.No entanto, há uma confusão comum a todos nós: frequentemente, tomamos como nossa identidade o produto de nossas faculdades criadoras naturais – e, com isso, deixamos de notar que aquilo que realmente nos identifica, e é permanente, é a própria faculdade de percepção e sua contraparte: um núcleo supra-humano em nosso coração.E quais são essas faculdades naturais que dirigem nossas vidas cotidianas? Nosso pensar, querer, sentir, desejar, reagir e agir. Seus produtos — nossos pensamentos, intenções, sentimentos, desejos, ações e reações — passam a ser confundidos com quem somos. Dessa identificação nasce a falsa ideia de que a nossa identidade, que muda constantemente, é que determina todo o nosso estado de vida. Assim, perdemos o presente vivo e nos prendemos ao passado ou ao temer do futuro.Por um momento, olhemos para nossa faculdade de percepção: quem ou o que a dirige? Se formos honestos, reconheceremos que ela está aprisionada aos produtos das faculdades internas criadoras (pensar, querer, sentir, desejar, reagir e agir), e não se deixa conduzir por seu polo universal, a centelha supra-humana que é nosso verdadeiro Eu.Como mudar essa situação? Como permitir que a vontade supra-humana nos conduza, ao invés da velha vontade autocentrada? A resposta está em um processo de desconstrução e reconstrução. Precisamos mudar o núcleo de nossa consciência, dissolvendo pouco a pouco todos os nossos apegos centrados em nós mesmos. Em resumo:é necessário permitir que a nova consciência, límpida como uma superfície cristalina, receba livremente as influências cósmicas, sempre renovadas e transcendentes, do Espírito. Afinal, apesar de muitos ainda desconhecerem, o ser humano carrega em si uma centelha do Espírito divino. Ativar esse núcleo, essa semente no coração, e pautar sua vida por ela, é o início de uma verdadeira evolução. Esse é o caminho da evolução que nos transforma de seres humanos naturais em seres realmente humanos-divinos. Por isso podemos dizer, sem risco de engano: o primeiro passo desse caminho é reorientar nosso olhar, elevando nossos olhos para o Espírito. Toda a mudança virá a partir desse momento, mas não acontece em um piscar de olhos. Essa reorientação é cotidiana: é um processo que dura toda uma vida.Se o processo dura a vida inteira, então cada instante é uma oportunidade. Não se trata de uma espera passiva, mas de um despertar ativo — um convite a estar presente, a observar-se sem ilusões e a agir a partir do que é verdadeiro. No silêncio entre um pensamento e outro, na pausa entre uma ação e a próxima, lá está ela: a centelha. Paciente. Chamando. Cabe a nós ouvir. A jornada da consciência não é uma linha reta, mas uma espiral: revisitamos os mesmos desafios, porém em níveis cada vez mais profundos. O que antes era apenas um vislumbre do divino em nós pode, com persistência e entrega, tornar-se o centro gravitacional de nossa existência.  Não há "chegada", mas há transformação. E nela, o paradoxo: ao nos esvaziarmos do que é transitório, encontramos o que permanece; ao nos perdermos do falso eu, reencontramos nossa essência. No fim — que não é um fim, mas um recomeço — restará apenas o essencial: o olhar da consciência, límpido e livre, refletindo a luz que nunca se apaga.Imagem: mailanmaik Pixabay
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1 month ago
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#186 Onde Mora a Felicidade
ONDE MORA A FELICIDADE“A felicidade mora num mundo pequeno seu e não naquele grande que faz você se perder demais” (Fernanda Mello)A felicidade tem muitas formas e aparências. Existem felicidades grandes e pequenas, suaves e arrebatadoras. Muitos consideram que a felicidade é o principal objetivo da vida e que todos têm direito a ela.As felicidades que existem neste mundo moram em casas suntuosas e em casebres, e às vezes, não tem onde morar. Andam a pé, de ônibus, nos trens apertados e em jatos particulares. Podem vestir roupas finas ou simples andrajos, comer bem ou se contentar com apenas um pedaço de pão. No entanto, todas essas felicidades são, em sua essência, absolutamente iguais, independente da condição social ou econômica. As felicidades andam de braços dados com diversos parceiros, como um trabalho desafiador, um casamento feliz, fama ou poder. Alguns dizem que elas gostam particularmente de dinheiro, apesar de muitas pessoas assegurarem que isso não é verdade. As felicidades tendem a ser passageiras e duram tanto quanto permanecerem os motivos de suas existências. Quando o dinheiro acaba, o emprego é perdido, desaparecem a fama e o amor, as felicidades entristecem de imediato. A felicidade que utilizava um carro último tipo será completamente infeliz ao andar de ônibus. Mesmo as felicidades duradouras acabam por encontrar um adversário poderoso, a rotina, que leva ao tédio e as consome lentamente. Assim, as felicidades nunca estão satisfeitas consigo mesmas e sempre almejam a grandeza e a sofisticação. As felicidades andam sempre com suas irmãs, as infelicidades, com as quais compartilham a essência do que é transitório e perecível. Rodopiam pelas nossas vidas, planejando ilusões e desilusões, e construindo castelos de cartas e de areia que, desde o princípio, estão destinados ao desmoronamento. Nós seguimos os caminhos sinuosos e os altos e baixos que as felicidades e as tristezas nos reservam, até um momento de saturação em que nos perguntamos se não existiria uma Felicidade verdadeira e duradoura, que não dependesse de valores externos e fosse plena e completa em si mesma.Quando ansiamos por essa invulgar Felicidade, ela pode surgir em nossas vidas como uma lembrança ou uma voz interior, que nos convida a silenciar o turbilhão de nossos pensamentos e desejos, e conectar nossa essência mais profunda. E então, no âmago de nosso coração, encontraremos a morada dessa verdadeira e singular Felicidade que jamais nos abandonará.Foto: By Chikilino - Pixabay
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2 months ago
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#185 Duas Consciências - ou Serão Três?
Chegou o momento de reconhecermos, aceitarmos e integrarmos um aspecto muito frutífero de nossa realidade.DUAS CONSCIÊNCIAS - OU SERÃO TRÊS?Talvez todos nós saibamos que temos duas consciências.  É comum dizer “Tenho duas opiniões sobre isso” ou “Não tenho certeza ou não estou convencido”. Nesses momentos, parece que há duas linhas em ação. Uma delas opera no presente. A outra questiona, discorda ou oferece uma alternativa. Traz outra perspectiva, seja ela positiva ou negativa, que podemos seguir, considerar ou simplesmente ignorar.Podemos vê-las como expressões do consciente e do subconsciente. A mente consciente é dedicada à realidade de agora. Já a mente subconsciente, geralmente, está relacionada a memórias passadas, preocupações e ansiedades.Carregamos ambas, aprimorando-as ou prejudicando-as ao longo da vida, muitas vezes sem percebermos.Mas, de vez em quando, e todos nós passamos por isso, em meio a esse caos de pensamentos, vivenciamos uma terceira compreensão se insinuando, talvez alertando-nos ou convidando-nos para um passo adiante. Ela pode se manifestar como uma impressão que surge do nada, uma ideia repentina ou mesmo como uma lembrança.Há a sensação de uma desconexão, como se tal compreensão não pertencesse nem ao presente, nem ao futuro ou ao passado. Talvez possamos relacionar isso com algo proveniente do “in"consciente, ou “super"consciente. Ou como uma intuição. Algo que parece não nos pertencer, mas que sempre esteve lá para nos guiar, orientar e garantir nossa segurança. Uma influência que permeia as outras consciências, mas tem origem diferente.No caminho espiritual, esse conceito é bem compreendido – uma influência que não provém dos reinos terrenos, mas está muito envolvida com estes. Um conceito ou realidade divina original que interpenetra outras. Uma possibilidade sempre presente.Chegou o momento de reconhecermos, aceitarmos e integrarmos essa terceira consciência como um aspecto frutífero e essencial de nossa realidade.Que possamos permitir que essa transformação aconteça!Imagem: by Steve Johnson on Unsplash CC0
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2 months ago
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#184 Sobre a Experiência de Separação e Unidade
Sobre a experiência de separação e unidadeDeus fala através de todos.Então, por que não ser gentil e ouvi-Lo?Em todos os tempos e lugares, os seres humanos buscaram a Deus. Sempre houve um anseio por penetrar os véus do Incognoscível, compreender os mistérios da criação e estar unido com a Fonte.Esse anseio é um movimento universal da alma — um impulso em direção à totalidade, ao significado e à união com o divino. É o chamado que ressoa silenciosamente.Todo ser humano que busca aplacar seu anseio pode embarcar em uma jornada de busca pelo Divino. Uma alegoria clássica dessa busca pode ser encontrada na história sufi chamada "A Conferência dos Pássaros", que foi escrita por um poeta persa do século XII conhecido por Attar. A história começa com pássaros que estavam perdidos, inseguros. Sentiam falta de algo. Tinham ouvido falar do Imortal Simurgue, o Rei dos Reis que governa a vida. Uma ave conhecedora dos mistérios divinos chamada poupa, que simboliza um guia espiritual, os juntou. Em grupo, os pássaros decidiram procurar Simurgue e perguntar sobre questões essenciais da existência. A viagem era longa e cheia de perigos. Era preciso atravessar sete vales desafiadores para chegar ao trono de Simurgue. Nem todos estavam prontos para seguir, e muitos dos que partiram voltaram atrás por motivos diversos.Alguns pararam no meio do trajeto por causa dos encantos, belezas e seduções dos vales que encontraram. Outros, pararam por temerem a incerteza. Cada pássaro ofereceu um motivo, reflexo de nossas hesitações. No final, apenas 30 pássaros chegaram ao sétimo vale, onde encontraram um palácio magnífico, mas cujo trono estava vazio...Os pássaros voaram por todas as salas do castelo procurando por Simurgue. Vasculharam os corredores e as salas, e detiveram-se diante de um espelho gigante em uma parede. Lá, olhando para o próprio reflexo, descobriram a verdade: o Simurgue era cada um deles. O divino esteve dentro deles o tempo todo.  Esta simbologia reflete a verdade mais profunda do caminho interior: o buscador e o Procurado não são separados. Os sete vales vencidos pelos pássaros ilustram as dificuldades que aqueles que seguem o caminho espiritual atravessam.O primeiro vale é o da Busca. O Viajante abandona todos os dogmas, crenças e dúvidas. O mestre sufi Sachal Sarmast diz:Seu primeiro dever [no caminho] é abandonar a fé, a descrença (…) e todas as religiões.O caminho do verdadeiro aprendizado começa com o desaprendizado, à medida que nos afastamos gradualmente do mundo. Este é o início do esvaziamento de si, é abrir espaço para receber. Estamos prontos para abrir mão daquilo em que acreditamos? Para afrouxar o apego às nossas convicções e deixar até mesmo as dúvidas para trás? O segundo é o Vale do Amor, onde a razão é deixada para trás. O amor que se torna a única bússola não é um amor romântico, mas uma chama transformadora que queima o ego. Sem confiança no objetivo final, não se pode começar. Para entrar no Amor, precisamos confiar em Deus. Este estágio é frequentemente marcado por êxtase, sofrimento e rendição.O terceiro é o Vale do Conhecimento. Todo o conhecimento mundano torna-se inútil e uma nova inteligência intuitiva é despertada. As limitações do pensamento racional são reveladas e o buscador começa a ver com os olhos do coração. Não se trata mais de acumular informações, mas de vivenciar sabedoria.O Vale do Desapego é o quarto a ser vencido. Ali todos os desejos e apegos mundanos desaparecem.Um mestre sufi descreveu isso com uma metáfora:O desapego é como uma garotinha que ama sua boneca. Ela a carrega para todos os lugares, cuida dela, até arruma uma cama e um carrinho para a boneca. Mas um dia, ela percebe que a boneca não fala. Então ela a deixa de lado e escolhe brincar com crianças de verdade.Assim acontece conosco. Superamos o que antes nos fascinava. Quando criamos espaço interior, abrimos espaço para Deus. Este vale, no entanto, pode ser uma fonte de dor. É preciso coragem para suportar o vazio interior e resistir à vontade de retornar aos falsos confortos de antes.A quinta etapa é percorrer o Vale da UnidadeAqui, o Viajante vê que tudo está interligado. Deus está além da harmonia, da multiplicidade e da eternidade. Este é um estágio de paciência, paz e entrega.Attar escreve sobre isso da seguinte forma:Quem Nele se perde, liberta-se de si mesmo —Pois se estivesse em si mesmo, não estaria Nele.A dualidade começa a se dissolver e a alma enxerga uma harmonia superior. A ilusão da separação se desvanece.O próximo é o  Vale da Perplexidade, onde o Viajante é tomado pela beleza do Amado. A maravilha substitui a compreensão. As certezas estão se transformando. A alma aprende a não navegar pela lógica, mas pela luz da devoção e da confiança.Como disse Cristo:Quem perder a sua vida por minha causa, a encontrará.É o momento em que a alma percebe quão pequena ela é — e quão vasta é a verdade.O ultimo é o Vale da AniquilaçãoO Eu desaparece, dissolve-se. O tempo, o sofrimento e a separação se esvaem. O Viajante se torna um recipiente vazio através do qual Deus pode habitar. A ilusão da identidade se desfaz.Rumi escreve:Nenhum amante buscaria uniãose o Amado também não estivesse buscando.Neste estado final, não há mais distância entre o buscador e o Procurado. Deus o encontrou, e ele encontrou Deus.A luz se funde com a luz.Uma gota retorna ao oceano.Não existe mais um "eu" ou um "você".Existe UNIDADE.Aqui termina a jornada, mas não a vida. Pois na mais profunda unidade, a alma retorna ao mundo transformada — não para escapar dele, mas para irradiar aquela presença silenciosa que não tem outro nome senão amor.Foto: Davinderjit Kaur on Unsplash CC0
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2 months ago
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#183 Ato verdadeiro
ATO VERDADEIRO Esta manhã tive uma percepção muito interessante em um sonho. Queria anotá-la, mas, como uma névoa, ela desapareceu da memória. Percebo uma transição entre os estados de consciência – sonho e vigília – que não se comunicam plenamente. Quando o estado de vigília é ativado, o conteúdo do sonho se dissolve.No entanto, cheio de bom ânimo, assim que acordei, escrevi o que restava como significado daquele sonho inspirador. Eis o que restou:A vontade do Todo é cumprida a cada momento — não como uma trilha fixa, mas como leis executadas por meio de infinitas possibilidades…Mas aqui reside um aparente paradoxo: começamos fazendo o oposto dessa vontade e, ao fazer isso, produzimos sombras.Há uma desconexão entre cada um dos nossos atos e a espontaneidade esperada de uma ação que visa satisfazer essa vontade — o ato verdadeiro, genuíno. A princípio, não é percebido — mas, aos poucos, é sentido como desconforto. Então, começamos a tomar consciência da situação e, nisso, já há progresso.É assim que começamos a nos desmascarar. A partir desse ato verdadeiro, a imagem da vontade — não mais invertida por sombras — começa a se materializar em nossas vidas. Agora, cada uma de nossas ações encontra seu verdadeiro significado.O sonho também trouxe a ideia de que, para nascer duas vezes, é preciso encontrar conscientemente a conexão entre o tempo e a eternidade. As duas linhas de ação permanecerão separadas até que o passado e o futuro se encontrem no eterno presente.O tempo desconhece a eternidade — é a eternidade que busca a reconciliação com o tempo. Gradualmente, a luz da nova alma — a eternidade — torna-se o fator determinante de toda a vida.E o tempo desperto, liberto das sombras, flui para a eternidade.Imagem: Michael_Luenen (Pixabay)
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3 months ago
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#182 Um cavalo alado
“Pégaso é um cavalo alado divino, branco como a neve, uma das criaturas mais famosas da mitologia grega.” UM CAVALO ALADO VOA PELO ESPAÇO DENTRO DE MIM Quando eu era jovem, costumava pendurar pôsteres nas paredes do meu quarto com cavalos correndo em direção ao azul. Por que cavalos? Independentemente de culturas, épocas e continentes, no inconsciente humano coletivo o cavalo é um animal carregado de simbolismo e significado. É representado na arte desde a pré-história.Os cavalos dos mitos, lendas e contos são capazes de falar e ensinar, de cruzar os ares, como Pégaso, ou de ir até os portões do Paraíso, como a égua Buraq, que carregou o Profeta Maomé em sua viagem noturna a Jerusalém. Conseguem acompanhar o sol em seu curso, como o garanhão turquesa dos índios navajos, ou combinar conhecimento instintivo e inteligência humana, como o centauro Quíron, mestre de Esculápio e deus da cura e da medicina na mitologia grega.Companheiros dos deuses, os cavalos acompanham o Sol em sua corrida diária da Grécia até os mitos gnósticos de Abraxas, e também nas culturas ameríndias... E cavalos também acompanham os seres humanos em suas viagens. Capazes de viajar entre mundos, levam o homem para além do céu e do inferno e os trazem de volta sãos e salvos. Atravessam as profundezas escuras do inconsciente humano. No fundo dos oceanos, os cavalos mágicos de Netuno são aqueles que ainda não se manifestaram e não têm forma.No mundo de hoje nós não precisamos mais de cavalos porque carros, aviões, barcos e trens fornecem todo o transporte que precisamos. A força física do cavalo não é mais necessária para nós. No entanto, o número de proprietários de cavalos é muito alto em todos os países industrializados.Por que isso acontece? Porque precisamos criar um relacionamento e, às vezes, nos reconectar com a natureza e com os animais ao nosso redor.  O cavalo em nós é também a criança interior. PÉGASO, O MENSAGEIRO DOS DEUSESPégaso, o mensageiro dos deuses, é, sem dúvida, o arquétipo mais famoso desse universo lendário. Ele é um cavalo alado divino, branco como a neve, uma das criaturas mais famosas da mitologia grega. É personagem de uma história iniciática tão rica em símbolos e ensinamentos que poderíamos meditar sobre ela por dias a fio.Isso porque, como muitos mitos gregos, esta história é profundamente simbólica.Tudo começou quando Poseidon, um dos principais deuses do Olimpo, transformou-se em um cavalo e nele levou a bela Medusa, moradora do oceano por quem estava apaixonado, até um templo dedicado a Atena. Lá, eles se uniram e ela engravidou. No entanto, por terem profanado o templo puro de Atena, Medusa foi transformada em uma criatura horrível, a Górgona. Seu magnífico cabelo foi transformado em uma coroa de cobras venenosas. Além disso, foi lançada uma maldição sobre Medusa: seu olhar petrificaria qualquer um para quem ela olhasse.Mas o herói Perseu, filho de Zeus, o grande deus, fez um plano para livrar o mundo de Medusa. Em apoio, Atena lhe emprestou seu escudo e Hermes deu a ele uma foice afiada e uma bolsa de couro para esconder a cabeça da Medusa.Com cautela, Perseu aproximou-se de Medusa olhando para o reflexo dela no escudo de bronze emprestado por Atena. Quando ele conseguiu cortar a cabeça da Medusa, os dois filhos de Poseidon com ela foram libertados e o sangue jorrou de seu pescoço. O cavalo Pégaso e seu irmão Crisaor nasceram do sangue de Medusa.A cabeça de Medusa foi entregue por Perseu a Atena, que a colocou no centro de seu escudo.Como muitos mitos gregos, essa história é profundamente simbólica. Perseu representa o herói em nós, o buscador da Verdade que está pronto para enfrentar todos os perigos para transformar o mundo. Porém, até mesmo um herói não pode fazer nada sozinho, já que Medusa representa tudo o que o passado construiu dentro de nós, é a guardiã do limiar, todas as concepções mentais que nos paralisam se olharmos para elas. É por isso que a deusa Atena, a pureza virginal do novo pensamento, deu a Perseu um escudo, o escudo de um estado interior próprio que lhe permitiu enfrentar Medusa e derrotá-la.Quem é Medusa realmente? Medusa é um ser duplo, cujo nome significa “aquela que protege”. Medusa, uma mulher belíssima, era originalmente a força do olhar que envolve com o seu amor e protege o que vê. Foi transformada em um ser monstruoso e maligno, cujo olhar petrifica. Sua beleza e seus cabelos magníficos, seu rosto amigável, seu olhar vivo e sedutor, tudo isso se transformou em uma terrível maldição. Ver a horrível Medusa significa ser petrificado pelo horror e morrer.Perseu representa a intenção daquele que decidiu seguir o caminho da iniciação. O primeiro passo de sua jornada heróica será confrontar-se com a realidade do estado mental e emocional da humanidade. A vida interior dos seres humanos é dupla: contém ideais elevados, beleza, visão clara e vontade de melhorar, mas também abriga baixeza, paixões, medo e horror. O herói deve lutar contra o espírito do mundo, que tenta paralisar seu ser e reabsorvê-lo na atmosfera mundana.Foi dito: “Aquele que viu a Medusa face a face deve morrer”. Sustentar, em sua verdade nua e crua, a visão do estado decaído, a visão da cultura dual do homem e seus resultados que remontam a eras, significa a morte absoluta para todo o ser da natureza.Enfrentando a Medusa com o escudo de Atena e a foice de Hermes, basta uma fração de segundo para o herói ser libertado. O símbolo dessa vitória, a cabeça da Medusa, estará protegido na bolsa de couro de Hermes, e essa bolsa “Hermes” simboliza uma nova maneira de pensar. Então, o sinal da vitória, a cabeça da Medusa, será colocada no centro do escudo de Atena, onde ainda pode ser vista atualmente, por exemplo, no Museu do Louvre, como um sinal de que a pureza e a verdade sempre triunfam.Pégaso, nascido do sangue da Górgona quando Perseu a decapitou, ascendeu ao céu após seu nascimento e se colocou a serviço de Zeus, que o encarregou de trazer raios e trovões ao Olimpo.Amigo das musas, acostumado a viajar entre o mundo dos humanos e o mundo dos deuses, Pégaso fez brotar com um coice a fonte de Hipocrene, de inspiração poética. Ele se tornou, no mundo dos mitos, o mensageiro dos deuses, um mensageiro que ainda hoje aparece para aqueles que querem chegar às portas do reino divino.Muitas pessoas queriam domar o cavalo alado, para que também pudessem ter acesso aos segredos divinos. Um exemplo é o príncipe Belerofonte. Apesar de toda a sua astúcia, juventude e vivacidade, ele não conseguia. Pégaso escapava para o ar. A história nos conta que, certa noite, Atena apareceu para ele em um sonho e lhe deu um freio de ouro, o único capaz de domar o flamejante cavalo alado.Capturado graças ao freio dourado de Atena, Pégaso permitiu que Belerofonte o montasse para derrotar outro monstro que estava devastando o país, a Quimera, e realizou muitas façanhas com seu cavaleiro. Mas o príncipe foi vítima de seu orgulho. Tentou, com sua montaria, subir ao topo do Olimpo e se tornar igual a Zeus, o mestre dos deuses. Porém Zeus enviou uma mosca que picou Pégaso e fez com que ele se desviasse e derrubasse o cavaleiro. Belerofonte quebrou a coluna, ficou paralisado e nunca mais pôde cavalgar.Pégaso recuperou sua liberdade e cavalgou até o azul, até desaparecer. Ele encontrou Zeus, que lhe confiou a missão de levar luz à Terra.Assim, Pégaso tornou-se o mensageiro dos deuses, trazendo aos seres humanos a mensagem mais preciosa de todo caminho espiritual: humildade. “O maior conhecimento é que eu não sei nada e que eu não sou nada”.Zeus acabou transformando o cavalo alado em uma constelação e o colocou no céu, onde permanece até hoje.Pégaso voa livremente entre as estrelas. Ao planar em seu dorso, aprende-se o que é a verdadeira liberdade: a responsabilidade ao fazer escolhas internas. Pégaso lembra que você está sempre conectado com a alma. Liberdade é ouvir, no vento sibilante das asas de Pégaso, um sussurro quase imperceptível: a voz de sua própria alma.Imagem: Photo: AndreyC on Pixabay CCO Referências:De Petri, Catarose: A Rosa-Cruz Dourada, Capítulo XI, edições de setembro.Bettelheim, Bruno: Psicanálise dos contos de fadas, Pocket, 1999, pp. 90-91Franchet d'Espèrey, Patrice: A mão do mestre: reflexões sobre a herança equestre, Odile Jacob, 2007.Jung, Carl Gustav, Metamorfose da Alma e seus Símbolos, Georg, 1993Jung, Emma e von Franz, Marie-Louise: A Lenda do Graal, Paris, Albin Michel, 1988, pp. 214-
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#181 Indo para casa
Todos nós temos um condutor interno que nos guia INDO PARA CASA “Estrada acidentada à frente”, dizia a placa. Simeão hesitou. Deveria seguir ou voltar?Ele sempre esperou por essa viagem. Ansiava por ela há muito tempo, bem antes do que conseguisse recordar. Era um chamado vindo de dentro, do subconsciente, como se lá no fundo soubesse que esse era seu caminho.Esse anseio motivou sua vida desde que saiu do ventre de sua mãe. Em cada lembrança, sonho ou escolha sempre podia contar com uma espécie de força interior motivadora que o impulsionava adiante e o protegia.E agora, mais uma vez, uma placa o alertava:“Estrada acidentada à frente.”Afinal, para onde ele está indo nessa estrada? Que estrada é essa que ele considera como sua? O que ele busca?A força que o impele seria o condutor interior que ele aprendeu a reconhecer e ouvir sempre que sua vida agitada lhe proporcionou a oportunidade? Aquele que sempre sussurrava conselhos, corrigia o rumo e indicava saídas mesmo quando o mundo ao redor estava caótico? Aquele que estava lá desde sempre, empurrando-o para frente, levantando-o ou apoiando-o quando esteva em profundo desespero?Aquele que também trazia alegria, uma alegria misteriosa, genuína? Trazia um desejo de ir, estar em outro lugar, de fazer algo — embora ele não soubesse exatamente o que fazer ou aonde ir?Aquela placa na estrada não era novidade. Simeão já a tinha visto outras vezes — em sua consciência, nos sonhos, sempre que ele foi tentado ou atraído a seguir um caminho que o afastava de seu conhecimento interior, levando-o novamente à ilusão da vida que o cercava. Sempre que se desviava de si mesmo, lá estava a placa avisando-o. Protegendo. E sempre na hora certa.E ele seguia sabendo que percalços e trechos acidentados esperavam por ele...Sim, a estrada muitas vezes se tornou áspera, desafiadora, difícil, mas sempre houve uma lição envolvida, algo que ele precisava reconhecer e vivenciar antes que prosseguisse em seu caminho. Ele passou a aceitar a utilidade da placa, evitando que Simeão voltasse ou se desviasse.E assim, hoje, mais uma vez, Simeão passou por ela... e seguiu em frente em sua viagem.Talvez você já tenha vivido algo parecido com a história de Simeão. Na verdade, é mais comum do que se imagina.Essa sensação de ser guiado, mesmo sem entender. Algo em você que o mantém "no caminho certo", apesar de todas as adversidades, corrigindo, aconselhando e direcionando subconscientemente seu próximo passo — mesmo quando tudo parece confuso.Talvez seja algo quase imperceptível, mas sempre esteve ali.Se você reconhece isso, seja grato por essa força que está tentando despertá-lo para uma realidade diferente.Talvez ainda seja só uma semente, mas ela espera por você. Espera que você pare, escute-a, a reconheça e permita que ela cresça. Que você sinta e vivencie sua presença.Esse condutor interior — esse sábio companheiro — quer guiá-lo.Hoje vivemos tempos de turbulência e mudanças intensas em todos os níveis. Muitas pessoas estão passando por suas próprias turbulências e mudanças, por sua própria experiência de despertar.Forças espirituais estão emergindo, irradiando-se cada vez mais poderosamente na atual era de Aquário.Cada vez mais visíveis, mais poderosas, elas nos chamam. Para onde?Para casa!Imagem: Bob-Osias no Unsplash CC0
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#180 A natureza se expressa em suas formas
A NATUREZA SE EXPRESSA EM SUAS FORMASA inteligência da vida, que é evidente na natureza, desperta para si mesma no homem e o confronta. Por exemplo, em uma paisagem, árvore, flor, fruta ou em um cogumelo.No processo de desenho, o artista explora o que vê, o óbvio. Aos poucos, por meio da observação cuidadosa necessária ao desenhar, ele alcança a imensidão insondável inerente a toda forma visível.Desenhando e maravilhando-se, o artista entra na figura — como se estivesse em uma capela que também é um laboratório de percepção. Ali, por meio da observação da figura, as portas se abrem para as forças universais que a criaram. Desse espanto surge a pergunta: que inteligência está em ação aqui?Tal contemplação da criação universal pode inspirar o espírito humano. Desde que ele seja receptivo e aprenda a olhar para o chão, para a origem — para onde um cosmos ordenado emerge do caos fértil, no qual o Logos se revela. “Se você quer conhecer o invisível, você deve se aprofundar cada vez mais no visível”, diz a Cabala.Por exemplo, nas flores.Os movimentos planetários estão inscritos nas flores. Vênus e a Terra, ao orbitarem o Sol, criam uma estrela de cinco pontas no espaço cósmico. [1] A estrela de cinco pontas, o pentagrama, contém as proporções da razão áurea, que se encontra em todas as pétalas de rosa e também no corpo humano, sendo, portanto, a base da percepção. Ela forma um campo de ressonância livre, lúdico e ao mesmo tempo exato de coerência e concordância.Quando olhamos para um prado florido, também estamos olhando para o céu estrelado. As flores são vasos delicados de uma perfeição quase sobrenatural. As flores são frutos da luz. Nenhuma pilha de lixo, nenhuma ruína é inadequada demais para que as plantas floridas abram seus cálices coloridos para a luz e, assim, deem esperança até mesmo aos desertos. Nada de gracioso ou fora de moda, mas sim uma manifestação poderosa, delicada e inteligente que cobre toda a Terra.Uma harmonia de opostos que se complementam em diversas formas e cores, contêm poderes de cura, nutrem e encantam só de olharmos. E o que é a verdadeira alegria senão o necessário maná no deserto - alimento para os deuses?Imagem:Photo: AB_012_kl-Bild von Alfred Bast HD
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#179 Um sonho para o futuro
UM SONHO PARA O FUTUROO que há além daquela porta?Há uma casa, uma casa comprida com uma porta no centro e outra porta na extremidade. Há muitas pessoas ali. Algumas moram e outras passam pela casa. A maioria entra e sai pela porta central, mas algumas, não muito numerosas, usam a porta no final da casa. A porta central dá acesso e se conecta à vida no mundo, à vida cotidiana - empregos, famílias, atividades em geral. A porta no final da casa, a menos usada, conecta-se a uma realidade diferente, uma realidade de natureza espiritual que é conhecida apenas por alguns.Agora um aviso ressoa dentro da casa:_ Não feche a porta do final, a porta do final... Deixe-a aberta dia e noite para permitir o acesso à casa em todos os momentos.Até então, as duas portas ficavam abertas durante todo o dia e no começo da noite, quando eram fechadas e só reabertas na manhã seguinte.Os ocupantes da casa se perguntam sobre o motivo da porta do fundo ter que permanecer aberta:_ Onde ela leva? E por que pouco usamos essa porta? Afinal, a porta central é muito mais acessível, muito mais fácil de ser usada em nossa vida cotidiana.Mas a pergunta principal permanece: o que há além dessa porta do fundo?Os residentes começam a se perguntar, a meditar e a curiosidade deles aumenta. Alguns se aventuram até a porta, mas muito poucos passam por ela - é muito mais fácil permanecer conectado à realidade cotidiana do que contemplar uma realidade diferente, isso é um desafio muito grande, e maior ainda é o desafio de entrar nessa realidade.Depois de um período de tempo, as condições dentro da casa mudam - mais pessoas entram, mais pessoas passam a residir no interior. Surgem tensões devido à superlotação, as perspectivas mudam. Muitos ficam desiludidos, decepcionados e ressentidos. A curiosidade pelo que está além da porta do fundo aumenta. Mais pessoas começam a se aproximar dessa porta, a sair e a entrar por ela, descobrindo e escolhendo uma nova realidade para suas vidas. O equilíbrio entre o velho e o novo muda e elas começam a despertar.Há muitas casas como essa no planeta, em todos os países e em todas as circunstâncias, passando pelo mesmo processo de transição. Cada um de nós vive em uma dessas casas, tanto individual quanto coletivamente.Ao passarmos pelo processo de mudança de consciência da realidade antiga para a nova, podemos influenciar a consciência à nossa volta, podemos definir o futuro. Imagem: Peter Herrmann on Unsplash CC0
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5 months ago
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#178 Basta pouco para ser feliz
BASTA POUCO PARA SER FELIZQuando chegamos ao mundo, nosso olhar não se fixa. Em vez disso, dirige-se ao vasto, ao aberto. Será uma despedida? Ao olharmos para as crianças nós nos sentimos aliviados das preocupações. A realeza brilha nos olhos delas. Mesmo que se recolha com o tempo, o brilho é uma força que sempre a sustentará.Enquanto o céu claro ainda estiver aberto nas crianças, este é o ciclo: o Céu entra no mundo por meio delas e as crianças devolvem a ele o que tiram do mundo.Nos olhos delas brilha o poder real — o poder do todo, o desejo de viver, a alegria dos recomeços. Uma canção infantil diz:Basta pouco para ser feliz,e quem é feliz é rei.É preciso pouco para ser feliz porque tudo já está presente. Mas, com o tempo, a visão do todo da criança se fecha, o olhar redondo se estreita, o maravilhamento se contrai em concentração. Individualidades vêm à tona. O concreto entra em foco e obscurece o que é aberto. O mundo vem tornar-se o cenário. É hora de aprender alguma coisa. É preciso se equipar, treinar para dominar. Lutar pela vida. Como sobreviver? O mundo diz: adquira conhecimento, habilidades, estabeleça metas... Começamos a repartir a vibração do princípio, a infinitude do fundamento primordial. Lutamos por propriedades. A consciência e a vontade do todo deixam-se transformar em consciência e vontade do ego. As altas frequências da alegria, da serenidade e amor pela vida deixam-se usar para desejos e ideias pessoais. Nós nos tornamos mais densos, nossa permeabilidade ao princípio diminui. Ouvimos: “Mantenha os pés no chão.” A alegria cósmica dos constantes recomeços, a luz do sol interior, entra em nós filtrada. Medos e desejos, elogios e censuras, orgulho e abatimento se interpõem diante dela.Atendemos quando nosso nome é chamado, mas será que é realmente a mim que ele designa?Todos participamos do jogo da vida. Às vezes somos bons, às vezes não. Quem desempenha o papel principal? Quem é o “rei”? A canção infantil já não ressoa em nós.A realeza está oculta. O rei ainda envia mensagens que nós adaptamos. A história da humanidade está repleta daqueles que lutam e morrem por seu rei. A imagem de domínio está impressa em nós e, por isso, em algum momento, queremos governar sobre algo.Então vem a morte e um milagre pode acontecer: os olhos que se apagam deixam ir seus desejos e se voltam novamente para a vastidão do começo. Apesar da situação miserável, a alegria resplandece. A alma abandona os limites do corpo, segue para o ilimitado e é acolhida.Mas as nuvens que criamos em nossas vidas nos acompanham e escurecem a alma – é o resultado do que fizemos, quisemos, pensamos e sentimos. O traje externo é descartado, mas continuamos a usar o interno. O sol do todo brilha através de nós e nossa vida é refletida em sua luz. Admirados, talvez até com um arrepio, indagamos sobre o que dizemos, causamos, influenciamos e deixamos.E então, eventualmente, a alma retorna à cena. O jogo ainda não acabou. Tudo o que dela emanou e o que a terra preservou para ela confronta agora a alma. Ela é de novo uma criança que — com outra língua, em outro país — canta de novo:Basta pouco para ser feliz.A canção é para o inconsciente, a uma visão oculta e não desenvolvida. Torna-se um impulso para o crescimento. O mundo rapidamente enterra a profundidade e vastidão que batem à porta. A criança é criada para ser útil na vida.Às vezes, entretanto, vem uma voz disruptiva no meio do caminho e força a criança a parar. O que a está incomodando? Volta à sua ocupação, mas se pergunta: o que estou realmente fazendo? Perguntamos sobre o que está realmente acontecendo. Há uma sensação de desconforto. Tudo o que acontece tem significado? Quais os verdadeiros nomes das pessoas e coisas? Ponderamos, sonhamos e não nos apegamos mais tão fortemente. Impressões de um futuro e de um passado surgem, mas ele não são de quem somos verdadeiramente.Continuamos a jogar e aprendemos nossos papéis. Mas por dentro somos outros. Não somos apenas personagens. Sem dúvida, isso que nos ocupa também nos despoja de um reino de luz do qual só temos vagas impressões. Porém, contos de fadas, lendas e filosofias falam conosco de uma maneira especial. Cada um de nós é um rei sem país. Somos jogados de um lado para o outro em alto mar. E então, a terra aparece. Um pensamento emerge. Quanto o sol interior participa das coisas do mundo, até mesmo em sua escuridão! Ele brilha na ternura de uma flor, no sorriso de uma pessoa, no canto de um pássaro. Mas também pode brilhar de olhos fechados... e então os olhos começam a se abrir.A luz interior pode brilhar pelo sofrimento, tristeza, dor e erro. Ela cria sabedoria, discernimento, bondade... Sem nós, isso não pode ser realizado. Estamos preparados e devemos cooperar em nossa transformação. Espera-se que transformemos o peso em leveza. Isso pode ser feito na vibração da alegria.A alegria e a felicidade irrompem, embora pareça embaraçoso ter serenidade na aparente desesperança e na atual situação que a humanidade vive.Mas essa alegria vem da luz que nos penetra pela porta aberta do coração. Como cumprir as atribuições que traz? Permeando o mundo com a luz da alma para que o maior número de pessoas perceba quem elas são em suas profundezas. Os olhos são chamados a se abrir novamente, o significado de nossa existência quer se revelar.Amplos espaços podem emergir no coração. Neles, coisas e pessoas entram, são batizadas com seus verdadeiros nomes, são percebidas e capturadas por forças curativas de luz. Um “soro”, por assim dizer, é dado àqueles absorvidos nos amplos espaços do coração, onde a luz está em ação: o poder do Uno, o aberto, a semente da libertação, a realeza.Basta pouco para ser feliz.E quem é feliz é rei.Imagem: child-Bild von Bellezza87 auf Pixabay CCO
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5 months ago
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#177 Conduzido pelas asas suaves da serenidade
CONDUZIDO PELAS ASAS SUAVES DA SERENIDADEAtualmente, encontramos motivos para não estarmos alegres nos jornais diários, em programas de entrevistas, postagens na Internet e em nosso cotidiano.Se caminharmos pelas ruas de qualquer grande cidade, passaremos por ombros caídos, bonés abaixados, rostos vazios ou que expressam o vazio ou um desespero silenciado.Será que tantas pessoas perderam o sorriso?  O autor do livro Sobre a serenidade em tempos difíceis escreve que sorrir tem um efeito interior e um efeito exterior. “Ele anima a pessoa que sorri e quem recebe o sorriso. (...) O sorriso entra no mundo e viaja longe, em uma reação em cadeia. Só precisamos começar.”Um artigo de 2015 de um jornal alemão assim resume a crise atual:É difícil dizer se o negativo e o ameaçador, o pessimismo e a misantropia já prevaleceram. Uma coisa parece certa, porém: a escuridão já avançou tanto que se tornou uma força dominante contra a qual o poder subversivo da confiança deve ser direcionado.Mas como podemos adquirir essa confiança, essa força interior?Há pessoas que mantiveram a sua liberdade interior e dignidade humana, e também se elevaram muito acima de si mesmas, no meio dos maiores desafios internos e externos. O sobrevivente dos campos de concentração Viktor Frankl é um exemplo.É inacreditável como pessoas em situações de vida assustadoras ainda consigam demonstrar bom humor. Alguns prisioneiros britânicos em um campo de guerra nazista zombavam sutilmente de suas condições, tornando o cativeiro relativamente suportável.O humor pode ser uma arma contra as aflições da nossa existência. Essa capacidade atesta que o homem possui uma liberdade interior que o eleva acima de todo sofrimento, segundo o autor do ensaio sobre O Sublime.Para ter serenidade em circunstâncias adversas é preciso distanciamento das nossas expectativas.Serenidade tem a ver com desapego. É semelhante ao perdão, que não guarda rancor. Isso não tem relação com aceitar a injustiça ou negar a dor. Serenidade é um estado de graça que anda de mãos dadas com a gentileza e a sabedoria.Mas deveríamos sempre flutuar pela vida cotidiana sorrindo serenamente e gratificando nossos semelhantes com uma presença radiante?Não se trata disso.A verdadeira serenidade não pode se basear na supressão de sentimentos opostos. O poeta alemão Christian Morgenstern, ao escrever sobre termos o máximo de felicidade possível, provoca uma reflexão:E se a felicidade só fosse possível em um coração amadurecido pelo prazer e pela dor?Nossas experiências dolorosas podem nos levar a refletirmos sobre nós mesmos e a vida em geral. Provavelmente é preciso termos sofrido para liberarmos a compaixão, a sabedoria e a serenidade de sua prisão dentro de nós.Nem todos precisam experimentar duros golpes do destino para isso, mas o  místico medieval Mestre Eckhart traz uma verdade: “O sofrimento é o cavalo mais rápido para a perfeição”.Como podemos alcançar o equilíbrio que nos permite a alegria? Para os antigos gregos, uma vida harmoniosa só pode ser alcançada em harmonia com uma ordem mundial divina, quando nos experimentamos como parte da abundância do infinito. Wilhelm Schmid diz ser “muito fácil imaginar que abrir a vida a uma dimensão de transcendência que vai além dos limites da vida finita é a contribuição essencial para alcançar uma vida plena...”Tais insights ajudam, mas é importante não os reconhecer apenas racionalmente. Observamos que as pessoas sofrem ao invés de mudarem seus padrões habituais de pensamento e sentimentos. Pesquisas modernas atribuem isso às vias neurais no cérebro, que nos viciam em uma dose tóxica habitual de negatividade.A boa notícia é que podemos criar novos caminhos neurais no cérebro. Nosso coração é a chave quando ele finalmente se abre e, com amor e alegria, desempenha seu papel nos processos de renovação.Quando nos dispomos a abandonar o nível familiar da realidade, as coisas se dissolvem em serenidade. Se passarmos seriamente por um processo de transformação mental e espiritual, o sofrimento se transforma em alegria, alegria como nosso direito de nascença, algo inerente ao nosso ser. A palavra alemã para alegria e serenidade era originalmente um termo que descrevia a luz do céu. Luz, cor e som são manifestações do nosso ser celestial.Nas asas suaves desta vibração celestial, podemos alçar voo e ter uma visão panorâmica de nossas vidas e da atividade humana, com toda a compaixão, o que é  enormemente libertador!Já não se trata tanto de lidar com a gravidade da vida, mas de transformá-la com outros que também estão aprendendo a “voar”.A alegre serenidade ilumina a escuridão e mostra a saída. Ela conduz da dor e tristeza da separação para a alegria de se estar conectado à fonte curadora e sagrada de todos os seres.Imagem: water-Bild von Slaghuis auf Pixabay CCO
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#176 O girassol amigável
O GIRASSOL AMIGÁVELNuma certa manhã ensolarada, vi-me em um caminho que nunca havia percorrido antes.Deparei-me com uma casa de jardim grande e bem cuidado, onde se destacava um canteiro circular com muitas rosas diferentes e um girassol bem alto ao lado da cerca. Devia ter uns dois metros. Sua flor grande e pesada inclinava-se sobre a cerca, como uma lâmpada pendendo de um arco.Parei para observar o miolo do girassol, e ele parecia olhar de volta para mim.Sua flor era linda e brilhava como o sol. Admirei as sementes, organizadas em fileiras harmoniosas.Disse em voz alta a pergunta que me intrigava:— Como você criou essa perfeição? Gostaria de entender esse enigma, pois sinto que ele também contém uma resposta para mim.— Muitas pessoas param quando me veem — respondeu o girassol, para minha surpresa. — A disposição das fileiras de minhas sementes as faz pensar.— Sou uma dessas pessoas! — respondi. — Como você consegue tanta precisão? — Não sei ao certo— disse ele — mas tenho um pentágono de nascença. A resposta incitou ainda mais minha curiosidade:— Um pentágono? O que isso tem a ver com a ordem de suas sementes?— O pentágono se coloca no centro quando as sementes querem se formar.— E como as espirais são criadas? Você mapeia a órbita do sol com as espirais?— Não, as espirais são formadas à noite.Questionei se o girassol observava as distantes nebulosas espirais nesse processo.— Pode ser que sim. Quando as fileiras de sementes começam a se organizar, eu me arrepio profundamente e fico infinitamente feliz. Tenho a sensação de que, no início, elas dançam umas em volta das outras e depois, lentamente, encontram seu lugar.Após uma pausa, o girassol perguntou:— O que você recebeu pelo seu nascimento? — Não sei se ganhei algum presente...— Recebeu, todos os seres ganham algo! As flores, as árvores, os animais, os pássaros, os insetos, as pedras... Todos ganham algo especial. Ouvi dizer que os humanos receberam o máximo de tudo. Vocês podem ver, ouvir, sentir, agir, andar — e dizem que até são capazes de pensar. Não sei o que é isso, mas deve ser algo maravilhoso.Fiquei parado. Será que realmente um girassol está falando comigo, ou é minha imaginação? Como é possível que a imagem de uma nebulosa espiral se repita nas fileiras de sementes de uma flor?Envolvido como estava, sentei-me no chão para continuar a conversa. — Os humanos conseguem entender como o mundo surgiu?— Sim, os cientistas calcularam que, há cerca de 14 bilhões de anos, houve uma explosão que deu origem ao mundo que conhecemos hoje.O girassol riu alto:— Você está brincando! Nunca tinha ouvido que o mundo inteiro foi criado por um estrondo. Realmente é muito engraçado! E rir é maravilhoso!Quando o girassol se acalmou, explicou que estava rindo pela primeira vez. Logo emendou outra pergunta:— Mas você não estava falando sério quando mencionou esse estrondo, estava?— Sim, é isso que ensinam nas escolas.— As crianças não perguntam o que aconteceu antes da explosão?— Essa é geralmente a primeira pergunta e, até onde sei, não há resposta satisfatória para ela, apenas teorias evasivas.— Ninguém falou aos cientistas sobre Deus, o criador do universo? — ele perguntou.— Ah, sim, mas a maioria deles rejeita a crença em Deus. E se um cientista falar sobre Deus como uma força criativa, poderá sofrer bullying.— Oh... Eu achava que vocês eram as criaturas mais elevadas, nobres e sábias do mundo... E agora você diz que muitas pessoas não acreditam em Deus. Todas as criaturas, desde o menor besouro até a maior águia, sabem do Criador em cada célula de seus corpos. Não acreditar em Deus deve ser muito triste! Um momento atrás eu estava tremendo de rir e agora estou mais triste do que jamais estive. Como é possível algo assim?Expliquei ao girassol que a maioria das pessoas não tem essa atitude, mas é comum negarem publicamente que acreditam em Deus, mesmo que admitam isso em conversas particulares.— Talvez vocês, humanos, precisem passar por alguma escuridão para sentirem falta do Pai e depois ansiarem por Ele... Talvez...Uma voz forte nos interrompe:— Gosta do meu girassol, senhor? É um espécime esplêndido, não é? Estou orgulhoso dele!Assusto-me — nem tinha ouvido o proprietário se aproximar. — Er... sim... é grande... realmente um bom... parabéns!Eu me recomponho.— Sabe, sou biólogo aposentado e cultivo girassóis desde criança. Tenho grande prazer em vê-los crescer tão altos a partir de uma pequena semente. Você sabe qual é o segredo da disposição das sementes? As 34 fileiras voltadas para a direita e as 55 para a esquerda seguem a frequência de Fibonacci. Já ouviu falar disso? Os dois números anteriores são sempre somados para formar o novo número. Um mais dois é igual a 3. Depois 3 mais 2 é igual a 5. Nessa série muito simples, o número da proporção áurea está oculto. Descobriu-se que os arcos das sementes de girassol começam com um ângulo que corresponde exatamente a um ângulo em um pentágono — com uma aproximação de 0,01 grau! Isso não é incrível? — perguntou ele, sem esperar pela resposta.E continuou:— Isso confirma que ainda há muitos segredos na natureza esperando para serem resolvidos! E o maior mistério provavelmente é o homem, não é mesmo? Mas... por que estamos parados aqui na cerca? Entre, vamos tomar uma xícara de café ou chá. Por favor, entre!Ele abriu o portão do jardim.Aceitei o convite e, antes de entrar, virei-me mais uma vez para o girassol e suspeitei ter visto um sorriso em sua flor.Fechei o portão do jardim atrás de mim e segui para o café. Uma nova história começava ali — mas isso ficará para outra ocasião.Imagem: sunflower-Bild-von-Mandy-Selig-auf-Pixabay CCO:
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5 months ago
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Logon é a revista online da Escola da Rosacruz Áurea. LOGON explora uma nova perspectiva do desenvolvimento do ser humano e das mudanças na sociedade do século 21, que emergem na arte, na ciência e na religião. Visite nosso site: www.logon.media/pt-br