Ao nos aproximarmos do período de vacinação, e consequentemente da fase final da pandemia, cada vez mais estamos ansiosos pelo retorno à normalidade. Entretanto, talvez existam outras perspectivas interessantes para pensarmos o que chamamos de estado normal.
No último episódio do ano marcado pelo Covid-19, recebemos Paulo Spina (autor do livro Ofensivas: a potência do não retorno à normalidade) pra trocar uma ideia sobre os efeitos políticos e sociais da crise do coronavírus. Na nossa conversa, Paulo nos conta como essa quadra histórica tão conturbada que vivemos revela as debilidades do neoliberalismo, além de trazer à tona a necessidade de um sistema de saúde global que não se limite pelas fronteiras nacionais e nem pela lógica do lucro. Para o autor, a pandemia deve ser considerada como uma espécie de incentivo para que partamos para uma ofensiva que vise a construção de um mundo que considere o cuidado com a vida humana algo essencial independente da nacionalidade ou da classe social.
Paulo Spina é doutorando no programa interdisciplinar da FFLCH-USP – Programa de Pós-Graduação em Humanidades, Direitos e Outras Legitimidades –; mestre em Ciências Sociais pela Unifesp e graduado em Educação Física. Trabalhou como professor em escolas e órgão de saúde pública, setor no qual atua há 15 anos, especialmente a serviço da saúde mental. Nesse contexto, envolveu-se em diferentes lutas, participando da criação do Fórum Popular de Saúde.
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