
O "Poemas aos homens de nosso tempo" (XVI), de Hilda Hilst, foi publicado na obra Júbilo, Memória, Noviciado da Paixão (1974), pela editora Massao Ohno. Voz e interpretação de Cleonice Lopes
XVI
Poemas aos homens de nosso tempo
Enquanto faço o verso, tu decerto vives.
Trabalhas tua riqueza, e eu trabalho o sangue.
Dirás que sangue é o não teres teu ouro
E o poeta te diz: compra o teu tempo.
Contempla o teu viver que corre, escuta
O teu ouro de dentro. É outro o amarelo que te falo.
Enquanto faço o verso, tu que não me lês
Sorris, se do meu verso ardente alguém te fala.
O ser poeta te sabe a ornamento, desconversas:
"Meu precioso tempo não pode ser perdido com os poetas".
Irmão do meu momento: quando eu morrer
Uma coisa infinita também morre. É difícil dizê-lo:
MORRE O AMOR DE UM POETA.
E isso é tanto, que o teu ouro não compra,
E tão raro, que o mínimo pedaço, de tão vasto
Não cabe no meu canto.
O Literatura e Feminismos é uma produção do LAC
Apresentação: Fernanda Valim
Coordenação Geral: Fernanda Valim
Vice-Coordenação: Gustavo Rückert
Arte: Rebecca Monteiro
Apoio: Cristina Forli, Rebecca Monteiro, Carolina Ansani, Léia Pierucci, Laís Olivato, Lilian Godoy, Ana Paula Nogueira Nunes, Yasmin Moreira, Ana Clara Marques, Lara Rodrigues, Victor Benfica, Cleonice Lopes, Taíza da Silva, Jáliton Ferreira, Caroline Azevedo.
Identidade Visual: Thiago Moura e Rebecca Monteiro
Edição: Fernanda Valim e Cristina Forli
Divulgação: Amanda Azevedo e Gilenna de Oliveira.
Produção: LAC - Grupo de Pesquisa em Literatura, Arte e Cultura (CNPq/UFVJM)
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