
A síndrome da impostora é uma patologia que tem sido muito falada e discutida em vários ambientes profissionais e sociais, pois infelizmente trata-se de algo vivido por muitas mulheres que não conseguem ter vez, voz e espaço. É algo inerente a mulheres silenciadas, diminuídas e traumatizadas, e que por todos esses motivos acabam temendo alcançar lugares maiores do que os que ocupam.
A psicóloga e pesquisadora da USP, Maria da Conceição Uvaldo, afirma que a síndrome da impostora está interligada às ideias que o modelo de sociedade patriarcal construiu sobre a figura da mulher, alimentando o machismo e destruindo a autoestima feminina. O fato é que a síndrome está muito mais relacionada a questões estruturais do que à procrastinação, por exemplo.
Na prática, isso significa que mulheres em cargos de gerência continuam sendo questionadas o tempo todo, como uma forma de colocar em prova se elas realmente merecem aquela posição. Além de estatisticamente ocuparem muito menos esses espaços de liderança, quando estão lá, seguem vivendo na corda bomba, com receio de serem descartadas caso escolham ser mães.
As consequências disso às mulheres são desastrosas e é sobre isso que falamos falar hoje.