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Lidamos com as emoções à flor da pele. Acumulamos frustrações de tal forma, que uma pequena contrariedade nos mergulha num estado emocional sombrio.
A revolta surge como uma reação de oposição a algo considerado injusto. Pode ser externa, associada à indignação social ou política, ou interna, formada pelo desacordo dos nossos desejos.
A revolta interna acontece quando duas partes de nós estão em discórdia. Uma procura equilíbrio e bem-estar, a outra mantém-se agarrada a impulsos que nos seduzem.
O ser humano é complexo. As vozes da razão e da emoção nem sempre falam em concordância.
A consciência sabe que algo nos prejudica. Queremos mudar e, ao mesmo tempo, manter o que nos dá prazer imediato.
Revolta-nos as injustiças, conflitos pessoais, morte, doença, falta de liberdade, dificuldade em perdoar.
Revoltamo-nos a traição, promessas não cumpridas, violência, destruição ambiental, guerra.
A família despoleta também muitos sentimentos de revolta. A comparação, crítica, falta de reconhecimento ou favoritismos são algumas das razões que estimulam a revolta no seio familiar.
Na filosofia estoica, a revolta interior acontece quando resistimos à realidade e desejamos que o mundo se comporte segundo os nossos caprichos e não conforme a sua natureza.
Esta postura gera sofrimento inútil. Por mais que tentemos, nunca alteramos o que está fora do nosso alcance, o comportamento alheio, a sorte, a saúde, o passado.
Epiteto diz-nos que ficamos revoltados por exigirmos do universo uma justiça ou um conforto que ele nunca nos prometeu.