Por Valerio Arcary
Com Valério Arcary
Qual é a "régua" marxista? Com Valério Arcary.
Como derrotar o fascismo?
Nestes primeiros dias de campanha, o fato político mais importante está sendo a disputa do espaço do bolsonarismo entre Pablo Marçal e Ricardo Nunes. Desde 2018 ficou claro que a capacidade de transferência de votos de Bolsonaro era imensa. Witzel venceu para governador em 2018 no Rio de Janeiro contra Paes, e Tarcísio de Freitas ocupou o lugar de Rodrigo Garcia em São Paulo em 2022. Mas a candidatura rebelde de Marçal, que não aceitou a ordem de comando de apoio a Nunes, criou uma nova situação. Ninguém sabe se Bolsonaro mantém autoridade sobre seu “movimento” ao ponto de centralizar a votação da extrema-direita em Nunes.
O CNE (Conselho Nacional Eleitoral), um órgão subordinado ao governo, anunciou que Maduro venceu as eleições e, no dia seguinte das eleições, formalizou sua diplomação. A oposição de extrema-direita denuncia que teria acontecido uma fraude e anuncia que teria conquistado inverosímeis 70% dos votos. Sendo justo reivindicar ao Conselho Nacional Eleitoral a divulgação do resultado final de 100% dos votos e publicação das atas, o ônus da prova de fraude repousa nas mãos de quem contesta a lisura da apuração. Somente a suspeita não é o bastante. Nenhuma prova categórica foi, até agora, apresentada. Ainda que seja indispensável que todos os dados sejam divulgados, somente a suposição de fraude da campanha de oposição de extrema-direita não deveria, para quem é de esquerda, ser suficiente para adiar, indefinidamente, o reconhecimento da vitória de Maduro.
A questão central da situação na Venezuela foi e permanece sendo a apropriação da renda petroleira. A Venezuela tem as maiores reservas mundiais de petróleo e gás: é o seu privilégio e sua maldição. Os EUA querem acesso estratégico irrestrito, o que é incompatível com um Estado independente. O cerco imperialista do bloqueio é a explicação principal para a crise econômica de superinflação, desabastecimento, contração do PIB, desemprego e redução da produção de petróleo e migração em massa. Venezuela está sob boicote.
O atentado contra Trump foi uma tentativa de assassinato, que deixou um morto e duas outras pessoas, gravemente, feridas. Do pouco que já se sabe parece evidente que um atirador, do alto de um prédio de uma distância de cem metros errou a mira, ferindo Trump na orelha. Não faz sentido que fosse uma armação. Só faria “sentido” uma conspiração para forjar uma onda de solidariedade, se houvesse um mínimo de segurança que eliminasse o risco de morte. Isso era impossível. Evidentemente, o efeito “facada”, por referência ao ataque contra Bolsonaro no 7 de setembro de 2018, será muito forte. Só saberemos nas próximas semanas a dimensão do choque político-emocional do episódio.
A apresentação pela bancada evangélica, apoiada pelo bolsonarismo com a cumplicidade do Centrão, de um projeto que nivela a criminalização, até do aborto que é considerado legal após 22 semanas, ao homicídio, incendiou uma mobilização nacional de repúdio que foi capaz de realizar as maiores passeatas de 2024 nas grandes cidades. Foi espetacular. O movimento feminista revelou força social de impacto. Foi uma resposta contundente a uma provocação ultrarreacionária. Mostrou um caminho.
Em sua recente obra, “Os impasses da estratégia, os comunistas, o antifascismo e a revolução burguesa no Brasil”, o professor Carlos Zacarias relata a história do Partido do Comunista Brasileiro (PCB) entre 1936 e 1948. O PCB chegou a acreditar que a tomada do Poder viria de um levante militar, depois apostou todas as fichas na democracia burguesa. No meio do processo, se tornou um partido com grande alcance popular. Nessa conversa, o professor da Universidade Federal da Bahia relata que lições podemos tirar dos erros e dos acertos das gerações passadas de comunistas.
Nas próximas semanas o sindicato que representa os professores universitários do país, ANDES, vai realizar seu processo eleitoral. É uma entidade com quase 70 mil filiados com seções em todos os estados. Além do tamanho, o ANDES tem mais de 40 anos de história e sempre teve uma participação muito ativa nas lutas da classe trabalhadora. Por isso o pleito entre três chapas chama a atenção de todo o movimento sindical brasileiro. Nessa edição, falamos com Gustavo Seferian, que disputa a presidência pela Chapa 1 ANDES pela base: ousadia para sonhar, coragem para lutar.
O golpe de 2016 contra a presidente Dilma deixou uma herança maldita. A chamada Reforma do Ensino Médio começou com o golpista Michel Temer e passou pelo governo Bolsonaro. E agora está em sua primeira fase de implementação. A carga horária das matérias importantes foi reduzida e foram enfiandas goela abaixo matérias sem noção como "Projeto de Vida". O objetivo é piorar o ensino público e aumentar as desigualdades sociais. Mas os movimentos sociais vão se mobilizar para que o Novo Ensino Médio seja revogado. Saiba mais nessa edição do Eol podcast com o professor e deputado federal Tarcísio Motta (PSOL/RJ).
Sim, foi tentativa de golpe. Por trás daqueles idosos transloucados havia uma parte da extrema-direita que quer uma nova Ditadura Militar. Como esse pessoal se relaciona com as Forças Armadas? As atitudes do governo vão parar os golpistas? O que a militância de esquerda precisa fazer? Saiba mais nessa conversa do historiador Valério Arcary com o jornalista Mauro Lopes para o canal do Youtube da revista Forum.
O bolsonarismo não está morto e segue perigoso. Os economistas neoliberais dão seus "conselhos" para Lula. O povo perdeu muito desde o golpe de 2016 e agora está com esperanças. Quais os desafios para os movimentos sociais no início do próximo governo? Esse é o tema da conversa com Matheus Gomes, ativista do movimento negro que foi eleito deputado estadual pelo Rio Grande do Sul [30min]
Não serão apenas os próximos quatro anos. Esse segundo turno vai decidir o destino de uma geração inteira. E nada está definido. Qual será o fator decisivo? A militância nas ruas. O "baque" com o resultado do primeiro turno já passou e agora o esforço deve ser o máximo para arrancarmos a vitória. Essa é a avaliação do historiador e escritor Valério Arcary, autor de livros como "O Martelo da História". Se você ainda tem dúvidas se deve fazer um esforço extra em sua vida para participar das atividades de campanha, esse podcast pode te ajudar a decidir.
No dia 11 de agosto está marcada uma série de atos pela democracia. Será lida da Carta aos Brasileiros, que já tem mais de 800 mil assinaturas. O evento resgata a história da Carta aos Brasileiros de 1977, durante a Ditadura Militar. Um dos fatos que impulsionaram o manifesto foi a prisão da militante Márcia Bassetto, que estava entregando panfletos de sua organização, a Liga Operária (OP). Márcia lembra a história da carta de 1977, a importância dessa nova mobilização e o risco que corremos com um governo autoritário [17min].
Estamos próximos de um momento decisivo. Nossos inimigos querem o caos para evitar que Lula ganhe as eleições. Valério Arcary fala sobre o futuro próximo e a preparação contra a tentativa de golpe. E também sobre a lições acumuladas em seus mais de 40 anos de militância, tema de seu livro recém-lançado, "Ninguém disse que seria fácil". Aprender com a experiência é uma forma de se preparar para a grande batalha que nos aguarda. [18min]
Na obra "Onde nascem os monstros" o historiador da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Carlos Zacarias apresenta uma análise aprofundada sobre a extrema direita, o bolsonarismo e a performance fascista. O movimento que hoje coloca a democracia em risco surgiu antes de Bolsonaro ganhar fama. Entender as origens desse fenômeno é a chave para derrotar o inimigo. O livro é uma série de artigos que Carlos Zacarias publicou em veículos como o Esquerda Online, do qual é colunista, o Le Monde Diplomatique, o jornal A Tarde e o blog Marxismo21. Nesta conversa, ele também fala sobre o que esperar da grande batalha que se aproxima [23min].
As paradas do orgulho LGBTQIA+ estão nas ruas depois de dois anos de pandemia. A democracia que permite essa e outras manifestações está em risco e temos um governo abertamente homofóbico em Brasília. A ativista Rafaella Machado, que já sentiu na pele o assédio da militância bolsonarista, nos fala dos ataques do neofascismo desde que ele se instalou no Planalto. Ela também nos explica sobre o significado e a evolução da sigla LGBTQIA+, além de falar sobre o vínculo entre a luta da classe trabalhadora e a luta pela diversidade.