"Ah Cerrado,
mesmo seco floresce
a força da tua natureza que racha a terra
que fronda
Ah se eu tivesse a
tua força
Teria feito morada
na tua terra
Eu era muita água
para esse solo seco
Eu tentei abrir caminhos
nesse solo seco
Em vão,
Porque a terra racha
quando é hora
E não era.
Não floresci,
Tu não permitiu,
E assim parti,
Trouxe Cerrado comigo, que depois de alguns ventos viraram poeira.
Sumiu, dissipou.
Então pude ser só água,
de novo.
Entender a essência.
E depois fui molhar outros jardins
Para florir
Ah sim! Aqui era morada
para mim,
Me permiti
Inundei, me bebi,
Molhei
Respirei sobre uma terra
Úmida,
Sim, eu consegui.
Ressurgi,
Floresci
Expandi.
Cai em mim.
Vi me tornar mar profundo e calmo,
porém sempre intenso.
Antes era só um córrego,
lutando,
se esforçando para abrir
caminhos
Em solos secos e infertéis
Agora água e terra
se misturam
brincam
se separam,
juntas são mais fortes.
São felizes.
Enfim, a água não pede mais licença
Nem se esforça!
Só é ela mesma,
Só inunda,
molha,
fertiliza,
chove e
brilha.
É uma explosão
de emoções.
Só sentindo para saber.
O Cerrado permanece seco.
A Mata Atlântica inundada.
E é assim que é o fim."
(Heluiza Scarabelotto)
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