
Bianca de Mattos
Durante o mês de Setembro todos nós somos muito afortunados: porque a Igreja celebra o mês da Bíblia e, assim, homenageamos a São Jerônimo, quem traduziu a Bíblia das línguas originais (hebreu e grego) ao latim. Ele mesmo afirmou que “ignorar as Escrituras é ignorar o próprio Cristo”.
Aqui no Brasil de fato, estamos no jubileu de ouro, são 50 anos do Mês da Bíblia no Brasil. Desde 1971, com a colaboração de biblistas do nosso país, os fiéis temos a possibilidade de focar nossa atenção nas Sagradas Escrituras e celebrarmos as riquezas da Palavra de Deus!
Outro dia, lendo o Regulamento dos fiéis associados, encontrei o nº 3, que fala sobre como um membro do Regnum Christi entende a vida espiritual, e expressa assim: a vida espiritual é o desenvolvimento progressivo da vida trinitária nele, que o leva a configurar-se com Cristo.
Fala também sobre o modo de como a vida espiritual é vivenciada: relação dinâmica de amor com Deus.
E, por último, elenca alguns meios principais para alimentar, para nutrir a nossa vida espiritual. São eles:
Sacramentos: Eucaristia, confissão...
Palavra de Deus, à qual temos acesso pelas Sagradas Escrituras
Liturgia
A oração pessoal e comunitária
O exercício das virtudes teologais e morais.
Dentre esses meios, há um que nos nutre especialmente e que merece nossa atenção e cuidado: Vamos falar um pouco sobre as Sagradas Escrituras.
Mas não precisamos ir muito longe porque é o próprio texto sagrado que oferece pistas sobre o significado da Palavra de Deus em nossas vidas:
No Livro de Isaías, por exemplo, capítulo 55, versículo 10 podemos ler:
"Tal como a chuva e a neve caem do céu e para lá não volvem sem ter regado a terra, sem a ter fecundado, e feito germinar as plantas, sem dar o grão a semear e o pão a comer, assim acontece à palavra que minha boca profere: não volta sem ter produzido seu efeito, sem ter executado minha vontade e cumprido sua missão."
Esse trecho do livro de Isaías pode nos relembrar um outro, do Novo Testamento, que é a parábola do semeador: que comparação tão feliz, tão extraordinária da Palavra de Deus com os processos da natureza, com as etapas da semente ou a imagem da água que irriga, que molha a terra seca e joga um papel fundamental na germinação das plantas...
Então, a vida espiritual é isso, é o desenvolvimento, etapa por etapa, dentro da nossa alma, até termos uma relação com a Trindade: com Deus que é Pai, com Deus Filho – Jesus Cristo- e com o Espírito Santo.
Já na Carta de São Paulo aos Hebreus capítulo 4 a partir do versículo 12, diz assim:
"Porque a Palavra de Deus é viva, eficaz, mais penetrante do que uma espada de dois gumes e atinge até a divisão da alma e do corpo, das juntas e medulas, e discerne os pensamentos e intenções do coração."
E o que é a vida cristã senão confrontar-noscom a Palavra de Deus ou com o Deus das Grandes Palavras? É disso que realmente precisamos: confrontar nossa vida, nossas atitudes com a Palavra, com o Verbo de Deus e deixar-nos transformar, deixar-nos configurar pela eficácia de sua Palavra.
Configurar-se com Cristo é, então, “chegar a ter os mesmos sentimentos de Cristo”...