
đ§ SilĂȘncio, por favor: serĂĄ que ainda conseguimos estar sem mĂșsica?
Neste episĂłdio conto-te um momento simples, mas revelador, que vivi enquanto ajudava a minha mulher a preparar material para uma atividade com crianças. EstĂĄvamos os dois a recortar folhas em silĂȘncio â sĂł se ouvia o som do papel a rasgar, da tesoura a cortar⊠atĂ© que ela disse: âFalta aqui uma musiquinha.â
Essa frase levou-me a pensar na forma como, hoje em dia, ocupamos todos os nossos silĂȘncios com sons â mĂșsica, podcasts, vĂdeos. Estamos tĂŁo habituados a ter os ouvidos sempre preenchidos que o silĂȘncio começa a parecer estranho, desconfortĂĄvel, quase suspeito.
Falo sobre como a mĂșsica se tornou uma espĂ©cie de âdroga auditivaâ e como a ausĂȘncia de som, que antes era natural, agora parece exigir justificação. SerĂĄ que ainda conseguimos ouvir o silĂȘncio? Ou estamos viciados em estĂmulos constantes?
đ§ Junta-te a mim nesta reflexĂŁo sobre o ruĂdo invisĂvel dos nossos dias â e a importĂąncia de parar, ouvir, e simplesmente⊠estar.