Os rios Solimões e Negro do Amazonas e os roçados as suas margens são fontes de alimentos para o povo Kambeba. É dessas águas que a chef indígena Neurilene Cruz ou Miscue, como é conhecida na aldeia Três Unidos, se inspira para criar os pratos tradicionais no restaurante Sumimi. A cozinha indígena e o direito à cultura são temas do terceiro episódio da Temporada Cozinhas.
O legado alimentar dos povos indígenas no Brasil inclui o uso da mandioca e seus derivados (tapioca, beiju, polvilho), o consumo de peixes, frutas nativas como açaí, guaraná, cupuaçu, amidos e castanhas. E também técnicas culinárias como o pilão para socar alimentos e o preparo de caldos e pratos com peixe e folhas amazônicas (moqueca, pirão, tacacá). Essas contribuições são fundamentais para a identidade alimentar brasileira e a base da culinária de várias regiões do país.
Além de promover a gastronomia ancestral, com peixes pescados na hora e frutas colhidas no pé, Neurilene Cruz também trabalha com o turismo de base comunitária e dá aulas de culinária indígena, ajudando outras mulheres a se tornarem mais autônomas.
Produção e roteiro: Raquel Baster
Apresentação: Joana Suarez e Raquel Baster
Apoio reportagem: Alessandra Braga
Edição de som: Iago Vernek
Divulgação: Ana Pecis
Apoio: Fundo Coletivo do Intervozes
Links úteis:
https://pib.socioambiental.org/en/Not%C3%ADcias?id=230940
https://indios.org.br/es/Not%C3%ADcias?id=223449
A cozinha pode ser também um espaço de luta, e tornar-se protagonista da cultura e da saúde nos territórios. No segundo episódio da temporada “Cozinhas", dialogamos sobre a cultura alimentar quilombola com dona Laura Braga, do quilombo da Fazenda, em Ubatuba-SP.
Dona Laura é uma matriarca que há anos defende a demarcação de terra de sua comunidade. Mas mesmo ainda sem essa conquista, vai adquirindo vitórias dentro e fora da cozinha. Foi premiada pelo prato que criou a partir da Juçara, um palmito que vem sendo disputado pela indústria da alimentação, mas que ela defende como alimento tradicional da soberania econômica das comunidades.
Em 2023, o quilombo da Fazenda conquistou o TAUS - Termo de Autorização e de Uso Sustentável Coletivo. Um instrumento de reconhecimento territorial de povos e comunidades tradicionais que vivem e cuidam de áreas da União brasileira. O documento é importante para garantir maior segurança de posse enquanto não vem a demarcação.
É justamente pelo caminho da Cozinha quilombola que Laura Braga encontra estratégias de defesa de sua comunidade. Ela incluiu a alimentação tradicional nos roteiros de Turismo de Base Comunitária a partir do projeto Cozinha das Tradições, uma forma das pessoas que não são de lá poderem conhecer a história por quem a vive. Já pega o fone e vem escutar nossa cirandeira da vez.
Produção e roteiro: Raquel Baster
Apresentação: Joana Suarez e Raquel Baster
Apoio reportagem: Alessandra Braga
Edição de som: Iago Vernek
Divulgação: Ana Pecis
Apoio: Fundo Coletivo do Intervozes
Links úteis:
https://www.quilombodafazenda.com/
https://www.youtube.com/watch?v=ytxRJytXg6s
A resistência do Quilombo da Fazenda
https://revista.an.gov.br/index.php/revistaacervo/article/view/2493/2376
https://www.redenhandereko.org/roteiro-quilombo-da-fazenda
“Se o campo não planta, a cidade não janta” essa é uma das premissas dos trabalhadores e trabalhadoras que lutam pela reforma agrária no Brasil. Na defesa da terra para cultivar a agricultura familiar. Para abrir a temporada Cozinhas Cirandeiras, convidamos Edna Rodrigues do Santos Celestino, companheira do Movimento da Mulher Trabalhadora Rural (MMTR) de Sergipe.
No primeiro episódio dessa temporada vamos dialogar sobre a diversidade de alimentos que são plantados por famílias agricultoras e sem veneno. E como esses alimentos se tornam ingredientes nas cozinhas das trabalhadoras para poder posteriormente chegar às feiras para serem consumidos nas casas brasileiras.
A cozinha da roça de Edna tem feijão de corda e couve, tem bolo de puba e bijú. E ainda tem a apropriação da tecnologia para escoar seus produtos com vendas online e fortalecer seu acesso e participação nas políticas públicas do universo digital. Nessa ciranda a cozinha de roça encontra a democratização da comunicação.
Produção e roteiro: Raquel Baster
Apresentação: Joana Suarez e Raquel Baster
Apoio reportagem: Maria Carulinda
Edição de som: Iago Vernek
Divulgação: Ana Pecis
Apoio: Fundo Coletivo do Intervozes
Links úteis:
https://ri.ufs.br/bitstream/riufs/5585/1/AUCEIA_MATOS_DOURADO.pdf
https://www.aba-agroecologia.org.br/revista/cad/article/view/18346/13678
https://feirasorganicas.org.br/
Para começar 2025 em alto astral, nosso primeiro episódio do ano será especial sobre o Carnaval, a partir da contribuição e inspiração da filósofa e antropóloga Lélia Gonzalez (1935-1994).
Nossa ciranda vem reafirmar a presença negra e indígena na formação histórica dos festejos carnavalescos.
Neste episódio especial, vamos cirandar numa espécie de um bloco de carnaval, sem uma cirandeira narrando sua trajetória, mas com vocês, nossos ouvintes, percorrendo a mistura de ritmos de várias partes do país que contribuíram para “estilhaçar”, como escreveu Lélia, uma dinâmica cultural colonizadora europeia.
Então, bora pegar a caixinha de som porque esse episódio merece ser ouvido em alto volume, já preparando corpo, alma, consciência e purpurina para sair pelas ruas carnavalizando.
Produção e roteiro: Raquel Baster
Narração: Joana Suarez e Raquel Baster
Edição de som: Iago Vernek
Crédito da foto de Lélia no card: Januário Garcia
Episódios citados:
Temporada Ritmos Latinos:
https://open.spotify.com/episode/5SCcYOlj8N373H2YPG2Ib5
Temporada Ritmos brasileiros:
https://open.spotify.com/episode/4epJsn2wU09dkUoya79WJj
Referências
Livro Festas Populares no Brasil de Lélia Gonzalez (Editora Boitempo-2024)
Perfil do Pensamento Brasileiro: Lélia Gonzalez
Raquel Barreto: Lélia Gonzalez captou resistência de negros em festas populares
Origem do Bate Bolas do canal Outro lado da história: Origem do Bate-bola (ou Clóvis) no Carnaval
Marchinhas de carnaval: https://www.youtube.com/watch?v=sOrlA7R71XA
Clube vassourinhas:
https://www.instagram.com/luizgonzagaorei/reel/DGAg3rcgVIg
Boi mamão de Santa Catarina:
https://www.youtube.com/watch?v=JjxNDD3CuOg
Estamos de volta com o podcast Cirandeiras diretamente do Pará. Na foto que ilustra nosso novo episódio está a dona Augusta Pontes, de 93 anos, segurando um dos símbolos mais emblemáticos do Sairé. Ela é nossa cirandeira da vez que veio nos contar sobre uma das festas mais antigas da Amazônia.
O Sairé tem mais de 300 anos e começa como ritual indígena do povo Borari, população que vive às margens dos rios Tapajós e Maró-Arapiuns, no oeste do Pará, mas especificamente na vila de Alter do Chão, em Santarém. Com o passar dos anos, foi se transformando principalmente com a chegada dos jesuítas através do processo imposto de evangelização no período da colonização.
No episódio #44 do Cirandeiras vamos fazer escuta de uma das matriarcas do Sairé, dona Augusta conta sobre as mudanças ocorridas no festejo e reclama também da perda de algumas tradições. Em outubro de 2024, a festa do Sairé (também grafada como Çairé) é reconhecida como manifestação cultural brasileira pela Lei 14.997/24.
Esse episódio especial foi produzido em conjunto com os bolsistas da rádio comunitária AlterNativa, de Santarém, no Pará, com o apoio do Fundo Casa Socioambiental.
Entrevistas: equipe Rádio AlterNativa
Produção: Raquel Baster e equipe da Rádio AlterNativa
Roteiro: Raquel Baster
Apresentação: Joana Suarez e Raquel Baster
Edição de som: Iago Vernek
Divulgação: Cirandeiras e Latinocêntricas
Referências
https://santarem.pa.gov.br/categorias/caire-2024
https://www.instagram.com/cairealter/
Em mais uma ciranda da temporada Ritmos, desembarcamos no Uruguai para conhecer o Candombe e finalizar nossa temporada Ritmos Latinos. Uma manifestação de resistência celebrada pelas famílias negras que, por meio da oralidade, preservaram sua cultura nas ruas do centro de Montevidéu, mesmo com todo o racismo que até hoje atravessa o país.
Chabela Ramírez, cantora e ativista afrouruguaya, nos conduz nesta roda sonora através dos tambores - instrumentos principais do candombe. Com três toques base e uma diversidade de personagens, o ritmo é também dança que honram seus ancestrais.
O candombe é uma manifestação cultural de luta por justiça racial e bem viver. Chabela criou na década de 90 o Afrogama - grupo que trabalha gênero e etnia em canto e dança antirracista. E, há 12 anos, ela fundou a Casa Afrouruguaya, referência da cultura afrodescente e espaço de denúncia contra o racismo na capital uruguaia.
Produção e roteiro: Raquel Baster
Apresentação: Joana Suarez e Raquel Baster
Edição de som: Iago Vernek
Divulgação: Ana Clara Pecis
Trilha sonora: músicas de Chabela Ramírez do álbum de “Tambores y de Amores”
Referências
https://www.youtube.com/watch?v=pLZ_yU04tsw
https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/196009/000402948.pdf?sequence=1
https://montevideo.gub.uy/noticias/servicios-sociales/barrio-ansina-lugar-de-memoria
http://www.candombe.com/html_port/terms.html
https://www.gub.uy/ministerio-educacion-cultura/patrimonio-uruguay/candombe-patrimonio-humanidad
https://casaafrouruguaya.org/quem-somos/
O Tango se achega em sua versão feminista neste segundo episódio da temporada Ritmos Latinos. Conversamos com Shirlene Oliveira, uma brasileira que canta tango desde 2012 em Buenos Aires, Argentina, e afirma que o ritmo é marginal, negro e periférico.
Apesar de tentarem negar, o tango é uma composição musical, que também é dança, resultado de uma confluência entre o candombe, de negros escravizados e da habanera. Esse último, um ritmo trazido pelos marinheiros cubanos que chegaram pela região do Rio de La Plata.
Nossa ciranda busca compreender os contextos migratórios, históricos e das muitas reinvenções do tango ao longo dos séculos. Para que possamos refletir sobre a tentativa de invisibilizar a cultura negra em um dos países considerados mais europeus da América Latina.
Produção e roteiro: Raquel Baster
Apresentação: Joana Suarez e Raquel Baster
Edição de som: Iago Vernek
Divulgação: Ana Clara Pecis
No primeiro episódio da temporada Ritmos Latinos apresentamos a cueca - uma manifestação cultural chilena - que foi fundamental para a resistência e denúncia durante períodos políticos autoritários no Chile. A cueca provocava a importância da ocupação dos espaços públicos pela música, alegria e defesa da vida.
Nossa ciranda é conduzida pelo coletivo Calila Lila, uma forte expoente feminista da cueca chilena, cantada por seis mulheres que se revezam nos instrumentos, canto e performances. Elas apresentam personagens que espelham o cotidiano de mulheres, muitas das vezes invisibilizadas. Em 2024, completam 10 anos de grupo representando a nova geração de cantoras da cultura popular.
Calila Lila já lançou três álbuns, o mais recente “Prende La Velita, canto poder curativo”, que apresenta cuecas clássicas na perspectiva da diversidade étnico racial de mulheres. O coletivo busca encontrar sons e ritmos que transmitam suas inquietações dentro do ambiente cuequero - nem sempre aberto a todas as vozes, apesar de essa ser sua essência.
Produção e roteiro: Raquel Baster
Apresentação: Joana Suarez e Raquel Baster
Edição de som: Iago Vernek
Divulgação: Ana Clara Pecis
Referências
https://www.instagram.com/calilalilacolectivo/reels/
https://www.youtube.com/channel/UCVpdZIbhlaKuymwZsvpmFlQ
https://www.youtube.com/watch?v=-o6j0waVBJQ
https://www.memoriachilena.gob.cl/602/w3-article-8645.html
https://www.amazon.com.br/Pego-grito-cualquier-parte-Christian-ebook/dp/B08X8JGTBK
https://www.libreriadelgam.cl/libro/cancionero-de-la-cueca-chilena_78932
https://www.bcn.cl/leychile/navegar?idNorma=224886
https://cantorasdelnorteneuquino.neuquen.gob.ar/wp-content/uploads/2020/07/la-cueca-alegria.pdf
GARRIDO, Pablo. Biografía de la cueca. Santiago de Chile: Editorial Nascimento, 1976.
MATAVELI, Danilo . Da zamacueca à cueca sola: sujeitos políticos na cultura popular latino-americana. Revista Entrecaminos , v. 4, p. 190-202, 2020.
No último episódio da temporada "Justiça Reprodutiva" desembarcamos no sertão nordestino. Na Aldeia Brejo dos Padres, Território Indígena Pankararu, no município de Tacaratu, Pernambuco. Nossa ciranda termina com mãe Dôra, referência em parteria tradicional e saúde para sua comunidade e para além dela.
Patrimônio Vivo de Pernambuco, mãe Dôra já realizou mais de mil partos entre aldeias e também ajudou mulheres em situação de aborto. Esse cuidado foi imprescindível inclusive para uma mulher que precisava realizar o procedimento de aborto legal e foi rejeitada pelo hospital do Recife.
Por ainda ocorrer tais situações que precisamos debater sobre a descriminalização dos corpos e compreender quais são os caminhos seguros para realização de um aborto. Tanto o parto como o aborto são realidades que precisam ser debatidas pela sociedade. O fato de ser crime não impede de abortar, só mata mais mulheres.
Apoio: Edital Futuro do Cuidado
Produção, roteiro e apresentação: Joana Suarez e Raquel Baster
Apoio reportagem: Bia Panakraru
Edição de som: Fernanda Carvalho
Divulgação: Ana Clara Pecis
Nesse segundo episódio da temporada do Cirandeiras sobre Justiça Reprodutiva conversamos com parteiras amazônidas.
Benta Martins Carvalho, ou dona Benta, é parteira há mais de 50 anos, e relembra em meio à risadas como foi o primeiro parto que realizou e fala orgulhosa sobre o ofício que percorreu gerações na sua família. Atualmente, já são mais de 100 partos. Dois foram partos de seus próprios filhos.
Fomos até o Amazonas para dialogar também sobre outros direitos reprodutivos. A Pesquisa Nacional de Aborto de 2021 mostra que uma em cada sete mulheres, com idade próxima aos 40 anos, já fez pelo menos um aborto no Brasil. O levantamento ouviu 2 mil mulheres em 125 municípios. No entanto, essa pesquisa concentra suas análises sobre as áreas urbanas e de mulheres alfabetizadas.
A opção aqui foi jogar luz sobre outras realidades, trazemos o cenário ribeirinho e amazônico do país, onde mulheres negras e indígenas também se deparam com momentos em que a gravidez se interrompe.
Como as parteiras tradicionais da região Norte elaboram essas vivências e o que elas pensam sobre Justiça Reprodutiva?
Viajamos de barco até a floresta amazônica, onde os rios demarcam e conduzem as formas de atuação.
Apoio: Edital Futuro do Cuidado
Produção, roteiro e apresentação: Joana Suarez e Raquel Baster
Apoio reportagem: Maria Mercês Bezerra
Edição de som: Fernanda Carvalho
Divulgação: Ana Clara Pecis
No primeiro episódio da temporada “Justiça Reprodutiva” - parteiras tradicionais, o cuidado e o aborto -, conheça as histórias de partos de Gracilda Gonçalina Amajunepá. Parteira indígena do povo Umutina-Balatiponé, localizado no Mato Grosso. Gonçalina já viveu de tudo nesse ofício que herdou da mãe há mais de cinco décadas. E sempre foi guiada pelo desejo de cuidar e acolher mulheres em seus momentos mais importantes de suas vidas reprodutivas.
Para falar de corpos, partos e abortos nem sempre precisamos provocar debates entre sim e não, a favor e contra ou envolver moral, religião e política. Nesta temporada, o foco está na saúde, nos braços que seguram um bebê recém-chegado e que também não soltam as mãos da mulher que gesta ou que aborta. O dom da parteria é transmitido pela oralidade, pela vivência, não está apenas nos livros. E o cuidado integral se consagra no gesto e no olhar.
A enfermeira obstétrica e ativista pelos direitos reprodutivos há 30 anos, Paula Viana abre essa conversa sobre parteria e abortamento, destacando a ética do cuidado. Há muita convergência entre o parto e o aborto, em que mulheres se cuidam, se acolhem e sobrevivem. Ao compreendermos o partejar, alcançamos o aborto como um tema de saúde, diário e comum. Justiça Reprodutiva é o direito de ser e de não ser mãe, é garantir acesso e condição de planejar ou de maternar.
Apoio: Edital Futuro do Cuidado
Produção, roteiro e apresentação: Joana Suarez e Raquel Baster
Apoio reportagem: Helena Indiara Corezomaé
Edição de som: Fernanda Carvalho
Divulgação: Ana Clara Pecis
Links de referências:
https://azmina.com.br/reportagens/medicos-quebram-sigilo-e-denunciam-mulheres-por-aborto/
https://azmina.com.br/reportagens/por-tras-dos-antidireitos-na-america-latina/
https://azmina.com.br/reportagens/misoprostol-o-remedio-para-aborto-que-poderia-salvar-vidas/
https://azmina.com.br/reportagens/quando-o-aborto-encurta-o-luto-e-alivia-o-sofrimento/
https://mapaabortolegal.org/category/fazem-aborto-legal/
https://www.scielo.br/j/csc/a/mDCFKkqkyPbXtHXY9qcpMqD/abstract/?lang=pt
https://www.instagram.com/cirandeiraspodcast/
https://www.instagram.com/projeto.vivas/
https://museucasaborges.wordpress.com/2020/09/26/balatipone-umutinapassado-presente-futuro/
https://vidadejornalista.podbean.com/e/helena-corezomae-e-a-coragem-de-abrir-portas/
https://radioguardachuva.com.br/
Você conhece os bastidores e desafios de uma candidata na corrida eleitoral?
Nós acompanhamos por dois meses a construção e oficialização das campanhas de duas candidatas a deputada estadual em Minas Gerais nas eleições de 2022.
Neste episódio especial, apresentamos o cotidiano e os desafios das candidatas Ana Paula Siqueira (Rede), que tenta a reeleição, e Maria Tereza dos Santos, a dona Tereza (PT), que disputa pela primeira vez.
É preciso coragem para ocupar um espaço de poder e entrar nessa empreitada eleitoral porque ela é muito desigual. Em Minas Gerais, por exemplo, de acordo com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG), entre as 2,5 mil pessoas que vão concorrer a cargos políticos pelo estado neste ano, somente 32% são mulheres.
Queremos te ajudar a compreender os caminhos percorridos por candidaturas femininas, e colaborar para que mais representantes feministas possam ser eleitas este ano.
Este episódio faz parte da Campanha #CompartilheInformação #CompartilheDemocracia, uma parceria do Cirandeiras com a Artigo 19 e Perifa Connection
Produção e apresentação: Joana Suarez e Raquel Baster
Finalização e edição de som: Fernanda Carvalho
Créditos das trilhas sonoras: áudios da TV senado na abertura do episódio e música final 'Desgoverno' de Zeca Baleiro
Divulgação: Pedro Miranda
Apoio: Artigo 19 e Perifa Connection
Maria Eliene Pereira do Vale é pescadora e marisqueira da comunidade de Jardim, no município de Fortim, no Ceará. Aprendeu a pescar e a catar caranguejo em família e a lutar pela sua categoria de pescadora artesanal na catequese e com outras mulheres dos movimentos sociais.
Neste episódio da temporada Oceanos do Cirandeiras convidamos Maninha, como gosta de ser chamada, para nos contar sobre as consequências do derramamento de petróleo na costa brasileira ocorrido há quase 3 anos. Os impactos ainda são visíveis e sentidos pelas comunidades tradicionais pesqueiras.
Os mares, considerados pulmões do mundo, têm sofrido muito com as instalações de grandes empreendimentos sob a justificativa de desenvolvimento e conquista de energia limpa. E são as comunidades onde Maninha vive que vêm nos chamando a atenção para a necessidade de preservação de nossas águas.
Produção e apresentação: Joana Suarez e Raquel Baster
Finalização e edição de som: Fernanda Carvalho
Créditos das trilhas sonoras: Thayana Barbosa
Divulgação: Pedro Miranda
Apoio: Calouste Gulbenkian Foundation (UK Branch), Internews Environmental Journalism Network (EJN) e UN Ocean Conference
Links relacionados:
https://super.abril.com.br/mundo-estranho/de-onde-vem-o-oxigenio-que-respiramos/
http://www.ibama.gov.br/manchasdeoleo-localidades-atingidas
https://apublica.org/2022/01/exploracao-de-petroleo-ameaca-a-foz-do-rio-sao-francisco/?amp
https://www.wwf.org.br/?76948/Vazamento-de-petroleo-completa-um-ano-sem-solucao
Neste episódio da temporada Oceanos do Cirandeiras convidamos Gicléia Maria da Silva Santos, pescadora artesanal, do município de Cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco, para nos contar sobre os impactos do Complexo Portuário e Industrial de Suape.
As praias e os manguezais protegidos pelas comunidades tradicionais de pescadores vem perdendo espaço para a destruição ambiental, provocadas pela instalação desse megaprojeto. A retirada forçada de povos de seus territórios e aumento das desigualdades sociais também são consequências.
A rotina de antigamente em Cabo de Santo Agostinho era dançar ciranda e coco - manifestações do povo negro, que Gicléia tem orgulho de ter aprendido com a avó Antonieta Maria da Paz. Mas nos últimos anos as danças pararam por conta da pandemia da Covid-19 e também pelas muitas alterações nos modos de vida impostas pelo desenvolvimento econômico do Governo de Pernambuco e das mais de 100 empresas que operam o Complexo de Suape.
Produção e apresentação: Joana Suarez e Raquel Baster
Finalização e edição de som: Fernanda Carvalho
Créditos das trilhas sonoras: Thayana Barbosa e Casas Populares da BR 232
Divulgação: Pedro Miranda
Apoio: Calouste Gulbenkian Foundation (UK Branch), Internews Environmental Journalism Network (EJN) e UN Ocean Conference
Links relacionados:
https://ejatlas.org/conflict/complexo-industrial-portuario-de-suape-cips-pernambuco-brazil
http://suapepeloavesso.marcozero.org/
https://reporterbrasil.org.br/2017/11/suape/
https://prefeitura.cabo.pe.gov.br/pagina/turismo/
https://forumsuape.blogspot.com/
documentário Território Suape: https://www.youtube.com/watch?v=4lXNqfoKNwo
O Cirandeiras está de volta em sua terceira temporada intitulada “Oceanos” que irá navegar por mares atingidos pela exploração humana dos megaprojetos de desenvolvimento no Brasil.
Neste primeiro episódio conversamos com Eliane Balke, moradora da comunidade de Barra Nova Sul, ilha de Campo Grande, no município de São Mateus, Espírito Santo. Eliane tem 54 anos, é filha e neta de catadores de caranguejos. Aprendeu em família a pescar e a catar crustáceos.
Vivia em um território de fartura e abundância no litoral capixaba, até que em 2015 foi atingida pela lama do rompimento da barragem de Fundão, da mineradora Samarco, em Mariana, Minas Gerais.
E tudo mudou.
Sua identidade era a água doce e salgada, suas relações comunitárias eram entrelaçadas com o mangue e o mar. Agora a pimenta rosa se torna alternativa de geração de renda, pelas próprias mãos dela, já que o processo de reparação ainda não saiu do papel - quase 7 anos depois do rompimento. E o mar não pode ser mais seu local de trabalho porque foi contaminado pelos rejeitos da mineradora.
Produção e apresentação: Joana Suarez e Raquel Baster
Finalização e edição de som: Fernanda Carvalho
Créditos das trilhas sonoras: Thayana Barbosa
Divulgação: Pedro Miranda
Apoio: por Calouste Gulbenkian Foundation (UK Branch), Internews Environmental Journalism Network (EJN) e UN Ocean Conference
Para ler posicionamento Fundação Renova enviado no dia 18 de maio de 2022 via e-mail: https://docs.google.com/document/d/1hC3yRNvMoe0JlHcyS-1_IkU_GAM43W2Y1m7BlN5aito/edit
Links relacionados:
http://www.mpf.mp.br/grandes-casos/caso-samarco
https://portal.fiocruz.br/noticia/estudo-aponta-contaminacao-por-metais-em-peixes-do-rio-doce
https://www.conjur.com.br/2021-dez-27/cnj-mediara-negociacoes-repactuacao-rio-doce-fevereiro
http://www.ibama.gov.br/phocadownload/cif/tac-gov/2018-06-25-cif-tac_governanca.pdf
Pedimos licença para abrir o período das folias de reis - 25 de dezembro a 06 de janeiro - com o último episódio da Temporada Ritmos com o grupo Diadorina.
Três irmãs Sajni Damiana, Diana e Daiana Campos formam o grupo a partir do Ponto de Cultura Seu Duchim, no município de Chapada Gaúcha, região norte de Minas Gerais. A partir de pesquisas com as folias de reis e vivências nos terreiros, elas cantam e encantam sobre os modos de vida sertaneja.
As sonoridades dos três reis magos se encontra com os causos de amor e conflito, violência e força, alegria e tristeza do Grande Sertão Veredas de João Guimarães Rosa que juntos dão o tom neste episódio do Cirandeiras. Diadorim, personagem emblemática da obra, símbolo de uma forte renúncia, é inspiração para o grupo Diadorina.
Nos despedimos então dessa bonita temporada com muita viola, tambor e pandeiro porque como as irmãs mesmo dizem: "Diadorina não anda sozinha (...) Permitimos conhecer o Sertão a partir da saia da mulher, por não haver forma de maior conhecimento. Quer saber como se vive aqui, permita-se entrar debaixo da saia da rainha do mundo”.
Bora brincar de folia no terreiro?
Produção e apresentação: Joana Suarez e Raquel Baster
Finalização e edição de som: Fernanda Carvalho
Créditos das trilhas sonoras: grupo Diadorina, grupo de folia de reis Ouro, Incenso e Mirra e cantigas de domínio público
Links relacionados:
Grupo Rosa e Sertão - Diadorina
http://rosaesertao.blogspot.com/2018/03/diadorina-meu-amor-licenca-senhor-e.html
Soundcloud - Diadorina
https://soundcloud.com/search?q=DIADORINA
Matéria Joana sobre o povo Xacriabá
https://projetocolabora.com.br/especial/fome-seca-resistencia-na-terra-indigena-xakriaba/
Perre, guerra, baião e macumba do caboclo são alguns dos sons de um folguedo bailado chamado Caboclinho. Os brincantes vestidos de indígenas e estalando os arcos flechas, conhecidos como preacas, executam suas danças e manobras nas ruas durante o carnaval.
Quem nos conta tudo isso em nosso penúltimo episódio da Temporada Ritmos é Taisa Coutinho, de 29 anos, mestra do grupo Caboclinho Potiguares, da cidade de Goiana, em Pernambuco. Ela nasceu dentro da brincadeira e vem ocupando funções que antigamente eram restritas aos homens, como “chacoalhar um mineiro”.
Pegue o fone de ouvido e venha aprender sobre as danças brasileiras seculares e como elas traduzem as representações coletivas a partir de rituais e crenças de nossos povos originários e de matriz africana.
Produção e apresentação: Joana Suarez e Raquel Baster
Finalização e edição de som: Fernanda Carvalho
Créditos das trilhas sonoras: Grupo Caboclinho Potiguares e Grupo Caboclinho Sete Flechas
Links relacionados:
https://corpoemfluxo.com/caboclinhos/
http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/1600
Artigo O Caboclinho como afeto: https://www.revistas.ufg.br/hawo/article/view/65661/36255
Danças Brasileiras Instituto Brincante: https://www.youtube.com/watch?v=p4w-hsnnmSo
“Tem dia, quando estou me arrumando pra sambar, fico transformada”
É assim que Ricardina Pereira da Silva, conhecida como Dona Cadu, de 101 anos, de Coqueiros, município de Maragogipe-BA, resume o samba de roda, o ritmo da vez do EP#31 do Cirandeiras. Estamos próximos de finalizar essa temporada e não poderíamos deixar de apresentar o som que reina em praticamente todos os cantos do Brasil.
Mas talvez nem todos saibam que o samba vem do semba de origem africana e que se tornou popular no Recôncavo baiano. De lá, inspirou o samba carioca e o país inteiro. E aquela aglomeração gostosa, com samba no pé, é tudo que estamos precisando, né?
Enquanto a pandemia da Covid-19 ainda não nos permite essa alegria, vem escutar Dona Cadu, que foi pedra fundamental para que essa manifestação do samba se tornasse patrimônio da humanidade e desconstruísse muitos preconceitos.
Produção e apresentação: Joana Suarez e Raquel Baster
Finalização e edição de som: Fernanda Carvalho
Créditos das trilhas sonoras: domínio público, cantorias de Dona Cadu e álbum samba das raparigas Saubara
Links relacionados
Sambadeiras do Recôncavo Baiano entrevista concedida a pesquisadora Clécia Queiroz: https://www.youtube.com/watch?v=vG9YB4taCqQ
Doc Mulheres do Samba de Roda: https://www.youtube.com/watch?v=Suq9E24YQwI
Programa Saberes - Histórias do Recôncavo - Dona Cadu: https://www.youtube.com/watch?v=4V-ns9sMfPU
O carimbó é uma manifestação cultural envolvente. Um encontro entre as manifestações indígenas e africanas. E vem sendo ressignificada através da força das mulheres das águas.
Em nosso episódio 30 do Cirandeiras e 7º da temporada Ritmos, te convidamos a adentrar uma paisagem sonora da floresta amazônica, na região norte do Brasil, para mergulharmos no som que vem do rio Tapajós como fonte de inspiração.
Quem vem nos apresentar o ritmo é Valdinéia Sarué, da etnia Munduruku, integrante do primeiro grupo de carimbó formado por mulheres indígenas do Brasil - as Suraras.
Então coloque os fones no ouvido porque queremos ver vocês tudim dançando e mexendo todos os sentidos por aí.
Produção e apresentação: Joana Suarez e Raquel Baster
Finalização e edição de som: Fernanda Carvalho
Créditos trilhas sonoras: Grupo Suraras, Blue Dot Sessions, Samuel Corwin e Sonnik
Links citados e ou relacionados neste episódio:
https://www.facebook.com/SurarasDoTapajos
https://www.youtube.com/channel/UCGejMpVA_Juj3-Y-CI96fRw/featured
https://www.instagram.com/surarasdotapajos/
Quem aí em momentos de paixão eufórica não sentiu necessidade de exprimir seu encantamento através de versos?
A gente por aqui está explodindo de amor declarado pelo novo episódio da Temporada Ritmos. Voltamos a Paraíba para apresentar uma manifestação cultural que embalou muitos corações, mas que há alguns anos vem sendo ocupada por vozes femininas para ecoar outras pautas.
De um universo tradicionalmente masculino, a milenar arte do Repente vem sendo desafiada a improvisar cantorias de luta por espaços mais igualitários de poesia cantada.
No EP#29, quem vem cirandar é a repentista Soledade Leite, de 78 anos, que desde os 8 brinca de cantar versos. A poetisa da viola vem recontar as histórias dos antigos cordéis e ensinar que “mulher consciente não aceita os domínios machistas de ninguém”.
Produção e apresentação: Joana Suarez e Raquel Baster
Edição de som: Fernanda Carvalho
Links citados neste episódio:
https://www.paraibacriativa.com.br/artista/maria-da-soledade-leite/
https://www.acervoayala.com/acervo/nossa-historia-em-poesia-publicacao-digital-gratuita/