
Dizem-nos que temos 35-50% de hipóteses de engravidar, e o que acontece aos restantes 65-50% de casos? Como ficam as pessoas que têm de recolher os estilhaços da infertilidade sem o tão desejado bebé?
Neste episódio do Podcast "Emoção Fértil", ouvimos a história da Joana Magalhães, e como se reconstruiu depois do abismo das tentativas falhadas de tratamentos de PMA. Um caminho contínuo e sem término previsto, com muito autoamor e paciência.
Porque todas as histórias de fertilidade merecem ser acolhidas, as que têm um bebé nascido e as que têm transformação pessoal e construção de um novo sentido.
Estratégias que ajudaram a Joana no seu processo de fertilidade:
- Desenvolver raciocínio crítico sobre as dietas restritivas, hábitos alimentares e de vida que não têm relação comprovada com a fertilidade, e optar por escolhas equilibradas para o seu corpo e mente;
- “Deixar estar” pensamentos que surgem sobre o que poderia ter feito e que poderia ter resultado em gravidez e escolher não valorizá-los;
- Nomear e elaborar os seus lutos, incluindo o luto do sonho de infância de ser mãe, da identidade, da gravidez bioquímica;
- Procurar terapia e respeitar que precisava de um tempo de pausa da mesma;
- Escrever um blog para direcionar o seu cuidado e dedicação aos outros;
- Apoiar-se nos seus animais de estimação;
- Falar publicamente sobre a infertilidade apenas quando lhe fez sentido;
- Praticar Yoga como forma de se conectar com o corpo e a mente;
- Descentrar-se de si e dos seus problemas, convivendo socialmente com pessoas com percursos diferentes e sendo curiosa com as suas histórias;
- Colocar limites aos tratamentos de fertilidade e à auto-destruição que lhe causavam;
- Comunicar as suas necessidades de forma clara ao companheiro, o seu porto de abrigo durante o processo;
- Ser honesta consigo e permitir-se não fechar totalmente a porta dos tratamentos nem tomar decisões sobre a sua fertilidade sem se sentir emocionalmente preparada.