Como podemos melhorar a qualidade do sono e, ainda, reduzir o burden relacionado a pacientes polimedicamentados? Neste episódio, os neurologistas Dr. Flávio Rezende e Dr. Gabriel Micheli, têm o prazer de receber o mais novo integrante do time médico da Health Meds, o geriatra Giuliano Robba, para discutir a insônia crônica e o papel dos fitocanabinoides.Primeiramente, eles abordam o conceito de insônia e o panorama geral sobre as complicações secundárias, bem como o agravamento dos desfechos clínicos de outras patologias quando associados a esse quadro de insônia. Em seguida, são abordados os efeitos deletérios/riscos que algumas medicações, tradicionalmente utilizadas na prática clínica para controle de insônia, podem oferecer (tais como benzodiazepínicos, “drogas Z” e neurolépticos), advertindo ainda para o desafio do manejo em pacientes polimedicamentos, principalmente idosos. A seguir, abordam sobre a utilização clínica, informando a respeito de como substituir as medicações convencionais por cannabis medicinal para a melhora do sono. Por fim, comentam sobre os fundamentos da literatura científica, destacando dois estudos relacionados ao tema. O primeiro deles (1) é um ensaio clínico fase 1b, randomizado, duplo cego, crossover, que comparou placebo com o uso de medicamento a base de canabinoides (n=23). O objetivo foi avaliar a eficácia e a segurança da medicação no uso para insônia crônica, durante um período de 2 semanas. Não foram observados eventos adversos sérios com a formulação e a dosagem utilizadas (THC: 20 mg/mL, CBN: 2 mg/mL, CBD: 1 mg/ mL – 0,5 mL sublingual/noite), e houve melhora dos sintomas de insônia e da qualidade do sono. No entanto, ainda que os resultados do estudo mostram uma tendência favorável, ele deve ser interpretado com cautela em função do seu reduzido tempo de acompanhamento e do tamanho da amostra. Já o segundo estudo(2) comentado discorre sobre a utilização de terpenos e suas interações sinergéticas com os fitocanabinoides, a fim de potencialmente promover melhoras em quadros, tais como dor e inflamação, promovendo uma gama extensa de novos produtos terapêuticos. No final, os médicos demonstram empolgação quanto às potencialidades de tratamento com a cannabis medicinal.__Participantes:Flávio Rezende é mestre e doutor em Neurologia, professor Adjunto do Departamento de Clínica Médica da UFRJ, Membro Titular da Academia Brasileira de Neurologia e diretor de Pesquisa & Desenvolvimento da Health Meds.Contatoflavio.rezende@hmeds.com.brGabriel Micheli é neurologista no hospital universitário Clementino Fraga Filho/UFRJ. Possui pós-graduação em pesquisa clínica (Harvard School of Public Health) e é mestrando em pesquisa clínica (Dresden International University) e Gerente Médico na Health Meds.Contatogabriel.micheli@hmeds.com.brGiuliano Robba é médico geriatra com pós-graduações em Clínica Médica (FMABC), Geriatria e Gerontologia (Unifesp), Saúde Ocupacional (FCMSCSP) e Dor (HIAE) MBA em Economia e Gestão em Saúde (Unifesp). Também ocupa o cargo de Gerente Médico - Geriatria na Health Meds.Contatogiuliano.robba@hmeds.com.br __Referências:1 Walsh JH, Maddison KJ, Rankin T, et al. Treating insomnia symptoms with medicinal cannabis: a randomized, crossover trial of the efficacy of a cannabinoid medicine compared with placebo. Sleep. 2021;44(11):zsab149.2 Russo EB. Taming THC: potential cannabis synergy and phytocannabinoid-terpenoid entourage effects. Br J Pharmacol. 2011;163(7):1344-64.
Este conteúdo é destinado exclusivamente à classe médica. Não há conteúdo promocional ou orientações específicas quanto a diagnósticos e tratamentos, servindo o conteúdo apenas para fins científicos e informativos.