Um episódio cheio de amor, poesia e carinho.
"Se não falar em nada
e disser simplesmente tralalá... Que importa?
Todos os poemas são de amor!"
(Mario Quintana)
"Puxamos um Opala. Seguimos para os lados de São Conrado. Passamos várias casas que não davam pé, ou tavam muito perto da rua ou tinham gente demais. Até que achamos o lugar perfeito. Tinha na frente um jardim grande e a casa ficava lá no fundo, isolada. A gente ouvia barulho de música de carnaval, mas poucas vozes cantando. Botamos as meias na cara. Cortei com a tesoura os buracos dos olhos. Entramos pela porta principal. Eles estavam bebendo e dançando num salão quando viram a gente. É um assalto, gritei bem alto, para abafar o som da vitrola. Se vocês ficarem quietos ninguém se machuca. Você aí, apaga essa porra dessa vitrola!"
Neste episódio, trouxe algumas ideias para inspirar nossas leituras em tempos tão difíceis como o que estamos vivendo. Trouxe recomendações de autores, revistas, criadores de conteúdo e estratégias para fortalecer o hábito de leitura. Para continuarmos essa conversa, estou lá no Instagram: @depoisdoultimocapitulo.
"Outro lá atrás gritou que era um assalto. Maria estava com muito medo. Não dos assaltantes. Não da morte. Sim da vida."
O conto "Maria" faz parte do livro Olhos D'água da escritora Conceição Evaristo.
"(...) a história da família era uma engrenagem de repetições irreparáveis, uma roda giratória que teria continuado dando voltas até a eternidade, se não fosse o desgaste progressivo e irremediável do eixo."
"Eles eram muitos cavalos,
mas ninguém mais sabe os seus nomes,
sua pelagem, sua origem..."
(Cecília Meireles)
"Para os mais velhos
A poesia foi um objeto de luxo
Mas para nós
É um artigo de primeira necessidade:
Não podemos viver sem poesia."
Por que criar um hábito de leitura? Por onde começar? Neste episódio, bati um papo sobre hábito e ritmo de leitura, além de como descobrir por qual tipo de leitura nos interessamos. Para continuarmos essa conversa, me siga lá no Instagram: @depoisdoultimocapitulo.
"As suas mãos doíam. Latejavam pelo resto do dia. Mergulhava-as numa panela com água e gelo, as deixava submersas. A pele se esgarçava em suas palmas vermelhas, calosas. Suas mãos sangravam. Você as escondia, nada dizia. Como as chagas do Senhor dos Passos crucificado. Como as mãos do seu povo. Como as mãos dos antepassados. Mãos que os ajudaram a sobreviver, que forjaram o alimento e encantos ao manejar folhas e movimentá-las pelo corpo necessitado. Mãos que forjaram a defesa e a justiça quando possível. A mão que o curador deixou na cabeça de seus filhos.
Com a força de suas mãos dilaceradas você apenas abria um caminho."
"E o que se seguiu foi o aparecimento de alguém em mim, a quem dei desde logo o nome de Alberto Caeiro. Desculpe-me o absurdo da frase: aparecera em mim o meu mestre. Foi essa a sensação imediata que tive."
"Eu ia andando pela avenida Copacabana e olhava distraída edifícios, nesga de mar, pessoas, sem pensar em nada. Ainda não percebera que na verdade não estava distraída, estava era de uma atenção sem esforço, estava sendo uma coisa muito rara: livre."
O conto "Perdoando Deus" faz parte do livro Felicidade Clandestina da escritora Clarice Lispector.
“Todos nascemos filhos de mil pais e de mais mil mães, e a solidão é sobretudo a incapacidade de ver qualquer pessoa como nos pertencendo, para que nos pertença de verdade e se gere um cuidado mútuo. Como se os nossos mil pais e mais as nossas mil mães coincidissem em parte, como se fossemos por aí irmãos, irmãos uns dos outros. Somos o resultado de tanta gente, de tanta história, tão grandes sonhos que vão passando de pessoa a pessoa, que nunca estaremos sós.”
O que fica depois da última página? Um papo sobre literatura com Paula Mendonça Dias.