
“Não há revolução sem violência”. Recordo estas palavras ao sair do novo filme de Paul Thomas Anderson (“One Battle After Another”) e ao tentar encaixá-lo no mundo que nos cerca cada vez mais. Contudo, escolhi outra forma de resistência: a de um podcast sobre crítica, cinema, cinefilia e latências (ou até lactâncias, se preferirem). Não quis formatos rigidamente definidos, nem estúdios com auscultadores para soar profissional. Quis, sim, uma vista para o Tejo (e a Serra da Arrábida a acenar no horizonte), uma ‘litrosa’ como companhia e um parceiro no crime: o primeiro desta jornada, já tão habituado (ou calejado) nestas andanças do ‘podcasting’. Rui Alves de Sousa, radialista da Antena 1 e editor/colaborador da “À pala de Walsh”, aceitou o desafio. E permitiu, assim, esta resistência: a de fazer um podcast sob a ordem da palavra, do diálogo, por vezes labiríntico; das queixas e lamentos de uma geração perdida e de uma cinefilia pelo mesmo caminho. Sem guiões, sem planos, partimos para a tertúlia. Ao contrário do filme do PTA, sem violências, porque não é a revolução que procuramos, deixaremos isso para outras estâncias, ou estações.