Tony Neves, em Roma‘Amou-te!’ (‘Dilexi te’), sobre o amor para com os pobres - quase todos os sabemos já -, é a 1ª Exortação Apostólica do Papa Leão XIV, mesmo que esteja afirmado que quem teve a ideia e traçou as traves-mestras do documento foi o Papa Francisco. Já este Papa tinha feito o mesmo com Bento XVI, também publicando ‘A Luz da Fé’ (‘Lumen Fidei’), a 29 de junho de 2013.Quando um Papa publica um documento corre sempre muita tinta nos media tradicionais, nas redes sociais e conversas cruzadas. Se se trata do primeiro, então as ondas são mais altas e bravas e a espuma leva mais tempo a dissolver-se nas águas! ‘Dilexi te’ foi regra, não exceção. Por isso, depois de ter lido e ter sido confrontado com reações e reflexões para todos os gostos, só agora ganhei coragem (e alguma distância) para escrever algo sobre esta Exortação Apostólica.
A tradição da Igreja católica quer colocar hoje no centro dacelebração o chamamento feito a todos os crentes, e lembrar que todas as pessoas são chamadas à santidade. Podemos dizer que este é o Dia Mundial de todos.
Recebemos nesta manhã o padre Ricardo Figueiredo, eleque é diretor do Departamento da Comunicação do Patriarcado de Lisboa, e responsável pela autoria das biografias que o patriarcado disponibiliza, até ao dia 8 de novembro, no projeto «Caminhos de Santidade».
Tony Neves, em RomaTive a alegria de participar, ‘ao vivo e a cores’, na celebração do Dia Mundial das Missões, na Praça de S. Pedro, em Roma. O Papa Leão apresentou ao mundo os novos Santos, originários da Europa, da Ásia, da Oceânia e da América Latina. Tão plurais como é diverso o mundo em que vivemos e onde a Igreja testemunha o Evangelho de Cristo. Cheguei cedo, fiquei um tempo infinito nas filas de controlo e fui um entre uma multidão que viveu intensamente a Eucaristia, sob um sol de outono que aquecia, mas não torrava.Como sempre acontece quando há canonizações, a fachada da Basílica de S. Pedro decora-se com grandes fotos dos futuros santos. Nesse dia eram sete, o número da perfeição: um Bispo, três Religiosas e três Leigos. Em comum, o seu compromisso cristão até ao fim. Vidas cheias de entrega ao anúncio do Evangelho, a valorizar a celebração do Dia Mundial das Missões naquele 19 de outubro em que a mensagem papal – ainda escrita pelo Papa Francisco – pedia à Igreja ‘gente de Primavera’! Foi também este o coração da homilia do Papa Leão que, no fim, percorreu toda a Praça a saudar os milhares de peregrinos.Mas peguemos em alguns dados das biografias dos novos Santos. D. Inácio Maloyan (1869-1915), arcebispo arménio católico, nasceu em Mardin (Turquia), estudou no Líbano, onde foi ordenado Padre. Foi missionário no Egito e voltou à sua cidade natal como Bispo. Foi preso em 1915 e torturado sob acusação de esconder armas. Obrigaram-no a uma conversão forçada ao islamismo. Não aceitou e foi martirizado. João Paulo II beatificou-o em 2001.
O padre Custódio Langane ficou órfão de mãe aos dois anos sem nunca o ter sentido. Essa relação encontrou-a em tias, avós e na madrasta, «que foi mãe»; por ter sido muito amado, aprendeu a amar. Mas foi também uma carência que aos 13 anos o levou ao local de sepultamento, às fotografias, aoslivros que a mãe leu, e na ausência construiu uma relação que, afirma aos pacientes do IPO, pode ser redentora.
Escuta, compaixão e presença – são as três ferramentas queusa quando entra no lugar do silêncio, o quarto dos pacientes com quem ganha horas. É ali que confirma ser o amor a dar sentido à vida, mesmo quando a cura terapêutica não tem mais lugar. Procurar sentido nas relações, não deixar nadapor dizer ou fazer, deixar legado, cultivar memórias, privilegiar o amor é o caminho para re-significar a dor no processo de luto.
Esta conversa com o padre Custódio Langane, que dá abraços e sorri com vontade, tem lugar para a Carol e o sentido que os seus pais descobriram depois da morte da filha, para a mãe que quis deixar às filhas fotografias e receitas das comidas preferidas, também para o homem que no hospital voltou acasar com a ex-mulher porque, ao olhar para trás, quis corrigir o que acreditava ter feito errado.
A associação Casa Velha - Ecologia e Espiritualidade vai ser local de encontro aberto ao público que quer assinalar os 10 anos de publicação da encíclica Laudato Si. Será um dia de palestras, testemunhos de iniciativas inspiradoras e momentos de reflexão e oração, onde os desafios sociais, ecológicos e económicos persistentes vão ser abordados, sem esquecer os frutos de esperança que nascem entre comunidades, movimentos e organizações comprometidoscom justiça climática, cultura de cuidado e espiritualidade ecológica.Nesta manhã o programa Ecclesia vai até à Casa Velha, em Ourém, conversar com Margarida Alvim, responsável por este local de encontro de diversas sensibilidades.
Tony Neves, em Lucerna e Einsiedern, na SuíçaHá viagens que nos enchem a alma. Depois de uma semana de retiro em Rocca di Mezzo, lá nas montanhas do Abruzzo italiano, levaram-me à cidade de Aquila (tristemente célebre pelo terramoto que quase a destruiu em 2009) e, dali segui de autocarro até ao aeroporto de Fiumicino, em Roma, para viajar até Zurique onde me esperava o P. Aloísio Araújo, responsável pela coordenação da pastoral lusófona por terras helvéticas.De Zurique a Lucerna, a paisagem outonal é magnífica. Vales e montanhas estão coloridos pelos tons outonais das árvores a caminhar para o tempo da queda das folhas. Era noite quando chegamos a Lucerna e foi na manhã seguinte que, passeando a pé junto ao Lago dos Quatro Cantões, pude encher os pulmões de ar fresco e, ao mesmo tempo, encher os olhos de uma paisagem de encanto. O centro histórico é tão antigo como majestoso, havendo a realçar as duas pontes medievais que atraem turistas aos milhares que se deliciam a tirar fotos e a atravessa-las. Elas transpiram história por todos os poros da madeira com que foram construídas e são de uma beleza ímpar.
Maria Conde escreve para não esquecer nada. A jovem de 23 anos, irmã mais velha de três, foi cuidadora do seu pai durante os seis meses que um cancro marcou a vida da família.
Na página na rede social do instagram «Já não mora aqui», Maria partilha a despedida – que continua a fazer, – o luto – ainda presente, – mas também a fragilidade de alguém que aos 21 anos assumiu uma missão necessária para estar e acompanhar.
A compreensão entre histórias que o cancro uniu, ajudam esta jovem a acreditar que tudo o que viveu tinha um propósito e que os porquês que surgem quando a morte acontece apresentam-lhe uma missão e confirmam a necessidade de quebrar tabus, em temas difíceis como o cancro ou o luto, ou na afirmação da fragilidade e empatia.
Na página «Já não mora aqui», Maria Conde dá conta das saudades que tem, e que hoje abraça sem fugir delas na certeza de que depois da tristeza «o sol vai brilhar», e abriu espaço para um grupo, dirigido a jovens entre os 16 e os 25 anos, onde a escuta, a companhia e a partilha de experiências sobre a doença a formas de viver o luto podem aproximar pessoas.
Celebra-se hoje o Dia Nacional dos Bens Culturais. Na tradição da Igreja encontramos também a celebração Dia de São Lucas, padroeiro dos artistas. Nesta junção de celebrações, o departamento Bens Culturais da Igreja realizou uma jornada de trabalho, centrada na conservação e restauro dos bens culturais da Igreja.Recebemos neste programa Fátima Eusébio, diretora nacional do departamento que na Igreja católica acompanha esse setor.
Tony Neves, em RomaDomingo é o Dia Mundial das Missões. Há 99 anos, decorria o ano 1926, o Papa Pio XI instituiu o Dia Mundial das Missões, a ser celebrado anualmente no penúltimo domingo de outubro. O Papa Paulo VI, em 1963, escreveu a 1ª Mensagem com o objetivo claro de motivar a vivência deste Dia Missionário Mundial. Os três Documentos Missionários mais marcantes da história da Igreja no século XX foram o Decreto ‘Ad Gentes’ do Concílio Vaticano II (1965), a Exortação Apostólica ‘Evangelii Nuntiandi’ do Papa Paulo VI (1975) e a Encíclica ‘Redemptoris Missio’ do Papa João Paulo II (1990). Mas há que confessar que, cada um à sua maneira, todos os Papas valorizaram esta dimensão missionária e apelaram para o seu aprofundamento e consequente compromisso.Ainda coube ao Papa Francisco publicar a Mensagem para este ano, com um tema focado no Jubileu que a Igreja vive intensamente à escala do planeta: ‘Missionários de Esperança entre os povos’. O convite é claro: todos devem ser mensageiros da esperança viva, nas pegadas de Cristo! Como diz o Prefácio ‘Cristo, Bom Samaritano’, ‘Ele ainda hoje se inclina sobre cada pobre, aflito, desesperado e oprimido pelo mal, para derramar sobre as suas feridas o óleo da consolação e o vinho da esperança’.
Nascida na aldeia de Bárrio, no concelho de Alcobaça, a irmã Cristina Duarte Macrino recorda, em criança visita a sua tia-avó na congregação das Reparadoras de Nossa Senhora de Fátima. Era um ambiente de serenidade, de alegria, de amabilidade, uma casa onde as pessoas sorriam muito. Sem conseguir explicação, aquele lugar e a história da mensagem de Fátima mexia com a criança que vibrava com as deslocações anuais ao santuário.Aos 19 anos decide entrar na congregação, mesmo sem a aprovação da família, e descobre como a enfermagem completa a doação religiosa que cumpriu em 1994, aos 24 anos.
O desafio da primeira missão, e única que se estende ao longo de 13 anos, acontece em Timor, uma país onde o povo amável, grato e muito religioso, precisa de tudo.
A clínica Madre Cecília dos Santos e Centro Social Padre Manuel Nunes Formigão são respostas da congregação das irmãs Reparadoras de Nossa Senhora de Fátima para ajudar ao desenvolvimento da população, desde a infância aos adultos, e onde a irmã Cristina Macrino confirma a sua vocação missionária.
Assinalamos hoje um aniversário que apenas tem início poragora - são 75 anos da presença em Portugal da Congregação das Filhas de São Paulo.
Talvez as conheça por irmãs Paulinas e a sua marca no mundo editorial é o melhor cartão de visita a apresentar mas os projetos editorias são fruto do seu carisma que tem por missão a evangelização, através dos meios de comunicação e as leva a estar presentes em 50 países nos cinco continentes.Conversamos com a Irmã Maria Antonieta, chega do Brasil mas está em Portugal há um ano e foi superiora geral Congregação das Filhas de São Paulo entre os anos 2001 e 2013.
Ana Quintas diz que cresceu com a consciência do cuidado. As brincadeiras com a mala de médica ditavam-lhe o caminho, até que descobriu que «queria ser médica a fazer o que os enfermeiros faziam».
Anos depois, foi na área dos Cuidados Continuados e Paliativos que confirmou sentir-se enfermeira por inteiro, num cuidado holístico que não realiza sozinha. Ana assume ser um privilégio acompanhar pacientes, familiares e pessoas, estar presente para confortar mas também para integrar sentimentos e, assiduamente, estados e emoções não percecionados fisicamente.
Por sentir que o momento da morte pode ser tão importante como momento do nascimento, Ana Quintas está a formar-se para ser ‘doula de fim de vida’, procurando oferecer um acompanhamento sem hora marcada para estar e escutar. Ser ‘mulher que serve o outro em fim de vida’ é alguém que reconhece a fisiologia do processo e ajuda o outro a reconhecê-lo também, trazendo tranquilidade e serenidade.
Ana Quintas ainda não tem 30 anos mas dá a mão e abraçaquem morre. Se as suas mãos servem para cuidar, é também pelas palavras que escreve que se encontra, e encontra os outros, que persegue sentido para a sua vida e procura partilhar o que vive. A enfermeira é também autora do livroinfantil «A sabedoria da árvore» onde conta como a morte é um processo natural da vida.
Termina hoje o chamado tempo da criação, uma iniciativa que junta diferentes Igrejas de tradição cristã em torno do cuidado da terra. Esta iniciativa coincide, este ano, com a celebração dos 800 anos do Cântico das Criaturas, uma oração escrita por São Francisco de Assis, mas também com os 10 anos da encíclica 'Laudato Si', escrita pelo Papa Francisco em torno do cuidado com a criação.
O jornalista Henrique Matos esteve com a irmã Maria AméliaCosta, da Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, que encontra na música uma forma privilegiada para cantar a fé e afirmar o cuidado com a criação.
Nesta manhã o programa Ecclesia vai conhecer as inspirações da religiosa e a atualidade do cântico das criaturas.
O programa Ecclesia une-se hoje à celebração do Dia Mundial do Turismo e ao tema escolhido este ano pela Organização Mundial do Turismo. Neste 27 de setembro somos convidados a refletir e a evocar este dia a partir do enfoque «Turismo e Transformação Sustentável». Vamos estar nesta manhã de sábado à conversa com Maria Calado, presidente do Centro Nacional de Cultura, uma associação que este ano assinala 80 anos, e que dinamiza em Portugal os caminhos de Fátima, que servem também de itinerário a quem ruma a Santiago de Compostela.
Vamos neste programa falar do trabalho em rede, da valorização do território e do reconhecimento do património a cuidar, para além da sustentabilidade de um turismo que tem ganho cada vez maior interesse e curiosidade.
Tony Neves, em RomaO Papa Leão XIV disse, há tempos, que ‘antes de ser uma questão religiosa, a compaixão é uma questão de humanidade. Antes de sermos crentes, somos chamados a ser humanos’. Também aos participantes no II Encontro Sinodal de Reitores de Universidades para o Cuidado da Casa Comum, ocorrido na Pontifícia Universidade Católica, no Rio de Janeiro, o Papa pediu: ‘Trabalhem por uma justiça ecológica, social e ambiental’. Mais recentemente, por ocasião da III edição do Encontro Mundial sobre a Fraternidade Humana, Leão XIV foi claro: ‘precisamos de uma ampla aliança humana, baseada não no poder, mas no cuidado; não no lucro, mas na generosidade; não na desconfiança, mas na confiança’. Recordemo-nos que o Papa Francisco ainda conseguiu participar na II edição, em 2024, estando presentes 30 vencedores do Prémio Nobel da Paz. Nesse evento, o Papa Francisco assinou a Declaração da Fraternidade das Crianças.Quando promoveu, a 22 de agosto, o Dia de Jejum e Oração pela Paz, o Papa lançou este convite: ‘convido todos os fiéis a viver um dia de jejum e oração, implorando ao Senhor que nos conceda paz e justiça, e que enxugue as lágrimas daqueles que sofrem por causa dos conflitos armados em curso. Que Maria, Rainha da Paz, interceda para que os povos encontrem o caminho da paz’.A 31 de agosto, evocou o naufrágio ocorrido com migrantes no Mediterrâneo: ‘Os nossos corações também estão feridos pelas mais de 50 pessoas mortas e cerca de 100 ainda desaparecidas no naufrágio de uma embarcação carregada de migrantes que tentavam a viagem de 1.100 km em direção às ilhas Canárias, que naufragou junto à costa atlântica da Mauritânia. Esta tragédia mortal repete-se todos os dias, em todo o mundo’. Leão XIV pediu orações para que o Senhor ensine, como indivíduos e como sociedade, a pôr em prática plenamente a Sua palavra do Evangelho: ‘Era estrangeiro e acolhestes-me!’.
João Pedro Mendonça diz que nasceu jornalista na rádio pirata em Monsanto, quando o tio Joaquim Fonseca o ensinou a ligar cabos, a esconder a antena e a descobrir como «abrir a alma, a ter medo do silêncio mas a ousar atropelá-lo, e a chegar diretamente ao ouvido das pessoas».
No seu caminho estão sempre as pessoas e o jornalista, com mais de 35 anos de carreira entre a rádio e a televisão, não entende a sua vida e profissão sem elas. O espanto que cultiva na vida é a seiva que o faz feliz, mas os seus dias são tempo confundido com a profissão porque «perguntar, escutar, saber contar» é algo intrínseco que cultiva e respira diariamente.
Monsanto é raiz na sua vida, uma herança que procura conjugar no presente, construindo comunidade com pessoas de 80 anos que o ensinam a cuidar – quando as curvas do ciclismo ou das modalidades o permite, ruma à aldeia que é sua, onde comunidade se conjuga com cuidado, silêncio, encontros e muitas histórias para escutar.
«Comunicar sem corantes nem conservantes» quer juntar jornalistas e profissionais do mundo da comunicação num encontro, marcado a cada ano, para que homens e mulheres do setor na Igreja católica possam refletir em conjunto os últimos desafios da comunicação.
A inteligência artificial, a informação e o entretenimento, a criação de conteúdos a par de uma informação credível são temas que vão estar em análise em dois dias de encontro, 25 e 26 de setembro, marcado para o Seminário de Coimbra.
Neste programa vamos conversar com a diretora do Secretariado Nacional das comunicações sociais da Igreja católica, Isabel Figueiredo.
Tony Neves, em AssisRegresso muitas vezes aos lugares onde sou feliz e me sinto inspirado. Assis é um desses e, sempre que posso, lá vou.A Eucaristia, celebrada na Capela do Frei Leão, juntou os Espiritanos que peregrinaram a Assis, no decurso do Encontro dos Novos Superiores, eleitos à escala do planeta, em 2024 e 2025.A Igreja celebrava, neste sábado, os mártires da Coreia, num dia em que o Evangelho provoca os crentes com a parábola da semente. Deus não se impõe, mas propõe…lança nos nossos corações a semente poderosa da Sua Palavra e depende de nós acolher ou não.Quem vai à ‘Cidade da Paz’ percebe bem a coragem e a Fé de Francisco que contestou uma forma de estar no mundo e na Igreja que, segundo ele, não correspondia ao projeto gravado nas páginas dos Evangelhos. Entregou, na praça pública, ao pai as suas roupas, rejeitando a herança de uma das famílias mais ricas das redondezas. E partiu pelos caminhos de Itália a viver e anunciar o Evangelho com radicalidade, convencendo a sua conterrânea Clara a seguir os seus passos. Francisco foi a figura mais importante do II Milénio e a multidão que invade diariamente Assis mostra a carga simbólica que esta cidade tem, como lugar reconhecido de fraternidade universal.A natureza naquela colina enche-nos os olhos de beleza, quer olhemos para a montanha ou para a cidade, a partir de baixo, ou então para a planície, quando se está na povoação. Mas a mensagem de paz, pobreza e fraternidade universal consegue encher corações. São estas duas ‘enchentes’ que justificam a visita e estadia, sentimento partilhado por milhares e milhares de peregrinos e turistas.
Os sons e os sentimentos provocados pela música chegaram primeiro a Miguel Sepúlveda do que as notas e as pautas. O piano em casa da tia-avó, onde brincava com liberdade - qual criança a experimentar legos - e o estudo lúdico do piano com a cantora Maro, comprovaram-lhe o talento. O trabalho veio depois, quando afirmou em casa querer ser músico e procurar forma de condensar os conhecimentos em poucos anos de estudo.
A Escola Profissional da Metropolitana abriu-lhe o caminho e os intervalos, bem como os concertos na Gulbenkian, mostraram-lhe que também ele queria «ser sangue e carne» quando fizesse da composição de Mozart, List, ou Mahler uma interpretação sua.
O jovem maestro, de 27 anos que ganhou em 2022 o Prémio Jovens Músicos 2022, tem percorrido a Europa a dirigir orquestras e a conhecer músicos através dos encontros que a música proporciona. Enquanto houver composições, que para si são novas, não quer fixar-se. O caminho é estudar cada partitura intensamente, encontrar em cada nota a tonalidade e densidade certas para que o sublime aconteça em cada interpretação.