
O Caminho da Liberdade Interior
Parte 4 - Enfrentar o vício
Ao iniciar o combate ao vício, o discípulo dá um passo corajoso, aplica os ensinamentos do mestre na prática. Cada tentação torna-se uma prova de autodomínio e cada escolha revela a força interior, que não é teórica, é vivida.
Nesse caminho, o saber transforma-se em sabedoria, e a luta torna-se jornada de libertação e despertar.
Mestre, hoje enfrentei a tentação. Ela veio como sempre: suave, familiar, quase amiga. Mas desta vez… eu parei. Respirei. Lembrei-me das tuas palavras.
E o que fizeste?
Não cedi. Não por orgulho, mas por clareza. Vi que o prazer que ela prometia era o mesmo de sempre — curto, vazio, seguido de culpa. E escolhi esperar. Escolhi sentir o desconforto sem fugir.
Então, começaste a ser livre.
Foi difícil. O corpo queria. A mente argumentava. Mas havia uma parte de mim — pequena, mas firme — que dizia: “Não precisas disto.”
Essa parte é a tua razão desperta. Ela estava adormecida, mas agora começa a erguer-se.
Depois senti algo estranho… não foi euforia, nem orgulho. Foi paz. Silêncio. Como se tivesse recuperado um pedaço de mim.
Porque recuperaste. Cada vez que escolhes a tua liberdade em vez do impulso, reconstróis-te. Não és apenas alguém que resiste — és alguém que se transforma.
Mas sei que ela voltará. A tentação. O impulso.
Claro que voltará. Mas agora tu sabes que tens escolha. E isso muda tudo. O vício perde força quando deixas de ser seu prisioneiro e passas a ser seu observador.
Então a luta continua?