
Post 1 - Episódio 43 no ar com a @fivdepressao !
Como tivemos duas convidadas incríveis essa semana, nada mais justo que dois posts também, esse é o post #1.
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Essa semana temos a @camila_fressatti e a Daiana do Instagram FIV depressão para conversar sobre concepção, reprodução assistida e maternar. As duas são doulas e passaram por rodadas de Fertilização In Vitro (FIV).
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A Camila é casada desde 2013 e em 2016 ela decidiu engravidar. Ela foi doadora de óvulos (ovo-doação) e fez sua primeira fertilização in vitro que não deu certo. Em 2017 foi para a segunda FIV em que a transferência de embrião funcionou. A Isabela nasceu de 34 semanas, ficou na UTI por 20 dias e hoje é uma menina saudável. A Daiana compartilha sua luta para amamentar sua filha que passou pela UTI e sua cultura anti-amamentação.
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Nesse episódio falamos sobre os aspectos legais da reprodução assistida e as mudanças na legislação em relação a doação de gametas e o desconto no processo.
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Falamos também sobre a espera do processo, a preparação para a maternidade e as dificuldades (e a culpa) de ser fivete. Esse episódio também passou pela história de perda da Daiana, sobre violência obstétrica nesse período de pré-gestação e sobre cesárea e UTI.
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A Daiana está casada desde 2008 e em 2014 começou as tentativas de engravidar. A menstruação da Daiana parou por alguns meses e ela foi diagnosticada com Síndrome de Ovários Policísticos (SOP) além do seu parceiro ter espermograma alterado nesse momento. Eles foram encaminhados para especialistas em reprodução assistida.
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Em 2017 a Daiana fez sua primeira FIV sendo ovo-doadora e a transferência deu certo de primeira. . Ela gestou a Olivia por 26 semanas, porém a hipertensão gestacional levou a gestação para outros caminhos :(
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A Daiana desenvolveu pré-eclampsia e a complicação grave síndrome HELLP (quando o fígado passa a ser afetado negativamente) e a Olivia nasceu de 26 semanas por uma cesárea de incisão vertical. . Pela prematuridade extrema a Olivia ficou na UTI neonatal por 49 dias e faleceu :( A Daiana virou doula e agora se dedica a ajudar outras mães e fivetes.
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Nesse episódio falamos sobre as desigualdades que não dão acesso a reprodução assistida a muitos casais que precisam. Um exemplo que a Daiana trouxe é que são pouquíssimos os lugares no SUS que oferecem tratamento de fertilidade (aproximadamente 11 centros) acarretando em uma fila de espera longa. Além das dificuldades financeiras que previnem casais de se tornarem pais (medicamentos não são cobertos nem em casos subsidiados pelo SUS).
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Falamos também da espera pela gestação e das diferenças nos protocolos de reprodução de acordo com a clínica.
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Em 2020 a Daiana fez uma nova FIV que não deu certo e agora está no seu terceiro ciclo de FIV à espera do seu bebê arco íris.
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Referências
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(39:30) Risco de cesárea e FIV
Lodge-Tulloch, N. A. et al. Caesarean section in pregnancies conceived by assisted reproductive technology: a systematic review and meta-analysis. BMC Pregnancy Childbirth 21, 244 (2021).
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(49:25 e 53:20) Incisão vertical na cesariana e prematuros (impossibilita partos vaginais depois)
Wylie, B. J. et al. Comparison of transverse and vertical skin incision for emergency cesarean delivery. Obstet. Gynecol. 115, 1134–1140 (2010).