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Produção industrial teve queda de 0,4% em setembro frente a agosto, devolvendo parte do ganho do mês anterior
Ecio Costa - Economia e Negócios
1 week ago
Produção industrial teve queda de 0,4% em setembro frente a agosto, devolvendo parte do ganho do mês anterior
A produção industrial segue 2,3% acima do nível pré-pandemia (fevereiro de 2020), mas 14,8% abaixo do pico histórico de maio de 2011. Na comparação com setembro de 2024 houve crescimento de 2,0%, e o setor acumula altas de 1,0% no ano e de 1,5% nos últimos 12 meses.
Na passagem de agosto para setembro, três das quatro grandes categorias econômicas e 12 dos 25 ramos industriais pesquisados apresentaram retração na produção. Entre as atividades com maior impacto negativo destacaram-se produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-9,7%), que interromperam uma sequência de quatro meses de crescimento, indústrias extrativas (-1,6%), que intensificaram a queda do mês anterior, e veículos automotores, reboques e carrocerias (-3,5%), revertendo parte dos ganhos acumulados entre junho e agosto. Também contribuíram para o resultado negativo os setores de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-2,9%), produtos químicos (-0,4%) e outros equipamentos de transporte (-1,9%).
Em contrapartida, treze atividades industriais tiveram alta, com destaque para produtos alimentícios (1,9%), que exerceram o principal impacto positivo sobre a média geral e acumularam avanço de 4,4% em três meses. O setor de produtos do fumo (19,5%) também apresentou forte crescimento, seguido por produtos de madeira (5,5%), artefatos de couro e calçados (2,3%), borracha e material plástico (1,3%) e máquinas e equipamentos elétricos (1,7%).
Entre as grandes categorias econômicas, o destaque negativo de setembro foi o setor de bens de consumo duráveis (-1,4%), que interrompeu três meses consecutivos de crescimento, refletindo a menor produção de automóveis e eletrodomésticos. Bens intermediários também recuaram (-0,4%), interrompendo a sequência positiva iniciada em fevereiro, enquanto bens de consumo semi e não duráveis variaram -0,1%. A única alta veio de bens de capital (0,1%), que reverteram dois meses de queda, ainda que o avanço tenha sido baixo.
Na comparação anual, a produção industrial cresceu 2,0% frente a setembro de 2024, resultado influenciado principalmente pelos avanços em produtos alimentícios (7,1%) e nas indústrias extrativas (5,2%). No caso dos alimentos, houve maior produção de carnes bovinas, suínas e de aves, açúcar e sucos concentrados de laranja. Já nas indústrias extrativas, o aumento veio da extração de petróleo, minério de ferro e gás natural. Também apresentaram bom desempenho os setores de produtos farmacêuticos (10,2%), têxteis (11,8%), fumo (35,0%), manutenção e reparação de máquinas e equipamentos (12,0%) e celulose e papel (5,9%).
Em contrapartida, nove atividades recuaram na comparação anual, com destaque para coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-7,2%), pressionados pela menor produção de etanol e gasolina. Produtos de metal (-4,0%) e veículos automotores (-1,4%) também contribuíram negativamente.
O segmento de bens intermediários liderou os avanços entre as categorias econômicas, com alta de 3,4% frente a setembro de 2024, sétima taxa positiva consecutiva. O desempenho foi impulsionado por produtos alimentícios, têxteis, químicos e derivados do petróleo. Bens de consumo duráveis também cresceram (3,3%), revertendo dois meses de queda, com destaque para automóveis (4,4%), eletrodomésticos da “linha marrom” (10,6%) e motocicletas (16,0%). Já os bens de capital registraram retração de 1,7%, a quarta seguida, influenciada pela menor produção de caminhões, ônibus e reboques. Bens de consumo semi e não duráveis caíram 0,8%, pressionados pela queda na fabricação de combustíveis.
A indústria segue andando de lado, com juros altos e setores que aparentam recuperação em determinados momentos, mas que devolvem os ganhos em seguida. Enquanto os impostos também continuarem subindo, com o crédito caro, não adiantará um impulso fiscal contínuo como o que o país vem passando. O resultado surpreende, inclusive, pois setembro é um mês de maior produção para atender as vendas de final de ano, o que não ocorreu.