Até parecia mal eu estar aqui a perorar sobre dinheiro e não falar um pouco das razões que me fizeram trazer este tema. Também seu sou assolada, em parte, pelas representações menos benignas que o dinheiro traz. Ora, escutem.
A matéria-prima que enforma as nossas relações amorosas assente em duas premissas primordiais: a experiência que temos com os nossos pais; e a experiência que temos de os ver em relação um com o outro.
Partindo deste princípio, de que modo o arranjo financeiro que organizamos em casal é algo nosso ou. uma herança que trazemos de casa? E de que modo o dinheiro se mantém um tabu relacional?
É ouvir.
O que tem a autonomia a ver com a sabotagem financeira? De que modo perpetuamos a infância com escolhas que nos afectam negativamente? Quais as emoções mais preponderantes que estão na base de alguns comportamentos de autosabotagem?
O dinheiro não tem apenas um valor pecuniário. Além de ser um objeto de troca, ele está coberto de simbolismo e o modo como lidamos com ele está enraizado na nossa infância. Que representação interna temos do dinheiro? Como lidamos com ele? Ouçam e depois digam coisas.
Chegámos ao final da primeira temporada deste podcast. Fui muito feliz a gravar estes 10 episódios sobre a maternidade e espero ter contribuído para que se possa pensar a maternidade não apenas de um ponto de vista funcional, mas sobretudo a partir do vínculo e da ligação mãe-filho. Até breve.
Joana Zagury é advogada de família e dos direitos das crianças e lida quotidianamente com os cenários psiquicamente debilitantes que um divórcio ou uma separação podem gerar, a começar pela alienação parental. Quando um casal não consegue ultrapassar a mágoa ou ressentimento de uma relação terminada, entram em campo os filhos, um campo de batalha que, não raras vezes, acaba nos tribunais, com maiores consequências para as crianças. Ouçam, que vale bem a pena.
Por que razão as madrastas têm tão má fama no nosso entendimento e léxico comum? A psicanálise tem uma explicação (que está no episódio...) mas, esta semana, falei com a responsável do Somos Madrastas Portugal, uma página que tem como objetivo ressignificar a palavra madrasta e apoiar as mulheres que, mais frágeis, procuram quem, como a Inês, conheça as dificuldades desta outra forma de cuidado.
A psicóloga, psicoterapeuta e psicanalista Joana Espírito Santo dá-nos conta de aspectos importantíssimos da relação da mãe com os seu bebé, mas também com a criança e adolescente que será. A navegar entre o limite e a liberdade, ser mãe e pai é desafiante, complexo e um tema no qual vale a pena pensar. E sentir...
Será que existe um instinto materno? É uma imposição ou uma escolha? Como podemos pensar e ressignificar a maternidade a partir de outras premissas? Elisabeth Badinter (e eu assino por baixo) diz que o instinto não existe, que a maternidade é uma construção. Será? Ouçam e digam de vossa justiça.
A Inês é psiquiatra e minha amiga. Confio nela e vejo-lhe uma competência e um colo raros, tanto para amigos como para pacientes. Comprar-lhe-ia todos os carros usados, porque quando ela fala tem a aquela certeza própria de quem não tem certezas, de quem sabe que os absolutos não existem, e, também por isso, a noção de que a medicina é mais do que ciência. Neste episódio falamos de Depressão Pós-Parto e, entre outros temas, de como é importante não normalizar o sofrimento e pedir ajuda. Espero que gostem.
Poucos temas são tão idealizados quanto a maternidade. Talvez por isso seja difícil aceitar e assumir que ter filhos também pode ser qualquer coisa que transtorna e traz perturbação. Neste mundo fantasiado, onde tudo parece ter apenas uma cor, Ana conversa connosco sobre a dureza e a angústia de ser mãe e partilha ainda como a perda precoce do seu pai impacta clara e fortemente nesta dimensão da sua vida.
O Complexo da Mãe Morta é um conceito criado pelo psicanalista André Green para designar a depressão vazia que, segundo ele, se instala quando o vínculo mãe (cuidadora) e filhos assenta nessa incapacidade de a primeira poder servir de amparo, vivendo uma vida funcional mas uma quase morte psíquica. O que acontece quando não conseguimos fazer um luto de uma mãe que existiu mas que nunca foi nossa? Qual a diferença entre a depressão clássica e a depressão vazia? Será a morte o mais tenebroso da existência ou o vazio pode parecer mais ameaçador?
O conceito de narcisismo é como a pasta medicinal Couto, anda na boca de toda a gente (entendedores entenderão). Mas será que toda a falta materna é narcísica? Qual a diferença entre a patologia e o desamparo? E os filhos, idealizando os pais, não serão também eles narcisistas? E o que é ser narcisista? Vamos conversar.
A atriz Inês Castel-Branco sempre quis ter uma família grande mas algumas perdas gestacionais cortaram o ímpeto ao desejo. Depois de uma gestação que não deixa boas memórias, e da fragilidade da relação com o pai do seu filho, nasceu o Simão, hoje um adolescente. Como gerir esta dificuldade em ter mais filhos? Em que tipo de mãe e mulher se tornou Inês? Como é viver sozinha com o filho, quase desde o início? E de que modo a sua rede de apoio de amigas, também elas atrizes, lhe salvou a vida tantas vezes?