
A sala está desfeita, ocupada por caixas de papelão abertas, objetos desirmanados que ficaram para último, paredes despidas, uma lâmpada sem candeeiro, pendurada no centro do teto. Imóvel na penumbra, em silêncio, a mulher vê-o afastar-se. A luz da tarde encontra caminhos para entrar com brandura na sala, avança pelas janelas, através das cortinas, avança pela porta, misturada com os sons de Maputo que, a esta hora, neste ponto da cidade, começam a amainar.